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História Broken Marriage - Fucking All Night While I Was Changing Diapers


Escrita por: jaureguiloverr

Notas do Autor


EU MESMA NÃO ACREDITOOOOOOOOOO! ATUALIZAÇÃO DUPLA?????
Gente, tô xó comigo mesma. Dessa vez me superei, hahaha.
Que coisa linda é esse momento chamado férias, não é mesmo?
Então mores, aqui está o que seria a continuação do capítulo anterior. Esse ficou o maior até agora, espero que não fique tão cansativo. Se vocês não curtirem capítulos muito grandes, me digam que eu dou meu jeito aqui, ok?
Espero que gostem, e bem, vou ficar aqui no meu cantinho sabe... Pra prevenir qualquer tipo de acidente que possa acontecer.
Apertem os cintos, mores...
Erros conserto depois (talvez).
E ah, tenho uma pessoa para apresentar à vocês lá nas notas finais.
Boa leitura! @jaureguiloverr e @caninodapetrova

Capítulo 10 - Fucking All Night While I Was Changing Diapers


Fanfic / Fanfiction Broken Marriage - Fucking All Night While I Was Changing Diapers

Lauren POV

Sair de casa não é uma coisa fácil.

Sair mais uma vez da casa que por tanto tempo foi o seu lar, e que ainda abriga os maiores tesouros que você possui na vida, é mais difícil ainda.

Recostei-me no banco traseiro do táxi que me levava ao aeroporto, passando minhas mãos por entre meus cabelos. Minhas pernas inquietas não paravam de sacudir nem por um segundo, enquanto eu olhava pela janela toda a paisagem do Rio de Janeiro ficar para trás.

Esse é sempre o pior momento. Quando recebi aquela ligação uma semana atrás dizendo que minha filha estava internada por conta de uma reação alérgica, não pensei duas vezes antes que correr para vê-la. Porém, depois que ela já estava bem e em casa, as preocupações foram tomando conta de minha mente.

"Com minhas sobrancelhas juntas em confusão, cocei minha nuca e suspirei. Não sei se ficar aqui seria uma boa ideia. Reviver toda a rotina que tinha na minha época de casada me soava estranho. Mas confesso que a ideia de ver o dia a dia de minha pequenininha de novo estava me convencendo."

Eu sempre soube, desde o início eu soube que permanecer no mesmo teto que ela não seria boa coisa. Mas a excitação em poder ver o dia a dia normal de minha filha falou mais forte. Tudo que é sobre Valentina consegue ultrapassar meus próprios sentidos, meus valores. Sou capaz de matar e até mesmo morrer por minha Estrelinha.

Valentina Cabello-Jauregui é minha vida. É impossível descrever a falta que eu sinto de conviver com ela, acordar todos os dias com seus abraços apertados, seus beijos molhados, e seus gritinhos de “anda mama, já é dia!”. A falta que ela me faz é absurda, chega a ser desumano o tamanho da dor que se faz presente em meu peito toda vez que passo em frente ao quarto reservado para ela em minha casa e não a vejo ressonar tranquila ali durante as madrugadas que passo em claro.

Senti uma fina linha de água escorrer por minha bochecha, mas tão rápido quanto ela caiu, eu a limpei. Eu não podia fraquejar, eu não posso ser fraca. Eu tenho uma grande área hospitalar que precisa da minha total atenção e supervisão, e também tenho que prosseguir minha vida. Eu tenho uma nova vida em Miami, e preciso me concentrar nela.

É o meu sonho, sempre foi. E ela também sempre soube.

Esses últimos sete dias só me fizeram enxergar algo que, por muito, eu achei que estivesse morto, enterrado à sete palmos do chão. Me fez ver que, por mais que eu pense que eu tenho a vida perfeita, meu quebra-cabeça não se completa, porque falta uma peça principal. Aquela bem do meio, que, se não estiver ali, o desenho não se forma. O ciclo não se completa. A vida não faz sentido. Mas que, depois de muito tomar murros na cara, eu aprendi a viver sem. E vou continuar assim.

