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História Bring Me To Life - Você quer ser meu amigo?


Escrita por: rafa1

Notas do Autor


Iae galera.
Bem, essa é a segunda fic que escrevo mas, diferente da Um amor por acaso, é original.
Eu não vou parar com a outra.
Nessa aqui, (eu ia dizer diferente da outra, mas que me acompanha sabe que seria mentira ;-;), não vou ter data pra postar.
Vou postar sempre que a criatividade vier na cabeça.
Então, vamos ao cap.

Capítulo 1 - Você quer ser meu amigo?


Você já se sentiu deslocado? No lugar errado? Como se tudo que você fizesse, tudo que você fosse, não era o suficiente?  Como se

-Peter Jones Smith. A minha aula não está no seu nível para que você fique desenhando no meio da explicação da matéria da prova?

            De repente Peter é tirado de seus devaneios por um coro de risadas e olhares em sua direção. Ele nem ouvira mas, provavelmente o Sr. Stwart fizera algum comentário relacionado a ele, como faz em todas as suas aulas e até nas aulas que na é ele que dá.

            Várias coisas passaram pela minha cabeça para responder para ele mas, tudo que eu podia fazer agora era abaixar a cabeça e ficar na minha.

            Desde a terceira série é a mesma coisa e, hoje, no terceiro ano, até piorou, o que eu sempre imaginei que fosse impossível.

            Eu não sou como os outros. Tenho TDAH, o que me impede de prestar atenção em uma coisa por muito tempo. Para que não sabe o que é isso, TDAH é o Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade.

            Há anos eu vou a médicos para fazer o tratamento para esse problema mas, nem eles sabem mais o que fazer comigo. No começo eles tinham esperança em mim, diziam que eu ia me “curar”, que não passaria o resto da vida assim, coisas desse tipo mas, hoje em dia, eu só vou para as consultas pra poder conversar com alguém, já que de acordo com eles, em vez de melhorar, eu piorava. Os tratamentos não surtiam efeito algum. A única coisa que descobriram que prendia a minha atenção era o desenho.

            Por não ter amigos eu nunca tive com quem brincar ou fazer coisas que crianças normais fariam então eu me encolhia em um canto qualquer e, desde que eu tivesse um papel e um lápis, eu podia passar horas a fio em um mundo só meu.

            Diferente das pessoas, meus desenhos não riem de mim... Não me abandonam... Não desistem de mim...

            Bem, ao menos isso... Ao menos eles não me abandonam... Ao menos eles estão sempre comigo... Diferente deles... De todos eles... É claro, eles não possuem vida própria nem pernas... Mas se tivessem, acho que eles fariam o mesmo...

            Hoje, com dezessete anos, eu moro sozinho. Meus pais me abandonaram e quem banca a casa, as compras e coisas que eu preciso, como o tratamento, é o meu avô.

            Uma das poucas pessoas que eu senti que realmente me amam... Infelizmente meu avô mora no Canadá... Varias vezes ele me chamou para ir morar com ele e eu neguei... Talvez por estar tão acostumado a morar sozinho eu tenha criado um medo de me chegar perto dele e ele me abandonar também...

            Ao fundo, ruídos. Provavelmente o sinal havia tocado para a próxima aula. Não ligo. Não gosto desse professor também... Na verdade, não gosto de nenhum.

            Não me entenda mal, eu não sou uma pessoa ruim, apenas não consigo gostar deles... Alguns pelo simples fato de me tratarem mal, outros, que tentam me ajudar, como a professora Ana Karina, de biologia, eu não gosto pelo simples fato de não conseguir mais abrir meu coração... Não depois de tantas pessoas me magoando...

            Do nada sou acertado por uma bolinha de papel. Quando levanto a cabeça para ver quem foi, vejo o Diretor na frente da sala, falando, com alguém novo.

-Aluno novo... Intercambio... órfão... Sejam legais... Sentar... Peter...

            Não consegui escutar muito bem o que ele dissera, apenas algumas palavras soltas mas, assim que o diretor saiu da sala o garoto se aproximou de mim e sentou ao meu lado.

            Acho que ele iria falar alguma coisa mas abaixei a cabeça e nem escutei.

(Wake me up)

Bid my blood to run

(I can't wake up)

Before I come undone

(Save me)

Save me from the nothing I've become

            Na minha cabeça passava uma musica qualquer mas eu nem prestava atenção.

            Então você se pergunta como isso é possível e eu explico, é simples, eu não presto atenção em nada. Você deve estar achando que eu estou exagerando mas, se for olhar bem, vai ver que eu estou falando comigo mesmo. O que você esperava?

