História Bring Back To Life - Daylight

Justin Bieber P.O.V

- Elas ainda não voltaram?! - Jason disse preocupado, mas nem prestei atenção. 

- Por que estão tão preocupados? Vocês não viram que a Hayley levou uma mochila? Elas devem ter dormido em algum lugar. - Kelsey disse. 

Quando saí do banheiro no dia anterior, não tinha mais sinal da Hayley e nem de algumas coisas dela. Fiquei preocupado, mas aí me lembrei que a Lizzie tinha ido com ela. Só não esperava que elas iam demorar tanto pra voltar se era apenas "uma volta". 

- Vai dar uma olhada nas coisas dela. - Chris disse. Subi as escadas e abri a mala dela, tentando lembrar o quanto tinha e o quanto ela havia levado. 

Até que quando mexi na bolsa dela, caiu uma quarta no chão com o meu nome escrito. 

"Espero que você ainda não tenha surtado, e sinto muito em dizer que o que você está pensando realmente está acontecendo. Eu sinto muito por ter te deixado assim, sem nem ao menos me despedir, mas algumas peças de roupa e da Lizzie, era tudo que eu precisava. É tudo o que eu preciso agora, e eu espero que você não me odeie depois disso. Eu não conseguia olhar pra você, pelo menos não depois de saber que você sabia que a Megan matou os meus pais, mas nunca me disse nada. Para ser mais exata, nem estou brava ou chateada com você, estou decepcionada. Não o culpo, Megan com certeza deve ter obrigado você a não dizer nada a ninguém, mas quem era mais importante naqueles momentos? Eu ou ela? E, por perceber que era ela, eu tomei uma decisão. Uma decisão que talvez vou me arrepender pro resto da vida, mas nesse momento, onde minhas lágrimas estão molhando esse pedaço de papel, eu sinto que isso é o certo fazer, e sempre vou seguir o meu coração. 

Você sabe, Justin, sabe muito bem que eu sempre te amei bem mais do que você me ama. Não digo que você não me ama, porque eu sei que sim, mas o que eu sinto por você é muito além de amor. Pensei que o motivo da minha perdição há alguns dias tinha sido apenas aquela carta da Megan, mas me dei conta de que era mais por sua causa. E isso me preocupou, Justin. Eu descubro que meu pai e minha mãe foram mortos pela minha irmã, mas fico magoada por você saber e não ter me contado. E... bom, eu só vou tentar superar, tentar viver uma vida sem você e não tente me procurar, eu estou bem. Quer dizer, não estou bem, mas vou ficar. Eu prometo. 

Eu te amo..."

- Parem de procurar! - gritei lá de cima e percebi que todos começaram a vir pra cá. - Elas foram embora. 

- Elas o que?! - Chaz disse inconformado e pegou a carta da minha mão. 

- O que está escrito aí? Elas nunca iam embora sem dizer nada, gente! - Kelsey disse depois de me abraçar, percebendo que eu estava prestes a surtar, ou sei lá, chorar. Mas nunca ia fazer isso na frente deles, nem quando estiver sozinho. 

- Sério que vocês estão acreditando nisso? - Ryan disse rindo como se fosse um absurdo. - Isso é impossível. Hayley sempre fazia questão de dizer que nós éramos a maior preciosidade da vida dela. Ela nunca faria isso! 

- Ela fez, Ryan. Ela fez. - falei. - Mas foi por minha causa. Não sei quando ela vai voltar, ou se vai voltar, mas queria um tempo de mim. 

- E você não vai atrás dela? 

- Não vou. Ela fez a escolha dela, escolheu ir embora. O que eu posso fazer? Já corri atrás dela nesses dias inteiros mesmo depois de ver ela beijando até o Ethan! 

- A Lizzie não faria isso. Gente, tem alguma coisa errada! Ela ia fazer a Hayley mudar de ideia. - Kelsey disse. 

- Você não as conhece tão bem, Kelsey. - respondi. - Lizzie e Hayley são as pessoas mais importantes do mundo uma pra outra. Lizzie faria isso sim! E a Hayley também. 

