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História Broken - Mine. Always.


Escrita por: poetyeeun

Notas do Autor


Hallo!
Não me matem pela demora. Passei algum tempo corrigindo 'Broken', pois irei tornar a obra em original, então, estive completamente aérea para os próximos capítulos, ainda mais nessa reta final ~ dor ~. De qualquer maneira, espero, de coração, que gostem. O fim da história se aproxima, e os problemas começam agora.
Boa leitura. MWAH!

➥ Capítulo sem uma revisão mais profunda. Perdoem-me se tiver erros.

Capítulo 20 - Mine. Always.


Fanfic / Fanfiction Broken - Mine. Always.

L U K E

Com as mãos apoiadas nos batentes da porta do quarto de Valentina, solto o ar que nem mesmo percebi estar prendendo em meus pulmões. Beijamos-nos durante alguns minutos, mas paramos quando o meu celular tocou, foi como se a realidade estivesse nos chamando, e a consciência gritando para que eu me afastasse. Passamos o resto do dia em silêncio, trocamos poucas palavras durante o almoço rápido que a ajudei a preparar. Tomei banho em um dos banheiros da casa, sentindo-me inquieto e incomodado com o pensamento nela estando a apenas algumas paredes de distância.

Neguei. Praguejei. Odiei a mim mesmo por sentir tanto a sua falta. Bebidas não me ajudaram a apagar o seu rosto da minha mente, e quando menos percebia, estava com os dedos deslizando sobre o seu contato em meu celular. Escrevi inúmeras mensagens que nunca enviei. Pressionei o botão para ligar, mas nunca permiti chamar. Em meio as fumaças e toda a nicotina invadindo o meu sistema, o seu aroma era tudo o que eu sentia. Esforcei-me para seguir em frente com uma foda fácil, mas no instante em que tinha mãos tocando o meu corpo, lábios ousando roçar a minha pele, não conseguia continuar, pois ao fechar os olhos, era a sua maciez que queria contra mim. O seu calor e sabor.

Era apenas ela que eu queria. E, porra, eu nunca quis algo assim em minha vida.

Pensei em gritar e empurrar o inferno para fora de Michael, alegando ele estar errado em ajudá-la a fugir, quando na verdade, senti raiva por ela tê-lo procurado antes de me telefonar. Estaria onde fosse necessário para tomá-la de volta. Poderia gritar, dizer que era errado e tentar fazer o certo para mantê-la em segurança, mas estaria lá, para ela.

Eu sempre estaria.

Respirando fundo, arrisco-me em uma batida. Talvez tenha soado como um soco contra a madeira.

Cambaleio para trás, ouvindo passos do lado de dentro. Algo estranho assume do meu peito, e sou capaz de sentir minha pulsação acelerar. Devia simplesmente apurar meus passos pelo corredor e descer rapidamente as escadas, mas antes que minhas pernas obedeçam aos comandos do meu cérebro, a porta é aberta e a figura pequena, com o cabelo um pouco mais escuro e molhado, jogado para o seu ombro direito, trajando um short curto e um moletom que o cobria quase que por completo. Não havia um mínimo resquício de maquiagem em sua pele, e eu gostava disso. Seus olhos pareciam mais claros, entre um verde vivido e um caramelo mórbido. As sardas espalhadas desde o seu nariz até as maças de seu rosto empalidecido tornavam-na ainda mais bonita, e ela não fazia a menor ideia disso.

— Oi. – murmura, sorrindo, sem mostrar os dentes.

— Ei. – limpo minha garganta, não sabendo ao certo o que dizer a ela. — Você não desceu para jantar. Posso pedir uma pizza, ou qualquer outra coisa que queira.

Eu era um mentiroso filho da puta.

Encontrei o menor pretexto para vê-la novamente, tanto para saber se estava bem, quanto para cobrir as falhas em minha mente que não se silenciaria enquanto não tornasse a absorver ao menos um por cento dela.

Mesmo eu querendo tudo.

— Não estou com fome. – suspira.

— Está tudo bem? – questiono. — Não consegue dormir?

— Na verdade, não. – mordisca o lábio inferior, e olha-me de soslaio, abaixando sua cabeça, fitando seus pés. — Você pode ficar comigo? Acho que me acostumei a ter sempre um par de seguranças na porta do meu quarto.

Engulo em seco.

Ainda me culpava por não ter cuidado devidamente dela, de não ter lhe dado a devida segurança. Esse era o meu único trabalho, mas estraguei tudo com a única pessoa que quis acertar.

— Tudo bem. – é tudo o que consigo dizer.

E com o seu mais puro sorriso, afasta seu corpo da porta, dando-me passagem na soleira. Do lado de dentro, coloco as mãos dentro dos bolsos da minha calça de moletom que, por sorte, encontrei entre algumas peças na lavanderia, de quando ainda trabalhava na mansão, e olho ao redor. O seu quarto ainda era como podia me lembrar, ainda que estivesse um pouco vazio. Sua cômoda ainda estava cheia de frascos de perfumes e produtos femininos, mas apenas o cheiro de limão com uma pitada de canela pairava no ar. O mesmo cheiro que ficou em meu apartamento, no meu quarto e em cada canto pelo qual ela passou. Em uma das paredes tinha alguns desenhos colados. Ela deixou para trás o seu caderno de desenhos, e para me torturar um pouco mais, analisei cada um deles, sentindo as mais divergentes emoções.

