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História Broken Marriage - You Again


Escrita por: jaureguiloverr

Notas do Autor


Olá, meus amores!
Não adianta nem me desculpar, né? Só espero que me deem um desconto, pois estou fazendo pré-vestibular e estava com um bloqueio enorme. Mas que, GRAÇAS À DEUS, já passou!
Obrigada por todos que continuam aqui, vibrando com os capítulos e me cobrando no twitter. Amo essa animação de vocês, de verdade! Quero que saibam que vou estar sempre disponível pra vocês lá no twitter. Podem falar comigo, eu não mordo. Me cobrem capítulos, perguntem algo que não entenderam bem ou que ficou mal explicado, comentem comigo o que vocês estão gostando ou não curtindo tanto assim... Ok? Vou ficar no aguardo lá no @laurendebcarey.
Ok, gente. Chega de falatório. Espero que curtam o capítulo, e qualquer erro, já sabem né?
Pois bem, boa leitura, amores. Até lá em baixo!

Capítulo 12 - You Again


Fanfic / Fanfiction Broken Marriage - You Again

 Lauren POV

Miami, Flórida – Quarta-feira, 21 de Setembro, 04:37PM

Um mês havia se passado desde que falei com Camila pela última vez, consequentemente, um mês desde que meus fies amigos – ou devo dizer “pessoas que só me metem em furada mas de vez em quando fazem uma boa ação”? - me levaram para um bar/boate no centro da cidade, me fazendo ter uma ressaca de exatas 12 horas.

É claro que quem mais saiu trocando as pernas dali fui eu. Aproveitei da bebida como uma escapatória para a confusão que se encontrava minha cabeça. Na verdade, não me lembro muito bem do que aconteceu aquela noite. Lembro apenas de estar sentada com Vero e Zayn nos bancos perto do bar, chorando enquanto contava sobre minhas desilusões. Depois disso, um borrão se forma em minha memória, e só consigo me lembrar de cabelos loiros esvoaçantes. Provavelmente alguma mulher que eu tenha focado meus olhos bêbados para não cair no sono. Acordei naquela manhã em minha cama, parcialmente despida. Como, infelizmente, não sei dizer. É provável que Verônica tenha me trazido para cá e retirado minhas roupas para que eu ficasse mais confortável. Bom, eu espero que tenha sido ela, na verdade.

Balanço minha cabeça, tentando dispersar meus pensamentos aleatórios. Me curvo sobre minha mesa, alongando o pescoço. O hospital estava uma loucura essa semana. A temporada de estágios para jovens médicos havia começado novamente, e isso sempre deixava os profissionais responsáveis tensos. A responsabilidade sobre um residente era grande demais. Todo e qualquer erro dele era depositado sobre seu médico instrutor. Eu mesma já tive muitos residentes trabalhando comigo na área da Hematologia. Não era uma área muito disputada ou procurada, apesar de ser bem remunerada e de mercado amplo. Então os poucos jovens que se aventuravam a estagiar nela, eram sempre muito dedicados, pois tinham certeza de que era isso mesmo o que queriam fazer.

Agora como médica chefe da área eu não recebo mais estagiários, porém meu dever é supervisionar todos os meus profissionais, tendo certeza de que eles estão aptos para instruir os recém-chegados. E além disso, todos os chefes de áreas do hospital darão uma entrevista ao jornal local, promovendo a campanha da residência. O Doctors Hospital sempre teve uma ótima reputação quanto a formação de novos médicos, portanto, a presidência fazia questão de termos os melhores alunos todos os anos. Apenas os melhores alunos das faculdades entravam em nosso programa, consequentemente, tínhamos os melhores médicos de toda Florida.

Duas batidas na porta tiram minha atenção dos papéis a minha frente, e logo em seguida a imagem de minha secretária se faz presente.

— Com licença, Dra. Jauregui. Desculpe incomodar mais uma vez, mas a jornalista chegou.

Keana permanecia parada em frente a porta, as mãos cruzadas em frente ao corpo. Assenti e inalei profundamente, me recostando em minha poltrona.

— Tudo bem, Keana. Pode pedir que entre, por favor.