- Justin, se acalma, cara. - nem percebi que eu estava tão nervoso e revoltado a ponto de tremer. 

- Vamos procurá-las. Tem alguma coisa errada. - Chaz disse. 

- Não vamos procurar nada! - eles até me olharam assustados pelo tom de voz. - Ela foi embora. E a Lizzie também foi por causa dela! Acha mesmo que a Lizzie continuaria aqui se a Hayley não estivesse? Não tem sentido! Hayley quis um tempo e a Lizzie foi com ela, aceitem isso! 

Sai do quarto batendo a porta. 

- Justin, o que aconteceu? - minha mãe veio preocupada. - Eu sei que você pediu pra eu ficar na casa dos seus avós, mas o que aconteceu? Kelsey me ligou há alguns minutos, desesperada. 

- Hayley e Lizzie foram embora. - respondi passando reto por ela. 

- Como assim foram embora? - ela perguntou como se eu estivesse falando algo impossível de acontecer. 

Eu deveria ter percebido que Hayley faria isso, só pelo jeito que ela me olhava. Ou melhor, do jeito que ela não conseguia me olhar. 

- Elas foram embora, mãe. - falei. - Hayley escreveu uma carta, ela me deixou. Pensa que eu fiz algo, mas eu não fiz e eu não vou mais fazê-la mudar de ideia, senão confia em mim. 

- Como assim, Justin?! Embora pra onde? Que horas?! 

- Eu não sei, mãe. - respondi. - Não sei pra onde, só sei que elas não vão mais voltar por um bom tempo. 

- E o dinheiro? Elas tinham dinheiro? 

- A Hayley tem uma conta milionária no banco, mãe. Esqueceu que o pai dela era o cara mais rico de Atlanta? 

- Ah, filho... - ela passou a mão no meu cabelo. - Eu sinto muito. 

- Não sinta. Estou bem. 

- Bem? Você está prestes a surtar, Justin. Nem vem com essa de que você está bem, porque eu te conheço. 

- Se não estou bem, eu vou ficar. É assim, tudo na vida passa. 

Fiquei puto por ela ter falado que eu nunca a amaria do jeito que ela me ama. Talvez no ínicio, ela tenha me amado primeiro mesmo, mas agora? Porra, eu não consigo nem expressar o que eu sinto por essa patricinha filha da mãe que teve coragem de me deixar. De novo. 

Hayley Mitchell P.O.V

- Ah, como eu esperei por esse momento! - ouvi uma voz se aproximando pelo corredor e meus pelos se arrepiaram. Tremi dos pés a cabeça de medo. - Ela não tentou lutar dessa vez? - ele perguntou ainda sem abrir a porta. 

E de repente, eu o vi. E percebi sua feição de ódio, estampada ali pra qualquer que quisesse ver mesmo sem ter eu feito nada intencional contra ele. 

- Se pensar em fugir, se tentar bater em algum dos homens, eu não vou apenas matar você. - ele, Nathan, disse se aproximando de mim. - Eu vou pegar esse cigarro, e encostar em cada parte do seu corpo até que você implore para que eu te mate. - queria chorar de medo, queria gritar de medo, queria sair correndo de medo. Mas tudo que eu fiz foi ficar parada, olhando pra ele, com as mãos tremendo. - Entendeu? - não respondi. - Estamos entendidos?! - ele berrou e eu assenti rapidamente, morrendo de medo. 

- Nathan, por favor... - chamei sua atenção e ele se virou pra trás. - Deixe a Lizzie ir embora. Por favor, ela não tem nada a ver com isso, a deixe ir. 

Ele se aproximou e pensei que ela ia considerar o que eu disse, mas senti meu rosto doer com o soco que ele tinha dado. Um soco!

- Eu não sou aqueles frouxos por quem já foi sequestrada, Hayley. - ele disse. - Não estou blefando, não estou de brincadeira. Se pedir para que eu faça mais alguma coisa, não é só você que será queimada. 

