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História Broken - Unexpected visit.


Escrita por: poetyeeun

Notas do Autor


Hello Hello! Novamente, peço perdão pela demora, mas final de ano para mim sempre é uma loucura. Estava com o capítulo apenas para ser corrigido, mas realmente não tempo. Porém, betei o máximo de capítulos que consegui nessa semana, até mesmo no natal enquanto esperava a ceia sair, e não irei demorar com os próximos, juro juradinho.
Espero que gostem. Os encontro nas notas finais. Boa leitura, xx

Capítulo 15 - Unexpected visit.


Fanfic / Fanfiction Broken - Unexpected visit.

V A L E N T I N A

Após ficar em observação médica por mais de oito dias, pude finalmente deixar o quarto de hospital que estava me enlouquecendo. Meu pai ficou ao meu lado todos os dias, deixando-me apenas quando as enfermeiras precisavam me ajudar com o banho ou me davam remédios para diminuir minhas dores musculares. Recebi visitas, mimos e dei boas risadas com Jake que não parou de me dar broncas e alterou sua voz para Luke, lhe avisando que se eu aparecesse com mais algum arranhão, ele não se importaria em quebrar algumas unhas e deixar escorrer um pouco de suor por sua face perfeita.

Embora eu não conseguisse dormir bem nos dias que passaram, Luke sempre esteve ao meu lado. E isso me surpreendeu, desde a primeira noite que lhe pedir para ficar, não contando com o fato de que ele ficaria, sem questionar, em completo silêncio, segurando com firmeza uma de minhas mãos. Por muitas vezes fingia estar dormindo, apenas para ouvi-lo murmurar algumas coisas incompreensíveis durante a noite, mas quando eu abria os meus olhos, percebia que ele apenas falava em meio aos seus cochilos, logo abrindo seus olhos e olhando assustado para os lados, no mesmo instante em que eu tornava a fingir um sono que não existia.

— Posso ajudá-la... - Luke tenta dizer enquanto subiamos as escadas de seu prédio.

— Eu consigo fazer isso. - digo com teimosia, subindo todos os degraus, arrastando uma perna coberta pela tala incomoda.

Quando chegamos ao andar do apartamento de Luke, espero ao lado da porta, abraçando o meu caderno de desenhos que tinham novos desenhos, muitos deles tinham os mesmos traços, pois tratavam-se da pessoas que estava tomando posse de todos os meus pensamentos. Ele a destranca, olhando-me de canto, como se estivesse receoso pelo fato de eu estar indo contra tudo que fui instruída, mas eu não queria mais depender dele, era perceptível o seu cansaço acumulado de todas as noites que ele passou acordado.

Entramos no apartamento que estava um pouco bagunçado, e pelo que eu soube havia recebido uma breve visita de seus amigos que se hospedaram e disseram que arrumariam tudo, mas não era isso que haviam feito, levando em consideração as caixas de pizza espalhadas pelo chão, os copos e outras coisas, até mesmo uma cueca estava pendurada sobre um dos meus quadros que estava próximo a janela.

— Irei arrumar essa bagunça. Quer descansar no quarto? - Luke pergunta.

— Pode ser. - respondo-lhe e ele assente, arrastando a minha mala pelo corredor estreito, até o quarto, abrindo a porta. — Obrigada.

— Quer alguma coisa? - ele pergunta e eu nego com a cabeça.

— Não. Estou mesmo bem. - digo com firmeza, olhando para o seu rosto pálido.

Olho para os lados, vendo uma caixa de presente sobre a cama.

— Jake a mandou por Madison. - Luke diz antes que eu lhe pergunte. — Estarei na sala, se precisar de algo.

— Obrigada, Luke. - lhe agradeço, olhando para o loiro segurando a maçaneta da porta.

Ele não me responde, apenas meneia sua cabeça e sai do quarto, fechando a porta.

