História Bring Back To Life - If you die, I die

Eu deveria ter desconfiado que agora eu estaria sendo vigiada vinte e quatro horas por dia. Deveria ter quebrado meu celular assim que cheguei em casa, mas fiquei tão entretida com o assunto do colar que eu nem ao menos pensei nas consequências. Nathan descobriu que eu "menti" pra ele e nós tivemos que sair da cidade. Ele acha que eu não só menti pra ele, mas que eu também quebrei o colar e o joguei no lixo. Pelo menos foi o que Michael me contou que ele descobriu, e que era para eu sair o mais rápido o possível de Atlanta porque ele não ia descansar até me encontrar. Internamente, comecei a desconfiar de que não tinha apenas dinheiro naquele cofre e sim algo com valor sentimental, valor sentimental para o Nathan (que é um cara que não tem sentimentos) e fiquei com receio do que encontrar quando acharmos esse lugar. 

Nina e Caitlin não foram com nós para Los Angeles. Nina voltou para Nova York depois de descobrir que sua mãe estava atrás dela, e a Caitlin tem uma vida em Atlanta, tem um vida normal, então não tem como ela deixar tudo pra trás. Lizzie foi com nós mesmo com seu pai em seu pé sobre o motivo dela não estar mais dormindo na casa dela, mas ele desconfia que seja apenas por causa de um novo namorado. Melhor que fique assim. Kelsey não tem família, não tem um lar, então ela ia para onde nós íamos por sermos sua família agora. 

- Ele é ocupado! Não vai ficar perdendo tempo correndo atrás da Hayley. - Chris disse. Eu estava ouvindo uma conversa dos meninos por trás da porta. 

- Eu concordo. - Justin disse. - Ele vai dar um jeito de abrir aquele cofre. Deveria imaginar que não entregaríamos essa fortuna a ele. - falou. - E se ele tentar chegar perto da Hayley de novo, nós o matamos. Simples assim. 

- Simples assim, Justin? - Jason se pronunciou. - Ele odeia que mintam pra ele, e está achando que Hayley fez isso. Se acha que ele não ia atrás dela por que saímos de Atlanta? 

- Porque ele foi atrás dela lá. - Chaz disse. - Mas ele não vai atrás dela por todo o país! Como Chris disse, ele é muito ocupado. Não vai perder tempo com isso. 

- Vocês dizem isso, mas se ele aparecer aqui de repente, ninguém saíra vivo. - Cameron disse. Ele parecia mais irritado do que todo os outros. - Vocês estão ligados que estamos falando da vida da Hayley, né? 

- E o que que você tem a ver com isso? - Justin rebateu. Ele ainda tinha ciúme bobo dele. 

- Nem comecem. Não esqueçam o real problema aqui. - Jason disse antes de Cameron responder. - Justin, Cameron vai fazer o mesmo que você pra proteger a Hayley. Não seja otário. - ahá, ele levou bronca. 

- Concluindo: Nathan não virá atrás da Hayley. - Justin disse e ouvi passos, então saí correndo para a sala.

Estávamos na casa de um amigo deles. Uma casa enorme, em Hollywood. 

- Estava ouvindo atrás da porta de novo? - Lizzie perguntou rindo. 

- Claro, é sobre mim! - falei. - Tirando Jason e Cameron, eles acham que Nathan não virá atrás de mim. 

- Eu concordo. - Kelsey disse. - Ele não perderia tempo da vida dele em uma vingancinha contra uma menina de dezessete anos. Soa até patético, né? 

- Totalmente. - respondi. 

Os meninos saíram da sala e Justin passou direto por mim, emburrado. Alguma coisa aconteceu nos segundos depois que eu saí, e eu sabia que tinha sido com o Cameron, já que ele estava com um sorrisinho no rosto. 

- Se arrumem, nós vamos sair. - Jason disse passando por nós e eu e as meninas nos entreolhamos. 

- Pra onde? 

- Não eram vocês duas que sentiam falta de ir em festas? - ele disse olhando pra mim e para a Lizzie. 

Eu e a Lizzie ficamos muito animadas, principalmente porque fazia muito tempo que nós não saíamos como costumávamos fazer quando nossa vida não era tão agitada assim. E admito que fiquei surpresa de todos eles concordarem, principalmente agora que todos estão amarrados a uma garota, mas... se eles querem, sem discordar! 

(...)

Indentidade falsa era necessário aqui em Los Angeles, e atualmente porque Jason tem medo que todo mundo esteja trabalhando para o Nathan Evans. Jason sempre foi paranóico, mas essas paranóias sempre me protegeram quando eu menos esperava, então realmente... só concordar, sem discordar. Sentia falta até das pessoas grudadas, dançando juntas e do calor corporal dessas festas, e olha que sempre foram as coisas que eu mais odiei nessa parte. 