 — Ligou para o seu pai? – pergunto, ouvindo a porta se fechando atrás de mim.

— Não. – ela faz um estranho som em sua garganta, e caminha para perto de sua cama ainda feita. — Mas enviei uma mensagem. Em algumas horas, tropas policiais de todo o mundo estarão batendo na porta da frente.

Balanço a cabeça.

— O que fez não foi certo.

— Iremos mesmo voltar a discutir? – umedece os lábios, atraindo minha tenção apenas para a carne fina e rosada. — Pensei que tivéssemos estabelecido uma trégua, ou algo assim.

Ela se senta na beira da cama, apoiando suas mãos no colchão.

— Está certa. – retiro minhas mãos dos bolsos e balanço-as no ar, em sinal de rendição. — Deve estar cansada. Deite-se e tente dormir, eu estarei aqui.

Olhando-me por alguns instantes, ela assente e acomoda-se como consegue. Assisto-a se cobrir com o coberto que antes esteve esticado por todo o colchão. Ela parece ainda menor debaixo do material macio e azulado. O seu cabelo, mesmo que ainda molhado, reluzia contra a fraca iluminação apenas pelas luzes do abajur.

Eu ainda conseguia sentir seus lábios inocentes sendo devorados pelos meus, ferozes. Toda a minha fome para tê-la mais uma vez, enraivecido comigo mesmo por estar declinando em um caminho desconhecido, davam-me apenas mais certeza de que não a enxergava mais como uma garota mimada. Ia muito além disso.

Algo que eu não devia sentir. Nunca.

Limpando a garganta, encaminho-me para o outro lado do quarto, parando ao lado da janela. Com o indicador esquerdo, contorno as ondas da cortina branca e bordada que cobria parte da única janela do cômodo bem arejado. Nas primeiras semanas que me coloquei para vigiá-la, depois de sua fuga digna de aplausos, diga-se de passagem, encontrei-me encarando a varanda. Não sabia como ela conseguia se esgueirar como um minúsculo rato por uma casa rodeada de seguranças, mas todo cuidado seria pouco. Subestimei-a por tê-la salvo uma vez, e encontrando-a completamente acuada e ferida, sem forças para lutar, mas me enganei. Valentina era altruísta e irascível, uma leoa no corpo de uma gata domesticada – por não encontrar melhor exemplo para isso.

— Luke? – sua voz doce me desperta tanto quanto me paralisa no lugar. — Deite-se comigo.

Sentindo meu peito vibrar, olho-a de soslaio.

— Você não sabe o que está pedindo. – minha voz racional escapa por um fio prestes a se partir. — Durma.

— Eu sei o que estou pedindo e também o que quero. – sua confiança ainda era a mesma, talvez um pouco mais elevada nessa noite. — E nesse momento, é você.

Um segundo de vertigem deixa-me zonzo.

Minha visão torna-se vermelho puro e vivo. Não era raiva, mas uma avidez que eu não devia sentir por ela.

Era errado. Foi um erro desde o início, ainda naquele beijo lascivo que não devia ter acontecido. Eu sabia disso, ela também. Mas ainda assim, encontro-me rumando em direção a sua cama que era grande o bastante para duas pessoas, ou mais, embora fosse pequena demais para nós dois.

Erguendo-se um pouco para cima, senta o seu corpo miúdo e pisca os olhos, fitando-me com curiosidade e algo mais. Apertando meu maxilar, livro-me dos meus chinelos e pouso o joelho esquerdo na cama, em seguida, o direito, e quando me dou conta, estou tão próximo a ela que posso jurar estar ouvindo as batidas do seu coração.

Sento-me o mais longe para manter minha sanidade intacta, mas sua mão direita, tão pequena e delicada, toca em meu antebraço, segurando-me e atraindo minha atenção. Uma sereia com o seu olhar capaz de colocar de joelhos até o mais seguro homem. Até o mais fodido ser humano que luta contra tudo para não querê-la tanto. Permito-a me guiar, e não consigo respirar ao sentir sua respiração se perder com a minha, chocar em meu rosto como se fosse necessário enlouquecer-me por inteiro.

Seu olhar cai para meus lábios, e os meus, acompanha-os, flagrando o instante em que a ponta de sua língua escorrega por entre os seus, umedecendo-os em um gesto comum, mas tão perigoso quanto uma faísca de fogo em um amontoado de folhas secas. Soltando o local em que segurava, afasta sua mão, não fazendo ideia de que deixou minha pele em chamas, ergue mesma para alcançar o meu rosto, apoiando-a em meu maxilar travado. As pontas de seus dedos acariciam-no, enquanto seu foco desvia da minha boca e de meus olhos atentos em suas feições.