 Sentindo a curiosidade me corroer, ando até a cama e me sento na beirada, pegando a caixa embrulhada em um papel em tom de rosa extremamente chamativo. Balanço a caixa e ouço um barulho, mas não consigo definir do que se tratava. Rasgo o embrulho e viro a caixa que estava do lado contrário, procurando pela sua abertura, encontrando-a, faço de tudo para conseguir abrir de forma pouco desesperadora. Coloco minha mão direita na abertura e puxo para fora o embrulho de algo reto e firme, embrulhado em um papel também ceda. Meu queixo cai, meus olhos arregalam e meu rosto arde pela vermelhidão que devia estar se apossando de minhas bochechas.

Olho para o objeto em minhas mãos e não sei como sinto-me tão surpresa pelo presente de Jake. Solto a extensão firme e rosada que segurava e tateio o bolso do meu short, procurando pelo meu celular, puxando o aparelho e entrando na minha última conversa com aquele que considero o meu melhor amigo.

Eu: Irei matar você!

Jake: Uh, imagino que tenha aberto o meu presente.

Eu: estou falando sério, Jake. Como ousa me dar essa coisa?!

Jake: Você devia me agradecer por estar lhe dando um consolo, porque, querida, você não poderá colocar para serviço esse seu pequeno diamante que nunca fora lapidado antes. E estar ao lado desse segurança gostosão, fará com que tudo em você pegue fogo.

Eu: Não podia ter sido um amigo normal e me dado chocolates ou flores?

Jake: Isso é algo que um namorado apaixonado tem que fazer. Como seu melhor amigo, tenho que lhe ensinar sobre os prazeres da vida. Futuramente, você e o segurança irão me agradecer por isso.

Eu: Odeio você!

Jake: Pois o meu amor por você é ainda maior que esse pênis, mas também é cor de rosa. :)

Eu: Vá se foder!

Jake: Eu irei, querida. Minha foda da noite está garantida, espero que logo a sua também esteja. Agora estou indo me depilar. Beijinhos.

Jogo o celular sobre a cama e olho para o pênis jogado ao meu lado, observando, de longe, como era algo estranhamente bem feito, quase como algo exato a um pênis de verdade. Balanço a minha cabeça, e antes de fazer qualquer coisa, ouço batidas na porta.

Olho para a madeira envelhecida e para a cama, vendo o objeto jogado. Pego-o depressa e o enfio embaixo dos travesseiros. Endireitando-me na cama, tentando girar a minha perna.

— Entra!

A porta se abre e Luke aparece, colocando sua cabeça na fresta entre aberta.

— Está entardecendo e você não quis almoçar, estou pensando em pedir uma pizza para o jantar. Tudo bem para você?

— Tudo bem. - digo, um pouco nervosa, olhando para a caixa aberta sobre a cama.

— Quando a pizza chegar, voltarei aqui. - ele diz e olha-me um pouco confuso.

Ele fecha a porta e eu suspiro aliviada, pensando em um lugar para esconder aquele presente dado por Jake, ao menos até conseguir encontrá-lo e lhe devolver, pois não ficaria com algo assim guardado nas coisas de Luke.

Levanto-me da cama e ando até a janela, me sentando na cadeira recostada contra ela, olhando para o lado de fora, pensando em como a minha vida havia mudado nos últimos anos. E os últimos meses haviam sido o suficiente para transformarem tudo em um caos, me fazendo acreditar que alguém próximo queria fazer mal a única pessoa que havia me restado, a que dizia que me protegeria para sempre, do mesmo modo que a minha mãe dizia, mas ela me deixou.

Eu não queria que o meu pai me deixasse também.

Fico algum tempo olhando para o lado de fora, vendo algumas folhas caírem das árvores do outro lado, observando os poucos carros que passavam, como se tudo tivesse ficado em câmera lenta diante aos meus olhos e pensamentos. Assusto-me quando ouço baterem, novamente, na porta. Ando até a mesma e encontro Luke, segurando um prato com duas fatias de pizza e um copo com refrigerante de cola na outra mão.