- Nós vamos estar lá em cima, na área VIP. - Justin disse no meu ouvido e eu assenti. 

- Estou de olho em você, bonitinho. - falei com os olhos semicerrados e dei um beijo em seu pescoço. 

- Não precisa não. Toda hora que você olhar pra mim, vou estar de olho em você. - ele me deu um selinho e subiu as escadas, em direção a área VIP. 

Eu, Kelsey e Lizzie fomos para o meio da pista de dança, onde estava o maior fluxo de pessoas, e dançamos como eu sentia tanta falta de dançar. Mas o problema é que eu não conseguia tirar os olhos do Justin ali em cima, e parecia que ele não estava diferente. 

E, de repente, parecia que tudo tinha voltado ao ínicio. Quando as pessoas ainda não tem intimidade o suficiente para tomarem a iniciativa, mas tomam mesmo assim pelo desejo ser maior do que a falta de intimidade. Ou mesmo depois que o casal já está formado, que o relacionamento está no começo, e que simplesmente não conseguimos parar de olhar para ele. Essa era é a verdade. Eu não conseguia parar de olhar para ele. E cada vez que nossos olhares se encontravam, sentia aquele frio na barriga, aquele arrepio e aquela sensação de que eu o vi pela primeira vez nesse momento. O jeito que ele me olhava, o jeito que ele ficava sério, o jeito que ele molhava o lábio a cada dez segundos... e quando eu me lembrava de Jason, Ethan, Chris ou qualquer um que conhecia antes, me dizendo "Você teve um grande impacto nele. Ele está diferente de como eu me lembro". E realmente, quando o conheci, nunca imaginei que era possível existir amor naquele coração, pelo menos não um amor puro, mas agora sei que o amor dele é o mais puro que possa existir e eu nunca me cansava da sensação de olhar pra ele, da sensação de que é a primeira vez que vejo o amor da minha vida. 

- Deus, como é possível que vocês ainda sintam toda essa paixão? - Lizzie perguntou revirando os olhos e eu tomei um susto. 

- Que foi? - perguntei, mas aí lembrei o que ela tinha dito. - Aí aí, não sei. Só sei que parece que eu estou o vendo pela primeira vez. 

- Ele está vindo pra cá. - Kelsey disse e eu fiquei toda nervosa, mas aí lembrei que nós já tínhamos bem mais do que essa intimidade. 

De repente, comecei a rir de mim. Era até estranho! 

- Isso ai, fica aqui dançando comigo. - falei quando Justin me abraçou por trás. 

- Eu sou louco por você... - ele sussurrou no meu ouvido e meus pelos se ouriçaram. - Sabia? - ele me virou pra ele de repente, em um ato inesperado. Até me assustei. 

- Não sabia. - falei sorrindo e coloquei os braços em volta de seu pescoço. 

- Vamos sair daqui. - e ele foi me puxando pela mão. 

- Nós não vamos transar no banheiro! - falei e ouvi sua risada. - Nem no carro! - e ele me olhou triste. - Como você é idiota! - falei rindo. 

Saímos, indo para a entrada da boate e ele encostou na parede, me puxando, e logo me beijando. 

Fiquei surpresa de Justin aceitar ficar apenas nos beijos sem ir pra cama depois, mas ele fez isso pela primeira vez. Perdi até a conta de quantos minutos ficamos lá fora, mas aí me lembrei que eu queria vir para dançar com as minhas amigas. 

- Justin, vamos voltar pra dentro? - interrompi o beijo. - Eu queria ficar um pouco com as meninas agora. - falei. 

- Beleza. - disse. - Vou deixar a jaqueta no carro antes, já volto. - assenti e ele me deu um selinho. 

Vi Jason, Chaz, Cameron, Chris e Ryan saindo e estranhei. 

- Onde vocês vão? - perguntei indo até eles. 

- O Kol foi parar no hospital. Estamos indo pra lá. - Ryan respondeu. - As meninas e Justin ficarão aí, já voltamos. 

- Ok. - todos me deram um beijo na testa e saíram. Aí que Justin foi buscar a jaqueta. 

Encostei na parede, mexendo no celular, mas vi uma sombra perto de mim. Fiquei olhando pro celular, mandando uma mensagem pra Justin "fica aí no carro, estou indo", e assim que olhei pra frente, tentaram me atacar, mas eu o fiz desmaiar com o cano da arma.

E de repente, vi Nathan Evans vindo na minha direção. Furioso. Com dois homens ao seu lado. 

- Merda. - saí correndo pra dentro, mas antes, eu pude ouvir algo. 

- Eu vou te achar aonde você estiver! E não vai ser apenas você! O seu namoradinho também irá pagar por ter matado a minha filha!

