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História Broken Lens - Sinopse


Escrita por: baekMotion

Capítulo 1 - Sinopse


Algo como o mau tempo, na verdade, não existe. Existem, sim, vários tipos de bom tempo.         

-John Ruskin

 

 

  Melodias soltas pelo ar podem ser ouvidas para lá das paredes daquela sala. Era quase impossível não ser-se envolto por tal harmonia. Do outro lado da janela folhas de tom alaranjado caíam arrastadas pelo vento anunciando a chegada de mais uma estação fria. Tudo parecia trabalhar para que aquele ambiente se tornasse perfeito.
       Teclas eram tocadas não com muita intensidade, eram apenas relances devido à sua rapidez. Pareciam ser notas familiares para seus dedos que nelas pousavam. Assim sendo, não eram necessárias partituras. O calor de suas mãos, a grossura daqueles dedos nada interferem na doçura de tal sinfonia. Eram evidentes algumas veias salientes em suas mãos, talvez algum exercício mais árduo tenha provocado o seu ressalto,ninguém o poderia saber. O teclado do instrumento era escondido por seus ombros largos. Quem o contemplasse apenas de costas nunca imaginaria ser um jovem portador de meigos e infantis traços faciais. De facto ninguém poderia sequer imaginar que tais traços eram as únicas sobras de inocência jazidas dentro do rapaz. Por dentro se sentia “estragado”, corrompido por assim dizer. Suportou muito em poucos anos de vida. Talvez fossem apenas meras coincidências de seu psicológico ou atos irrefutavelmente reais. Em ocasiões específicas era tomado por seu subconsciente e era capaz de criar um pequeno mundo em sua mente, no qual era feliz, era realizado e podia vencer qualquer gigante.  Infelizmente no mundo a que aparentava ser o real apenas colocada os seus demónios atrás das costas. E que pesadas se encontravam suas costas.

Compensava cada pensamento mórbido em seu piano de cauda. Era nele que a mágica era feita. Horas e horas se dissipavam como minutos. Nunca dava pelo tempo passar e era por esse exato motivo que amava tanto tal instrumento musical. Apenas ele e seu tão amado amigo de longa data.
             Amava toda e qualquer característica do instrumento. Arriscava em pensar ser o orgulho de sua vida poder manejar tal aparelho. Depois de tantos medicamentos e precauções, saber que podia  se concentrar em algo e fazer a sua obra florescer, aquecia o seu coração de tal forma que sabia nunca poder expressar por palavras.
             Todas as pequenas e imensas coisas pelas quais vivenciou, tornavam cada peculiaridade da vida uma enorme obra de arte aos olhos do rapaz. Era um dom só seu saber admirar as pequenas coisas.

Dias ensolarados não eram de seus preferidos, nem chegavam aos pés de agradar o gosto do jovem. Adorava o frio para que, em contraste,  pudesse beber algo quente. Colocar todo o tipo de blusas e jaquetas para se poder aquecer enquanto passeava pela cidade. Ver a neve cair em câmera lenta era um acontecimento fascinante a seus olhos. Também era nessas épocas que podia caminhar sem qualquer ansiedade ou preocupação de esbarrar em alguém. Devido ao frio excessivo de Seoul, poucos se atreviam a sair apenas para apanhar ar. Gostava de sentir o vento gélido bater em sua face e tocar nos seus longos dedos. Fazia de tudo para se aquecer e isso o agradava. Estava dependente de si mesmo para se poder aquecer e se sentir confortável.

  Apesar de tudo, de todo esse gostar, era nessa época que mais se sentia sozinho. Que mais se sentia alguém largado ao mundo sem propósito algum. Alguém ferido e dependente de ajuda. Podia ver  em suas lembranças  mais profundas um pequeno  e assustado Sehun de cabelos escuros e pequena estatura, correndo pela neve procurando pelo caminho de volta para casa. Conseguia sentir em sua pele,  num inigualável tom de branco sem qualquer vestígio de cicatrizes, as dores da solidão e abandono. Mas sabia que o passar dos anos lhe tinha proporcionado um bom futuro, não tão promissor como tanto desejou em tempos, mas um futuro do qual sabia poder preencher o tão famoso espaço vazio em seu coração.

  Não acreditava na felicidade como um todo. A felicidade podia ser encontrada em pequenas ocasiões ou acontecimentos. Não existe a felicidade plena e sim momentânea. Sabia de tais profecias por experiência própria. Tudo o que sabia, aprendera por experiência própria. Para saber que colocar o dedo na tomada lhe causaria, consequentemente, uma descarga de energia pelo seu corpo abaixo teve que passar por tal situação. Para saber que tem rinite alérgica precisou passar a primavera de 2007 aos espirros e com vermelhidão nos olhos parecendo sempre ter passado a noite inteira a chorar.

 Oh Sehun era especial e Lu Han sabia disso.

Lu Han. O rapaz de origem chinesa, com apenas um ano de diferença, alguém passageiro na vida de Sehun mas que mesmo assim causou um impacto inigualável. Lu Han ajudou bastante quando o mais alto precisou. Estava sempre pronto a auxiliar o amigo de pele pálida. Devo confessar que  os dois rapazes passaram por muito juntos. Antes de voltar para seu país de origem, onde se preparava tal como Sehun, para mais uma grande etapa de sua vida ,de nome faculdade, ambos prometeram nunca desistir, um amparava o outro, mesmo que longe Sehun era de Lu Han e Lu Han era de Sehun. Estavam ligados por uma pequena linha onde no final elas se iriam juntar.

