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História Brøken peøple - Øne


Escrita por: arabella70head

Notas do Autor


Primeiramente
To escrevendo essa fanfic pq não aguento mais fanfics joshler com um final triste (deixem eles vivos pelo amor de deus)

Segundamente
Ansiedade, depressão e outros problemas psicológicos são coisas sérias que não devem ser deixadas de lado. Se você sofre com isso, procure ajuda. Um psicólogo só vai te ajudar ❤

stay alive e boa leitura

Capítulo 1 - Øne


øne

 

O mais novo encarava o melhor amigo com surpresa. Há tempos ele dizia o quanto queria fazer aquilo, mas Tyler nunca achou que ele realmente faria, ou pelo menos, não enquanto ele morasse com seus pais. Agora ele estava parado em frente ao espelho do quarto de Tyler enquanto ele mesmo não sabia o que dizer fitando os cabelos agora vermelhos vibrantes de Josh.

— É tão brilhante. — ele comentou.

— Eu sei!

— Seus pais vão surtar.

— Eu sei! — Josh estava praticamente gritando, mas parecia mais animado do que realmente preocupado. Tyler se levantou batendo em seu ombro.

— Eu adorei. Se seus pais te expulsarem de casa, você ainda pode morar aqui.

— Obrigado. — ele riu colocando a touca preta novamente, cobrindo o emaranhado de fios vermelhos vivos.

Porém as mãos e as pontas dos dedos do Josh continuavam manchadas de vermelho. A tinta ainda parecia estar longe de sair.

— É. Ninguém vai notar assim. — riu o mais novo indicando as mãos vermelhas de Josh, ele tratou de enfia-las dentro do moletom.

— Calado, Ty.

Tyler ainda ria quando Josh puxou sua touca vermelha cobrindo seus olhos na tentativa de o fazer parar de rir.

— Eu preciso voltar pra casa. Tenho que limpar essa tinta vermelha do banheiro antes que minha mãe chegue. — reclamou Josh se pendurando na janela de Tyler, já colocando os pé pra fora.

— Nós ainda temos uma porta, Josh.

— Eu sei. — o mais velho deu ombros antes de saltar sobre o telhado baixo e escorregar por ele até o chão.

O quarto do amigo ficava no segundo andar da casa e a janela do seu quarto bem cima do telhado que não era tão difícil assim de escalar. Josh já havia repetido o movimento tantas vezes quando queria ir visitar o amigo escondido que já havia se acostumado. Tyler sempre fechava os olhos e dizia que um dia ele ia despencar do telhado caindo dentro da sala de estar ou quebrando um osso ou dois. Felizmente nunca aconteceu, Josh sabia que o amigo só se preocupava com ele. Ele acenou para o outro na janela quando chegou ao chão antes de atravessar a rua correndo para sua casa no fim da rua, e se certificando que seus fios de cabelos vermelhos não escapavam pela touca.

Tyler voltou a se jogar na cama quando o amigo sumiu pela rua. Ele quase se esqueceu o poço de ansiedade que ele estava se afundado antes de Josh aparecer na sua janela arfando e dizendo que tinha algo pra mostrar pra ele. Agora ele estava sozinho de novo. O silêncio beirava a irritação e Tyler se apressou em pegar seus fones e enfia-los em seus ouvidos, ligando a música o mais rápido possível. Ele não queria ficar sozinho com todos seus pensamentos. Ele tem pensado demais. Ele fechou os olhos dobrando os braços atrás da cabeça e se concentrando em cada palavra da música, se apegando a cada som e nota.

Começava a escurecer e as sombras começaram a invadir seu quarto enquanto as luzes dos postes da rua se acendiam. Era um bairro calmo de Columbus, a mesma vizinhança a mesma rua larga e parada. Vivia ali com seus pais e seus irmãos a mais tempo do que se lembrava, quase o mesmo tempo que conhecia Josh. Josh Dun era sua definição de melhor amigo. Tyler estava quase pegando no sono enquanto as músicas ainda ecoavam em seus ouvidos, ele não dormia bem a dias, mas não que tivesse contado isso a alguém ou o motivo disso. Nem mesmo para Josh. O menino achava que algumas coisa ele podia simplesmente esconder de todos. E mesmo com quarto mal iluminado Tyler deu um salto quando o viu se mexendo em meio as sombras. Ele já devia ter se acostumado com sua presença a essa altura, mas o que estava no canto do seu quarto ainda o deixava aterrorizado.

