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História Broken - Trust me.


Escrita por: poetyeeun

Notas do Autor


Hello hello! Peço desculpas pela demora, mas aqui está mais um capítulo. Espero de coração que gostem, xx

- Capítulo sem revisão, perdoem-me se tiver erros.

Capítulo 13 - Trust me.


Fanfic / Fanfiction Broken - Trust me.

Silêncio. 

Eu odiava isso. Mesmo estando em um período obrigatório de calar-me e riscar a folha com várias alternativas em minha frente, eu ainda odiava o fato de não ouvir nenhum som além de respirações, suspiros e canetas movendo-se sobre as linhas indicadas. Acho que, provavelmente, comecei a odiar ainda mais não poder tagarelar por viver em um apartamento onde o meu companheiro não me dirige a palavra. 

Não posso reclamar disso, pois a nossa última noite juntos, onde trocamos palavras, farpas voaram para todos os cantos e algo me diz que tudo está melhor assim. Mas eu não sinto isso, bem no fundo, eu quero saber se ele está bem e ainda sinto vontade de velar pelo seu sono, com intuito de livrá-lo dos pesadelos que parecem atormentá-lo todas as noites que ele se deita naquele sofá pouco confortável. 

Balanço minha cabeça e espanto meus pensamentos, terminando de responder as questões, com intuito de voltar o quanto antes para aquele quarto e tentar buscar inspiração para riscar as minhas telas que estão ficando mofadas devido ao tempo que as deixei de lado, sem saber com o que preenchê-las. 

Finalizando a minha prova, entrego-a para o meu professor que sorri para mim e volta a ler o seu livro que parecia ser mais interessante que a turma que parecia queimar os neurônios com sua habilidade de planejar perguntas quase impossíveis de uma resposta curta e coerente. Ajeito minha mochila em um de meus ombros e ao passar pela porta, junto todo o meu cabelo em um rabo de cavalo pouco organizado no alto da minha cabeça.

Algumas pessoas também deixavam suas salas, e eu sigo o meu caminho para sair da Universidade. Ao descer os degraus, avisto Jake em um momento de flerte com o filho do reitor. Quem os visse de longe poderia dizer que se tratava apenas de uma conversa amigável, mas além de eu saber das suas intenções com o garoto, o meu querido amigo estava demonstrando isso com as suas risadas altas, mesmo que ele esteja ouvindo coisas sem a menor graça, está balançando seu pé esquerdo e vez ou outra desliza uma de suas mãos pelos braços de Dave que parecia não estar apanhando os sinais quase que grafitados no ar ou escritos na testa de Jake com um ''olá, eu estou afim de você, vamos para o banheiro!''

Paro um pouco distante dos dois, não querendo atrapalhar o momento, mesmo ele não merecendo minha afeição, já que ele me abandonara naquela noite para se atracar com um dos lutadores no banheiro sujo do lugar. Começo a mexer em meu celular, apenas deslizando meus polegares sobre a tela, procurando por algo interessante para fazer até que chegue a hora de ir para casa. E bastou pensar nisso que senti o cheiro único e inconfundível que pairava conforme ele andava em minha direção. Ergo o meu rosto e encontro Luke, carregando um copo de café, trajado em suas vestes diárias, cabelo bagunçado e óculos escuros, infelizmente, me impossibilitando de ver os seus olhos. 

Oh, pensamentos estúpidos!

— O que faz tão cedo aqui? - pergunto e guardo o meu celular no bolso interno da minha jaqueta. 

— Temos algo para fazer e não pode ser adiado. - ele me estende o copo de café. Franzo o cenho, mas o pego de sua mão. 

— Obrigada. - olho para o copo e contenho um sorriso, tornando a ficar confusa com suas palavras. — Temos que ir para onde?

— É melhor eu não dizer isso, já que estamos em público. Apenas vamos! - diz por fim e me dá as costas. 

Abro e fecho a minha boca, impossibilitada de dizer alguma coisa, tampouco poderia, pois sua gentileza de me trazer um copo de café após um dia estressante de provas fez o meu coração bater mais forte e um sorriso involuntário me escapar. Fugindo de qualquer emoção que teime em se apossar do meu corpo, mente ou coração, eu apresso meus passos e ando até ele. 

