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História Bring Me To Life (Hiatus) - Monster


Escrita por: DinhaLyne

Notas do Autor


E aqui estamos novamente, seres desse planeta!
Boa leitura ^^

Capítulo 13 - Monster


Fanfic / Fanfiction Bring Me To Life (Hiatus) - Monster

"A esperança é o alimento da nossa alma, ao qual se mistura o veneno do medo."

Voltaire

 

O que acontecera a seguir fora tão rápido quanto o sopro de um vendaval, e Spencer não soube ao certo como deveria agir -se deveria agir.

Tamanha a força com que Éris desferiu-lhe um soco que sua noção de realidade foi abalada.

Em um momento estava naquele quarto vazio, no outro amarrado a uma cadeira nada confortável, sentindo a visão focar e desfocar, enquanto, ao longe, podia ouvir algumas frases desconexas de Kaliza, discutindo com o casal provavelmente dono da residência.

Ela estava sentada na cadeira ao seu lado, não mais vendada, revelando seu olhar de ódio para com aqueles familiares. Não estava amarrada, e Spencer não conseguia entender o porquê dela não reagir.

"-Duas escolhas, Kali. Não faça-me repetir."

"-Matem essa desertora, posso ficar no lugar dela!"

"-Cale-se, Éris!"

"-Prefiro a morte ao permanecer um segundo nessa casa."

Dentre todos os gritos que o zumbido em seu ouvido permitia-o escutar, aquele último, em especial, fez seu sangue gelar e um turbilhão de pensamentos invadirem-lhe em um só momento, fazendo sua cabeça doer ainda mais, assemelhando-se aos socos que recebera daquela garota aparentemente frágil.

Antes de parar seus próprios movimentos e juntando forças que não sabia  ter, disse a sua companheira para que não o fizesse, para que não morresse ou aceitasse seu próprio assassinato. Aquele ato lhe rendeu mais um dolorido golpe, desta vez em seu estômago, fazendo-o cuspir sangue e voltar a tossir.

Ao buscar novamente pelo ar, notou as pernas de Kaliza tremerem. Ela estava tão apavorada quanto ele, com a diferença de o agente do FBI já estar relativamente mais "acostumado" com situações de risco vital. O que aquela simples musicista iria fazer?

Reid não desejava perder ninguém mais. Não podia perder alguém tão importante... depois de anos, finalmente podia respirar sem que o fantasma de Maeve assombrasse suas lembranças. Tinha encontrado uma companhia a tornar-lhe os dias mais alegres e coloridos, alguém que buscava lhe entender, alguém cujas canções tinham o poder de tranquilizar-lhe ou fazer seu coração bater mais rápido que o considerado normal. Havia encontrado Kaliza e não a perderia naquela situação.

As palavras novamente pareciam sobrepostas com o barulho ensurdecedor em seus tímpanos, a visão tornou-se embaçada e observou o seu redor girar.

Agora, caído no chão e ainda amarrado a cadeira, observava os últimos movimentos desfocados e ouvia os últimos gritos daquela discussão infindável. Antes de faltar-lhe força para manter-se atento aos acontecimentos, vislumbrou um borrão vestido de preto ser arremessado contra a parede próxima a si, e este borrão ser manchado por um tom carmesim.

Não tivera tempo de ponderar sobre o ocorrido antes da inconsciência tomar posse de seu ser. Agora era apenas a escuridão e o vazio tomando conta dele, suavizando as sensações que seu cérebro insistia em tentar reconhecer.

 

[...]

 

Não sabia ao certo o que havia o despertado do breu que tomava conta de si. Se foram as gotas salinas que teimavam em escorrer por seu rosto ou se era a vontade de voltar a vida.

Sim, ele não havia morrido, pois conseguia sentir a perna dormente por conta de algum peso sobre ela. Mas de quem era aquele pranto? Não chorava, então não poderia ser dele.

Abriu os olhos lentamente, demorando certo tempo para focar a visão e encontrar-se em um quarto escuro e úmido, tomado pelo cheiro de esgoto e sangue. Ergueu a mão livre até o rosto daquele que chorava sobre seu corpo, até algum tempo atrás sem sinais de vida, buscando reconhecer aquela pessoa.

-Kaliza? - Chamou em um murmúrio ao tocar a pele alva repleta de escoriações, sujeira e sangue. - Você está bem?

Os olhos da garota arregalaram-se, e por um momento suas lágrimas cessaram, para então retomarem em um choro compulsivo.

O abraço apertado e desajeitado fez com que um suave sorriso se esboçasse no rosto do agente, que esperou pacientemente a garota se acalmar.

Ela estava em um péssimo estado, sujeita, sangue, cortes e a roupa rasgada em algumas partes deixava em evidência a briga que travara. Spencer deduziu não estar em melhores condições, mas isso não importava mais -assim como sua perna dormente. Tudo o que importava era que o coração de ambos ainda bombeava o elixir da vida por suas veias.

-Me desculpe... - Implorava em meio aos soluços. - Por favor... me desculpa.

-Shh... vai ficar tudo bem, a culpa não é sua. - Tranquilizou enquanto afagava gentilmente os cabelos negros e emaranhados.

-Eu vou te tirar daqui. - Ela se afastou, secando as lágrimas com as mangas sujas do vestido preto.

-Kaliza, como você pretende fazer isso? Nem sabemos onde estamos ou quem são esses malucos. -Tentou ser gentil e firme, para que ela não cometesse nenhuma loucura se precipitando.

A garota engoliu em seco, desviando o olhar para as paredes mofadas. Como iria encará-lo e dizer-lhe que sabia muito bem onde estavam e quem eram aqueles "malucos". Simplesmente não tinha coragem para contar a verdade, sentia que não era a hora certa. Mas sabia que quando ela chegasse, Spencer seria o único a saber de toda a verdade pelos lábios de Kaliza.

-De qualquer modo, não faça nada imprudente. Já estive em situações parecidas, só preciso encontrar uma brecha e nos tirar daqui. Mas me prometa não fazer nada de imaturo ou impensado, ok?

Os olhos hipnotizantes deixavam claro o quão sério estava falando, a situação enfatizando com as mãos em torno das de Kaliza a fizeram estremecer.

-Apenas prometa. - Ressaltou, em um murmúrio.

-Eu... prometo. - Gaguejou a resposta, finalmente voltando a olhá-lo nos olhos. - Mas prometa me desculpar e não ir embora quando todo esse pesadelo acabar.

-Eu nunca iria embora, Kaliza. - Sorriu.

-Como posso confiar em suas palavras?

-Confie, pois é uma promessa.

Não houve tempo para traçarem um plano de fuga ou trocarem mais algumas palavras, a porta de ferro sendo aberta interrompia qualquer linha de raciocínio, acompanhando os corações descompassados pelo medo e pela angústia de não saber o que viria a seguir ou o que deveria ser feito.

Quanto tempo haviam de aguentar aquele pequeno inferno?


Notas Finais


Desde já, obrigada pela companhia.
Bjks mil e até a próxima!


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