Fecho meus olhos, sentindo-a assumir o controle do momento que parecia ser um conhecimento seu sobre mim. Devia empurrá-la e ditar-lhe minha regra. Mas seria errôneo, pois essa e todas as outras regras caíram por terra no dia em que a carreguei em meus braços e matei por ela. Assinei minha sentença para sentar ao lado do diabo, sendo condenado ao inferno cruel. E não me importava com isso, desde que ela estivesse bem.

Um estranho formigamento pica minha pele, levando-me a abrir os olhos. Valentina arrasta o polegar em meus lábios secos, raspando-o pelo contorno e traçando a volta do meu queixo. Engulo uma respiração dolorosa que se fecha em minha garganta. Inclino um pouco a minha cabeça para trás, notando sua aproximação. Seus lábios molhados e tão convidativos se descolam e ousam tocar os meus. Um beijo seco, desencadeando uma explosão em meu peito.

— Você é tão bonito. – sussurra, roçando o seu nariz no meu. — Deixe-me vê-lo, Luke.

— O que...

Minha vista levemente embaçada pela comoção de sentimentos impende-me de captar a sua ação, mas sou capaz de sentir os dedos de sua mão livre na barra da minha camisa, se infiltrando em minhas costas. Ela cava o quanto consegue, e desliza suas unhas curtas em minha pele que se arrepia até as pontas dos meus pés.

— Ariel... – balbucio, incerto sobre tudo. — O que está fazendo?

Engasga-se com seu arfar. Abaixando sua cabeça, apoia sua testa em meu peito, e eu viro o meu rosto para o lado.

Agarro seus cotovelos ao tê-la tocando em uma das minhas cicatrizes. Sabia que não eram camufladas pelas tatuagens, ainda que todas elas tenham sido feitas por um único intuito. Queria cobri-las, pronto para evitar os olhares piedosos que receberia ao ser encarado na luz do dia, enquanto seguia com meus exercícios. Fui resistente a dor de cada um os desenhos que as cobriram. Mas, essa garota atrevida as sentiu em seus dedos, ultrapassando a barreira que ninguém jamais ousou ao pisar na beira antes, e estava passando por cima de todas as ondulações grossas. Marcas eternas para nunca deixar-me esquecer de como sou danificado.

— Você precisa parar... – imponho em um rosnado abalado.

Ela me ignora.

— Vou tirar a sua camisa. – sinto-a soprar em meu pescoço.

A mão que estava alojada em meu rosto escorrega por meu ombro, e cai para a barra da camisa, e com ambas as mãos travessas, ergue o tecido fino para cima. Afastando seu rosto do meu peito, olha-me de forma suplicante. Ela me tinha em sua palma. Ajudo-a, levantando os braços e deixando-a livre para levar a camisa para fora do meu tronco, embolando-a e a soltando do outro lado, em algum lugar do carpete.

Juro ter visto luxúria em seus olhos que varrem ao redor do meu peitoral e abdômen. Respirando fundo, suas mãos pequenas apalpam meus braços, encontrando algumas cicatrizes que consegui em lutas. Nenhuma delas foram dolorosas quanto as das minhas costas. E Valentina as acaricia como se fossem puras, encara-as como se fossem bonitas. Em um movimento sutil, incentiva-me a ficar de costas para ela. Não posso negar-lhe, ainda que não quisesse que ela realmente me enxergasse.

Endireitando as costas, abaixo minha cabeça e não consigo mais vê-la, mas ela me toca, mostrando que está por perto. Correndo as mãos por meus ombros, escorrega por minhas costas e seus dedos indicadores traçam as tatuagens que se conectavam em galhos envolvendo um dragão e uma fênix. Desliza rente ao punhal que espetava um coração negro, sendo sucumbido pelas sombras da mesma fênix se desfazendo, mesmo que fosse renascer. Exatamente como a tatuagem em meu peito. Era a minha história misturada entre outros desenhos. Eu não era o único que sabia. Agora, a garota que me estragou para o mundo sabia sobre ela também.

Ouço um fungar baixinho. Estreitando os olhos, viro o rosto para o lado direito.

— Você está chorando? – dessa vez, é um soluço, confirmando minhas suspeitas. — Porque, Valentina?

Seus dedos cessam rente ao elástico do cós da minha calça.

— Essas cicatrizes... – estremeço ao ouvir sua voz embargada; emocionada. — Elas são lindas, como cada parte de você. Mas, não devia tê-las em sua pele.

Remexo-me, inquieto, e fecho meus punhos, apertando os dedos em minhas palmas suadas.

— Não sinta pena. – pontuo. — Não chore por minha causa. Nunca.

— Eu não sinto pena, Luke. – sua voz é tranquila, mas vacila um tom. — Apenas queria socar muito forte quem quer que seja a pessoa que tenha machucado você.

Minhas narinas e pupilas dilatam. Minha pulsação acelera. Meus batimentos intensificam.

Não era raiva, no entanto.