Acabamos passando perto de Jake que já estava jogando seus cabelos de um lado para o outro, ao me ver, ele olha para a frente e avista Luke destravando o alarme de seu carro de segurança particular. O loiro aproveita a distração de seu novo alvo que parecia intertido em acenar para um grupo de calouros do outro lado do campos, ele aponta para mim e encena algo como uma corda sendo jogada em seu pescoço e puxada, conforme sua cabeça tomba para o lado e ele coloca sua língua para fora, como se estivesse morto. Depois, ele aponta para ele e Dave, fazendo um gesto obsceno com as mãos e faz uma expressão de estar gemendo em silêncio. Mostro-lhe a língua e olho para Luke que já estava dentro do carro. 

Atravesso até o onde meu adorável segurança estava e entro no carro, sentando-me e jogando minha mochila no banco de trás do carro. Luke não liga o carro, esperando que eu coloque o cinto de segurança. Revirando os olhos, o faço. Ele gira a chave na ignição e segue o caminho, sem me dizer nada. Beberico o meu café e sinto o gosto do meu café favorito, ao leite, sem açúcar e com canela. Afasto meus lábios do copo e olho para ele que me espia pela visão periférica, eu deduzo. 

— Como você...

— É o que você sempre pede, em todos os lugares que toma café, até em casa

Casa. 

Ele não disse sua casa, apenas disse casa, como se fosse nossa

Eu estou ficando louca para achar ter escutado exatamente isso?

— Uh... Eu não... Obrigada? 

— Está me perguntando? - ele ergue as sobrancelhas e balança a sua cabeça. 

— Talvez? - mordo meu lábio inferior, desejando escapar desse momento constrangedor e estranho. — Para onde estamos indo, exatamente? 

— Para um hotel. 

— Um hotel? Por quê? O que aconteceu com o seu apartamento?

— Deixando-o sozinho com os garotos dentro dele, imagino que nada de bom, mas não estamos indo nos hospedar. - ele diz e eu ainda não compreendia. — O seu pai irá vê-la. 

Engasgo-me com a minha respiração que oscila. 

— Como? Isso não... Porque ele não me avisou? Eu tenho certeza que não recebi nenhuma ligação sua. 

Em uma velocidade que me impressiona, livro-me do copo de café quente e o coloco no suporte no carro, me apressando para apanhar o meu celular dentro do meu bolso, para me certificar de que não havia nada nos registros de recebidos, perdidos e até mesmo efetuados. 

— Ele não ligou, pois achou melhor ser algo sigiloso. 

— Pensei que ele não estava mais no país. 

— Ele realizou aquela entrevista em Houston e voltou, mas as pessoas acham que ele ainda está por lá, pois sua equipe ainda está no hotel que ele estava hospedado, apenas para disfarçar. 

Não consigo lhe responder. Encosto-me no banco e suspiro, esfregando o meu rosto e me perguntando quando tudo isso acabaria. Eu sentia-me aliviada por meu pai estar bem e, finalmente, me dando um tempo para vê-lo, mas eu queria voltar para nossa vida. Mesmo que eu sempre reclamasse de ter que lidar com a presença de Margaret, de frequentar eventos grandes, de ser abordada em vários lugares e receber olhares interesseiros sobre mim, eu ainda queria voltar para a minha vida. 

Após alguns minutos de viagem, Luke estaciona o seu carro, tendo do outro lado da rua um luxuoso hotel em algum dos bairros movimentados da Califórnia. Ele me olha brevemente e sai do carro, eu faço o mesmo, sentindo-me um pouco aflita, mas segura o suficiente para andar logo ao seu lado. Subimos toda a escadaria e passamos direto pela recepção. Ele acena com a cabeça para um grupo de homens de preto perto de uma das portas dos elevadores e eles apenas se afastam para que ele aperte os botões. 

Olho-o, me questionando mentalmente e ele soube disso.