 Algo o fez parar repentinamente causando um som desagradável a seu ouvidos. Acorda de seus devaneios.

- Hey.

Mentiria ao dizer que por segundos não se sentiu assustado com tal abordagem. Ninguém costumava frequentar aquele lugar, particularmente naquele exato horário. O edifício onde se encontrava a sala de música estava praticamente deserto quando o rapaz adentrou. Talvez levantar e sair não fosse tão má ideia. Não sabia como agir, nunca foi bom em enfrentar pessoas.

- Estou a falar contigo. - falou novamente o que lhe parecia ser a voz de um rapaz, desta vez apontando o dedo indicador na direção de Sehun.

Desagradável, pensou ao virar seu dorso para poder ver de quem se tratava.
Não queria formar um diálogo com tal pessoa então fez o que lhe parecia a melhor das opções. Se levantando calmamente e fechando adequadamente o instrumento disse:

- Apontar o dedo é feio, nunca mais o faças.

E saiu dando tal episódio como encerrado. A impaciência já se fazia presente, sabia bem o que estava por vir. Se sentia formigar por debaixo de suas roupas.  Após uma pequena caminhada de 15 minutos pelo campus, Sehun, se encontrava na porta de seu dormitório. Não pensava em entrar, de todo, mas sabia ser necessário. Alegrava-se ao saber que era Domingo, o dia em que o seu colega de quarto desperdiçava em companhia de sua família.

 Sucessivamente, dentro do quarto, tomou seus medicamentos rotineiros acalmando-se devidamente.

Por mais que as regras não se submetessem às necessidades do rapaz de à pouco, de nome Baekhyun, nunca o negaria, mas tal urgência  do jovem o punha nervoso. Bem  sabia o porquê, bem sabia do que se tratava.

E tal como na primeira vez, sinalizando a sua chegada, é ouvido um pequeno tocar na porta.


              (...)

 

 Eles se tocavam, não suavemente, não com um cuidado especial. Não tinham receio algum de se machucar, conheciam bem os seus limites. A cada movimentação mais agressiva o menor suplicava por mais. Sentia o seu corpo queimar a cada toque. O ar se fazia escasso. Ambos suavam. Suas mãos andavam por caminhos já por ambos conhecidos. O chocar de corpos,barulhento por si só, o roçar de peles húmidas e línguas soltas tornava um e outro cada vez mais excitados. Suspiros de puro prazer voavam para lá dos buracos do dormitório. Não faziam questão de abafar o ruído que tais movimentos faziam. Estavam envoltos por uma exagerada ânsia que até mesmo a presença do mundo se fazia faltar. Dedos entrando e saindo, sugar de peles, palavras de incentivo sussurradas criavam uma atmosfera erótica em torno deles. A cada estocada o ambiente se tornava mais quente.

Era sem dúvida o ponto alto do seu dia poder dividir tal ato com Sehun. Repetiria vezes sem conta.

Após várias trocas de posição, ambos chegam ao seu ápice. Exaustos. Não proferiram uma palavra sequer, apenas desfrutavam da sensação de libertação que tal orgasmo lhes proporcionara.

Sehun sabia como agradar o pequeno.

- Quantas vezes tenho que te avisar miúdo, não te quero perto de mim no campus. - falou quando a respiração de ambos lhe parecia estável.

- Sehun-ssi eu…

- Não quero saber. Apenas veste-te e sai. - interrompeu-o pegando as roupas do menor, facilitando o seu trabalho de ir embora.

- Mas…

- Não estás à espera que peça por favor certo? Põe-te daqui pra fora.

- Não sou um miúdo... - resolveu se pronunciar enquanto se recompunha - apenas queria atenção, Sehunnie, ultimamente está sempre ocupado, eu só…

- Já acabou? - pôs-se de frente para o rapaz interrompendo-o pela segunda vez - não quero ouvir a tua voz. - finalizou, empurrando-o porta fora.

Farto, pensou.

Quando se conheceram sabia que Baekhyun lhe traria problemas. Sabia que seus dias de paz naquela Universidade estariam em perigo, mas no entanto resolveu arriscar. Não tinha quaisquer intenções de criar qualquer tipo de laço ou afeto pelo moreno mais baixo, apenas saciar pequenas vontades e era isso que realmente tinham um com o outro: uma simples troca de favores, onde a prioridade era Sehun. Já Baekhyun não compartilhava tal posição. Encontrava-se envolvido por demasiada luxuria. Queria total atenção do mais velho de cabelos pretos. Queria ter autonomia para tocar em sua pele pálida mesmo que como habitualmente, fosse escorraçado com desdém para longe do mesmo quando este se cansava. Era uma rotina desgastante para o aspirante a pintor. Sair de seu trabalho de meio período e de um dia atarefado de aulas, onde a sua mente trabalhava continuamente em busca de criatividade, e ainda ter que se submeter a maus tratos vindos do mais velho… Mas nada era em vão, bem sabia Byun Baekhyun.

Eventualmente descobriu o quão dependente estava dos prazeres que Sehun lhe podia proporcionar - era na sua deplorável dependência onde jazia o erro e tinha total noção disso. Baekhyun era assim.

Este selar de sentimentos não estava submetido à vontade de nenhum dos dois. Tal conexão seria ligada por si só, independentemente da discordância de ambos.

Não criar empatia era um dos objetivos de Sehun. Não era um bicho doméstico, como sempre cogitava. Nunca o seria.

Mas de tanto fugir de tal apego, agora vê-se encurralado.




 

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Notas Finais


:)


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