— Acho que está querendo ficar um pouco sozinha, mas não irá ficar sem se alimentar.

— Não precisava fazer isso. - eu digo, reprimindo um largo sorriso que ameaçou se alastrar por meu rosto, porque havia apreciado a atitude de Luke. — Mas, obrigada, de verdade.

— Não está sentindo dor? - ele pergunta.

— Não. Irei apenas comer e tomar o meu remédio. - digo e ele concorda, me estendendo a pizza e o copo.

— Certo, eu estarei...

— Logo ali. Eu sei. Obrigada por tudo, Luke. - digo e ele mordisca o seu piercing.

Quando ele fecha a porta, mais uma vez em um único dia, sinto-me verdadeiramente sozinha. Ando até a cama e me sento, não demorando para devorar as duas fatias de pizza, sentindo-me saciada pelo sabor dos quatro queijos, o meu sabor favorito.

Termino de comer e espero um tempo, levanto-me e vou até o banheiro, levando duas cápsulas do meu medicamento para dor, os jogando em minha boca. Puxo a porta do box e dispo-me, enfrentando dificuldades com a minha tala, que a protegi com restos plásticos que a enfermeira havia colocado em minha mala, apenas para não molhar nada. Salto para baixo do chuveiro e ligo-o, deixando a água cair e molhar o meu corpo, e começo a me ensaboar da melhor maneira que consigo, praguejando por mal conseguir me mover sem quase cair, por diversas vezes.

Fecho o chuveiro após deixar um pouco da água do meu cabelo escorrer e salto para fora do box, tateando os ganchos em busca da toalha. Seco-me por inteiro e me enrolo na toalha, retornando ao quarto. Apanho em minha mala um pijama e uma lingerie, me visto e me sento na cama, onde penteio o meu cabelo, desembaraçando os fios.

Guardo minhas coisas, inclusive o pênis emborrachado, colocando-o ao fundo da minha mala, torcendo para que Luke não o encontre e pense que sou uma depravada por ter algo assim, logo em seu quarto. Deito-me na cama, acomodando-me, colocando minha perna para o lado, mas o incomodo que sinto era como o de todas as outras noites.

Fecho os olhos. Rolo na cama pouco mais de cinco vezes, procurando alguma posição confortável, mas nenhuma delas fazia com que meu corpo relaxasse. O corte que havia em minha cabeça, do lado esquerdo, ainda doía um pouco também, pois levei cinco pontos, e os retiraram apenas no final de semana.

Sento-me na cama e olho para os lados, vendo a escuridão que havia tomado o quarto.

Eu me sentia sozinha.

Eu me sentia pequena.

Pego o meu celular sobre o criado mudo e o desbloqueio. Passo meu polegar direito pela tela, procurando por alguém para conversar, mas não poderia pedir para que Madison fosse ao meu encontro, nem mesmo Jake. Passando por mais alguns contatos, deparo-me com o de Luke, gravado com o seu nome e sobrenome. Clico, olhando para a sua foto, encarando a tela parcialmente preenchida pela imagem de seu rosto e um cigarro preso entre seus lábios, causando-me arrepios só por imaginá-lo concentrado ao flagrar um momento que era a definição de tudo o que ele era ou aparentava ser.

Sexy. Sedutor. Perigoso.

Respirando fundo, me encorajo a começar a digitar.

Eu: Está acordado?

Mordisco o meu lábio inferior, esperando por uma resposta.

Luke Hemmings: Estou.

Ele responde, me fazendo engolir em seco antes de tornar a digitar.

Eu: Pode me fazer companhia por algum tempo?