— Senhorita, chegamos.

A voz do motorista me alertou, me tirando de meus – constantes e irritantes – devaneios. Rapidamente abri minha bolsa, tirando uma nota de cem reais dali.

— Aqui está, fique com o troco.

Disse, já abrindo a porta e saltando do carro, fechando a mesma antes mesmo que o motorista pudesse me responder. Andei com passos firmes para dentro do enorme salão, já indo em direção à área de check-in.

É preciso uma nova mudança em minha vida, mas principalmente no meu interior. Eu já não sou aquela adolescente inconsequente que brigou com os próprios pais, abriu mão de toda uma estabilidade financeira e social por um relacionamento que ela julgava ser eterno. Aquela Lauren não existe mais. Eu sou uma mulher adulta que, com muito esforço, conquistou todo seu patrimônio e realizou seus sonhos. Uma mulher decidida, e muitas vezes fria, que sabe o que quer, e que nunca mais vai se deixar levar pelas promessas de olhos castanhos hipnotizantes, que te prometem o céu, e te entregam de bandeja ao inferno.

Eu sou Lauren Michelle Jauregui Morgado. E eu não preciso de mais ninguém, a não ser a mim mesma. E claro, Valentina.

Minha vida nesse país terminou quando eu coloquei meus pés para fora daquela casa há um ano pela primeira vez. Nada mais me prende aqui, a não ser minha filha.

A cada vez que volto ao Brasil, mais eu amo a América.

 

Camila POV

Quatro horas já se passaram desde que ela saiu por aquela porta. Quatro horas que eu já não sinto aquela sensação esquisita dentro do meu peito toda vez que meu olhar encontrava o dela. Quatro horas que me sinto livre de novo.

Valentina já havia acordado, e chorou mais do que nunca quando percebeu a ausência da mãe. A ninei em meu colo por longos trinta minutos, sentindo meu coração pesar ao escutar seus soluços desesperados, e sua vozinha rouca pedindo que a mãe voltasse para ela. Depois que consegui acalmá-la, a coloquei de volta em sua cama e fiz ela dormir.

Quando estava saindo de seu quarto com passos leves para não despertá-la, um pequeno papel que repousava em sua mesa de cabeceira me chamou a atenção. Era um bilhete de Lauren. Respirei fundo e abri, vendo sua caligrafia que costumava ser linda, sair completamente tremida e corrida no papel.

“Oi, Estrelinha. Quando sua mamãe estiver lendo isso pra você, a mama já vai estar no avião indo pra casa. Mas eu não quero que você fique tristinha. Sabe por que? Porque você é a coisa mais preciosa que a mama tem nessa vida, e é a pessoa que a mama mais ama no mundo! A mama promete que volta logo, até porque o aniversário de uma certa Princesa linda está quase chegando. Lembra que você me pediu pra ir na Disney visitar o Mickey? Quem sabe a gente não consegue ir lá no seu aniversário? Gostou da ideia, filha? Eu e você vamos brincar com as outras Princesas, e convidá-las para o chá, tudo bem? Estrelinha, a mama ama você. Amo muitão mesmo, um tantão assim! A gente se vê logo logo, tá bom? Cuide do nosso reino, e proteja sua mãe dos monstros, você sabe que ela ainda tem medo deles. Te amo, meu pequeno ponto de luz. Até breve. – De sua mama Laur.”

Suspirei, sentindo um bolo se instalar em minha garganta. Lauren mesmo estando longe, fazia questão de ensinar Valentina a cuidar e estar sempre aqui por mim.

Neguei com a cabeça, guardando o pequeno papel que continha umas manchas – provavelmente causadas pelas lágrimas de Lauren – em meu bolso. Eu leria depois para a florzinha, quando ela estivesse melhor.

A olhei mais uma vez, vendo seu narizinho e suas bochechas ainda vermelhos pelo choro de antes. Suspirei novamente, saindo de seu quarto, fechando a porta atrás de mim.

