História Broken - X - Marcas

Jackson se sentia acabado, de todos os modos. Aquele tinha sido o pior domingo que teve em toda a sua vida. Ver o que aquele homem foi capaz de fazer a seu Mark lhe doeu mais do que qualquer outra coisa, e o pior disso tudo, ouvi que ele já fazia isso a anos piorou ainda mais como se sentia, antes ele tivesse ficado dentro do quarto como Mark havia mandado, nada teria acontecido, ele não teria visto aquilo, Mark não passaria por aquilo, e naquele momento eles poderiam estar juntos, mas depois de tudo aquilo duvidava que seria capaz de rever Mark tão em breve. Começou então a repassar aquela manhã todinha em sua mente.

Mark estava demorando, e aquilo estava lhe preocupando, claro que ele tinha lhe mandado ficar ali, mas por que não foi lhe avisar que demoraria. Cansou de esperar e se levantou, vestindo-se corretamente antes de sair do quarto. Andou até a sala em passos lentos, mas se arrependeu assim que o fez. Ao entrar na mesma viu Mark ajoelhado em frente a mesa de cento e, do outro lado da mesa, um casal de idosos se encontrava. No mesmo momento que entrou na sala o olhar de todos foram para si, viu Mark arregalar os olhos e depois olhar para o pai, vendo sua expressão mudar aos poucos.

— Mark, quem é esse? — Perguntou o mais velho dentre os homens — Não me diga que saiu de nossa casa para voltar a cometer esse pecado hediondo — Lhe pediu e viu Mark abaixar o rosto — Como se atreve? — Perguntou

— Querido, eu acho que... — A mulher se calou ao ver a mão do homem se levantar, encolhendo-se em seu lugar. Jackson apenas olhava tudo aquilo horrorizado.

— Cale-se — Exigiu o idoso antes de voltar-se ao filho — Você é uma vergonha para a nossa família garoto, não merece carregar o nosso nome — Diria enquanto se levantava e começava a buscar algo na casa. Mark mantinha-se calado, mas Jackson via o quanto o mesmo tremia — Pensei que tinha lhe ensinado corretamente depois daquela sua afronta, alguns anos atrás — Começou o mais velho — Vejo que aparentemente não foi o suficiente para lembrá-lo de quem manda — Diria enquanto se aproximava do filho, puxando-lhe o cabelo.

Jackson na hora moveu-se para tentar ajudar Mark, mas ao ver o olhar da mãe do outro parou, entendeu mais do que rapidamente o que ela dizia, se ele tentasse algo poderia irritar ainda mais o homem idoso ali presente.

— Você é nojento, como posso lhe considerar meu filho depois de tudo o que você vez? — Perguntou, Mark continuava em silêncio, o que fez com que o homem se irritasse. Jackson apenas viu enquanto a cabeça do namorado era jogada contra a mesa de centro, o ódio já começava a ferver seu sangue, não aguentaria aquilo por muito tempo, ainda mais se ele se atrevesse a machucar Mark novamente — Responda! — Gritou o idoso para Mark

— Eu sinto muito — Respondeu Mark, ainda com a cabeça abaixado — Eu sinto muito por ter te decepcionado de novo pai — Continuou antes de levantar o rosto, Jackson via o sangue escorrendo da cabeça do outro, mas quando tentou se mover para ajudar Mark — Não — Ouviu a voz do namorado — Não me toque — Pediu sem lhe olhar, o homem idoso sorriu

— Eu mesmo o mandaria embora, garoto — Viu que a fala do outro estava sendo direcionada a si naquele momento — Afinal, gente da sua laia me enoja muito mais do que qualquer outro — Diria — Mas acho que seria muito mais eficiente se Mark fizesse isso — Completaria e desviaria o olhar para o filho. Mark se levantou, seu olhar estava sem vida e não conseguia lhe olhar nos olhos

— Jackson — Começou — Vá embora — Diria — Nunca mais apareça por aqui, você me traz hábitos nojentos e errados, eu não posso continuar a lhe ver, e espero que você nunca mais me procure... — Mark não conseguia prosseguir, algo trancava sua garganta

— Termine! — Exigiu seu pai

— V-você não passa de um gay nojento — Diria por fim Mark abaixando o rosto

— Mark, você sabe que não precisa fazer isso não é? — Perguntou Jackson se aproximando do namorado, que apenas deu um passo para trás — Você não precisa mais obedecê-lo, você é livre para ser quem é — Diria, mas logo ouviria a risada do idoso ali presente

— Ser quem é? — Perguntaria o outro — Ou quem você força ele a ser? Não se finja de idiota, sabe muito bem que meu filho não é como você, ele até pode ter tido alguns deslizes antes, mas ele não é e nunca foi como você garoto, para de tentar poluir ele — Diria seriamente, fazendo Jackson perder a paciência

— O único poluído aqui é você — Diria — Você disse que pessoas como eu te enjoam, e eu tenho que te dizer, que pessoa como você me deixam com ainda menos esperança para com a humanidade, você não pode forçar Mark a ser quem ele não quer e... — Jackson sentiu seu rosto arder, e ao tocar o rosto percebeu o que tinha acontecido, alguém havia lhe socado, mas não era só alguém, Mark tinha lhe batido

