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História Broken Dreams - Sinto sua falta.


Escrita por: PinkNeonFantasy

Notas do Autor


Tradução: "Agora eu preciso de um milagre
Apresse-se" - Don't Let Me Down, The Chainsmokers feat Daya
Música do capítulo: Miss Missing You - Fall Out Boy.

Nesse capítulo há algumas informações, incluindo um assunto que vem láá da primeira temporada. Tentei ser o mais simples e didática possível nas explicações, mas caso você ficar com alguma dúvida, não hesite em vir me perguntar e eu faria o possível para ser ainda mais simples na resposta <3

Esse capítulo tem cinco cenas e espero que gostem <3
Boa leitura <3

Capítulo 40 - Sinto sua falta.


Fanfic / Fanfiction Broken Dreams - Sinto sua falta.

Broken Dreams

PinkNeonFantasy

Capítulo 40 - Miss Missing You

Não entre em pânico

Não, ainda não

Eu sei que eu sou aquele que você quer esquecer

Deixe todo o amor para deixar meu coração

É hora de eu desmoronar

 

- Eu acho que já passou da hora de você ir falar com ele, Hay. - Segurando a mochila entre os dedos, já estava próxima o bastante da mesa para ouvir a conversa de Aline e Hay. - Sabe, mostrar que você se importa...

- Eu não consigo. - Hay tomou uma respiração profunda, enquanto Lilian sentava-se ao seu lado. - Eu não consigo olhar para ele sem me lembrar de como eu sou uma maldita egoísta...

- Todos nós já tomamos atitudes egoístas uma vez na vida, Hay. E ele não está te culpando, nem ele e nem ninguém, porque você não sabia o que estava acontecendo. - Jogando o cabelo para trás, Lilian pegou um pedaço de bolo. - Em um relacionamento, nunca é certo esconder coisas, muito menos quando são coisas graves.

- Mas se ele não queria, ou não conseguia falar sobre, eu deveria ter respeitado, ter esperado...

- Não estou realmente culpando ele, Hay - Lily suspirou. - Mas se me lembro bem, o que realmente fez você terminar com ele era a super proteção que ele dava à mãe dele, que atormentava sua vida. Ela pode estar doente, mas isso não dava o direito à ela atazanar sua vida. Você não podia enfrentar sua sogra sem ter o apoio do seu namorado, e ele não te contou o porquê de estar evitando confrontos com ela.

- Pare de se culpar, Hay, isso não te faz bem - Aline despejou chá na xícara antes de voltar a olhar para a amiga. - Converse com ele, isso vai te fazer ficar melhor. Tenho certeza que Brendon entende seus motivos e que ele não está chateado, ou te culpando...

- Eu fui muito escrota - Hay suspirou. - Mas vou conversar com ele, ainda hoje, juro. - Decidiu, e mesmo que sua expressão tentasse passar segurança, sua voz lhe traía.

- Lilian podemos conversar?

- Bom dia para você também, Gerard. - Lilian ergueu a cabeça, assim que Aline provocou o sonserino.  - Você e sua namorada esqueceram os bons modos em casa, durante as férias, imagino.

- Sim, mas você não consegue deixar sua chatice de lado, não é mesmo Regmunt? - Lilian colocou a mão sobre a boca, rindo, e até mesmo Hay poderia soltar um sorriso. Era bom ver Gerard e Aline discutindo, porque ambos sempre tinham uma boa resposta um para o outro. Aline tinha um pensamento rápido e Gerard era sarcástico, se fossem um pouco mais próximos seriam uma ótima dupla. - Lilian, realmente queria conversar com você.

- Claro. - Com a boca cheia, puxou a alça da mochila, abanou a mão para as amigas na mesa da grifinória e saiu ao lado de Gerard, um pouco atrapalhada. Os corredores estavam cheios e barulhentos, e mesmo sendo apenas oito da manhã, os bruxos e bruxas entre onze e dezessete anos pareciam ter muita disposição para fazer barulho nos corredores, e Gerard se perguntava como alguém tinha humor para fazer aquela bagunça tão cedo.

- O nome! - Gerard exclamou subitamente, pegando Lilian de surpresa e fazendo-a dar um pulo. Olhou para a garota lhe encarando com os olhos arregalados e revirou os seus.

- O quê?

- Estive pensando...