Quando envio a mensagem, um leve surto apodera-se de mim, onde almejo uma maneira de reverter o que havia sido enviado, pois não queria que ele pensasse que estava abusando dele ou querendo algo além de tudo o que ele já havia feito por mim, todos os dias. Mas, de todas as pessoas que eu poderia contar, era ele que estava ao meu lado, sendo o meu segurança e zelando por minha própria segurança.

Talvez eu sempre pudesse recorrer a ele.

Batidas na porta fazem com que eu me levante, jogando o meu celular para o lado.

Afasto os lençóis das minhas pernas e ando até a porta. Abro-a e encontro a figura de Luke, com os braços cruzados contra o seu peitoral nu, envolto apenas pelas incontáveis tatuagens que me enfeitiçavam, sempre que tinha a chance de admirá-las. Abaixo de seu umbigo começava a calça de moletom de ele usava.

— Precisa que eu ligue para o médico?

— Não, eu só... - nego com a cabeça, vendo o quão preocupada estava sua expressão. — Não consigo dormir.

— Eu também não. - ele me responde.

Abaixo minha cabeça e olho para baixo.

— Quer entrar? - sinto-me arrependida por ter me deixado levar pela sensação da solidão.

Embora eu ache que tenha me acostumado a dormir com Luke ao meu lado, não é certo fazê-lo estar sempre comigo. Afinal, ele pode não querer isso tanto quanto eu quero.

— Eu quero. - ele diz e eu ergo o meu olhar, de encontro ao seu, ponderando o fato de poder ter pensado alto demais. — Você me convidou para entrar, então eu disse que eu quero. - ele se explica.

Eu estava corando e agindo como uma adolescente tola.

— Claro... - digo e me afasto da porta, dando-lhe espaço para entrar em seu próprio quarto.

Luke olha para os lados, como se analisasse a breve bagunça que eu fiz por não conseguir lidar bem com a minha perna.

Ficamos algum tempo em silêncio, ele parado próximo a cama e eu do outro lado, ainda perto da porta.

— Porque não consegue dormir? - ele pergunta, quebrando o silêncio, mas ainda de costas para mim.

Solto um longo suspiro.

— Acho que estou com medo de fechar os olhos e relembrar da noite que fui sequestrada, do dia da perseguição... - balanço minha cabeça, de forma negativa. — Estou com medo, sinto-me fraca.

— Eu também sou fraco. - Luke diz e vira-se de frente para mim.

— Você também sente medo?

— De muitas coisas.

— Qual o seu maior medo? - eu queria mesmo saber.

Ele ri pelo nariz.

— Ultimamente? - assinto, vagarosamente. — De não conseguir proteger você.

Minha respiração se perde junto as batidas aceleradas do meu coração.

— Mas você sempre me protegeu, Luke, até mesmo antes de me conhecer.

— E também quase não consegui lhe proteger da última vez. Eu quero lutar contra o que está tentando machucar você, mas eu não sei quem é o meu oponente.

— Eu acredito em você. - dou um passo para frente, com a minha perna boa. — Eu me sinto segura com você.

— Eu devia ter feito mais...

— Luke... - tento saltar, mas acabo tropeçando em minha mala, tendo que me segurar no canto dela.

O garoto inseguro de segundos atrás avança em minha direção, segurando minha cintura e me olhando com preocupação. Levo minhas mãos aos braços, segurando-os para me manter de pé.

— Você está bem?

— Estou. Apenas me desequilibrei. - digo a verdade.

— Você está se esforçando demais, Valentina. Venha, precisa descansar.

— Mas eu não consigo dormir... - retruco, sentindo-me ser levantada por seus braços, tendo tempo apenas de envolver meus próprios braços em torno de seu pescoço.

Luke me leva até a cama, colocando-me, com extremo cuidado, sobre ela. Ajeito-me nos travesseiros e o vejo puxando os lençóis para cima, cobrindo o meu corpo, mantendo sua expressão séria, sendo ainda mais difícil de desvendar o que se passava em sua cabeça.