A mulher assentiu silenciosamente e se retirou. Girei minha cadeira e fitei a janela extensa de vidro, contemplando a visão do centro de Miami. Eu sempre gostei dessa cidade, mas estaria mentindo se dissesse que não sinto falta da vista que tinha em meu consultório no Rio de Janeiro. A praia de Ipanema sempre me deu um gás a mais quando parecia que eu desmoronaria. O Sol, a areia, o mar... E a certeza de que a veria dez minutos depois do expediente, no mesmo quiosque de sempre. Os cabelos soltos ao vento, o vestido rendado folgado, os olhos castanhos intensos decorando cada centímetro de meu rosto...

— Dra. Jauregui?

Pulei na cadeira, virando-a rapidamente, dando de cara com minha secretária parada ao lado de uma mulher. Loira, estatura mediana, corpo bem moldado, vestida impecavelmente da cabeça aos pés. Me forcei a desviar os olhos da mulher, voltando minha atenção à morena que me fitava paciente.

— Sim?

— Deseja algo mais?

— Pode se retirar, obrigada.

Assentiu, fechando a porta atrás de si suavemente. Suspirei baixo, retirando meus óculos de grau depositando-os sobre a mesa, e me levantei. Dei a volta e parei em frente a mulher loira, que me encarava inexpressiva.

— Boa tarde! Sou Lauren Jauregui, chefe da Hematologia do Doctors Hospital.

Estiquei minha mão em cumprimento, sendo correspondida no mesmo instante.

— Boa tarde, Dra. Jauregui. Me chamo Isabella Andrade, sou jornalista do South Florida News. É um prazer conhecê-la.

Meu corpo inteiro travou ao ouvir o nome da mulher. Eu já havia percebido que seus traços não me eram estranhos, mas ao descobrir seu nome minhas dúvidas aumentaram consideravelmente. Pigarrei, soltando minha mão da dela de forma suave.

— Isabella? Hm, perdoe-me mas... – sacudi a cabeça e desviei meu olhar dela, negando mentalmente. — Nada, esqueça.

A mulher soltou um riso contido, o que me fez prestar atenção em seu rosto novamente. Ela tinha um sorrisinho divertido nos lábios vermelhos, o que me causou uma ruga entre as sobrancelhas.

— Não se preocupe, não é a única a pensar que já nos conhecemos antes. – tomei fôlego para responder, mas ela continuou. — É bom te ver de novo, garota do aeroporto.

Todas as minhas dúvidas foram por água a baixo depois de sua frase. Arqueei as sobrancelhas, não contendo minha boca de se abrir em descrença. Ela riu polidamente mais uma vez, formando um sorriso instantâneo em meus lábios.

— Você, claro! Tinha certeza que já havia te visto em algum lugar. Como vai, Isabella? Sente-se, por favor.

Disse, indicando a cadeira em frente a mesa com a mão. Ela assentiu e se sentou, me acompanhando com os olhos enquanto eu me dirigia a minha própria. Abri o botão de meu terninho, sentando de frente para ela. Já não conseguia conter o sorriso que habitava meu rosto.

— Vou muito bem, obrigada. Mas e a Senhora? E sua filha, como está?

Sacudi a cabeça, juntando minhas mãos sobre a mesa.

— Não, não. Senhora? Estou me sentindo uma velha de oitenta anos desse jeito.

Disse com bom humor, causando uma risada na loira. Ela meneou com a cabeça, voltando a me encarar.

— Certo, entendi. Devo te chamar de você?

— Com toda certeza, por favor.

Rimos, e ela voltou a repetir a pergunta inicial.

— Como vai, Lauren?

Encostei na cadeira, respirando fundo sem nunca desviar meu olhar dos olhos castanhos mel a minha frente.

— Vou bem, também. E sobre Valentina, ela também está ótima, obrigada por perguntar.

— É bom saber disso, percebi que era realmente grave sobre ela naquele dia.

— Na verdade, nem tanto. Apenas uma alergia que até então era desconhecida. Mas, sabe como é, ela é a parte mais importante da minha vida e, bem, estava muito longe para eu poder avaliar a situação sem surtar como surtei.