— Você poderia quebrar o seu nariz. – balbucio, e ela resmunga, apoiando sua testa em minha nuca.

— Ainda dói? – nego com a cabeça, incerto se ela poderia ver. — Eu falo sério, Luke. Essas marcas...

— São para me lembrar do meu passado. – corto-a. — Para me lembrar de que não quero e não posso ser como o homem que as causou.

Pisco rapidamente, espantando as cenas que ousavam aparecer. Elas faziam parte de tudo. Nem mesmo quando a noite caia era possível que meus olhos se fechassem sem que me relembrasse dos castigos e punições, e, principalmente, da maneira brutal que minha alma e coração foram arrancados de mim.

Nunca pensei que pudesse sentir algo bom novamente. Pois sou como um peso morto ainda existindo, caminhando pelas ruas, e devastando americanos em ringues ilegais. Religiosos e crentes em Deus sabem que não tenho perdão, e que estou destinado a ir para baixo. Entretanto, por alguma razão, alguém bom tentou resgatar o que se foi e, embora não possa dar-lhe o bem, posso me sentir sortudo por ter tido a chance de ter sido seu escolhido.

— Você não é como ele. – sussurra em minhas costas. — Você é um bom homem. Um pouco quebrado, e cansado. Só precisa parar de lutar por não se achar digno de coisas boas. Você merece o melhor.

Mantenho-me respirando, em silêncio.

Eu não era bom. Não merecia nada além de tudo o que recebi. No percurso, encontrei-a, e não sei o motivo. Ela é boa, possuía uma alma livre e tão limpa, tudo o que não poderia cobiçar para mim, pois está em minhas veias a autodestruição. Mas seja lá o que isso signifique, não estou pronto para deixá-la ir.

E não acredito que vá estar em algum momento.

— Vire-se para mim. – seu sussurro é fraco, mas determinado.

Como se estivesse sob o efeito de um feitiço lançado por seu canto de sereia, giro o meu corpo, ficando de frente para ela, nunca a havia visto tão bonita. Todo o seu rosto tinha um leve rubor, até a ponta de seu nariz pequeno e arrebitado. Seu cabelo ainda estava molhado, mas as ondulações naturais pareciam mais visíveis, e alguns fios caiam em seus ombros. Ela estava ajoelhada, firme em seus próprios joelhos, e suas mãos descansavam ao redor de suas pernas. Seus olhos, queimando sobre mim.

Havia desejo. Medo. Fome. Tudo.

Tudo o que eu sentia, mas não podia demonstrar, lutando contra mim mesmo para não debruçá-la em cima da cama e realizar com ela os mais pecaminosos e insanos pensamentos que tive ao longo dos dias em que passei ao seu lado. Ansiando por gritar com ela e fazê-la compreender sobre responsabilidades e perigos, porém, também, como era difícil manter minha concentração em suas rebeldias quando ela estava a apenas alguns passos de distância, tornando em ouro tudo o que tocava em meu quarto.

Desligado da linha fina que ainda sustentava minha racionalidade e bom senso, ergo minha mão direita, alcançando o seu rosto e fios úmidos de seu cabelo, colocando-os para trás. Valentina suspira e fecha seus olhos, apertando-os por um segundo, e meu polegar traça a sua pele. Ela era macia como seda, e minha mão calejada e áspera. Mais uma de nossas diferenças gritantes. Mas estranha era a forma em que isso parecia se interligar, como se fosse preciso sermos tão opostos para nos tornar um só.

Puxo-a para frente, sem muita delicadeza, dando-lhe tempo apenas para pousar suas mãos em meu peitoral, ganhando estabilidade. Meu nariz ainda doía, e latejou por todo o dia, mas não perco tempo antes de encostá-lo propositalmente no seu. Meus lábios crispam os seus, e beijo-a. Não era um beijo gentil, e ela percebe isso assim que mordisco a ponta de sua língua que pede passagem antes que a minha se liberte. É bruto e intenso. Errado e tão certo.

Levo a mão livre para sua cintura e pressiono meus dedos em seu moletom, erguendo-o um pouco para sentir sua pele quente. Cada polegada dela era macia. Seus lábios inocentes são consumidos pelos meus famintos, e ela não se assusta com a necessidade do beijo.

Eu nunca beijava as mulheres com quem transava, não importava quantas investidas e abordagens tentassem. Era mais fácil sair sem sexo que ceder-lhes uma brecha. A ruiva, por sua vez, conseguiu me desequilibrar. Tornei-me viciado em seus beijos, e por noites não consegui me imaginar fazendo qualquer outra coisa que não fosse beijá-la a cada segundo. Vigiando-a pelos corredores da universidade, queria empurrá-la para a sala mais próxima e fazê-la me beijar de novo, a fim de dizer a mim mesmo que não passava de um vicio tolo e me livraria depois que usufruísse de um pouco mais. Enganei-me como o inferno. Observá-la me deixou louco. A maneira em que ela torce os lábios quando está pensativa, e como os cantos se erguem quando ela sorri. Até mesmo a mania pouco notável de ela mordiscar a carne fina de seu lábio inferior sempre que é contrariada ou está tendo que se controlar para não saltar no pescoço de alguém.