— Quer que eu fique aqui? - ele pergunta quando dobra a ponta dos lençóis sobre meus seios.

— Você já fez muito por mim. - digo e o vejo abrir a boca para protestar. — E por favor, não diga que esse é o seu trabalho. Eu me sinto pior com isso.

— Eu não ia dizer isso. - ele diz é a minha vez de franzir o cenho. — Há muito tempo eu não estou fazendo as coisas por obrigação.

Não compreendo o que ele quis dizer, mas também não lhe pergunto, até porque, eu não conseguiria dizer nada, as palavras não sairiam.

— Eu vou ficar. - ele diz e senta na beirada da cama.

Respiro fundo, ainda o olhando, procurando por vestígios dele estar debochando de toda a situação ou apenas ao meu lado por ser o seu dever, mas não havia nada disso. Ele estava ali, apenas porque parecia querer estar.

— Luke?

Ele ergue as sobrancelhas.

— Sim?

— Dorme comigo?

Eu acharia graça de sua expressão assustada se não estivesse constrangida por estar tão frágil perto dele.

— Como?

— Eu sei que você não tem dormido bem, eu também não. Então, dorme comigo?

— Aqui?

— Se você quiser...

Ele umedece os lábios e se levanta.

Penso que ele me deixaria sozinha, mas ele apenas faz um gesto para eu me afastar um pouco para que ele se deite. Eu o faço, atordoada demais para continuar me arrependendo por estar falando o que não devia e deixando de falar o que realmente era preciso. Mas, eu só queria senti-lo por um tempo, mesmo sabendo que somos como um fogo avassalador e um balde de água fria.

Vejo-o se deitar ao meu lado, cobrindo-se com os lençóis, apoiando sua cabeça em parte do travesseiro que apoiava a minha. Luke olha para o teto e depois para mim, virando-se de lado, faço o mesmo, repetindo seus gestos, apenas tomando um pouco de cuidado com a minha perna.

— Isso está errado. - ele sussurra, olhando-me como se algo estivesse lhe ferindo.

— O que está errado?

— Ir contra minhas regras, ir contra meus medos e temores. - a ponta de sua língua toca o seu piercing, antes que ele continue falando. — Eu não sei o que é isso que estou sentindo, mas parece ter assumido o controle de tudo o que há em mim.

Eu não conseguia respirar.

— Eu também não sei. - confesso.

— Eu queria ser bom para você... - uma de suas mãos pousa em meu rosto, fazendo com que meus olhos se fechem. — Talvez você pudesse ter sido a minha salvação.

— Estou aqui agora. - abro os meus olhos.

Ele sorri, sem mostrar os dentes, logo transparecendo uma expressão de angustia.

— Não tenho salvação agora. - ele diz e aquilo me machuca, de verdade. — Acabou para mim.

— Não fale isso. - levo uma de minhas mãos ao pulso de Luke, apertando-o levemente.

— Estou falando a verdade, Ariel. - ele esboça um breve sorriso. — Os meus estilhaços se perderam pelo meu caminho.

— Me deixe procurá-los e juntá-los... - suplico em um sussurro.

— Você não quer ver-me inteiro, pois minha escuridão irá assustá-la, caso me veja como realmente sou.

Luke gira o seu pulso preso em minha mão, e segura meus dedos, juntando-os com os seus, entrelaçando-os em um elo que eu não queria que se partisse, e ele também não, devido ao olhar intenso que manteve sobre nossas mãos perfeitamente desiguais em tamanho, mas pareciam terem sido feitas para ficarem juntas.

Eu desejava que ficassem sempre daquela maneira.

— Eu já lidei com a escuridão antes. - digo e encaro nossas mãos. — Sei que posso desabar em meio a escuridão de sua alma, mas não irei deixá-lo... Não se estiver segurando a minha mão.

— Por quê? - sua voz sai baixa. — Ninguém nunca ficou antes.