A loira assentiu vagarosamente, desviando o olhar para algo atrás de mim. Permaneci com meus olhos sobre ela, estudando suas feições. Como eu pude tê-la esquecido? Um rosto assim é bem difícil de se perder da memória. Estás ficando velha, Jauregui...

— Está pronta para começar?

— Como? – perguntei, me desligando de meus pensamentos profundos.

— A entrevista, podemos começar?

— Oh, sim! Claro.

A mulher sorriu e abriu sua bolsa, tirando um pequeno gravador e um bloco de notas de lá, acompanhados de um lápis. Abriu uma pequena caixa e retirou seu óculos de lá, o depositando em seu rosto. Me fitou novamente e arqueou as sobrancelhas.

— Está nervosa? – ela perguntou.

— Por que estaria?

— Não sei, parece estar. – falou e deu de ombros, anotando algo em seu bloquinho.

Pigarreei e ajeitei minha postura na confortável poltrona. Girei suavemente, deixando meu corpo um pouco inclinado para a esquerda, onde a cadeira de Isabella estava.

— Não estou, não se preocupe... Pois então, Senhorita Andrade, o que deseja saber?

***

Isabella me fez diversas perguntas sobre o sistema do hospital. Como tudo funcionava por aqui, como era a seleção de alunos para o programa, no que exatamente o programa consistia, quantas horas eram necessárias para a conclusão, se era bem remunerado, etc... Eu particularmente não gostava dessas entrevistas. Normalmente eram duas no ano, uma em Janeiro, e a outra em Agosto. Porém, com as greves nas faculdades no início desse semestre, o programa foi adiado para Setembro. Desde que assumi esse cargo que estou hoje, já dei três dessas entrevistas. São sempre monótonas, sempre as mesmas perguntas, sempre os mesmos jornalistas chatos e sem experiência. Porém, desta vez tudo estava diferente.

Agora estávamos eu e ela sentadas no sofá localizado no canto direito de minha sala, conversando. Nós já havíamos terminado a entrevista há bastante tempo, mas comecei a puxar assunto com ela. Isabella era uma mulher bonita, educada, simpática, profissional e de boa conversa. Ora, pense comigo. Onde mais nesses dias atuais encontramos pessoas assim? Acho que não conheço mais nenhuma. E além do mais, não tenho pessoas para jogar uma conversa fora. Tirando Verônica e Zayn, é claro.

— … Só que no final da partida, quando faltavam segundos pra terminar, papai roubou a bola. Correu até o outro canto do campo e quando estava de cara pro gol... – ela pausou e desatou a rir, me causando uma risada involuntária apenas por vê-la rir também. — Ele escorregou! E caiu de cara na grama lameada! – riu de novo. — Na hora, mamãe e eu ficamos preocupadas mas... Depois que vimos que ele não tinha se machucado... Não teve como segurar. – se curvou em seu estômago, tampando o rosto com as mãos. — Papai reclama até hoje quando voltamos com esse assunto, coitado. Mas pudera, o tombo foi bonito demais!

Gargalhamos juntas. Eu já sentia os músculos de minha barriga doerem de tanto que eu os contraía por conta de minhas risadas incessantes. Não me lembro de rir e me divertir tanto como estou agora. Que meus amigos não escutem isso.

Nossas risadas foram interrompidas por duas batidas na porta. Isabella automaticamente se recompôs, me olhando com os olhos arregalados e tampando sua boca.

— Ri muito alto, não é? Desculpe, quase me esqueci que estamos em um hospital.

Ela sussurrou e eu neguei com a cabeça, rindo baixinho.

— Não, não. Não se preocupe, está tudo bem! – assegurei. — Entre!

Falei um pouco mais alto, para que a pessoa do outro lado da porta pudesse me ouvir. Em poucos segundos, a cabeça de Zayn apareceu entre a parede e a porta, com uma expressão engraçada no rosto.

— Posso entrar? Quero rir também.

Assenti rindo, vendo a mulher loira corar ao meu lado.