— Tudo já está marcado, apenas pessoas autorizadas podem subir para o andar. - antes que eu perguntasse mais alguma coisa, ele se adianta. — O seu pai estava planejando isso a dias. Vocês têm algumas horas para ficarem juntos, depois, temos que ir embora antes que anoiteça. 

— Tudo bem. - balbucio e as portas do elevador se abrem. Entramos e Luke aperta os botões para nos levar até o décimo terceiro andar. 

Ao chegarmos ao andar correto, vejo mais homens no corredor, mais especificamente em frente de uma porta com numeração quatrocentos e oitenta e dois. Eles enrijecem a postura ao notar a mim e Luke, e nos dão passagem. Penso que entrarei acompanhada pelo meu segurança, mas ele espera que eu abra a porta.

— O momento é de vocês. - ele diz e retira seus óculos escuros. 

— Você ficará aqui fora?

Ele apenas dá de ombros e olha para a porta. Engulo em seco e giro a maçaneta, entro no quarto do hotel, percebendo o  quão grande ele era. Meu pai estava de costas, virado para a janela, e ao sentir a minha presença, ele vira-se, abrindo um largo sorriso ao me ver. 

— Não mereço um abraço? - ele divaga em tom divertido. Eu não penso, apenas fecho a porta e corro até ele, envolvendo meus braços em seu pescoço se o sentindo afagar meu cabelo. — Eu senti tanto a sua falta, Tina. 

Solto uma risada ao ouvi-lo me chamar pelo apelido que me dera na infância. Abraço-a ainda mais apertado, sentindo-me mais protegida que nunca por estar de novo com ele, sentindo saudades, como se eu não o visse a séculos. 

— Agora irá me contar o que está acontecendo? - pergunto ao me afastar. 

— Bom, eu esperava uma recepção mais calorosa que essa. - murmura e arqueia as sobrancelhas. 

— Eu preciso saber a verdade, pai. - dou alguns passos para trás. — Vocês estão me mantendo no escuro, como se eu fosse uma criança que não é capaz de lidar com os fatos reais. Mas, veja bem, eu posso. 

— Tina...

— Não, pai! - mantenho minha voz calma, mas estava ficando nervosa. — Não minta mais para mim, por favor. 

Ele ergue suas mãos, em forma de rendição. 

— Irei lhe contar tudo o que eu sei. - ele aponta para um dos sofás. — Sente-se. 

Ando até o sofá e me sento, ele faz o mesmo, ficando logo ao meu lado. Brevemente, observo os detalhes do quarto, era simples, mas parecia ser uma das maiores e mais caras suítes, parecendo ter uma bela vista pela varanda.

— Os atentados começaram após eu ter recebido uma carta quando deixei aquele evento organizado pelos ministros. Recebi aquilo assim que abandonei o jantar, estava dentro do meu carro, destinado para mim. Não levei a sério, pois me soou como alguma brincadeira de alguma pessoa que era contra a minha reeleição, mas elas continuaram, cada uma delas com uma ameaça diferente, algumas envolvendo você, Meredith e tudo o que eu amo. - ele passa uma de suas mãos por seu cabelo. — Trevor acabou lendo as cartas e as mandou para a polícia, e no dia seguinte, ocorreu o primeiro atentado. Nada me aconteceu, mas eu senti que aquilo não iria parar. Depois, eu recebi fotografias suas na Universidade, nas cafeterias e em outros lugares, como se alguém tivesse a observando e desejando me provar que você estava em perigo. Eu na podia arriscar perdê-la, precisei pedir a Luke para que a mantivesse segura, enquanto eu me afastava para longe, onde nada a afetasse. 

— Isso não faz sentindo. - sussurro e ele suspira. 

— Eu sei, mas é o que está acontecendo. Eu não sei o que a pessoa está querendo com tudo isso, mas não posso deixá-la em sua mira. 

— Mas ele pode machucar você! - exclamo alarmada. 

— Reforcei a minha segurança. Ando vinte e quatro horas por dia, cercado de homens treinados, e estou bem. - ele acaricia o meu rosto. — A minha única preocupação é você, que possui essa alma incontrolável. 