E ele saiu do quarto, mas antes pude ver ou imaginar aonde estávamos. 

Esse com certeza era um lugar subterrâneo. Dava para perceber pelo eco e também por me sentir sufocada desde que acordei nesse quarto. E também percebi, que tinham muitos quartos, parecia mais uma prisão ou uma antiga clínica psquiatrica, o que me fez ficar ainda mais nervosa sobre tudo. Realmente pensei que ele estava blefando sobre realmente me matar, mas depois de olhar em seus olhos e ver a sua fúria... só queria ter me despedido dos meninos. 

Pude ouvir alguém batendo na parede ao lado do meu quarto e me dei conta de que a Lizzie estava ali. Tentei encontrar várias maneiras de conseguir acesso ao quarto da Lizzie, para pelo menos abraçá-la ou pedir desculpas por a trazer no meio dessa confusão, mas só vi meus punhos sangrando de tanto que soquei a parede, pensando que era fácil de quebrar por ser oca. Não adiantava, isso não tinha saída. Nós estávamos sem saída. Para ser mais precisa, era melhor eu me convencer de que agora era realmente o fim, que seria impossível os meninos virem atrás de nós. Eles podiam ser espertos, mas Nathan era muito mais...

- Lizzie? - sussurrei grudando o ouvido na porta. - É você? Por favor, fala comigo! - dei dois toques na parede e esperei.

Fiquei com medo de que eles tivessem machucado a Lizzie. Machucado a minha melhor amiga, e tudo por minha causa. Mas aí, ouvi duas batidas e me aliviei. Quem mais eles poderiam ter pego além de nós duas? Não pude nem terminar a maldita frase pra Lizzie, de que nós estávamos sendo seguidas e do nada, a vejo caída no chão. E eu entrei em desespero, ainda mais por não ter visto mais ninguém.

- Saiam daí! Qualquer coisa que vocês querem fazer, é comigo! Deixem a Lizzie em paz! - eu dizia, depois de tentar acordar a Lizzie, mas aposto que a sedaram.

E de repente, dois homens saíram de trás das árvores, apontando uma arma diferente pra mim, logo atirando na minha perna. Senti minha visão ficando turva, e percebi que também me sedaram, mas eu não conseguia fazer mais nada a respeito.

E depois, eu acordei nesse quarto. Com aquele nojento do Nathan Evans dizendo que ia acabar comigo nem que fosse a última coisa que ele faria.

Justin Bieber P.O.V

Dia seguinte

- Já desistiram? Está me cansando ver vocês procurando. - falei sentando no sofá depois de abrir uma garrafa de cerveja.

- Você vai desistir assim tão fácil, Justin? Se nós a encontrarmos, e sem vida, não venha chorar no meu colo igual quando ela realmente te deixou! - Kelsey disse.

- Realmente? Por que vocês só não aceitam que ela agora sim que ela foi embora? - levantei do sofá. - Ela não liga, esqueceram? Só devia ter me tocado que foi um teatro ontem!

- Um teatro, Justin? Porra cara, você sabe que a Hayley não é assim. - Jason disse mostrando que estava irritado comigo. - Você não sabe que a gente é tudo que ela tem? Ela não é idiota!

- Tudo que ela tem? Tá, beleza, podemos ser, mas sabe o que ela pensava sobre isso? Ela não aceitava! Ela queria que a gente parasse com essa vida por medo de nos perder, por isso eu acho que ela foi embora! Não aceitamos o que ela queria.

- VOCÊ não aceitou o que ela queria! - Ryan disse, ou melhor, gritou apontando o dedo pra mim. Ele surtou, Kelsey até foi pará-lo, mas ele a empurrou pro lado. - Você nunca aceita! Sempre discorda dela, qualquer coisa que ela queira! Sabe que eu até entendo se ela foi embora mesmo? Mas a diferença é que se isso for verdade... ela não deixou a gente, ela deixou você! - e subiu as escadas, batendo à porta do quarto com força, fazendo o maior barulho.