— Porque você é o único que precisa ser protegido, Luke. Mas protegido de si mesmo, de todos os seus fantasmas.

Minhas palavras parecem tocá-lo, mas ele não demonstra ou esboça qualquer reação, apenas olha-me com seriedade. Em segundos sou arrastada sobre a maciez do colchão, ficando próxima ao garoto quebrado que estava em minha frente, ainda segurando a minha mão, mas agora me mantendo por completo em seus braços firmes.

— A partir do momento que você entrar, Valentina, não sei se serei capaz de deixá-la sair. Nem mesmo sei se serei capaz de continuar sem você.

— Eu não quero sair e também não conseguirei mais seguir sem você.

Não há mentiras ou promessas falsas escapando por meus lábios trêmulos, realmente estou lhe dizendo o que se passava em meu coração.

Havia sentimento em tudo o que eu disse a ele. O sentimento reprimido por tanto tempo, que de inicio pareceu ser apenas desejo por sua aura escurecida e forma fascinante de ser perigosamente irresistível, mas não posso negar que meu coração palpitava de maneira diferente quando estava perto dele. Não sei como posso nomear o que sinto, mas é algo bom e ruim.

— Você acabou de entrar em uma grande furada, sabe disso, não é? - seu tom de voz parecia mais leve.

Sorrio minimamente.

— Eu gosto do perigo.

Luke solta uma risada que faz seu peito vibrar. Fecho meus olhos e apoio minha cabeça em seu ombro, me deliciando com o cheiro de sabonete barato e perfume naturalmente seu que sempre estivera impregnado em sua pele quente. Ele solta a mão que segurava, mas apoia minha mão liberta sobre seu tronco, enquanto sobe seus dedos por meu braço desnudo, até tocar meu cabelo molhado que se encontrava jogado para trás do meu corpo. Seus dedos começam a escovar o meu cabelo, me fazendo fechar os olhos e aprecio a sensação de seu toque surpreendentemente terno.

E, como em todas as outras noites que eu o tinha em meu lado, consigo fechar meus olhos e encontrar a paz de um sono tranquilo. Porque ao lado dele, deste lutador extremamente perigoso, a verdadeira perdição de uma garota com a mente sã, é o responsável pela minha segurança, não apenas de corpo, mas também de alma e, possivelmente, coração.

(...)

Não sei por quanto tempo eu durmo, mas quando abro os olhos, fecho-os novamente, apenas para ter certeza de não vivenciei apenas um sonho na noite passada. Mas ao sentir uma respiração pesada e um inchar pelo ar acumulado no peitoral firme que me servia de travesseiro, percebo que havia sido tudo real, então meus olhos se abrem e ergo a minha cabeça, encontrando um Luke sereno, com os olhos fechados e lábios um pouco entre abertos, também ressecados. Os fios de seu cabelo louro sujo estavam bagunçados e alguns estavam grudados em sua testa. Com uma de minhas mãos, afasto-os, apenas para ter uma melhor visão  de seu rosto.

Sempre quando eu acordava no apartamento, ele já estava de pé, completamente vestido em suas tradicionais roupas escuras, com uma expressão de cansaço, mas completamente firme em seu porte que nunca desabava. Essa era a primeira vez que o via dormindo, realmente descansando como um ser humano comum.

Acho que nós dois precisávamos de uma noite assim. Sem fugirmos um do outro, apenas presentes lado a lado.

Permito que minha mão caia um pouco, o suficiente para tocar o rosto de Luke, acariciando e sentindo sua pele que continuava quente, como em todas as vezes que tinha tido a chance de senti-lo. Mas antes que eu possa traçar seus lábios, ouço baterem na porta da frente.