— E a minha preocupação é apenas você, pai. Você está correndo perigo e fugindo de sabe-se lá quem! - seguro a sua mão e aperto-a entre meus dedos.

— Eu darei um fim nisso. Essa pessoa irá ser pega e apodrecerá na cadeia pro tudo o que está fazendo. 

— Você promete? 

 — Eu prometo. - ele sorri, mas eu sei que não é um sorriso sincero, e sim de conforto, para mim. — Agora, diga-me, você e Luke estão se dando bem? Ele está cuidando bem de você?

Umedeço os lábios e solto a sua mão. 

— Ainda estamos vivos. - digo e ele alarga o seu sorriso. — Você realmente confia nele?

— Porque não confiaria? Eu sei que ele daria a vida por você. 

Isso me soa intenso demais. 

— Não acho que seja para tanto. - mexo-me desconfortável. 

— Esse é o trabalho dele, Valentina. Eu não sei porque o salvei daquela prisão, mas não poderia deixá-lo ser preso, é como se eu lhe devesse algo, mas quem está me pagando não sou eu, e sim ele. 

— Isso é complexo demais. - digo, desejando mudar de assunto, pois minha língua parecia formigar pela vontade de informá-lo de que o seu protegido era apenas um lutador ilegal. 

— Conte-me sobre a sua Universidade, faz tempo que não a ouço me contar sobre suas novas pinturas e sobre seus desejos. 

A conversa simplesmente flui com o meu pai. Conto-lhe sobre os elogios que venho recebendo em meu curso por cumprir os trabalhos com êxito e também sobre o quão animada eu estou para a exposição de arte de novos artistas que acontecerá dentro de alguns meses e eu estou me preparando para fazer uma grande pintura e tê-la exposta para grandes artistas de todo o mundo. 

Estávamos rindo de algo que ele comentou sobre suas reuniões com os outros governadores e a porta foi aberta bruscamente, ganhando nossa atenção. A figura de Luke me causou calafrios, ainda mais pela sua expressão em um misto de raiva e euforia. Meu pai se coloca de pé, intrigado pela sua forma de entrar no quarto sem anunciar antes ou algo do tipo, e eu faço o mesmo, sentindo-me perdida, tentando entender por conta própria o que estava acontecendo. 

— Rapaz, eu pedi para me dar um tempo com a minha filha. - meu pai diz, sem perder sua educação e calma. 

— Eu sei, senhor. - Luke diz e endireita sua postura. — Nós temos um problema. 

— Que tipo de problema? 

— Invadiram o hotel, estão atirando e fazendo pessoas de refém para saber onde é o seu quarto. Um dos carros de patrulha foi encontrado com os dois guardas mortos e os seguranças que estão lá embaixo irão começar a trocar tiros, mas precisamos tirar vocês daqui. 

— Quem está fazendo isso? - pergunto atordoada, olhando para o meu pai e Luke que pareciam se comunicar pelos olhares. 

— Eu não sei, são vários homens. - Luke olha para trás. — Não temos tempo. 

— Tire Valentina daqui. - meu pai anuncia. 

— O que? - altero-me. — Eu não vou a lugar algum sem você!

— Você precisa ir. - ele se vira para mim. — Irão me tirar daqui, mas você tem que ir também, sem mim. 

— Pai... Não! Eu não vou mais me separar de você. - agarro uma de suas mãos no ar, ele não desfaz o meu aperto, apenas consegue um jeito de entrelaçar nossos dedos de forma terna. 

— Você me prometeu que iria colaborar, meu anjo. Eu preciso que faça isso, mais uma vez. 

— Você está correndo risco de vida, pai. Eu não quero te perder. - tentei controlar as lágrimas, mas foi em vão. 

Meu rosto começou a ficar úmido e tomado pelas lágrimas que não paravam de cair. 

— Eu só correrei perigo se você estiver em perigo, Tina. - ele leva sua mão livre até o meu rosto e seca minhas lágrimas, mesmo que elas tornassem a cair. — Vá com Luke, ele irá tirá-la daqui e a manterá segura. 