***

O que se faz em um domingo de tarde? Exatamente, nada.

Aqui estou eu, deitada no sofá de frente para a televisão, assistindo a um desenho superinteressante de uma porquinha rosa, enquanto sou agarrada pelo pescoço por uma bolinha branca com os grandes olhos verdes vidrados na tela.

Eu até tinha uns quadros para terminar, mas não consegui resistir ao pedido de Val com aqueles olhos de esmeralda de assistir desenho com ela. Quem são os quadros perto de minha florzinha na fila do pão? Exatamente, nadinha.

Estava começando a prestar atenção no desenho animado que tanto entretia minha filha quando escutei o som de uma nova notificação de meu celular. O puxei de meu bolso e desbloqueei, vendo ser uma mensagem de Dinah.

China:
             E aí, Walz? Como está a Tina, já parou de chorar?

Eu:
             Oi, Chee. Sim, já parou. Está assistindo àquele desenho daquela porquinha que eu sempre esqueço a droga do nome.

China:
             Que bom! Sempre me preocupa a situação dela nas partidas de Lauren.

É Peppa, sua mãe desmiolada. Onde já se viu uma mãe que não sabe o nome do desenho preferido da filha? Vou aí te dar umas aulas, Chancho…

Eu:
             Cala essa boca, Jane!

Aulas? Desde quando você é formada na faculdade das mães?

China:
            Desde quando essa menina nasceu e eu quem tinha que cuidar dela quando você resolvia dar a louca e levar a Jauregui pro motel, fodendo a noite toda enquanto eu trocava as fraldas.

Minhas bochechas ruborizaram no mesmo instante que terminei de ler a mensagem. Isso é coisa que se fale assim, Dinah Jane?

China:
             Demorou pra responder, é porque tá com vergonha.

Vergonha tu tem agora, né safada, porque na hora de comer a branquela loucamente você não tinha vergonha nenhuma. Inclusive aprendi várias posições te vendo transar algumas vezes.

Eu:
             DINAH!

Espera, você me viu transar? Mas que porra é essa, Dinah?

China:
             Ué, querida. O que eu podia fazer se vocês nunca lembravam de trancar a porta.

Ah, até esqueci de te agradecer. A Mani adorou aquela posição que você fez na Lauren na noite de A no Novo dois anos atrás…

Eu:
             CHEGA, EU DESISTO DE VOCÊ! TCHAU!

Fechei o aplicativo de mensagens sentindo minhas bochechas doerem de tanta vergonha. Como era possível uma pessoa ser tão pervertida quanto Dinah era? Me ver transar, e ainda prestar atenção nas posi… Esquece isso, Camila! É melhor.

— Mamãe, você viu? – a voz de Valentina me trouxe de volta, sendo acompanhada por sua risada de bebê. Ela apontava para a televisão, onde mostrava um porquinho caído em uma poça de lama. — O Jorge, mamãe! O Jorge caiu na lama e tá todo sujinho. – ela completou, franzindo o nariz por sentir nojo de sujeira.

Foi impossível não sorrir com sua risada. Eu estava muito agradecida por Val não estar mais tão abalada pela partida de Lauren. Depois que eu li seu bilhete para ela, Valentina só falou durante uma hora inteira sobre como ela queria que seu aniversário chegasse logo para que ela pudesse ir logo visitar o Mickey e tomar o chá da tarde como sua mama tinha lhe ensinado com as outras Princesas.

— Eu vi, filha. Ele vai ter que fazer o que agora?

Perguntei, apenas para distraí-la um pouco.

— Festa na cachoeira!

Ela gritou com os bracinhos levantados, balançando de um lado para o outro.

Ri junto com ela, e estava tão distraída olhando como seu rosto se tornava ainda mais bonito de se apreciar quando ela sorria, que pulei no lugar sentindo meu celular vibrar em minha mão. Olhei o visor e sorri para o nome que aparecia como remetente da ligação.

— Oi. – disse, tímida.

Oi, Mila! Como vão? – mordi o lábio, ouvindo sua voz soar rouca e alegre do outro lado da linha.

