História Broken - Tour.

Já haviam se passado semanas desde o passeio à casa do lago, Justin não tocou no assunto do beijo, e eu, muito menos. 

Meu pai e Pattie estavam felizes, sempre viajando, pareciam estar numa lua de mel constante. Na maior parte do tempo, eu e Justin íamos à festas ou também viajávamos. Inclusive, estamos nos preparando para mais uma viagem, Justin passará com a tour em New York. 

— Cheguei meninas! — Kendall levanta os braços e sorri. 

— Oi Ken, que saudade! — abraço-a. 

— Oi amiga. — Hailey faz o mesmo. Todas nós - e os meninos - viajaríamos com Justin, ele não estava muito animado então queríamos dar à ele um motivo para se sentir bem. 

— Todo mundo aqui? Todos prontos? — o piloto do jatinho particular do Justin - um pouquinho modesto - pergunta. Assentimos e ele afirmou que decolaríamos em poucos minutos. 

Kendall e Hails conversavam com Chaz e Chris enquanto Justin estava sentado comendo e ouvindo música. Me aproximo sentando-me ao seu lado. 

— O que você tem? 

— O quê? — ele tira o fone para me ouvir desta vez. 

— Obrigada pela atenção — reviro os olhos e ele ri — O que você tem, Justin? — falo baixo, quase como um sussurro. 

— Nada, eu acho...

— Você não engana nem a si mesmo. Desembucha, o que você está sentindo? — aquele olhar... para uma belieber, aquele olhar bastava. 

Me aproximei e Justin deitou sua cabeça em meu pescoço. Estávamos tão próximos que eu sentia o sopro da sua respiração na minha clavícula. 

— Eu sinto muito, Justin. Queria que as pessoas te respeitassem um pouco mais. Entendo que esse seja o caminho que você escolheu e que nele, perder sua privacidade seja apenas uma das consequências, mas não devia ser assim. Não deviam arrancar sua vida de você mesmo. — respiro fundo e olho para cima, no intuito de secar as lágrimas que insistiam em brotar — Me dói te ver assim. Dói não poder fazer nada, mas você pode ter a certeza de que nós estaremos com você, sempre, e que a sua felicidade é o que importa. Não importa onde esteja ou com quem esteja, você é o que nos interessa. — acaricio seus cabelos — Então mostra pro mundo quem tá aqui dentro — cutuco seu peito — mostra que tem alguém aí, alguém que merece ser feliz como qualquer outra pessoa, e que ter os holofotes apontados para você não te torna um boneco. 

— Eu não sei o que dizer, Katt. Isso dói, mas o que me mantém de pé são vocês. Minhas beliebers são minha base, sei que apesar das burradas que faço...

— Que não são poucas. — brinco. 

— Que não são poucas — ele ri — sei que vocês continuarão me apoiando. E isso... é o sentimento mais bonito que eu já recebi. Eu tento ignorar como sempre fiz, mas às vezes eu só quero momentos assim... — ele aponta para o pessoal — quero paz e tranquilidade, sem ter que dar um sorriso forçado ou explicações de coisas que eu talvez nem tenha feito. 

— Então, mocinho, sugiro que você se levante dessa poltrona e aproveite esse momento em que seus sorrisos serão espontâneos e você não terá que dar explicações para ninguém. — me levanto e puxo seu braço. 

— Só você pra animar. — ele balança a cabeça e sorri. 

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— Olá, New York. Aonde estão as gatinhas? — Chaz fala assim que desembarcamos. 

— Correram de você. — brinquei. 

— Wow, Chaz, até a Katterine te zoando. — Justin dá um soco em seu ombro e Chris entra na brincadeira. 

— Vou fingir que isso não me ofendeu, Justin. — arqueio a sobrancelha. 

Já estávamos indo para o hotel, o show seria somente amanhã, portanto hoje descansaríamos, já até prevejo a correria de amanhã. 

Assim que chegamos, cada um foi para o seu quarto, Justin alugou um andar inteiro só para nós e sua equipe. Da janela do meu quarto eu podia ver as luzes da cidade, e também, ouvir as beliebers gritando lá fora. Sorri, lembrando de quando Justin foi ao Brasil e eu era uma das garotas que gritavam o quanto podiam na porta do hotel. Resolvi pegar uma toalha e tomar banho, combinamos de descer para jantar daqui duas horas, daria tempo de me arrumar e descansar um pouco. 