— Eu já te mandei embora — Diria com as mãos fechadas em punhos — Você não é nada para tratar o meu pai assim, você não passa de um gay estúpido e nojento que continua a tentar me corromper. — Diria Mark, e pela primeira vez desde que Jackson entrou ali o mesmo olhou em seus olhos, mas ali não estava o Mark quem conhecia, em seus olhos a única coisa que lhe mostravam era ódio e repulsa — Saia de minha casa agora — Diria por fim a Jackson, o vendo ficar sem falar

— Mark... — Tentou tocar o outro mais uma vez, mas tudo o que recebeu foi outro soco ainda mais forte que o anterior

— Saia! — Gritou Mark, Jackson deu um passo para trás e olhou para o idoso, que sorria feliz com a atitude do filho, e depois para a senhora ainda sentada, que olhava para o filho com um pesar nos olhos, como se soubesse que aquele ali não era o menino quem criou. Jackson engoliu a seco antes de sair da casa sem pensar mais.

Jackson tocou o seu rosto e o sentiu molhado, ali estava ele chorando novamente por aquele que amava, como podia ser tão fraco? Ele devia ter ficado ali e confrontado Mark e o pai dele, defendido o amor que sentiam. E isso fazia dois dias já, desde então não teve nenhuma notícia de Mark e muito menos tinha coragem de procurar o outro, não depois do que tinha visto, se sentia mal e incrivelmente culpado. Depois que viu aquele Mark descobriu que o outro tinha mentido para si, que seu pai tinha sim lhe maltratado por sua culpa, o suficiente para poder criar aquele Mark que viu, aquele que foi capaz de lhe machucar, porém só tinha uma pessoa que poderia lhe dizer a verdade, e essa pessoa lhe odiava, e o único que poderia tentar lhe ajudar com essa tal pessoa não conseguia falar com ela, já que Yugyeom parecia realmente bem irritado com Jinyoung.

Veja bem, Jackson sabe muito bem que aqueles dois escondem, no mínimo, um casinho de si, e está realmente magoado que Jinyoung não tenha lhe contado, mas entendia o lado dele, mesmo que Jackson também seja como Jinyoung, o relacionamento do amigo com Yugyeom é mais complicado ainda, afinal, Yugyeom é menor de idade, Jinyoung poderia ser acusado de pedofilia. Bem, ao todo Jackson só sabia de uma coisa: ele precisava da ajuda de Yugyeom e faria de tudo para consegui-la

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— Se você não sabe é por que Mark não quer que saiba — Diria Yugyeom sorrindo para si — Eu não vou lhe contar Jackson, não perca saliva — Diria vendo Jackson suspirar

— O pai dele me pegou na casa do Mark no domingo — Na hora viu a expressão de Yugyeom mudar

— Por isso não consigo falar com Mark...— Diria Yugyeom — O que aconteceu? — Perguntou

— Mark foi atender a porta, e como ele estava demorando de mais resolvi ir ver o que tinha acontecido, quando o pai dele me viu acabou lhe agredindo, e depois que Mark se machucou ele mudou totalmente, pareceu mais... — Jackson não conseguia explicar

— Mais como o pai dele? — Perguntou Yugyeom o vendo confirmar — É eu já presenciei isso... É horrível né? — Perguntou — Mark muda completamente... Mas eu não fico surpreso, não com o tipo de coisa que ele fez o Mark passar... — Diria e então olharia para ambos os lados — Não conte a ninguém o que eu vou dizer e Mark não pode saber que eu lhe disse isso — Lhe informou e olhou para Jackson mais uma vez — O pai de Mark basicamente torturava ele — Informou Yugyeom — Batia nele todos os dias, e não era só um tapa ou outro, Mark chegou a ir várias vezes ao hospital — Diria — Mas teve duas que marcaram de mais o Mark — Diria olhando para Jackson — E uma delas é sua culpa — Afirmaria — O pai do Mark descobriu sobre vocês dois, espancou o Mark até que ele não pudesse mais andar, mando-o para o hospital naquele dia, Mark ficou impossibilitado de se mover e quase entrou em coma. — Diria — Ele teve sorte, mas até hoje tem marcas... Você deve ter visto... As costas — Lhe olhou vendo Jackson confirmar

— Mas ele nunca quis me dizer como aconteceu — Comentou, Yugyeom sorriu e tocou a mão de Jackson

— E o que você faria se soubesse Jackson? Isso foi no passado, você não podia mudar o que ele fez ao Mark — Yugyeom suspirou — Quando se encontraram de novo Mark já estava mudado, duvido que tenha percebido, a maior parte do tempo ele é como sempre é, mas tem alguns momentos... Principalmente quando ele tem pesadelos... Ele muda.. — Diria suspirando — Mark fica agressivo, qualquer um que o toque acaba se machucando, eu mesmo já recebi alguns bons socos vindos dele — Diria — Mas ele normalmente logo volta ao normal depois do primeiro, ele se toca do que fez e acaba desabando... — Diria — Mas depois da última surra que ele levou antes de sair de casa... — Yugyeom suspirou — Ela foi terrível Jackson... Tem certeza que quer saber? — Perguntou o mais novo