— Estamos bem, e você, Doutor? – perguntei, rindo ao ouvir sua risada durante a chamada.

O Doutor vai bem também. Então, tudo certo para o nosso passeio? – ele disse, parecendo animado.

— Sim, claro! Eu só preciso de alguns minutos para dar um banho rápido na Val e podemos ir. – disse, enquanto estalava o dedo, chamando a atenção de minha filha. Ela rapidamente me olhou, e eu fiz um sinal para que ela desligasse a televisão. Assim ela fez, e se virou de frente para mim, seus olhos me encarando curiosos.

Maravilha! Passo aí em trinta minutos, tudo bem?

— Tudo bem. Até logo, beijo. – disse, sorrindo.

Beijo grande, Mila. – ele falou, e encerrou a chamada.

Suspirei feliz e me virei para minha florzinha, que tinha as perninhas cruzadas em forma de chinês, esperando para que eu falasse com ela. A peguei e sentei-a em meu colo, fazendo um carinho em suas costas.

— Filha, o que acha de irmos tomar um sorvetão com o tio Gabriel? – perguntei receosa.

— Eba, eu quero um sorvetão bem grandão de chocolate com caldinha, mamãe, posso? – ela disse excitada, pulando em meu colo.

Soltei minha respiração e sorri tranquila. Levantei com minha princesa no colo, ouvindo todos os sabores de sorvetes que ela dizia querer tomar, e fui em direção ao banheiro de seu quarto, pegando uma toalha limpa em seu armário.

— Claro, filha. Você pode tomar o sabor que você quiser. E sabe o mais legal? O tio Gabriel disse que tem um parquinho lá pra você brincar. – disse, a colocando no box e tirando sua roupinha.

— Que legal, mamãe. Eu vou poder brincar lá nos brinquedos? – ela perguntou, seus olhinhos brilhando.

— Claro que vai, meu amor. Agora vamos ligar a água e entrar debaixo dela porque é hora de…

— Festa na cachoeira! – ela disse alto, enfiando a cabeça na água.

***

Depois de muito falar e pular animada, consegui vestir Valentina. Por sorte, enquanto ela dormia mais cedo, eu já havia tomado meu banho, então apenas troquei minhas roupas, colocando um vestido soltinho com estampas de pequenas flores vermelhas, e um salto não tão alto também vermelho.

Minha filha vestia um short jeans com brilhos nos bolsos traseiros e dianteiros que sua outra mãe havia lhe dado de presente há algum tempo, e uma blusa rosa, com um desenho de um laço branco na frente. Coloquei um lacinho também rosa em seus cabelos, e calcei sua sandália branca favorita, já que era da tal Princesa do gelo que ela tanto amava.

A peguei no colo novamente e descemos as escadas, o cheiro de seu perfume – que era o mesmo que Lauren usava na adolescência – misturado com seu cheirinho natural de neném entrando por minhas narinas, me fazendo suspirar e sorrir.

Assim que chegamos à sala, meu celular tocou. Corri até a mesa de centro, com Valentina ainda em meu colo, e atendi.

— Ei, já está aqui? Estamos prontas. – disse, colocando minhas chaves, meus documentos e os de Val dentro de minha bolsa.

Oi, já estou aqui sim, pode sair. – sorri e assenti, mesmo tendo consciência que ele não podia me ver.

— Estamos indo, Doutor. – eu disse, brincalhona.

Ele riu e eu encerrei a chamada, também guardando o celular na bolsa.

— Vamos, filha? – perguntei, dando um beijo em sua bochecha.

— Sim! – ela disse, balançando as perninhas.

Sorri e saí de casa, vendo Gabriel sair do carro e encostar na lataria, sorrindo elegante para mim.

— Boa noite, senhoritas. Estão muito bonitas! – ele disse galante, sorrindo abertamente para nós.

— Tio Gabriel! – Valentina pulou em seu colo, o abraçando forte pelo pescoço. Ele prontamente a pegou, a abraçando com os olhos fechados.