Olho de relance para Luke que estava de cabeça baixa, apertando a maçaneta da porta. 

— Irá me ligar quando estiver seguro? 

— Eu vou. - ele sorri e se aproxima, depositando um beijo demorado em minha testa. 

— Precisamos ir. - Luke diz. — Os seguranças irão levar o senhor pelas escadas dos funcionários. 

Meu pai se afasta de mim e solta minha mão, levando ambas ao seu cabelo e o ajeitando. 

— Ela não pode sair comigo. 

Luke ergue sua cabeça  e parece pensar, olhando ao redor do quarto. 

— Irei tirá-la pela janela. 

— Cuide dela. - meu pai dita, completamente sério. 

Ele assente.

Olho uma última vez para o meu pai e tudo parece girar um pouco mais rápido, e ao mesmo tempo que ele estava em minha frente, ele é arrastado para fora do quarto por quatro homens que falavam em escutas e pareciam desesperados. Luke fecha a porta e passa a tranca por ela, andando em minha direção. 

— Temos menos de cinco minutos para sair. - ele diz e anda até a janela do outro lado do quarto, abrindo-a. 

— Eu não vou sair por essa janela. - digo e solto uma risada pelo nervosismo. 

Ele me olha por cima dos ombros. 

— Não há escolhas, Valentina. Eu preciso que você venha. 

— Sem chances, Luke. Estamos no décimo terceiro andar de um prédio!

— Só iremos nos esgueirar por seis a sete passos, até alcançarmos a escada da saída de emergência. 

— Não, não, não! - esfrego a minha testa e começo a andar de um lado para o outro. — Eu não gosto de altura. - confesso.

Luke se afasta um pouco da janela e para mais próximo a mim. 

— Eu também não, Ariel. - ele ergue as sobrancelhas e mordisca o seu piercing sobre seu lábio inferior. — Mas temos que perder alguns medos para nos tornarmos corajosos. Ou pelo menos escarparmos de algumas situações difíceis. 

Ele me parecia sincero. 

— Eu não consigo. - divago. 

— Sei que não tenho moral alguma para lhe pedir isso, mas, confie em mim. 

Ele me olha de maneira intensa, como nunca me olhara antes. 

— Eu não vou te deixar cair. - sons altos do lado de fora da porta, no corredor, ganham a atenção dele, o fazendo piscar rapidamente. — Mas nós temos que ir agora. 

Olho para ele e me assusto com o som de tiros ecoando no mesmo corredor, e em seguida um estrondo atinge a porta. 

Luke estende uma de suas mãos no ar, eu a encaro por breves segundos e pouco a minha mão menos trêmula ou suada sobre ela. Ele a fecha, com um pouco de força, mas eu não me importo. Andamos depressa até a janela e ele passa primeiro para o lado de fora, ficando de costas para a janela, mas ainda segurando a minha mão. 

— Venha, Ariel. - ele diz calmamente, mas eu conseguia perceber o seu nervosismo. — Eu não vou te deixar cair. 

— Você promete? - pergunto ao olhar para baixo, vendo carros passando na estrada, parecendo cada vez mais longes da minha visão, como se eu estivesse em um altura ainda maior. 

— Eu prometo! - ele diz em mesmo tom.

Respiro fundo, uma, duas, três, quatro vezes. Sento-me na beira da janela e passo minhas pernas juntas para o lado de fora, colocando meus pés na estreita lateral da janela, apertando os dedos de Luke. Eu olhava apenas para frente, tentando imaginar que eu estava em qualquer lugar, menos onde eu realmente estava. 

— Não olhe para baixo. - ele diz, e, automaticamente, eu olho para baixo. 

— Não, Luke! Eu não consigo fazer isso. - digo e fecho meus olhos, os apertando o máximo que eu podia. 

— Você consegue! - ele diz com firmeza. — Você pode confiar em mim? 

Eu podia?

Merda, eu sabia a resposta. 

— Sim. 

— Então apenas repita os meus passos, não precisa abrir os olhos. - ele diz e dá o primeiro passo para o seu lado direito. 