— Eu preciso saber Yugyeom, como posso ajudar ele sem saber o que ele passa? — Perguntou Jackson vendo Yugyeom sorrir

— Depois que o Mark completou vinte e cinco anos, o pai dele começou a achar que Mark deveria começar a procurar uma mulher, para formar uma família e tudo mais — pausaria e olharia para mesa, mordeu o lábio antes de prosseguir — Eu e minha família estávamos presente no dia, pegamos o começo... Ver o Mark, que normalmente é tão valente, ali agachado e parado, como se merecesse aqui... Jackson, foi terrível... — Diria — Quando o pai dele disse que ele teria que se casar com uma mulher, Mark não suportou, ele elevou a voz e disse que nunca se casaria com uma mulher, o pai dele não gostou muito e começou a discutir com ele, disse que ele nunca mais tocaria em outro homem de modo sujo, Mark não falou nada por algum tempo e depois sorriu antes de retrucar, ele disse que poderia nunca mais ser quem ele realmente é e nunca mais namorar outro homem, mas que ele já mais se casaria com uma mulher, que ele preferia morrer ao ter que fazer isso. — Diria limpando o rosto logo depois, sempre chorava ao lembrar-se daquele dia, tinha marcado tanto a si que era impossível não o fazer — Mark levou um tapa no rosto e depois uma ordem de subir para o quarto, ele o fez sem protestar, quando o mesmo encontrou em seu quarto o pai dele se desculpou e se despediu, subindo para o quarto do Mark... Eu não vi o que ele fez, mas eu ouvi Jackson, e foi terrível, eu conseguia ouvir de minha casa.... — Diria sem conseguir completar

— Ele foi embora depois? — Perguntou

— Sim, o pai dele praticamente o expulsou, disse que se quisesse continuar na casa teria que seguir suas ordens e se casar com uma mulher, por isso Mark saiu de lá e deixou a mãe, que era o único motivo de continuar vivendo naquele lugar... Depois daquilo ele nunca mais sorriu, pelo menos não de verdade, até você aparecer de novo — Confidenciou Yugyeom — Mark sorriu de um jeito tão genuíno, e só por que você estava ao lado dele, o causador de tudo... Eu não conseguia aceitar isso, mas eu entendo o que o Mark estava sentindo agora... — Diria — Eu... Não faz nem dois dias que não vejo Jinyoung e já estou morrendo de saudades dele... — Diria suspirando e depois negando com a cabeça — Eu não sei o que aconteceu no domingo com vocês dois, mas não culpe o Mark, ele não tem culpa disso, ele apenas agiu como ele foi quebrado até começar a agir, então não o culpe Jackson — Pediria Yugyeom

— Eu não vou culpas — Jackson pegaria na mão de Yugyeom e sorrira — Obrigado Yugyeom, mesmo, mas tem mais uma coisa que eu quero te pedir — Começou Jackson

— Diga... — Pediria Yugyeom

— É sobre o Jinyoung — Começaria

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Jackson respirou fundo antes de bater à porta, escutou um "Já vai" de dentro e aguardou, quem abriu a porta foi um Mark acabado, olheiras fundas, cara de sono, barba por fazer e vestindo apenas um roupão, porém quando lhe viu não pareceu muito surpreso

— Oi Jackson — Diria — O que veio fazer aqui? — Perguntou lhe olhando calmamente

— Precisamos conversar — Diria vendo Mark negar com a cabeça

— Não precisamos não — Responderia — Já te falei tudo o que devia no domingo, te mandei ir embora e nunca mais me procurar não foi? — Perguntou vendo Jackson suspirar

— Não adianta tentar pagar de fodão Mark, Yugyeom me contou — Diria, vendo logo depois Mark abandonar sua postura

— O que você quer? Que eu me desculpe? — Perguntou vendo Jackson negar

— Eu quero meu Mark de volta, só isso — Diria vendo Mark franzir o cenho

— Mesmo depois do que eu fiz e te disse? Nem mesmo eu me quero por perto Jackson — Diria sem conseguir lhe olhar

— Eu sei que não era aquilo que você pensava Mark, eu te conheço bem o suficiente para saber que aquele não era você — Disse tocando a mão do namorado e o vendo se afastar — Mark, não faz assim... Eu não posso te perder, eu te amo demais para isso — Diria vendo o outro olhar para suas mãos e depois para Jackson e o abraçar, chorando

— Eu sinto muito — Diria enquanto o abraçava — Eu não sei o que deu em mim, eu só me toquei de tudo depois que você saiu, eu... Eu quis ir atrás de você depois, mas eu fiquei com medo de você me odiar — Confidenciou e ouviu o outro rir

— Eu nunca vou te odiar Mark, eu te amo de mais para isso — Diria passando a mão pelo cabelo do outro — Prometo de tirar das garras dele, prometo te tornar meu e te proteger de tudo e de todos que querem lhe fazer mal — Diria por fim passando a mão no cabelo do outro.

Jackson realmente queria que as cosias melhorassem.