Não tive como não suspirar com aquela cena.

— Olá, pequena! Que saudade! Como você está? – ele perguntou, puxando a cabeça para trás para poder ver seu rosto.

— Tudo bem. Podemos ir tomar o sorvetão agora? – ela disse, me fazendo corar e Gabriel rir por causa de sua fala e por ver minhas bochechas vermelhas. Ele piscou para mim, como se dissesse que não tinha problema, e sorriu para Val.

— Claro que podemos, princesa. Vamos lá! – ele com Valentina ainda em seu colo, abriu a porta traseira para mim, já sabendo que eu iria atrás por causa de Val.

Agradeci com um aceno de cabeça e ele fez o mesmo, colocando minha filha em meu colo, e, logo em seguida fechando a porta, indo para o assento do motorista.

— Vamos, lindas? – ele perguntou, olhando nos meus olhos pelo retrovisor.

— SIM! – Valentina gritou, e eu apenas sorri olhando para ele. Ele piscou novamente e ligou o carro, arrancando dali.

***

— Ela está gostando mesmo, não está? – ele perguntou, sua voz soando insegura pela primeira vez naquela tarde.

Olhei em seus olhos e sorri, tentando passar tranquilidade.

— Mas é claro que está, olhe só. – apontei para Val que corria de um lado para o outro com um pote de sorvete nas mãos, enquanto brincava com algumas crianças ali presentes.

— Isso é bom… E você, Mila? – ele disse, me olhando nos olhos.

— E-eu o que? – gaguejei pela intensidade de seu olhar.

— Está gostando de estar aqui comigo? – ele perguntou, chegando para mais perto de mim.

A sorveteria tinha um estilo meio retrô. Seus assentos eram aqueles vermelhos altos logo atrás do balcão de atendimento, e o salão era preenchido por bancos paralelos virados um de frente para o outro, com uma mesa retangular separando-os.

Gabriel e eu estávamos sentados no mesmo banco, um do lado do outro. Com sua aproximação, pude sentir sua perna coberta pela calça jeans bater em minha coxa esquerda, me fazendo tremer por dentro com um pouco de insegurança.

Respirei fundo, olhando dentro de seus olhos castanho claros e não me contive em descer meu olhar para seus lábios tão próximos e tão chamativos.

Se controla, Camila. Respira…

Ao ver meu olhar cair, ele fez o mesmo e encarou meus lábios, que instintivamente foram umedecidos pela minha língua. Ao ver meu ato, seu lábio inferior foi puxado para o meio de seus dentes, e logo libertado, com uma coloração bem avermelhada.

Arfei e tomei fôlego para responder.

— Muito, eu… Eu estou adorando estar aqui com você. – disse finalmente, voltando a olhar em seus olhos. Ele seguiu meu ato e me encarou profundamente, sua mão esquerda tocando de forma gentil meu rosto.

— Ótimo. – ele sussurrou, se inclinando para frente e puxando meu rosto para si.

Fechei meus olhos e quando já sentia a pele de seus lábios encontrarem suavemente os meus, o toque alto de meu celular me fez saltar para longe de Gabriel e arregalar os olhos.

Merda! Merda! Merda!

Escutei sua respiração ser liberada ruidosamente, e o vi se recostar no assento, olhando pela janela e uma de suas mãos passando por seus cabelos escuros. Ele voltou a me fitar e me ofereceu um pequeno sorriso desapontado.

Totalmente envergonhada, virei o celular que estava com o visor para baixo em cima da mesa e quis tacá-lo na parede e contratar um serviço de matador de aluguel para resolver meu problema, que tinha uma pela absurdamente branca, cabelos negros, olhos fodidamente verdes e que residia em Miami, quando li o nome do dono da chamada que interrompeu meu momento.

Mas que caralho!

— O que é, Lauren?! – ralhei entredentes, sentindo toda a raiva que sentia por ela dois dias atrás voltar com tudo. Consegui ouvir Gabriel bufar ao ouvir o nome de Lauren, o que me deu ainda mais nos nervos.