Tomei meu banho, vesti uma roupa confortável e arrumei meu cabelo, ainda faltava uma hora para o jantar, mas minha barriga roncava de fome, até porque se eu não estivesse com fome, não seria eu. Me joguei na cama e peguei meu celular, abri na conversa com Justin e escrevi uma mensagem. 

“Estou com fome.” 

Em menos de um minuto ele já havia respondido. 

“Eu estou morto de fome, quer ir no Mc Donalds escondido?” 

Sorrio e respondo. 

“Te encontro onde?” 

“Na porta dos fundos, vou pedir para um dos seguranças levarem a gente, 5 minutos.”

Nem respondi, peguei minha bolsa e meu sapato, sai do quarto e fui até o elevador. Assim que desci e cheguei na porta dos fundos um carro preto já estava ligado, o motorista abriu a porta para mim e eu entrei. 

— Bu. — Justin me aperta. 

— Haha, que susto. 

— Pedi pro motorista passar no Mc Donalds e depois vamos comer em um lugar mais calmo. 

— Tudo bem, eu comeria um leão. 

— Não duvido, gordinha. — arqueio as sobrancelhas. 

— Gordinha é o seu...

— Olha a boca. — ele aperta minha barriga. 

— Isso dói, tá? — faço careta. 

— Desmancha esse bico de dois metros, gordinha. — quando eu ia dar um tapa em seu braço o motorista avisou que chegamos, por sorte tinha um Mc Donalds perto do hotel. 

Justin fez os pedidos e pagou, mesmo comigo reclamando. Assim que os lanches ficaram prontos o motorista nos levou até um bosque, quase não tinha movimento, e perto de onde nos sentamos havia um lago quase transparente. 

— Isso tá muito bom. — suspiro olhando para o meu sanduíche enquanto mastigava. 

— Eu não ia conseguir esperar o jantar. 

Comemos em silêncio por um tempo, o vento fazia o cabelo de Justin voar e tapar seus olhos, seu rosto estava vermelho e ele olhava para o lago. Imaginei como eu estaria agora se ainda morasse no Brasil, a única oportunidade de vê-lo seria na tour, nunca saberia como ele é de verdade, nunca ouviria o som da sua risada de pertinho. 

— Sou tão bonito assim? — ele se vira e aperta minhas bochechas. 

— Na verdade eu só estava pensando em como minha vida mudou. Eu só te via dentro de uma tela, e agora... — deixo a frase no ar. 

— Obrigado — ele segura minha mão — por estar sendo a única pessoa que consegue me animar. Por ter se tornado tão importante em tão pouco tempo, por ser a calmaria no meio de todos os meus problemas. 

— Você quer me fazer chorar? 

— Nunca, nunca quero te fazer chorar, KitKat. — ele deposita um beijinho na minha mão. 

Ficamos nos encarando por um tempo, eu sentia minha mão queimar onde ele beijou, aquilo era muito pra uma belieber aguentar em um dia só. 

— Vamos voltar para o hotel? Senão eles vão pensar que nós fugimos. — brinquei.

— Bem que você queria fugir comigo, né?

— Ah, dá um tempo vai. — rimos e voltamos para o carro. 

Em poucos minutos já estávamos de volta ao hotel, as meninas e os meninos já haviam descido e brigaram com a gente por termos saído para comer sem eles. 

— Ah, gente, foi só um lanche. — falei. 

— Eu nem queria ir, foi ela que me obrigou, queria fugir comigo. — Justin zoa, passando o braço pelos meus ombros. 

Depois de todos terem jantado, – devo ressaltar que o Justin comeu de novo, conversamos um pouco e cada um subiu para o seu quarto, precisávamos descansar. 

Eu já estava indo deitar quando ouvir baterem na porta, abri e Justin estava lá com um cobertor na mão e o cabelo bagunçado. 

— Elas estão gritando muito na minha janela, posso dormir aqui?