- Oh, que milagre! - Rebateu a ruiva, colocando o último pedaço de pão com geléia na boca.

- Cala a boca e essa frase é minha - Gerard resmungou, puxando-a para o corredor oposto. - Estive pensando, se não encontramos nada sobre o crucifixo de Mercedes nos livros, mesmo ele sendo um objeto tão valioso, talvez seja porque não procuramos do modo certo.

- Você acha que deveríamos procurar pelo nome do criador do objeto?

- Ou pelo nome da família. - Assentiu ele, com um sorriso leve no rosto. - Muitos objetos poderosos são descritos na biografia de seu criador, com um nome diferente do que é popularmente conhecido, ou com o sobrenome da família que esteve em posse do objeto por mais tempo.

- Mercedes pediu ao seu amante para criar o objeto para proteger seu filho - Lilian divagou. - O objeto foi passado de geração em geração, de pai para filho. A última família que esteve em posse do crucifixo foi a família do... - Lilian parou no meio do corredor, em silêncio. Gerard mordeu o lábio, colocando as mãos no bolso da calça. - Andy. Então... Andrew é descendente da família de Mercedes. - Levantou o olhar. - É por isso que Andy sempre tentava me ajudar? Com o crucifixo, com as gêmeas, quando fui presa ele me visitou...

- É um dos motivos. - Gerard concordou. - Mas existe mais um.

- Qual?

- Eu não posso contar - Gerard ergueu a mão, ao ver o semblante de indignação da ruiva. - Trata-se de uma memória importante e poderosa, é por isso que não posso falar sobre ela ainda. Você precisa vê-la, entendê-la.

- Eu tenho certeza que você pode me fazer entendê-la perfeitamente!

- Sim, poderia, mas existem vários tipos de memória, Draco não falou sobre elas? - Perguntou, mas viu Lilian negar. Suspirou, soltando um resmungo baixo. - Existem as memórias individuais, são aquelas que fazem parte de uma de suas vidas passadas, mas ficam lá, elas são um passado que você resolveu visitar, elas não se envolvem no seu presente, ou no seu futuro. E existem as memórias informantes, que são memórias que possuem uma razão para serem visitadas. Essas memórias informantes são de momentos importantes que por algum motivo precisavam acontecer, para desencadear outras situações. Elas sempre possuem informações importantes que você deve usar em algum momento atual, só que, quase sempre, essas informações pertencem à mais de uma pessoa. - Gerard parou de falar, encarando-a. - Está entendendo tudo?

- Acredito que sim.

- Por exemplo; a sua memória da vida de sua avó Lilian Evans, é individual, não vai mudar nada em nossas vidas no agora, você apenas soube um pouco mais sobre sua avó. Já a memória da vida de Mercedes Bamtrippy é uma informante. Naquela vida foi criado o crucifixo que precisamos usar para destruir Moneta e sua irmã. Mas essa memória pertence a três pessoas. Eu, você e Andrew. - Gerard respirou fundo, antes de continuar. - Eu já vi essa memória e Andrew também, mas você não. Quando eu tive acesso a ela, assim que sai do portal, fui atingido por um feitiço, que me  impede de falar, escrever ou o que seja, sobre o que vi nessa memória até que todas as pessoas envolvidas a vejam.

- Então eu preciso ver essa memória o mais rápido possível - afirmou ela, passando os dedos sobre sua testa. - Mas o portal... Eu só vou ver essa memória quanto o portal quiser e isso é uma droga, porque vai saber quanto tempo vai demorar?

- Você vai ter que ter paciência.

Lilian olhou de um lado para outro, e Gerard observou os fios ruivos balançando de um lado para outro, querendo ter uma folha e lápis para desenhar.

- Acha que alguém nos ouviu?

- Bem, não. - Piscou, erguendo os ombros. - Mas se ouviram não tem problema, memórias são o tipo de coisa que ninguém pode ver por você. 

- Vou falar com Draco mais tarde, na minha detenção. Acredito que ele deveria ter me dito algo sobre isso. E além do mais, eu estou a meses falando com Draco sobre vidas passadas mas só vi duas delas...

- Memórias são coisas preciosas e delicadas, acho que ele só está tentando ter cuidado, afinal, é um processo desgastante, tanto para quem produz um portal quanto para quem entra dentro de um. - Gerard ergueu a mão, parecendo mais interessado em sua luva preta que não possuía dedos, do que no assunto que estavam conversando.