Filha da puta!

Olá, Camzi. Sim, claro, fiz ótima viagem. Já estou em casa sã e salva, não precisa mais se preocupar, benzinho. – sua voz cínica soou pela ligação, me fazendo apertar o celular entre meus dedos.

— O. Que. Você. Quer? – perguntei pausadamente, fechando os olhos e trancando o maxilar com toda a minha força.

Nossa, Camzi. Achei que ficaria feliz de ouvir minha bela voz. O que foi? Atrapalhei sua masturbação? Sinto muito. – bufei, respirando fundo para não mandá-la ir se foder.

Fechei minha mão livre em punho por cima da mesa, e, ainda com os olhos fechados, senti a mão de Gabriel acariciar meus dedos. Suspirei, automaticamente ficando um pouco mais calma.

Incrível o poder que ele tem de sempre conseguir me acalmar.

O olhei e sorri fraco, e ele assentiu, sorrindo de volta.

— Você quer falar com a Valentina, não é? Certo, ela está aqui. Vou passar pra ela. Tchau. – disse direta e fria, tirando o aparelho da orelha para não ter mais que ouvir sua voz irritante. — Filha! Vem cá, sua mãe quer falar com você.

Mal terminei a frase e Valentina já estava sentada à minha frente, balançando as mãozinhas impaciente. Lhe dei e celular e encostei no assento, fechando os olhos e respirando fundo pela vigésima vez só aquele dia. Não tinha notado, mas assim que abri os olhos, vi que minha mão e a de Gabriel estavam entrelaçadas.

Sorri com aquilo, e olhei para ele, que me fitava com a mesma expressão sorridente.

É possível gostar tanto de alguém mesmo o conhecendo por tão pouco tempo?

 

Lauren POV

Ah, o ar úmido e fresco de Miami. Que falta eu senti disso.

Quando o avião finalmente pousou, fui uma das primeiras a sair e ir em busca de minha mala. Queria ir logo para cama, deitar na minha cama e, logo depois de uma pequena soneca, começar a me arrumar para curtir a noite da melhor área da Flórida com meus melhores amigos.

Corri até o estacionamento, aonde vi meu bebê estacionado do jeitinho que eu o deixei. Larguei o carrinho com a mala e corri até ele, abraçando seu capô.

— Olá, Dark. Sentiu saudades da mamãe? Eu senti! – falei com uma voz fina, enquanto alisava sua lataria. Minha Ferrari era um dos maiores amores da minha vida, sem sombra de dúvidas. Dark era meu filho caçula, dois anos mais novo que Valentina. Um bebê.

Desativei o alarme e coloquei minha bagagem na mala, logo entrando e sentindo o couro macio do estofado se moldar ao meu corpo. Suspirei apaixonada, e acariciei o volante.

Se tem uma pessoa… Digo, uma coisa que merece o meu mais puro e sincero amor, essa coisa é o meu Dark. Quem precisa de mulher quando tenho meu carro?

O liguei, escutando seu ronco e arranquei dali, desfilando pelas ruas tão conhecidas de Miami.

***

Estava saindo do banho quando ouço o som do elevador soar pela casa, avisando que alguém tinha digitado a senha de meu andar. Me enrolei na toalha e fui andando até o corredor, coçando meu couro cabeludo no processo.

Elevador aqui? O porteiro não me avisou que tinha alguém subindo. Só pode ser ele, ou então…

Minhas dúvidas cessaram quando vi as portas de aço se abrirem. Um enorme sorriso nasceu em meus lábios e saí em disparada em sua direção, pulando em seus braços.

— Que saudade, piranha! – disse, sufocando Verônica em um abraço de urso.

Minha amiga riu e começou a dar tapas em minhas coxas expostas pela toalha curta.

— Calma aí, Michelle. Eu sei que você é total gamada em mim, mas vamos com calma, me paga uma bebida primeiro. – disse ela, me empurrando pelos ombros. — E vai vestir uma roupa, cadela! Não é só porque teu apartamento ocupa o andar inteiro que o porteiro não fica te comendo com os olhos pelas câmeras.