            O sinal toca, era intervalo. (Mas já? A aula acabou de começar.) Agora você estende como é não se concentrar em nada...

            Como não era permitido ficar nas salas, todos os alunos eram obrigados a sair para o fiscal de pátio fechar todas as portas de salas e, como eu nunca falo com ninguém no intervalo, só sai da sala, sem esperar ninguém, com meu caderno e lápis.

            Como todos os alunos tem suas panelinhas, o recreio acaba sendo sempre igual. Cada grupinho em um canto. Eu sento numa mesa afastada, perto das arvores. Assim que me sentei olhei o ambiente.

            Sol, céu limpo, um vento calmo e agradável, pássaros voando...

            Peguei o lápis e comecei a desenhar, novamente, me isolando do mundo lá fora, apenas eu, a folha, o lápis e o vento calmo.

-Você canta bem.

            Espera, isso eu ouvi.

-Oi?

-Você. Eu disse que você canta bem...

            Era o garoto novo... Qual era o nome dele mesmo? Não lembro...

-Como assim?

-Você estava cantando baixinho... Na sala... mas, como eu estou do seu lado, eu ouvi... Você canta bem...

-Mas eu não estava cantando nada...

-Estava sim... Era Linkin Park...

            Eu devia estar pensando alto... As vezes isso acontece...

-Ah... Desculpa se eu atrapalhei você... Era aula de Espanhol né?

-O que? Não... Era aula de química...- E então o garoto riu... E eu me senti estranho... Fazia tempo que eu não escutava uma risada que não fosse de mim... Era... bom...

-Ah... Tem razão...

-Você estava dormindo? Pera, você canta enquanto dorme?

-O que? Não... Eu estava pensando... Bem... Além de ficar desenhando, pensar é a única coisa que faço durante as aulas... Eu não faço as provas como os outros alunos, então eu não preciso me preocupar em escutar os professores... Bem, eles dizem que era bom que eu fizesse isso mas, mesmo que eu tentasse, isso não aconteceria...

-Nossa... Você tem TDAH né?

-Como você sabe?

-Minha irmã... Ela passa pela mesma coisa... Na frente das pessoas ela tenta sorrir e dizer que tudo bem... Mas, por dentro, eu sei que ela não está bem...

-Nossa... Sinto muito... Quantos anos ela tem?

-Sete... Mas ela já nasceu assim sabe... Ela é uma guerreira...

            Eu tentei... juro que tentei mas, de novo, perdi o pensamento em outra coisa... Eu parei de ouvir o que ele falava e fiquei olhando um ninho de passarinho...

-Vamos pra sala?

-Desculpa,o que você falou?

            E mais uma vez ele riu... E eu me senti quente...

-Você estava no seu mundo né? Eu entendo... mas, bem... Vamos pra sala?

-Hum... Vamos...

            Nós levantamos e fomos caminhando, em silêncio, para a sala.

-Por que você sentou comigo? Digo, você nem me conhece... Mas sentou comigo no intervalo... Na mesa mais afastada do pátio...

-Sei lá... Só vi você lá, sozinho, em silêncio... Era você ou outras diversas pessoas barulhentas... Eu não me dou muito bem com o  barulho, sabe...

-Hum...

            De novo... Eu não entendo... Cada vez que ele ri meu corpo aquece...

-O que foi?- pergunto.

-Você.- ele fala sorrindo.

-Eu?

-Sim... O tempo todo tão calado... Respondendo com monossílabas... Hum...

-Ah... Desculpe... Eu nem percebi...

            Nós entramos na sala e fomos para nossos lugares. O professor começou a falar e, de novo, me perdi desenhando, até que vejo um papel em cima da minha mesa.

            Eu o abro e leio “O que está desenhando?”. Olho para o lado e vejo o garoto me olhando.

            Eu pego o papel e escrevo “Não sei... Apenas algo que vem na minha mente” e jogo em sua mesa.

            Ele lê, escreve e joga na minha mesa de novo “Hum...”.

            Ele fez uma piada comigo? “Hã?”

            “Foi uma piada XD”

            “Ah... hahaha”

            “Bem... não fomos formalmente apresentados... Você é o Peter, certo?”

            “Sim... Peter Jones Smith... Mas eu prefiro só Peter...”

            “OK Petey, meu nome é Dean Winchester”

            “Como o cara dos monstros?”

            “Exatamente como ele, Petey XD”

            “É Peter, não Petey”

            “Mas esse é seu apelido agora, Petey XP”

            Eu olho pra ele e o vejo sorrindo pra mim. Era... agradável...