Seus lábios são pura perdição. A verdadeira condenação de um homem por envolvê-los em calunias dentro de pensamentos sujos.

— Precisa me mandar parar... – rosno e arrasto meus lábios para beijar seu queixo. — Expulse-me, Ariel! Grite comigo e me coloque para fora.

Ela nega com a cabeça. Eu acho.

— Luke...

Meu nome soa como um sussurro sôfrego, e instiga meu instinto selvagem. Com ela eu preciso ter calma, ser paciente e cuidadoso. Mais um ponto que nenhuma outra pessoa obteve de mim.

Ousando apreciar a graça que me foi concedida, beijo sua garganta, segurando parte de sua nuca e cabeça com uma de minhas mãos, forçando-me a mantê-la, ainda que estivesse levando seu próprio corpo para trás. Era uma cena linda. Distancio-me apenas para gravá-la em minha mente. Seus lábios entre abertos, os olhos fechados e o rosto um pouco mais corado. Sinto meu membro apertar em minha cueca e calça, forçando-me a voltar para beijá-la, mas antes, levanto o moletom pesado. Meus dedos acariciam as laterais de seu corpo, e com os olhos abertos, ajuda-me a remover o seu agasalho, atingindo-me como um tiro certeiro em meu peito.

Não consigo respirar avistando-a completamente nua. Ponderei qualquer peça de roupa íntima, desde uma sensual a uma infantil. Mas me surpreende por não ter nada cobrindo seus seios pequenos. Sou incapaz de desviar o olhar, encarando o par arrebitado como se fosse a primeira vez. Deixo cair o moletom, não me preocupando em saber onde havia caído, e apalpo os pequenos seios que se perdem em meus dedos. Valentina estremece sob meu toque, e ouço-a gemer de forma contida. Erguendo o olhar para fitá-la, ainda sinto-me alheio a uma respiração regular.

Como o canalha que sempre fui, deixava-me levar por um par de seios cheios, assim como o resto de todo o conjunto que pudesse ser palpável o bastante por uma noite. Nunca desejei menos que a fartura em minhas mãos, mas agora, tudo havia se perdido e descobri o tamanho ideal para sentir. Era o suficiente.

Ainda pressionando meus dedos ao redor dos seios, deslizo para beliscar seus mamilos rosados e delicados. Estavam duros, ela sentia excitação. E o homem das cavernas em mim, gabava-se por isso. Seu corpo vibra, arrepiando-se, e descubro o ponto para despertar sua total sensibilidade. Vasculho sua expressão, procurando por qualquer sinal de desapontamento ou receio, mas não existia nada além de desejo e curiosidade. Pressiono seu mamilo esquerdo entre meu polegar e indicador, e ela solta um gemido sonoro e melodioso. Cansado de lutar contra o que já havia perdido a batalha, balanço minhas pernas para fora da cama e curvo-me para ficar de cara com seus seios, abocanhando um deles, enquanto o outro recebia atenção da minha mão e dedos que seguem o ritmo da minha língua e dentes.

Sugo tudo o que é possível, e ela grita, move-se inquieta, e crava seus dedos em meus ombros, buscando apoio ou qualquer outra forma de segurança. Eu não paro, continuo aproveitando do seu sabor que derrete de forma agradável em minha língua, e meus dentes brincam em raspadas ligeiras, instigando-a a se contorcer um pouco mais. Ela gostava, e eu apreciava proporcionar-lhe um momento insano que, nós dois, podemos nos arrepender quando a manhã chegar.

Preciso aproveitar o agora, porque se esse ato for o último empurrão que me faltava para ir para o inferno, ficarei feliz em abraçar o diabo.

Inclinando-me para frente, aproveitando seu corpo relaxado sob o meu, consigo deitá-la e sou recebido por seus joelhos cedendo para os lados, suas pernas se abrindo, provocando-me da melhor maneira possível, dando-me permissão para encaixar-nos como um só. Como duas peças que faltavam em um quebra cabeças. Duas almas quebradas se encaixando em meio aos destroços.

Seu gosto era viciante, e eu devia ter me preparado para isso. Não podia tê-la provado, porque não conseguiria me afastar. Com o cabelo espalhado no travesseiro claro, Valentina parece brilhar. Nunca contemplei uma mulher antes, mas ela merecia tudo o que nunca proporcionei a alguém. Merecia o mundo, se assim desejasse. Grunhindo como um animal enjaulado, troco as caricias, arrastando meus lábios sedentos pelo vão entre seus seios, abocanhando o outro, dando a mesma atenção, e passando a beliscar o mamilo mais sensível devido as minhas investidas sobre ele. Seu quadril ergue-se para cima, chocando com meu tronco e torturando cada fibra que mantive resistente para não arruinar o momento.