- Draco faz isso porque tem uma divida de vida com meu pai, sabia? - Gerard ergueu a sobrancelha e logo depois o olhar. - Meu pai nunca comentou sobre isso, mas aparentemente, em algum momento no passado, ele salvou a vida de Draco.

- Eu sempre achei que era porque ele é responsável por ajudar seus alunos - Gerard estava sendo sarcástico de novo, e Lilian cruzou os braços com os olhos estreitos. - Quando eu tinha quatorze anos ele me ajudou, e não tinha como ele adivinhar que eu tinha qualquer ligação com você.

- Foi o que ele me disse.

- Talvez ele só estivesse querendo contar vantagem. - Deu de ombros, passando a mão pelos cabelos, afastando-os de sua testa.

- E que vantagem teria contar que ele tem uma divida de vida com meu pai? - Lilian ergueu a sobrancelha. - De qualquer forma, vou falar com ele, quero terminar essas lembranças o mais rápido possível e entender de uma vez tudo isso.

- Certo. Enquanto você cumpre detenções, vou ocupar meu tempo procurando sobre o crucifixo, e se precisar, vou voltar a usar a autorização que tenho para entrar na Sessão Reservada. Deve ter algo sobre isso por lá. - Sorriu. Lilian suspirou, fechando os olhos assim que sentiu a ponta dos dedos dele em seu pescoço, lentamente envolvendo-o entre seus dedos de modo firme. Era seu ponto fraco, e ele sabia disso.

Abriu os olhos, assim que sentiu a parede fria em suas costas e arfou baixo, passando  seus braços em volta do pescoço dele, assim que os lábios de Gerard estavam nos seus. Voltou a fechar os olhos, sentindo logo os dentes dele puxando seu lábio inferior até o gosto de sangue se fazer presente. E as mãos estavam firmes em seu rosto agora, o tecido da luva fazendo uma leve cócega, e ela sorriu, puxando os fios escuros e macios do cabelo dele entre seus dedos

- A a-aula... - Ele arfou, assim que ela cravou as unhas em sua nuca. As mãos dela lhe soltaram e ele riu, escutando-a suspirar pesadamente. - Vamos.

 

A aula já havia terminado e Hayley estava naquele corredor há mais ou menos dez minutos. Alunos passavam, alguns indo para suas próximas aulas, outros apenas passeando, aproveitando o tempo livre, e outros apenas encontrando amigos. E a cada pessoa que passava, o estômago de Hay dava um nó, e seu coração parecia encolher dentro do peito, na possibilidade de ser Brendon.

Queria falar com ele, mas de repente sua coragem griffyndor lhe abandonou. Mas tinha que mostrar que se importava, mostrar que estava arrependida, e acima de tudo, ao lado dele para o que ele precisasse. Mas ele estava brabo, não estava? Tinha direito de estar, afinal, ela tinha o abandonado quando ele mais precisou.

Mas se ele houvesse lhe contado o problema desde o inicio...

Balançou a cabeça, puxando o gorro em sua cabeça para baixo e suspirou, vendo Brendon andando ao lado de Jared e Taylor. Mordeu o lábio, dando alguns passos para frente, passando por algumas pessoas, até Brendon estar próximo.

- B-Brendon - segurou o pulso dele e era o ato mais corajoso que tomou o dia todo, e sabia que agora não tinha mais volta. Precisava tomar coragem e conversar com ele. - Podemos conversar? - Perguntou, lutando para que sua voz saísse. 

- Uhn, claro. - Brendon suspirou, ao mesmo tempo que Jared puxava Taylor para longe, visto que a loira não parecia muito contente com Hay. Hayley não gostava muito de Momsen, mas se fosse ela, também não estaria contente em vê-la.

- Bren... - Brendon ergueu a mão, num gesto que fez Hayley se calar. E quando ele fez outro gesto, pedindo para que ela o seguisse, respirou fundo, com um nó se formando em sua garganta. O seguiu pelos corredores, passando por alunos apressados, professores com suas costumeiras expressões sérias, monitores atentos e segunda e terceiranistas fazendo o que sempre faziam; aprontando com alguém do primeiro ano.