Ele se parecia com Tyler e talvez isso fosse o que o assustasse mais sobre ele. Sua forma humana tão semelhante ao seu corpo com um rosto borrado e vestes escuras, murmurando coisas dentro de sua mente. Era o motivo das noites em claro do menino. Ele não conseguia fechar os olhos, não quando a figura embaçada o encarava no canto quarto. Tyler achou ter deixado o blurryface para trás a vários anos junto com as sessões de terapia e os remédios para ansiedade, quando seus pais ainda achava que o menino com o rosto borrado de quem Tyler tanto falava era só um amigo imaginário. Criança tinham amigos imaginário, afinal. As coisas mudaram quando com o passar ele não desapareceu com o tempo como com qualquer criança, pelo contrario, ele só causava mais arrepios em Tyler. As sessões pareciam ajudar e os remédios pareciam evitar que seu coração quase saísse pela sua boca e suas mãos tremessem sem controle. O rosto embaçado desapareceu junto com todos os outro sintomas que perturbavam seu corpo. Tyler não sabia dizer exato quando ele havia voltado, mas agora sentado no escuro do seu quarto com ele parado ali, o menino pode sentir o coração disparado em seu peito e sua boca secar. Ele ouviu sua mãe chamar seu nome no andar de baixo, porém seu corpo ainda estava paralisado. Ele se esforçou a se colocar de pé ainda com os olhos fixos em Blurry. Ele costumava cochichar coisas que ecoavam dentro da cabeça de Tyler com uma voz distorcida diferente de qualquer outra, mas hoje ele estava silencioso.

— Vá embora. — mandou Tyler com a voz trêmula, se lembrando do que a doutora costumava lhe dizer.

"Ele está apenas em sua mente, Tyler. Ele não é real. Você só precisa ser mais forte que ele." A figura instável entretanto sequer se moveu. O menino ainda sentia o coração acelerado e mesmo com a temperatura fria de Ohio naquele época do ano, ele havia começado a suar.

— Tyler? Você não ouviu eu te cham-... Com quem está falando? — sua mãe adentrou o quarto o fazendo dar um salto. Ele passou a mão pelo o rosto rapidamente.

— N-Ninguém, mãe. — Kelly encarou o filho por um momento.

Ela não sabia ao certo o que se passava com Tyler, mas não queria força-lo a lhe dizer. Talvez ele só estivesse sendo adolescente, omitindo coisas dos pais como qualquer um nessa idade. Porém ela não podia deixar de se preocupar.

— O jantar está pronto, lave as mãos e venha comer, está bem? — ela viu o filho forçar um sorriso. Ela não podia evitar de trata-lo como se estivesse ainda tivesse sete anos.

— Já vou descer. — assentiu o menino antes de ela fechar a porta o deixando na escuridão novamente.

Ao olhar no mesmo canto do quarto ele ainda estava lá, como se nem tivesse se movido. O encarando com seus olhos nublados

— Vá embora! — repetiu Tyler com mais força dessa vez antes de deixar o quarto batendo a porta.

 

Já havia amanhecido. Era a terceira noite que Tyler viu quando o sol nasceu. As três horas de sono foi mais do que ele conseguiu nos últimos dias. Quando a presença de Blurry não atormentava seu sono ele era agarrado pela insônia, ele parecia estar sempre a espreita. Como se fosse aparecer em sua frente a qualquer momento. O menino sabia que sua sombra borrada não era capaz de lhe fazer mal algum, mas isso não diminuía o medo que Tyler sentia dele. Quando seu despertador no criado mudo marcou oito horas ele não pode ficar mais na cama. Ele jogou as cobertas e se enfiou dentro de um moletom. Pela janela ele via a camada fina de gelo que cobria toda rua e se acumulava sobre os telhados. Pelo menos Josh seria obrigado a usar a porta, pensou ele. E colocando sua touca vermelha sobre o cabelo ele saiu do quarto.

Sua mãe pareceu surpresa quando o viu descendo as escadas de manhã tão cedo. O menino passou pela cozinha enquanto ela preparava o café da manhã, dizendo que iria até a casa dos Dun. Tyler ignorou quando ela advertiu que era cedo demais para aparecer na porta de qualquer pessoa e torceu o nariz quando ela disse para ele pelo comer algo antes de sair. Ele saiu de casa quando ela lhe o ofereceu uma banana. Tyler pegou sua bicicleta nos fundos de casa e desceu a rua em direção a casa do amigo. O ar frio fazia seus dedos arderem apertados no guidão da bicicleta e a ponta do seu nariz se tornar rosada. Ele deixou a bicicleta encostada na cerca da casa como de costume, torcendo para não ser muito cedo e acordar os pais de Josh como sua mãe havia dito.

Laura Dun preparava o café e recebeu Tyler com um sorriso. O Joseph já era uma presença recorrente na casa da família, a amizade dos jovens agora já ultrapassava os oito anos desde que a família Dun se mudou para a casa no fim da rua. Depois de recusar uma xicara de café, o menino foi em direção o quarto do amigo pelo corredor familiar. Ao adentrar, a claridade vinda da janela dos fundos já iluminava todo o quarto, mas Josh ainda dormia profundamente em baixo de uma pilha de cobertores e seus cabelos vermelhos vibrantes contrastavam com travesseiro. O mais novo se aproximou fechando a porta devagar atrás de si. Josh era adorável quando dormia, Tyler teve que admitir. Respirando calmamente no silêncio confortável e uma expressão pacífica, o Joseph quis estar em qualquer lugar que Josh estivesse sonhando agora. Parecia perfeitamente calmo e tão melhor do que a bagunça de seus pensamentos.