Eu o acompanho. Nos passos seguintes acontece a mesma coisa, até que chegamos na escada que ele dissera ainda no quarto. Abro meus olhos e olho apenas para ele que sobe os primeiros degraus e dá espaço para que eu vá na frente, e bastou descermos apenas três para que ouvíssemos, sentíssemos e víssemos tiros sendo disparados em nossa direção por um homem que atirava pela janela do quarto que acabamos de sair. 

— Vai, vai, vai! - Luke exclama eufórico e retira uma arma da sua cintura, disparando dois tiros em direção ao homem que para de atirar e eu imagino que ele fora atingido. 

Eu sentia o meu coração batendo em minha boca e minha respiração parecia presa em meus pulmões. 

Desci todos os degraus, sem ter ideia de quantos eram, mas quando chegamos no pequeno beco da lateral do hotel, Luke olha assustado para trás, segura a minha mão e me puxa enquanto corremos para a saída do beco. Ao sairmos, atravessamos a rua tão depressa que nos esbarramos em algumas pessoas que também atravessavam a rua. Luke destrava o alarme do carro em tempo recorde e entramos em mesma velocidade. 

Eu precisava de ar. 

— Coloque o cinto! - é tudo o que ele diz, e ainda trêmula, faço o que ele diz. 

Ele arranca com o carro, saindo em velocidade máxima e que lhe causaria uma multa, mas eu não conseguia pensar em mais nada além do que estávamos passando. Luke dirigia olhando para trás e quando ele pisa ainda mais fundo no acelerador, mudando seu semblante de cansado para um de irritado eu olho para trás e vejo dois carros desviando dos outros pelo caminho, parecendo acompanhar tudo o que o carro em que estávamos fazia. 

— Estamos sendo seguidos? - pergunto com receio de ouvir a resposta. 

— Estamos. - oh, merda! — Temos que sair da pista e encontrarmos um meio de despistá-los. 

— Como fará isso?

— Eu não sei. - ele aperta o volante e pisa ainda mais fundo, conseguindo atingir a velocidade limite do carro e de qualquer estrada, ainda mais a essa hora do dia. 

Eu me encosto no banco e olho para trás a cada momento, vendo os carros cada vez mais próximos. Luke pareceu percorrer várias ruas e furar incontáveis semáforos e placas de trânsito, mas ele conseguiu despistar os carros em uma curva que fizera ao passar a tempo por um caminho tentando contornar uma esquina de uma rua estreita, causando bloqueio nas ruas. Mas ele ainda continuava acelerando e olhando para trás. 

— Luke... - seu nome me escapa, mas eu ainda não conseguia pensar com clareza ou respirar devidamente. 

Ele me olha rapidamente, mas não consegue dizer nada quando algo parece atingir os pneus traseiros do carro, o fazendo girar pela estrada. Tudo aconteceu em câmera lenta. Eu olho para trás e vejo um dos carros escuros que nos seguiam, tendo um homem com o corpo para fora e tendo o carro indo na direção contrária ao que o nosso girava ao derrapar. Luke tentou rodar o volante e voltá-lo pela pista, mas o baque que eu sinto me jogar um pouco para o lado entrega que ele não conseguiu se sair bem nessa. 

Eu não vejo muita coisa. Algo rígido atinge em cheio a minha cabeça e meus olhos se fecham e tudo começa a escurecer, e uma dor incomoda se instala em meu braço esquerdo. Sentia-me flutuando, como se tudo de mim abandonasse o peso do meu corpo. 

Sinto a última claridade em meu rosto quando a porta do carro parece ser aberta, mas eu não saberia dizer, pois os zumbidos em minha cabeça estavam ainda mais altos que os sons que eu ainda conseguia escutar. 

— Valentina... - eu ouço a voz de Luke me chamar, ou penso que ouço.

Eu queria lhe responder, mas eu não tenho mais controle de nada em mim. 


Notas Finais


O ponto alto da estória começa agora. O próximo capítulo será o ponto de vista do Luke. Então, até logo <3

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