Estavam nas masmorras quando Brendon abriu uma porta. Era uma pequena sala, com algumas estantes e livros muito velhos que antes eram usados em aulas, assim como algumas cadeiras velhas. Tudo estava muito empoeirado e nos cantos, teias de aranha.

- Em todo lugar desse castelo tem alguém, mas acredito que nós precisamos de um tempo. - Brendon suspirou, passando os dedos longos sobre as capas dos livros. - Você queria falar comigo?

- É... - Hay pigarreou, mas sua voz não saiu depois disso. Estava nervosa, o embrulho em seu estômago estava mais forte agora que ele estava tão perto, e prestando atenção em tudo que ela dizia. Abaixou o olhar e apertou os dedos uns nos outros, estalando-os.

- Você não precisa se culpar por algo que não é culpa sua, Hayley. - Brendon virou-se parcialmente, acabando com o silêncio angustiante dentro daquela sala. - Eu devia ter te contado o que estava acontecendo... Mas... - Ele parou de falar por alguns instantes, e ela achou que ele começaria a chorar, e ela sabia que ele queria. - É difícil falar sobre isso, porque cara... Minha mãe vai morrer. - Ele desviou o olhar, mostrando-se um pouco incomodado. - Ela foi envenenada por uma daquelas malditas plantas e... eu só quero fechar os olhos e esquecer que eu vou perder ela em menos de um ano.

A sensação de angústia aos poucos se tornava pânico. Poucas foram as vezes que viu Brendon chorar, e sabia que ele estava prestes a fazer isso. Chorar era bom em alguns momentos, mas era desesperador para quem estava ao lado, vendo a cena.

- Os humanos tem a mania de... Fechar os olhos e fingir que o problema não está lá, como se o problema fosse sumir se você não olhar para ele. O problema não vai sumir Hay - ele balançou a  cabeça, com um sorriso triste. - Ele vai continuar lá, e vai permanecer até que alguém o resolvam, ou até que alguém o enfrente, e se isso não acontecer ele vai aumentar e se tornar uma enorme bolha.

- Beebo - Hay fungou, choramingando o apelido dele. Se aproximou devagar, envolvendo-o tão lentamente e delicadamente quanto pode, em um abraço.

- Eu deveria ter te contado mas isso era tão grande e tão difícil, ainda é mas... Eu não conseguia, até ver que o problema estava aumentando quando, além de saber que perderia minha mãe, vi que estava perdendo você.

- Eu sinto tanto... Desculpa por ter te deixado no momento em que você mais precisou de mim, eu... 

- Não entre em pânico, okay? - Ele pediu, e seu abraço ficou mais forte. - Por favor, eu só... Eu só preciso de você agora. Não se culpe, apenas não se culpe e, por favor, não me deixe. Eu sei que eu sou aquele que você quer esquecer, mas... Eu só...

- Eu não vou esquecer você, e nem deixar você, okay? - Ela respirou fundo, passando a ponta dos dedos pelas bochechas deles, sentindo as lágrimas salgadas molhando-os.

- Porque eu preciso de um milagre agora na minha vida. - Ele riu, mas sua risada mais parecia um sopro. - E o único milagre do qual eu acredito é você. - Ele respirou fundo. - Eu sento sua falta - Hay fechou os olhos, assim que escutou aquelas palavras, e afundou seu rosto no peito dele, inalando seu perfume. - Eu senti sua falta nessas últimas semanas, eu senti tanto...

- Vou ficar aqui, não se preocupe.

 

- Você nem sabe onde eles guardam isso Penny. - A garota ao seu lado resmungou. Christina era alta, possuía cabelos longos de um tom louro-branco e olhos lilases, e acompanhava Penny sempre que podia, porque sua namorada tinha um dom imenso para se meter em brigas, e por estar sempre procurando saber da vida alheia, não era difícil encontrar pessoas nos corredores que detestavam Penny. 

Mas Penny não se importava com aquelas pessoas, queria crescer na carreira que escolheu para si e se os outros gostavam dela ou não, não era problema dela. Isso deixava Christina preocupada, mesmo que Penny não se importasse, ou fosse grandinha o bastante para se cuidar sozinha.