Ela merecia cuidados, mas eu não conseguiria aguentar muito tempo se não pensasse em qualquer coisa menos extasiante que assisti-la gemer debaixo de mim. Raspando com uma última mordiscada, disparo beijos em uma trilha invisível por seu abdômen liso. Ela possuía algumas pequenas pintas e uma marca de nascença próxima ao seu umbigo. Beijo-a e me disperso com o formato semelhante ao de uma flor miúda. Não existia um centímetro dela que não fosse interessante. Meus indicadores travam no elástico de seu short fino de dormir, e erguendo o olhar, encontro os seus olhos pesados, piscando tão vagarosamente que poderia dizer que ela já estava em seu limite, mas seu corpo dizia o contrário.

— Pegue, Luke. – sussurra. — Faça-me sua.

Ela teve a chance de dizer qualquer coisa, entretanto, sussurrou as palavras que terminaram de alimentar minha luxúria.

Engolindo a última gota de prudência, puxo a sua peça para baixo e escorregando os pés pela cama, encontra apoio para erguer-se para cima, ajudando-me a despi-la. Sem pressa, percorro o fino tecido de sua roupa por suas pernas curtas e finas, logo passando por seus tornozelos, deixando-a balançá-lo para longe com as pontas de seus dedos. Ajoelhado, entre seus próprios joelhos, umedeço os meus lábios que, de repente ficaram tão secos.

Havia restado apenas uma peça. Sempre gostei de vermelho, e mulheres que usavam lingeries e vestimentas de tal tom, também me atraiam. Valentina, por sua vez, usava uma cacinha azul. Simples, rendada e delicada. Minha mão direita vagueia por seu joelho direito, escorregando por sua coxa, ficando a um arrastar de se aproximar de sua intimidade. Então, o faço. Meus dedos longos tocam a renda que parecia inflamar em uma temperatura elevada. Valentina estremece e congela no lugar, olho-a atento, pensando que esse seria o instante que ela desistiria e me mandaria para fora, mas com um menear breve de cabeça, instrui-me a prosseguir. Suspiro aliviado, sabendo que não devia ansiar por continuar, mas queria ir ao fundo disso, sem ponderar voltar atrás.

Não tinha mais volta.

Minha Ariel destruiu-me para tudo e todos.

Meu polegar acaricia o seu ponto aveludado ainda coberto pelas rendas, mas sinto-a pulsar, e meu membro responde em um pulsar intenso. Calafrios serpenteiam por minha espinha. Ela está tão molhada. Descolando meus lábios, afasto o material da calcinha para o lado esquerdo, e meu polegar direito tem acesso para acariciá-la devidamente. É exorbitante. Meu coração esmurra o peito. Com o olhar suspenso no seu, penetro-a com o meu indicador, e os dedos da minha outra mão contornam a base de seu joelho esquerdo. Valentina se movimenta em minha mão, gemendo, arfando, pedindo silenciosamente por mais.

E eu dou.

Em uma ação fugaz, debruço-me em cima de seu corpo espalhado na cama, e sem perdê-la de vista, substituo o indicador por minha língua, provando-a completamente, constatando que ela era mesmo doce. Permaneço sugando o seu gosto, ritmando com sua reação instintiva com o quadril. Sei o exato instante de parar, pois não queria que sua libertação viesse em minha boca. Não dessa vez. Deixo sua intimidade, mas arranco sua calcinha. Usando meus cotovelos para me reerguer, levanto-me para me livrar das minhas roupas para que ficássemos iguais. Ela tenta se erguer, mas estava fraca, tomada pela exaustão causada pela excitação.

Covardemente, desço minha calça de moletom e cueca. Meu membro ereto salta para fora, e posso ver o seu ato de engolir em seco. Em qualquer situação, isso elevaria um pouco mais do meu ego e eu soltaria alguma frase suja e bruta para desconsertar a minha companheira da noite. Mas, me preocupo com Valentina, pois algo se passa em seu rosto. Um sentimento que pode se comparar ao medo, e não gosto disso. Terminando de me livrar das minhas roupas, com o olhar focado no seu, volto para a cama, esticando meus braços, apoiando minhas mãos, uma em cada lado de seu corpo no colchão. Ela se encolhe um pouco e suspira, tenta me beijar, mas me afasto antes que seus lábios toquem os meus, recebendo um beijo seco em minha garganta.

 — Está com medo. – era uma afirmação. — Você é virgem?

Não era comum para mim fazer esse tipo de pergunta. Minhas parceiras sexuais eram experientes, cativas e embaladas pelo sexo, não tinham o menor problema em serem fodidas a minha maneira. Valentina era diferente. Eu teria que me lembrar disso a cada segundo.

— Não. – sua voz soa baixa, e me esmaga.

— Então, está arrependida?

Ela nega.