— Entre, Zayn. Estamos apenas conversando, junte-se a nós. – levantei, abraçando o corpo do homem que agora estava em pé a minha frente. — Deixe-me lhe apresentar. Essa é Isabella, jornalista do SFN. Ela está cobrindo a campanha dos residentes desse semestre. Isabella, este é Zayn, médico-chefe da Cardiologia.

Ao ouvir seu nome, Isabella se levantou, parando ao meu lado. Sorriu simpática para meu amigo, estendendo a mão direita em sua direção.

— Muito prazer em conhecê-lo, Dr. Zayn.

— Só Zayn, por favor. Me sinto aqueles velhos de cabeça branca e boca desdentada quando me chamam de Doutor, e eu, com certeza, estou longe de ser feio e desdentado.

Neguei com a cabeça, revirando os olhos pela fala de meu amigo convencido. Zayn não perdia uma chance de jogar seu “charme” para alguma mulher atraente. Agora não seria diferente, é claro. Isabella riu educada, murmurando um “tudo bem”. Me sentei, sendo acompanhada pela loira. Zayn pegou uma das cadeiras de frente de minha mesa e colocou próximo de nós, mais precisamente de frente para Isabella.

— Então, Zayn... Já terminou a tabela que o diretor pediu? Ele vem aí amanhã...

Perguntei, tirando os olhos atentos de meu amigo de cima da loira que fitava seus dedos com um sorriso tímido.

— Ah, terminei sim, Mi. Estarei pronto e perfumado pra ele amanhã.

Soltei uma risada, negando mentalmente.

— Seduzir o chefe não vai te fazer subir na vida, Malik.

— Não mesmo! – Isabella disse.

— Ora, não vou seduzi-lo. Desculpe, senhoritas, mas não curto pessoas do mesmo sexo.

Disse, com um bico engraçado nos lábios, nos fazendo rir novamente.

— Enfim. Vamos, Michelle? Verônica já me ligou duas vezes. – rolou os olhos.

— Vamos aonde, homem? Ainda não acabou nosso turno.

— Como não? Já são dez para as nove, sua louca. Aonde está sua cabeça, mulher?

Arregalei os olhos e fitei Isabella, que tinha a mesma expressão que eu. Rimos juntas, e eu cocei a nuca, lançando um sorriso sem graça a ela.

— Me perdoe te prender aqui até essa hora, meu Deus. Eu não vi o tempo passar, me desculpe mesmo, Isabella.

— Tudo bem, Lauren. Eu também não percebi, não precisa se desculpar.

Assenti, ainda um pouco sem graça. Prendi a pobre mulher aqui dentro comigo por mais de quatro horas. Onde estava minha cabeça? Me levantei, vendo Isabella copiar minhas ações, e me dirigi até minha poltrona, retirando meu blazer dali e o vestindo rapidamente. Peguei meu celular e minha bolsa, e voltei até os dois que me esperavam na mesma posição anterior. A única diferença que é Zayn não tirava os olhos da loira, e aquilo por algum motivo estava começando a me incomodar.

— Bom, muito obrigada por sua paciência comigo, Senhorita Andrade. Foi um prazer. E me perdoe, mais uma vez, por ter ocupado tanto de seu tempo.

Estendi minha mão para ela, que a segurou no mesmo instante.

— O prazer foi meu, Jauregui. E, não precisa se desculpar, foi bom rir com você hoje.

Disse a mulher com um lindo sorriso enfeitando seus lábios e um tanto de cor em suas bochechas. Assenti e soltei nossas mãos, me virando para meu amigo.

— Vamos?

— Sim, mas... Isabella, está ocupada esta noite?

O que diabos ele pensa que está fazendo? Não nem dez minutos que conhece a moça e já a chama para um happy hour? Não que eu esteja reclamando de ter a companhia de Isabella conosco esta noite, muito pelo contrário, mas... Zayn convidar ela?

Arregalei os olhos em direção ao moreno, pedindo aos céus que ele me entendesse, o que foi completamente em vão. Engoli em seco, caminhando até a vidraça, temendo a resposta da mulher.

— Ah, não. Bom, acho que não. Mas, por que a pergunta?