- Se eu tivesse um diário e nele estivessem informações importantes sobre a minha vida, ou a vida de uma pessoa que eu gosto muito, eu não iria largar isso em qualquer lugar - Penny começou. - Ou seja, eu carregaria esse diário na minha bolsa e levaria para todos os lugares para onde eu vou. Lilian provavelmente faz o mesmo.

- Ou talvez ela deixe guardado no salão comunal da Grifinória. - Ponderou a loira, mas a mais baixa logo estava fazendo não com seu dedinho fino.

- Não, não. Eu realmente acredito que esse diário está na bolsa da Potter.

- Certo, se tem tanta certeza... - Christina mordeu o lábio, apertando suas mãos. - Mas se o diário está 24h por dia com Lilian, como você vai fazer para pegar?

- Você vai me ajudar empurrando ela no corredor...

- Oh, por favor Penny, esse truque está mais velho que McGonagall! - Christina balançou a cabeça. - Mesmo que eu caía sobre ela e derrube todos os livros no chão, ela nunca iria me deixar encostar no diário. Seria a primeira coisa que ela iria pegar do chão.

- Então o único jeito é você entrar no dormitório dela e pegar o diário.

- Penny eu não vou fazer isso! - Exclamou.

- Fala baixo! - Resmungou Penny. - Por favor, você é da grifinória, é muito mais fácil pra você do que pra mim, que sou da sonserina!

- Penny eu não gosto de me meter em assuntos assim, você sabe, ainda mais quando é para expor a vida de alguém. - Choramingou. - Não me mete nisso não, por favor.

- Você disse que sempre iria me ajudar no que fosse, mudou de ideia agora? - Penny cruzou os braços, e seus olhos logo ficaram tristes. Christina engoliu a seco e gemeu baixo, cedendo.

- Certo.

- Eu sei que Lilian tem detenção todo final de tarde, ela sai da aula, deixa sua bolsa no quarto e vai para a detenção, você só precisa aproveitar esse momento e entrar no dormitório. - Penny sorriu. - Te encontro na biblioteca!

 

- Preparado, senhor Way? - Draco perguntou, vendo a hesitação de Mikey. O garoto sempre parecia nervoso em todas as vezes que entrou no portal, e mesmo que Draco o acompanhasse, era como se o menino estivesse fazendo um grande sacrifício. O professor entendia em partes, mas não conseguia deixar de compará-lo ao irmão mais velho.

Mesmo que fosse errado, Mikey e Gerard eram tão diferentes...

- Claro, claro. - Mikey suspirou, entrando no portal. Odiava a passagem que precisava enfrentar. Quando chegou, respirou fundo e começou sua procura por, qualquer que fosse a lembrança que precisava ver. Apesar de achar que não estava adiantando nada frequentar aqueles portais, porque não conseguia achar nenhuma pista de quem era sua alma gêmea.

- Hey Josh! - Escutou uma voz masculina ao seu lado e respirou fundo. O garoto era alto, com uma camisa branca por baixo da jaqueta de couro, o cabelo preto jogado para trás e olhos castanhos, Mikey conseguia sentir uma familiaridade ao olhar para aquele garoto. - Por que parece que você tem fugido o dia todo?

Estavam em uma escola, pelo que Mikey pôde perceber. O garoto ao seu lado estava carregando livros e andava por um corredor lotado. As roupas daquelas pessoas eram estranhas para o bruxinho, as garotas usavam vestidos com estampas estranhas de bolinhas coloridas e, por que a maioria dos garotos pareciam bad boys estereotipados?

- Oi Paul. - Outro garoto suspirou, era loiro, e seu cabelo tinha o mesmo penteado que Paul, porém sua jaqueta era jeans claro. - Não estou fugindo de ninguém, só... estive ocupado. - Então o loiro era Josh. Parecia tão tímido com seu amigo que Mikey lembrou-se de si mesmo, e logo soube quem era ele naquela lembrança.

- Estava com Mary

- Uhn? - Paul parecia quase assustado. - N-não, não.

- Julie?

- A-ahn... não.

- Raquel?

- Não estava com nenhuma garota. - Josh parecia atormentado, e Mikey os acompanhou para fora da escola, enquanto ambos continuavam conversando. - Na v-verdade...

- Se não é nenhuma garota... - Paul parou de andar, e Mikey o encarou. Paul estava de lado e seu perfil lhe lembrou alguém, o que fez o bruxo engolir a seco. - Josh você tem algo para me contar?