Não deixo de considerar a ideia de ignorar quem quer que fosse do outro lado da porta, mas podia ser alguém com noticias importantes, como a policia ou até mesmo o meu pai, que prometeu me visitar e me contar sobre as investigações. Então giro-me devagar, apenas para conseguir me afastar do peito de Luke, sentando-me na cama, retiro o seu braço que estava envolvendo a minha cintura de forma possessiva, e coloco-o sobre o colchão. Ele se move um pouco, umedecendo os lábios e mantendo seus olhos bonitos fechados.

Sento-me na beirada do colchão e coloco a minha perna com a tala no chão, sentindo um pouco de formigamento em meu pé. Tento me levantar rapidamente, pois mais batidas soavam, mas consigo apenas firmar o meu pé bom no chão, sentindo um pouco de dor em meu braço direito que estava dormente e com alguns ferimentos que ainda cicatrizavam, assim como o da minha cabeça.

Saltando de três em três passos, consigo chegar até a porta, abrindo-a e almejando ir mais rápido pelo corredor que nunca parecera tão longo e estreito, mas me fez resmungar por todo o caminho. Ao passar pela sala, não posso deixar de notar que tudo ainda estava uma bagunça, mas como prometido, Luke havia dado um jeito, amontoando tudo em um canto e ajeitando, do seu jeito, algumas outras coisas em sua sala sem vida.

Encosto-me contra a parede ao lado da porta e giro a maçaneta, abrindo-a e encontrando um homem do outro lado. Eu nunca o havia visto antes, mas seus olhos possuíam um tom que causaram-me curiosidade. Seus cabelos grisalhos contrastavam com sua camisa escura de botões e sua calça de quase mesmo tom. Nas mãos ele segurava um envelope pardo.

— Olá? - cumprimento-o um pouco confusa.

— Bom dia. - ele saúda e sorri amarelo.

— Posso ajudá-lo?

— Não... Na verdade, sim. Este é o apartamento de Luke Hemmings? - ele pergunta com insegurança.

Estreito os olhos.

— Sim. Quem é o senhor?

O homem abaixa a cabeça a meneia.

Quando seus olhos esverdeados, talvez azulados, encontram os meus, as palavras que saem de sua boca me atingem em cheio.

— Eu sou o seu pai.

Ouço algo caindo no chão, me fazendo olhar para trás, encontrando Luke com o rosto tomado pela confusão. 


Notas Finais


Broken foi um dos meus maiores orgulhos de 2016. Me dediquei ao criar a história, escolher os personagens e pensar sobre a essência que eu queria, desde o enredo ao conteúdo planejado com todo o meu amor, carinho e tudo o que há de melhor e pior em mim, pois cada palavra foi e é escrita com o meu coração, tendo sempre um pouco do que eu sou. E sendo tão grata quanto sou por sempre ter a chance de ler comentários, conversar com meus leitores e receber cobranças em outras redes sociais, não poderia postar o último capítulo do ano sem deixar o meu singelo agradecimento, mesmo sabendo que tenho que agradecê-los a cada minuto do meu dia, pois se eu tinha insegurança sobre a história quando postei o primeiro capítulo, hoje em dia não tenho mais, eu acredito em mim porque vocês acreditam. Com todo o sentimentalismo verdadeiro do mundo, só quero que saibam que não existe nada mais graticiante para mim que saber que vocês, os que comentam ou apenas leem, apreciam o meu trabalho, e agora, chegando na metade desse caminho, em 2017 algo profissional será planejado, e eu tenho absoluta certeza que posso contar com vocês para tudo.
Enfim, antes que eu chore porque sou emotiva ao extremo, quero lhes desejar - antecipadamente - boas festas e um maravilhoso ano que todos nós iremos viver, um dia de cada vez, talvez pensando em desistir em alguns momentos, mas nunca podendo desanimar, pois sempre há uma nova chance das coisas serem melhores se acreditarmos nisso. Nunca desistam dos seus sonhos, tampouco deixe de acreditar em vocês mesmos. Feliz 2017, bebês!
Nos encontramos em janeiro <3

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