— Enquanto estava em cativeiro, aqueles homens... – faz uma pausa e fecha os olhos. — Eles tentaram abusar de mim. Não concluíram o ato em si, pois eram sempre interrompidos por ligações. Quando ficavam a sós comigo, me diziam palavras pesadas, faziam-me imaginar situações que... – soluça. — Mulher alguma gostaria de passar. Eu senti medo, pois a minha primeira vez não foi agradável, tão pouco mágica. Não permiti ser tocada por outro homem depois dele. Eu era tola, uma menina. E estar naquele lugar, com pessoas que me bateram e me tocaram...

Envolvido pela raiva, meu corpo perde o equilíbrio, mas não caio sobre Valentina, apenas tento me levantar, mas ela não permite, enlaçando meu pescoço com seus braços. Meus olhos estavam fechados. Enquanto estive preso, pensei ter sido estúpido por ter matado dois homens por uma desconhecida, mas não senti remorso ou pena. Faria tudo novamente. E se ao menos tivesse suspeitado que foram capazes de tocá-la, teria dado-lhes uma morte dolorosa, iria torturá-los, cortando fora seus membros, fazendo-os engolirem cada centímetro, e foderia com suas vidas antes de torná-los cinzas.

— Porque não contou isso para a polícia? – não conseguia abrir os olhos, ainda.

— Eles já estavam mortos. – seus lábios se movem em meu pescoço. Ela reforça o seu aperto em mim, como se temesse que eu fosse para algum lugar. — Porque você me salvou. E se estou segura agora, é por você.

— Eu mataria qualquer pessoa que a ferisse, Valentina. – inspiro o cheiro de seu cabelo.

— Eu sei. – beija o mesmo ponto em que sopra as palavras. — Eu sinto também.

Abro os olhos, não consigo enxergar o seu rosto. Meus músculos relaxam. Estávamos completamente nus, lidando com um assunto tão delicado quanto sua pele de porcelana. Era uma intimidade que desconhecia, e nunca havia sentido antes. Ela teve um pedaço do meu passado, e eu tive um pedaço do seu. Essa era a nossa estranha maneira de dizer que confiávamos um no outro.

Em silêncio, respirando para acalmar a mim mesmo, uso minha mão direita para apanhar a sua. Seu corpo cai, novamente, nos lençóis bagunçados. Há um brilho de lágrimas em seus olhos, mas elas não derramam. Minha garota forte não permite que as fraquezas a vençam. Coloco a sua mão do lado do meu coração, e ela olha para nossas mãos juntas, nossos dedos pouco alinhados, em um elo inquebrável.

— Irei cumprir com a minha palavra, até o dia em que meu coração parar de bater. – não tenho certeza de como consigo lhe dizer as palavras mais vulneráveis que já me escaparam, mas as digo, sabendo que era necessário deixá-las sair; deixá-la saber. — Você pode me colocar do outro lado, mas ninguém irá voltar a machucá-la. Se o fizer, irei matar, e não me importo com as consequências.

Valentina sorri, assentindo.

Um sorriso que varre meus destroços para longe. A estrutura ainda em reconstrução permanece intacta, porque ela está comigo.

— Acredito em você. Eu sou sua. – pela segunda vez na noite, ela balbucia essa palavra, inflando meu lado possessivo. — Então, tome-me. Agora.

Minha.

Ela não fazia ideia de como essa palavra possuía um peso maior do que aparentava. Nunca tive nada que me pertencesse, e se a tivesse, teria que ser para sempre.

Sempre.

Nunca senti me apavorei com os meus oponentes nos ringues, confiante de que os venceria. Cada soco disparado me deixava mais sanguinário, e depois de levá-los ao nocaute, desejava por mais. Não existia medo. Não existia insegurança. Não existiam dúvidas. Em relação a compartilhar minhas sombras com alguém, existia medo, insegurança e dúvidas.

Medo de que fosse perder. Insegurança sobre o amanhã. Dúvidas sobre tudo.

Seria cômico pensar que uma garota tão pequena teve o poder de me levar ao nocaute.

Sinto um toque inocente em meu membro pressionado em sua barriga, e não tenho controle ao voltar a endurecer entre seus dedos e toque acanhado. Apresso-me em retirar sua mão, e levar a outra, colocando-as no alto de sua cabeça, prendendo-as, chiando com a cena de seus seios balançando. Toda a raiva e recio foram canalizados em um único ponto de prazer.

— Preciso buscar um preservativo em minha carteira. – beijo a ponta de seu nariz. — Não estava preparado para isso.

Ela solta uma risada baixinha, e cora como nunca.

— Eu tomo pílula. – estreito os olhos. — Podemos arriscar dessa vez. Não quero que vá a lugar algum.

Assinto, e não perco mais tempo pensando ou analisando suas palavras. Alinho nossos corpos. A pele lisa de sua pélvis instiga meu intimo para estar dentro dela. Quente e úmida. Suas pernas abraçam o meu tronco, convidando-me para invadi-la, e ao mesmo tempo em que colo meus lábios nos seus, penetro-a, mas não invisto antes de senti-la relaxar. Engulo o seu gemido contra minha boca, e beijo-a com fervor. Reforço uma investida apenas quando me asseguro de não estar machucando-a, concentrando-me em sua feição, nas gotículas de suor que pairam em bolinhas quase imperceptíveis no seu nariz.