- Uhn... E-eu... - O loiro parecia ainda mais tímido e atormentado, e Mikey já sabia o que Paul tinha para contar, e se perguntava quem Josh era, quem Josh era no seu presente, e por um momento Mikey temeu que aquele fosse um momento romântico, porque realmente não queria ver aquilo.

- Josh? - Paul suspirou, colocando as mãos no bolso da calça jeans. - Olha, não precisa falar mais nada okay? Eu já desconfiava. Mas cuidado para o seu pai não descobrir isso. - Josh estava vermelho, completamente, e Mikey se sentiu tão envergonhado quanto sabia que Josh estava. Josh era gay, e Mikey era Josh no passado.

O mais novo respirou fundo, se perguntando quando poderia sair dali.

- Vou ser sempre seu amigo, Josh.

Aquela frase ecoou no cérebro de Mikey, durante bom tempo. Deixou a sala de Draco, algum tempo depois, ainda pensando sobre a frase, sobre Josh se assumir gay para o melhor amigo, sobre as pessoas que encontrou e a familiaridade com Paul. Mas a maior pergunta que tinha, era porque ficava tão confuso, porque não conseguia identificar a pessoa em suas lembranças.

Sempre sentia aquela familiaridade com alguém em suas vidas passadas, mas não conseguia descobrir quem era ela. Quem era aquela pessoa e até quando ele ficaria em duvida sobre ela?

 

Christina saiu do salão comunal com o diário em sua bolsa. Seu coração estava disparado e ela olhava para todos os lados o tempo todo. Não acreditava no quão fácil havia sido colocar as mãos naquele diário. Sabia que não estava fazendo a coisa certa, e que Penny não hesitaria em soltar na primeira página das revistas tudo que tinha escrito ali dentro daquele diário, sabia que poderia estar arruinando o futuro de um casal, mas... Penny era sua única e melhor amiga, e amigas faziam de tudo uma pelas outras, certo?

Chegou na biblioteca, logo avistando Penny. Se aproximava com as pernas bambas, suas mãos estavam tremendo e Christina se sentia suja, muito suja. Mas Penny estava sorrindo para ela, e ficaria tudo bem... Certo?

Caminharam para um dos últimos corredores, onde não havia nenhum outro aluno ou professor. Penny parecia se controlar para não dar pulos. - Você conseguiu?

- Sim - estremeceu. - Aqui está. - Penny tirou o diário de suas mãos, com rapidez. Havia  animação e ambição em seus olhos, como nunca houve antes.

Penny sentiu a capa dura do diário, e tudo a sua volta pareceu parar, silenciar. Ela sabia que ali estavam os maiores segredos de Lilian e de Gerard, algo dentro de si gritava por isso, era como um instinto. Uma voz dentro de si gritava para que ela abrisse logo o diário, e ela sabia que aquilo era a porta para seu sucesso. Se colocasse aquele diário nas mãos de sua mãe, seria incrível.

Suas mãos tremiam de emoção e ela colocou o caderno sobre a mesa, abrindo as primeiras páginas. E sentiu seu coração disparar quando passou os dedos pelas primeiras folhas.

Mas algo não estava certo, quando, passou as primeiras páginas, e logo depois as outras. As letras eram estranhas, borradas, em uma língua que Penny não conhecia. Passou as folhas mais rápido, e todas as páginas estavam cheias, com rabiscos e palavras, palavras incompreensíveis. E aquilo não era latim, não era espanhol, ou francês. Parecia mais uma língua morta e desconhecida, para não dizer que aquilo tudo parecia um conjunto de feitiços demoníacos.

O estômago de Penny embrulhou quando o diário tremeu sobre a mesa, e retirou suas mãos de cima dele rapidamente quando sussurros começaram a sair do caderno. Eram sussurros diferentes, alguns mais baixos que outros, que fizeram Penny e Christina terem arrepios ruins. O diário se fechou subitamente, num baque baixo, porém forte e voou para o final do corredor, diretamente para as mãos de Lilian.


Notas Finais


Desculpem a modéstia mas estou um pouco orgulhosa desse final hehe
qualquer duvida podem me perguntar, não sejam tímidos(as), sério!
Muito obrigada por lerem até aqui e espero que tenham gostado <3
Beijooooooooooos :*


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