História Broken Hearts - Tears

A água fria da forte tempestade se misturava com o doce das lágrimas daquele homem que estava de joelhos ao lado do túmulo de sua esposa, as pessoas em volta iam se dispersando e ele continuava ali aos prantos. Sua irmã ao lado do esposo olhava a tristeza de seu irmão ao longe, seu marido também a consolava por conta da perda.

- Precisamos ir. – Ela se aproximou de seu irmão e se agachou para abraça-lo. – A Ayume precisa de você.

- Eu não vou conseguir Aya. – Ele respondeu aos prantos. – Não vou conseguir cria-la sozinho.

- Você não está sozinho Kouyou, tem sua família pra ajudar. – Ele fitou sua irmã por alguns instantes e depois a abraçou forte, chorando ainda mais.

- Eu a quero de volta, eu a amo demais. – Aya o abraçou mais forte e começou a chorar também.

- Todos nós queremos Kou, mas agora ela vive somente dentro de você. – Os dois continuaram abraçados ali do lado do túmulo. – Agora vamos pra casa, eu levo você. – Aya ajudou Kouyou a se levantar e os dois acompanhados de Paul foram para o carro.

Mesmo encharcado Kouyou entrou em casa, parado na porta ele olhava para cada cômodo lembrando sua esposa, cada parte daquela casa tinha algo marcante para lembrar. Ele foi até o sofá e lembrou-se de seu primeiro beijo, seguiu até a sala de jantar onde a pediu em casamento e terminou na cozinha onde descobriu que seria pai. Kouyou sentiu algo segurar sua mão, percebeu que a pequena Ayume o olhava curiosa, ele com os olhos marejados se agachou e abraçou sua filha com força.

- Eu prometo minha filha que serei o melhor pai do mundo para você. – A pequena continuou lhe olhando até que sorrindo lhe entregou um urso de pelúcia que havia ganhado de sua mãe de aniversário.

- Au Au! – Kouyou começou a chorar vendo a inocência de sua filha, ele pegou o urso e beijou o rosto de sua pequena.

- Você já é o melhor pai do mundo para ela Kou. – Aya apareceu na cozinha.

- O que eu vou fazer quando ela pedir pela mãe? – Ayume girava em torno de seu pai.

- Ela ainda é muito pequena, mas seja sincero com ela quando chegar o momento.

- Por mais que isso seja importante não é o que mais me preocupa no momento, eu não sei cozinhar e nem cuidar da casa, como farei isso agora? – Ayume tropeçou nos próprios pés e acabou caindo no chão.

- Isso você aprende, eu mesma lhe ajudarei. – Ayume começou a chorar, Kouyou a pegou no colo e ela deitou em seu ombro chupando o dedo.

- Como? Você tem sua família e seu trabalho, não posso obriga-la a largar tudo pra me ajudar.

- Isso daremos um jeito, eu posso diminuir a carga de horas no hospital e o Taylor eu deixo na mãe.

- Aya não! – Kouyou foi até a sala e colocou a pequena no sofá, pegou uma pequena coberta que estava dobrada no sofá e a cobriu. – Não posso ficar dependendo de alguém sempre.

- Ai, pare de ser orgulhoso. Eu irei ajudar você querendo ou não. A Ayu é muito pequena e exige muitos cuidados, seu trabalho ocupa o seu tempo demais e assim não conseguirá dar a atenção que ela precisa.

- Dou um jeito, nem que eu tenha que sair da banda. – Kouyou retirou o paletó e a camisa e os colocou na máquina de lavar.

- Não fala besteira Takashima, sair da banda seria burrice. Ter responsabilidades não significa abandonar seus sonhos.

- Eu sei... – Ele retirou as calças e fez o mesmo, pegou uma toalha e enrolou na cintura. – Mas se for preciso eu farei. Agora eu preciso de um banho, pode olhar ela por um instante?

- Quer que eu leve ela pra minha casa hoje? Está muito abalado ainda.

- Não, quero ficar com ela hoje. Depois de cinco anos dormindo acompanhado hoje será uma noite difícil para mim.

- Entendo. Vá para seu banho então, eu cuido dela.

O tempo foi passando e Kouyou foi aprendendo a cuidar de sua filha, com a ajuda de sua irmã e de sua mãe ele aprendeu a cozinhar e administrar sua casa, Ayume ficava com a avó durante o dia e ele a buscava depois do trabalho. Como a banda de Kouyou ficava mais popular a cada mês sua carga horária de trabalho aumentava cada vez mais, tinha dias que ele nem pra casa ia fazendo com que Ayume dormisse na sua avó. Os atrasos eram tantos e cada vez mais frequentes que sua irmã se obrigou a fazer algo: contratar uma babá.