Ela era apertada. Sua entrada apertando a parte latejante, me devorando e me causando ardor. Era bom. Há paixão, vontade, intensidade. Entregamo-nos. Permitimos que nossos corpos explodissem pelo êxtase, enquanto amamos um ao outro. É isso, amor. Não uma foda, ou, uma rapidinha.

Minhas mãos apertam seus seios, ainda beliscando os mamilos rijos. Acelero minhas investidas, atordoado por nossos aromas se misturando e tornando um só. De cima, observo como éramos bons juntos. Seu corpo cheio de curvas, mas magro. Meu nome ameaçava escapar por seus lábios, devido minhas pressões, morria em sua garganta. O suor estava se espalhando, derramando por sua testa, derrapando pelo caminho de sua barriga. Beijo-a, mais uma vez, tendo certeza de que nunca me cansaria disso.

Suas mãos que, se firmavam em meus bíceps, mudam para as minhas costas, e seus dedos reencontram as cicatrizes. Ainda fico tenso sob seu toque, e viro meu rosto para o lado, sabendo que não poderia averiguar suas intenções, e afundo-me um pouco mais. Ela grita, e suas unhas cravam em mim. Sua intenção nunca foi ruim, tão pouco para me causar desconforto, apenas queria saber em que lugar poderia empurrar suas unhas, não querendo me machucar.

Descanso minha testa na sua. A ponta de sua língua brinca com o piercing que rodeava o canto do meu lábio inferior. Retiro-me quase que por inteiro de dentro dela, e volto com um pouco mais de força, punindo-a por saber tanto sobre mim, como me provocar e como me colocar a beira da loucura.

Mais algumas estocadas são o suficiente para fazer com que o corpo de Valentina convulsione algumas vezes. Desacelero, e sugo seu lábio inferior, enquanto aperto-me um pouco mais contra seu corpo. Não demora para que atinja o seu ápice, e enquanto goza, leio o meu nome em seus lábios. Não há som, mas é melodioso. Movimento-me repetidas vezes, e atinjo minha libertação, sussurrando o seu nome.

O nome da minha maldita sereia.

Saindo de dentro dela, rolo para o lado oposto ao que ela estava. Nossas respirações se regularizam pouco tempo depois. Ela se vira para mim, e um pequeno sorriso ergue os cantos de seus lábios vermelhos.

— Está tudo bem? – procuro por indícios de qualquer sentimento contrario ao que eu esperava.

Mas seu sorriso infantil se alarga.

— Acho que nunca estive melhor. – pisca duas vezes, e boceja.

— Vem aqui...

Valentina levanta sua cabeça, e passo meu braço por baixo de sua cabeça, usando a mão livre para colocá-la sobre meu corpo. Um beijo suave é deixado em meu peito, do lado esquerdo, e ela se acomoda como consegue. Abraço-a apertado, vacilando em minha respiração.

Eu tinha palavras para lhe dizer, mas não me sentia preparado. Então, apenas fecho os olhos, sendo uma das poucas noites que os pesadelos não se apoderam da minha mente.

(...)

Desperto em um sobressalto, piscando e olhando ao redor. Lapsos da noite passada caem sobre mim antes que o sol invada o quarto pela fresta da janela. Era como se tivesse sido atropelado por um trem, mas não é isso que me incomoda, e sim a ausência de Valentina. Sento-me na cama, e não a encontro em lugar algum do quarto.

Coloco minhas pernas para fora. As peças de roupas da noite passada ainda estavam espalhadas no assoalho, mas não encontro minha camisa. Franzindo o cenho, caminho até o banheiro do seu quarto, abrindo a porta. Nada de sua presença. Apanho minha cueca e calça, me visto rapidamente, e como um raio, atravesso a porta, rumando pelo corredor, descendo rapidamente os degraus. Procuro-a pela sala, pelos cômodos à frente, abrindo todas as portas, vociferando o seu nome, mas não obtenho resposta.

O último lugar que a procuro é a cozinha, mas não há sinal dela ou de seu cabelo ruivo. Lembrando-me de onde havia deixado meu celular, avanço até o um dos quartos de hospedes, destinado aos seguranças. Minha bateria estava no fim, mas daria para realizar uma ligação, e eu disco o último número entre meus contatos.

— A que devo a honra de sua ligação. – a ironia em sua voz era contundente.

— Preciso saber se está com Valentina.

— Isso nem mesmo seria possível. Você sabe que ela está a quilômetros de distância. – Jake indaga. — Está bêbado, Hemmings?

— Ela esteve durante toda a noite comigo, mas não a encontro em lugar algum. – engulo em seco. — Pensei que estivesse com você, ou...

— Como ela esteve com você? – não respondo a sua pergunta eufórica. — O que estou perdendo?

Faço uma pausa, e esfrego meu rosto com a mão livre.

— Se você não está com ela... – olho para frente, focando em um ponto qualquer. — Alguém a levou


Notas Finais




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