Dito isso, ela se virou e levantou seu dedo do meio para a câmera que ficava no fundo do elevador e logo depois sorriu, jogando um beijo e saiu rebolando para dentro de casa.

É, eu realmente estou de volta.

***

Vero e eu estávamos jogadas no sofá, bebendo uma bebida que ela mandou entregarem aqui em casa. Não faço ideia do que seja, mas é amargo e gostoso. A televisão está ligada em um canal de filme, mas não estou prestando atenção. Meus pensamentos estão flutuando sem direção, mas seu rumo é precisamente aquela casa de dois andares no bairro do Leblon.

— Ah, eu sabia! – levei um susto com o grito de Vero. Olhei para ela sem entender nada, e ela apontou para a televisão. Duas mulheres se beijavam e arrancavam as roupas. Sorri de lado, negando com a cabeça. — Eu sabia que tinha alguma coisa de sapatão nesse filme que você escolheu. Você insistiu muito nele, só podia ser isso mesmo…

Disse ela, fingindo estar com raiva. Não me aguentei e comecei a rir, jogando minha cabeça para trás.

— Como se você não gostasse, né? Toma vergonha nessa tua cara, Iglesias. Mais sapatão que você só-

— Você! – ela me cortou, sorrindo triunfante.

Cerrei meus olhos por alguns segundos, e depois Vero desatou a rir do nada.

Acho que tem alguém bêbado aqui…

Ri de sua gargalhada espalhafatosa, e sorvi um pouco do líquido em meu copo.

— E então, Michelle. Me conta logo. – ela disse, levando minha atenção de volta para si. Cerrei minhas sobrancelhas, não entendo sobre o que ela estava falando.

— Contar o que, maluca? – perguntei, minha cabeça tombada para um lado.

— “Contar o que”?! Como assim “contar o que”? – disse com falsa indignação, e eu apenas dei de ombros. — Ora, porra. O que eu tive que ficar a madrugada inteira acordada pra planejar com você, Michelle.

Ah, agora eu sei do que estamos falando.

Um sorriso safado nasceu no canto de meus lábios. Vero sorriu do mesmo jeito quando viu minha expressão, chegando mais perto no sofá, virando de frente para mim. Apoiou seu braço no encosto e abriu bem os olhos, balançando suas sobrancelhas para me instigar a falar. Soltei uma risada e olhei em seus olhos, sorvendo mais um pouco da bebida amarga.

— O que quer saber? – perguntei com uma voz bem rouca, vendo os pelos do braço de minha amiga se arrepiarem. Gargalhei.

— Caralho, Michelle. Com essa voz aí a gente até repete o que aconteceu um ano atrás. – ela disse, safada. Mas desistiu de fingir e começou a rir, me fazendo rir também. — Vai, cachorra. Fala logo! Conseguiu?

Olhei para o copo em minha mão, balançando a bebida escura. Umedeci os lábios e sorri com o canto dos mesmos, voltando meu olhar para Vero. Olhei bem dentro de seus olhos, e soltei uma risada nasal, sorvendo o último gole da bebida. Tirei o resto da bebida que permaneceu em meu lábio inferior com o dedo e o chupei, logo tomando fôlego para falar.

— Eu sou Lauren Michelle Jauregui. Acha mesmo que ela ia recusar logo o meu beijo?


Notas Finais


Eita... Bom, eu não vou dizer é nada.

Bom galera, quem eu quero apresentar pra vocês é o nosso querido Doutor Gabriel Cardozo, que é perfeitamente encenado na minha cabeça por ninguém mais, ningém menos que Ryan Guzman. Aqui está ele: http://1.bp.blogspot.com/-q0-oqoev3kU/UXtXBdLRqaI/AAAAAAAAH6Y/z6ZkpGY1v_0/s1600/Ryan+Guzman+Step+up+4+4.jpg

Até o próximo, beijinhos. <3


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