A razão pela qual Tyler havia rumado para casa do amigo tão cedo era clara. Ele não queria ficar sozinho com os seus pensamentos, esperando que o rosto borrado aparecesse para atormenta-lo a qualquer momento. Era o que ele mais queria evitar; ficar sozinho. Mas ali observando Josh adormecido ele já se sentia bem. Não se passou muito quando o garoto de cabelos vermelhos se mexeu na cama, ainda sonolento abrindo os olhos por um segundo e pronto para voltar a dormir novamente quando ele viu o amigo parado a sua frente. Ele se sentou em um salto, com o coração aos pulos.

— Meu Deus, Tyler! Você está querendo que eu tenho um ataque cardíaco ou o quê?

— Sinto muito. — disse o mais novo se sentando na beira da cama de Josh, percebendo que o amigo não vestia uma blusa quando os cobertores descobriam seu peito. — Sua mãe me deixou entrar. Você que ir tocar ou jogar alguma coisa?

Josh esfregou os olhos vendo as horas no visor do despertador. Ele encarou o amigo.

— Ty, você não veio aqui ás oito da manhã de um sábado só pra irmos jogar video-game. — o garoto não disse nada enquanto Josh fitava ele. — Você está terrível, o que aconteceu?

Tyler suspirou, ele achou que poderia simplesmente esconder algumas coisas das pessoas, mas Josh não podia ser chamado de ”as pessoas”. Ele não podia esconder isso dele porque Josh era o único que o conhecia. E ali na frente do melhor amigo ele não sabia por que chegou a achar que podia.

— Não tenho dormido bem. E-Ele não tem me deixado dormir. — Tyler murmurou a última parte tirando sua touca vermelha.

A expressão preocupada de Josh ficou mais evidente.

— Ele?... Você quer dizer, o... Qual o nome que você tinha dado para ele mesmo? — Tyler odiou aquelas palavras. Dizê-las em voz altas parecia torna-las reais, mas ele se sentia aliviado por Josh não agir como se ele tivesse perdido a cabeça.

— Blurry. Blurryface. É uma sombra borrada. Ele só fica me encarando no canto do quarto. — o rosto de Josh se fechou, imaginando como a sensação deveria ser apavorante.

Ele quis proteger Tyler apesar de não fazer ideia de como. Ele se lembrava como os anos passados haviam sido difícil para o amigo, ele só queria protege-lo de tudo novamente.

— Ty, eu achei que ele havia desaparecido... Por que...? — ele nem sabia por onde começar as perguntas.

— Eu não sei. — o mais novo não tinha respostas para nenhuma delas. — Eu também achei que ele havia sumido mas,... aparentemente não. — ele deu de ombros novamente.

Se sentia mais seguro agora que Josh sabia.

— Hum, os seus pais... eles sabem?

— Não! — se apressou em dizer cruzando as pernas e se sentando de frente para Josh. — Por favor, não conte a eles. Me deixe tentar lidar com isso sozinho primeiro.

Josh o olhou incerto, o mais novo estava aterrorizado na ideia de seus pais saberem e ele faria qualquer coisa para o deixa-lo melhor, mas ao mesmo tempo sabia que era uma péssima ideia deixar Tyler lidar com isso por ele mesmo.

— Ok. Mas então você vai ter que me contar tudo. — o mais novo assentiu e Josh segurou seus antebraços. — Tudo, Tyler. Tudo mesmo. E se as coisa não melhorarem contamos para o seus pais, certo?

Tyler assentiu novamente. Era uma boa condição, falar com seu melhor amigo sempre foi melhor do que falar com seus pais.

— Então, você quer tocar alguma coisa? — perguntou Tyler e Josh se jogou de costas na cama de novo.

— Ahhhh Ty. — reclamou ele. — Está muito cedo. E você não dorme a dias. Vai desmaiar em cima do seu piano assim. — o mais novo riu do exagero de Josh. — Vêm, dorme um pouco. — disse se esticando para puxar Tyler pelo braço para o seu lado.

Tyler hesitou por um momento, mas acabou cedendo, não só por que Josh tinha duas vezes seu tamanho e era mais forte que ele. Ele se acomodou do lado de Josh dividindo o travesseiro com ele e se perguntando se ele devia se sentir estranho e por quê não se sentia assim. Era inacreditavelmente confortável ao lado de Josh, mesmo que a cama não fosse espaçosa o suficiente para os dois. Josh parecia ter dormido assim que se deitou ou pelo menos fingia muito bem. Minutos se passaram e Tyler ainda não sentia como se conseguisse dormir, apesar de sentir que a insônia estava prestes a o deixar.

— Não. Não consigo dormir. Vamos-... — disse Tyler prestes a se levantar quando Josh ainda de olhos fechados esticou o braço cobrindo sua boca e o impedindo de continuar.

Tyler empurrou a mão dele de sua boca, mas o braço de Josh ainda pesava sobre seu peito. Ele virou a cabeça para o amigo que mantinha os olhos fechados com seu rosto a centímetros do seu, ele não parecia que iria se mover. Tyler sentiu suas bochechas esquentarem, e respirou fundo antes de finalmente conseguir pegar no sono.


Notas Finais


Josh, you're out of the band.


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