            “Ok...Mas por que você está falando comigo?”

            “Como assim? :/ Você é legal, Petey”

            “Eu sou o garoto antissocial, com TDAH que ninguém nunca fala... Andar comigo é cavar a própria cova socialmente falando...”

            “Como você disse, eu sou como o cara dos monstros... Posso muito bem me passar por um vampiro ou um zumbi”

            “Dean, eu não quero que você não tenha amigos por minha causa”

            “Mas eu tenho um amigo... Eu tenho você XD Nós somos amigos XD”

            “Você acabou de me conhecer. Nós não somos amigos...”

            “Por que? ;-; Nossa, Petey...”

            Quando eu peguei o papel de novo, me levantei e sai da sala. Acho que foi uma cena bem dramática... Mas eu precisava ir no banheiro...

            Assim que cheguei no banheiro, fui até a pia e me olhei no espelho. Lavei o rosto pra ver se espantava um pouco o sono habitual e lavei as mãos e fui para um dos Box.

            Quando fecho a porta do Box escuto a do banheiro abrir.

-Não, tia... Eu to bem... Sim, já fiz um amigo... Bem, eu acho né... Não tia, não tenho nenhuma garota em vista... O que? Não, muito menos garotos... Não tia, eu estou no meio da aula... Sim tia, eu vou direto pra casa... Tia, eu não vou esquecer de passar na clínica para marcar as consultas da Sophye... Ok tia... Nos vemos de noite... Tchau tia...

            Era o Dean... Ele estava falando com a tia dele? É claro né... se não, não estaria falando tia tantas vezes...Mas... o que ele veio fazer aqui? Ele me seguiu? Não... Se toca Peter, ele só veio ligar pra tia dele...

            Novamente, Peter escuta a porta do banheiro ser aberta e fechada, logo deduzindo que Dean havia voltado para a sala, então abre a porta do Box e, quando ia sair da cabine, é surpreendido por Dean, apoiado à pia, olhando diretamente para ele.

-Nossa Petey... Escutando conversas particulares... Que feio...tsc tsc... –Dean finge uma cara de reprovação. Eu até poderia ignorar se fossemos amigos né... Mas como só colegas...

-Desculpa... Eu estava no banheiro... Não foi minha intenção... –Peter responde cabisbaixo.

-Relaxa, Petey, eu estava brincando- fala rindo.

-Você...

-Se eu te segui até aqui? Sim... desculpe... Eu vi o jeito como você saiu da sala, pensei que tivesse dito alguma coisa errada... Eu tinha vindo me desculpar mas, na porta do banheiro me tia me liga...

-Hum...

-Viu, de novo um homem de poucas palavras...- Dean suspira- Sabe... eu vou ter que mudar isso em você se vamos ser amigos... Até o final do ano, você vai estar falando mais que o nosso diretor quando o assunto é carros... e olha que eu acabei de chegar e já sei disso...

-É... ele é mesmo viciado em, pera, você ainda insiste nisso? Eu já disse que não, Dean. Eu não posso.

-Nossa... Por que?

-Por que não.

-Por que não, não é resposta.

-Pra mim é.

-Vamos... por que você não quer ser meu amigo, Petey?

-Por que não, eu já disse.

-Vamos... se você não me disser, eu vou sair por ai dizendo pra todos que você estava me vigiando no banheiro.

- O QUE? ISSO É MENTIRA.

-É mesmo? Tem certeza? Eu sou, sabe, lindo e tals...- fala Dean, sorrindo se gabando.

-Idai. É mentira.

-Nossa... que direto... já disse que me acha lindo.- o sorriso de Dean se abre ainda mais.

-O que? Eu... eu não disse isso...

-Mas não negou ué, e quem cala consente. U.U

-Claro que não. Fica quieto. Eu não disse isso.

-Então seja meu amigo e eu não falo pra ninguém que você se declarou pra mim.

-Eu não disse nada. Ah, que saco. Eu não posso Dean. Por favor, não insista...

-Vamos... por favorzinho... Eu não tenho nenhum amigo aqui na escola... Por favor...

-E se andar comigo, ai mesmo que não vai ter mesmo.

-Vamos, Petey... por que...

-POR QUE EU NÃO QUERO ME MAGOAR DE NOVO, TA LEGAL?


Notas Finais


Gostaram? Odiaram? O que acharam?
Comentem ai, vamos conversar :3
Se gostaram, favorite e comentem, isso ajuda muito os autores a continuar a postar :3
Se não gostaram, comentem também, digam o porque e assim eu posso melhorar pra vocês :3
Nos vemos por ai :3
~Um Semideus Qualquer


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