História Bring me to life. - How to get back?

" Cry me a river, biuld myself a bridge, I'm over this, can't let the memories become the death of me, I'm glad to see everything that you are, and I believe that you are everything I needed, but I dont need no more. "
  Embora tentasse, o volume dos fones não era mais alto que o barulho dos meus pensamentos, era algo ensurdecedor, algo que consumia até a ultima gota de minha alma, seu rosto estava cravado em minha mente, como um filme sem fim. 
 Puxei o celular do bolso, desligando a musica e voltando para o pequeno mercado que trabalhava recentemente, desconectei os fones, guardando-os no bolso da minha jaqueta, seguindo para a entrada do estabelecimento, mudei a plaquinha para aberto, e pelo vidro observei o movimento da rua. Voltei ao meu posto, o caixa do mercado, e fiz o que faço todas as tardes depois de tudo que aconteceu:
 Pensar em tudo.
 Pensar em nada.
  O movimento da loja é sempre fraco, não é algo que tomasse toda minha atenção, era algo temporário pra mim. Mas esse temporário já durou um ano. 
 Quase dois.
 Eu não tinha mais condições de voltar a minha vida normal, eu não me concentrava no que fazia e quando tudo começou a desmoronar minha unica opção foi fugir. 
 - Pode mudando essa cara de morte Dinah Jane Hansen! - A voz esganiçada do meu melhor amigo tirou-me de meus pensamentos.
- Eu estou pensando Wes. - Respondi olhando diretamente para seus olhos esverdeados. 
- Esse é o problema, você está sempre pensando. Nunca agindo. - Seu discurso ensaiado e sua voz entediada as vezes me dava nos nervos. 
- Não começa. 
- Um ano e meio Nah, a vida tá passando e você perdendo. 
- Eu já perdi. 
- Perdeu ela também? - Ele apoiou-se sobre o balcão, encarando-me. 
- Perdi as duas no mesmo dia. 
- Você já? Não, não me diz que você assinou os papeis. Você não pode ter feito isso, Dinah! Você tá mesmo desistindo sem lutar? Tá mesmo deixando tudo ir embora? - Wes me olhava esperando eu negar. 
- É minha culpa! Eu não posso continuar prendendo ela a isso! Eu não posso continuar afundando a vida dela, eu já me afundei demais e não vou levar ela junto! 
- As vezes eu tenho a enorme vontade de socar sua cara. Tenho vontade de arrancar cada dente da sua boca. Você está sendo estúpida, são 10 anos Dinah, 8 anos de casamento, 5 de namoro.  
- E bastou 10 minutos para que eu acabasse com tudo. 
- Você sabe que não foi sua culpa. - Wes falou com cautela.
- De quem mais seria?
 Deixei a pergunta no ar, meus olhos encheram de lágrimas, relembrar aquele dia é muito doloroso. Wes pulou a bancada, puxando-me para um abraço.
 - Me. Me desculpe, eu não deveria ter falado desse jeito com você. Eu só não quero te ver mais assim Nah, eu te amo muito. - Ele acariciou meu cabelo, apertando-me. 
- Eu sinto que nada mais faz sentido Wes, sinto que perdi meu caminho sabe? Eu não sei voltar. - Funguei, secando as lágrimas no meu rosto. 
- Você precisa voltar, você tem que voltar ao seu escritório, voltar pra SUA casa. 
- Ela não me quer mais lá. 
- Dinah, você sumiu por 6 meses, você largou ela por todo esse tempo sozinha. Você precisa concertar as coisas. 
- Eu ainda não assinei os papéis. - Confessei. 
- Ainda bem! Ainda tem uma chance, você tem mais uma chance, só precisa parar de se culpar.
 - Eu não sei se eu consigo. Eu ainda não entendo como tudo aconteceu. 
 - Dinah não foi sua culpa! - Wes deu um beijo em minha testa e sorriu logo em seguida. - Eu preciso ir agora, te encontro mais tarde. 
 Wes virou-se para sair da loja, mandando um beijo no ar pra mim logo em seguida. Voltei a minha atenção ao meu trabalho até o final do meu turno.. 
¨¨¨
Olhar a cidade a noite do terraço do meu prédio se tornou meu hobby favorito, a calmaria que a noite me trazia ajudava-me colocar os pensamentos no lugar, era difícil, e cada vez se tornava mais complicado tentar voltar ao rumo que minha vida tinha. 
 - Sabia que encontraria você aqui. - Uma voz feminina tirou-me dos meus devaneios. 
- É o meu lugarzinho, não sabia que estava por aqui. - Sorri cedendo um lugar ao meu lado. 
- Wes me contou sobre hoje, achei que precisava de um ombro amigo. 
- Como eu faço pra voltar Ally? Como eu faço pra ter minha vida de volta, com todos? - Encostei minha cabeça em seu ombro, suspirando. 
- Você sabe bem com quem precisa conversar. Ela já me perguntou várias vezes sobre você, eu sinto que ela quer que eu peça pra você assinar os papéis de uma vez, mas não tem coragem. Eu não tenho coragem de te pedir isso. 
- Mas seria o melhor? Deixar ela livre pra encontrar um novo amor? 
- Dinah! Você é o amor da vida dela, você é o grande amor dela. Porém você á deixou sem um porto seguro quando sumiu depois da... Você sabe. 
- Eu não sabia o que fazer, que rumo seguir, eu me perdi no meio disso tudo.
- Como você acha que ela se sente? 
- Ela sempre foi mais forte do que eu. - Sorri em nostalgia. 
- Ela sempre foi forte porque te tinha do lado dela. - Ally segurou minha mão. - Vocês sabiam que são o casal que eu mais me espelho? O casal que eu mais tenho orgulho? 
- Somos? 
- É claro Dinah, vocês duas são lindas mulheres, que lutaram pra ter tudo que tem, você é uma das melhores advogadas do Havaii, se não a melhor, e é lutou pelo preconceito de ser lésbica. 
- Eu quero minha vida de volta. 
- Então lute por ela, saia daquela loja do seu tio, convenhamos que é um desperdicio da sua inteligência. E lute por ela Dinah. 
  Não se acostume com o que não o faz feliz. Revolte-se quando jugar necessário. Alague seu coração de esperanças, mas não deixe que ele se afogue nelas. Lute por quem ama, crie novos caminhos, novas maneiras, novos motivos pra ser feliz.