Encontrei Lizzie e Kelsey, e falei desesperada para nós sairmos pelos fundos. Justin me respondeu um "Ok", e eu subi na área VIP e pude ter a visão da parte da frente da boate. Nem sinal do Nathan, e eu sabia que ele estava aqui dentro. 

- Justin, vai agora pra frente da boate. - falei assim que ele me atendeu. 

- Por que? O que aconteceu? 

- Agora! - falei e desliguei. 

Alguns segundos depois, o carro estava na frente da boate e eu ignorei todas as perguntas das meninas enquanto íamos em direção a porta dos fundos da boate. 

- O Nathan está aqui! - falei e elas até pararam de andar. - Venham logo! 

Dei um chute na porta dos fundos, que abriu e fomos quietinhas para a frente, logo entrando no carro do Justin. 

- Vai correndo, Justin! Correndo! - ele me obedeceu. 

- Mas o que está acontecendo? 

- O Nathan está aqui. Você está errado, ele vai me encontrar, ele vai me matar. - falei. 

Lizzie e Justin começaram a discutir por alguma coisa, mas eu estava tão aérea, tão preocupada que nem me preocupei em prestar atenção. Estava tudo armado! Aposto que o tal de Kol não estava no hospital coisa nenhuma, e tive certeza quando Jason ligou mandando nós irmos para a casa imediamente, e acabamos chegando mais rápido do que eles. 

O tumulto começou assim que todos estavam em casa. Eu era a única que não falava nada, que não conseguia falar nada, que não tinha opinião nenhuma sobre isso. Eu só queria pensar em um jeito das pessoas que eu amo não sofrerem, mas isso era impossível. Eles só estavam discutindo porque sabiam da verdade, mas não queriam acreditar: alguém vai acabar embaixo da terra, e essa pessoa era eu. 

- Nós temos que sair daqui! - Justin disse. - Sair do país! 

- Nós vamos para o Canadá. - Jason se decidiu. - Arrumem suas coisas, porque nós vamos agora! - e todo mundo começou a andar em direções opostas, ou até nas mesmas. 

- Parem! - falei e recebi a atenção de todos pela primeira vez. - Fugir não vai adiantar nada! Não tem como fugir pra sempre, vocês sabem disso muito bem. 

- Você não vai opinar em nada sobre isso, Hayley. Nem adianta tentar. - Ryan disse e todos foram arrumas suas malas.

Fiquei sozinha por um tempo, mas fui até o quarto onde eu e Justin estávamos dormindo e me deparei com a cena dele parado perto de sua mala, com uma camiseta na mão. 

- Justin? - ele balançou a cabeça e continuou a fazer o que estava fazendo: socando tudo dentro da mala. 

- Não, Hayley. Não. - ele nem me deixou falar. - Eu não vou aceitar nada, não vou concordar com nada, nós vamos fugir até que ele passe por mim e pegue você. 

- Justin... - o abracei por trás e pude perceber que ele estava tremendo. 

- Ele não vai chegar perto de você. Não vai. - disse se virando de frente pra mim. 

- Como você espera que eu viva com isso? - perguntei sentindo meus olhos aguarem e percebi que os dele também aguaram, mas ele não se permitiu chorar. 

- Porque eu morrerei se você morrer, Hayley. - ele disse abaixando a cabeça e passando a mão nos olhos, logo voltando a me olhar. - Já passamos por isso antes, mas era diferente. Ele não vai cansar até ter o que quer. 

Balancei a cabeça e senti as lágrimas molhando meu rosto. As limpei na mesma hora e o abracei. 

- Eu te amo mais do que posso dizer. - sussurrei. - Você sabe disso. Sempre soube, e sempre vai saber. - e ele se permitiu chorar. 

Foi um choque no começo porque nunca tinha o visto chorar dessa forma. Naquela vez que terminamos, ele chorou, mas foram apenas lágrimas e agora? Agora estava muito mais intenso, e ele não queria mais que eu me soltasse dele. 

Me afastei do abraço e limpei as duas lágrimas perdidas em seu rosto. 

- Estão prontos?! - Chris bateu na porta e o Justin se afastou, limpando o rosto rapidamente para ninguém vê-lo assim. 

- Vamos terminar de arrumar coisas, ir para o Canadá, ver a sua família, sem pensar nisso. - falei. - Tá? 

- Só vou pensar num jeito de matá-lo. 

- Justin. - falei. - Tá?! - insisti. 

- Tá bom. 

Terminamos de guardar as coisas em silêncio e descobri que o Kol tinha um jatinho. Ok, legal, queria eu ter um jatinho! E esse jatinho los levaria para o Canadá imediatamente. Mas como todos sabemos, fugir dos problemas não os resolve... só pode complicá-los ainda mais.