Jason e Chaz me olharam balançando a cabeça, como se tudo isso fosse um absurdo, como se eu acreditar que ela realmente nos deixou foi um absurdo e foram atrás do Ryan.

- Por que ele ficou tão... irritado? - perguntei olhando pro Chris.

- Ele sente como se a Hayley fosse sua irmã mais nova, Justin, e ela realmente é. Pra todos nós. - Chris disse sentando no sofá. - Você se lembra quando eles se mudaram pra casa, não lembra? Fizemos você prometer que cuidaria da Hayley de qualquer jeito, mas não era só pelo Jason, era por todos nós. Ela vale ouro, Justin. E Ryan estava com ela até no momento que Jason não estava. - ele suspirou e me olhou. - Pensa bem, Justin. Pensa bem sobre o que você acha que a sua Hayley faria, pensa bem se ela te deixaria, ou deixaria todos nós.

Ele deu uma duas batidas no meu ombro e levantou, também subindo as escadas.

- Não você também. - falei antes de Cameron abrir a boca.

- Não ia dizer nada. - disse. - Ah, cara, você não faz ideia do que eu faria se estivesse no lugar.

- O que você faria?

- Procuraria por toda parte. - disse como se fosse óbvio. - Você sabe muito bem que eu não considero a Hayley apenas uma amiga, não sabe? - o olhei puto da vida. - É, mano. E ela também sabe, e escolheu você.

- Nós podemos estar errados. Elas podem ter ido embora mesmo, mas você quer viver com essa incerteza? - Kelsey perguntou.

- Já volto. - levantei e fui para o meu quarto, pegando a carta novamente.

Fiquei pensando em milhares de possibilidades e hipóteses sobre essa carta. Será que foi mesmo a Hayley que escreveu? Mas se não foi ela, quem teria feito isso? Alguém que a conhece, pois escreveu exatamente do jeito que ela, com palavras dela, apenas não eram coisas que ela faria. Mas por que alguém escreveria uma carta falsa sobre ela ter ido embora? A única pessoa que poderia ter escrito isso, está morta, então descartei todos esses pensamentos. Pelo menos, até encontrar alguém que pudesse ter escrito isso e assinado o nome da Hayley.

- Onde você está, patricinha? - falei sozinho, lendo e relendo aquela carta.

Levantei da cama e fui guardar a carta na gaveta onde estava as minhas armas. Até que vi outro papel branco ali, também escrito "Justin". 

Ah, não... 

"Justin, eu sei que você vai pensar o pior assim que sair do banheiro e perceber que eu levei algumas coisas, mas não se assuste, tá amor? Eu precisava de um tempo, apenas algumas horas e eu e a Lizzie vamos dormir em um parque que tem perto daquela boate onde estava indo sempre. Vou voltar amanhã cedo, prometo! Pra falar bem a verdade, eu nem sei porque estou escrevendo isso se sei que vou te ver amanhã, mas é que me doeu tanto ver a decepção em seus olhos ao perceber que eu não era mais a garota por quem você estava apaixonado... que eu não era mais a sua patricinha dramática. Ah, Justin, eu continuo sendo a mesma pessoa sim, a mesma patricinha dramática, mas eu me perdi por um tempo e você conseguiu me achar, assim como diz que eu fiz por você. A vida é cheia dessas, não é? Nós pensamos que estamos acabados, que não tem mais nenhuma luz no fim do túnel e de repente, algo começa a brilhar. Bem longe de nós, mas brilha. E você tenta chegar até ele, tenta chegar a todo custo, mas parece que vai cada vez pra mais longe. E nós desanimos, até pensamos em desistir, mas quando você menos espera, é a luz que está brilhando que vem até você. Justin, você foi a minha luz no fim do túnel e sempre será. Posso estar magoada, chateada, destruída agora por vários motivos, mas você sempre será a minha cura.

Te vejo amanhã...

Ps: Eu te amo."