Oh, não...

— Ótimo! Gostaria de nos acompanhar? Estamos indo tomar alguma coisa, apenas para relaxar. Michelle e eu temos esse ritual desde sempre, junto a outra amiga nossa que tenho certeza que vai gostar. Vamos? Já vou dizendo que não aceito um não como resposta!

Diga que não, diga que não, diga qu-

— Bem, se não for incomodar...

Inferno!

— Isso! Ela vai conosco, Michelle! Não é maravilhoso?

Respirei fundo e me virei para Zayn, que me fitava com um grande sorriso e um brilho nos olhos que eu já não via há muito tempo. Coloquei um sorriso forçado nos lábios cerrados e assenti, exalando fortemente.

— Mas é claro! A noite vai ser maravilhosa...

 

Camila POV

Rio de Janeiro, Brasil – Quarta-feira, 21 de Setembro, 07:26PM

— Mila, que horas tenho que estar lá mesmo? Não quero me atrasar para pegar a pequenininha pela primeira vez.

Sorri. Eu ainda estava me acostumando a essa atenção. Desde que o conheci, Gabriel me trata como há muito não era tratada. Ele é carinhoso, mima a mim e a minha filha, sem passar dos limites, é claro. É um amor com Valentina, e esse foi o ponto mais alto em minha reflexão quando decidi dar-lhe a resposta que ele vinha esperando há duas semanas.

Tem duas semanas que, eu, Camila Cabello, não sou mais uma mulher solteira. Como? Simples. Depois de muito sairmos e conversarmos, vimos que nós realmente nos damos bem, tanto mental quanto fisicamente. Eu sempre fui mais atraída pelo corpo feminino, mas isso nunca me impediu de secar um homem definido que passasse sem blusa na minha frente. Gabriel tem um jeito diferente de tocar em mim, um jeito que Lauren nunca teve antes. Não que eu compare os dois, mas... Tudo bem, na primeira vez que fomos para a cama, foi inevitável não comparar. Afinal, a última – e única, devo dizer – pessoa que eu transei foi Lauren. Não tive como não pensar sobre isso.

— Ela me pediu que fosse às oito, então não se preocupe, ainda está em tempo. Agora vem aqui.

Pedi, abrindo os braços. Eu estava deitada em minha cama, ainda acordando de minha soneca. Valentina estava na casa de uma amiguinha da escola. A mãe de Beatriz havia me ligado mais cedo naquela tarde, perguntando se poderia levar Val para sua casa depois da escola. Hoje era aniversário da pequena Bia, e como sei que minha florzinha é completamente apaixonada nessa amiguinha, e eu já conhecia a família da menina, não hesitei em concordar.

Gabriel rapidamente se jogou ao meu lado, subindo em cima de meu corpo sem depositar todo seu peso. Sorriu para mim e deu um beijo em minha bochecha, mordendo de leve em seguida.

— Trate de acordar, mocinha. Já já nossa pequena chega e nós dois sabemos o quanto ela gosta de contar suas aventuras diárias, não é? – ele disse bem-humorado, rolando na cama e me deixando deitada em seu peitoral.

— Sei sim. Já estou desperta, não precisa se preocupar. Vou estar linda e cheirosa para a chegada da minha princesinha.

Disse, sentindo uma onda de nostalgia me atingir ao me referir à Valentina desse jeito. Apenas Lauren a chamava assim. Apenas Lauren a tratava como o Sol de sua vida. Apenas Lauren era capaz de colocar aquele tão lindo sorriso no rosto de nossa filha. Apenas Lauren...

— Ótimo! Então já para o banho, estou indo buscar ela. – disse, depositando um rápido beijo em meus lábios e levantando da cama, abotoando sua calça jeans. — O endereço, onde está?

— No balcão da cozinha.

— Tudo bem, vou indo. – se inclinou na cama mais uma vez, me roubando outro selinho. Abracei seu pescoço e cerrei os olhos em sua direção, o fazendo rir. — Ah, amor, se lembra que meu plantão é hoje, certo?

— Sim, eu lembro. Uma pena, queria que ficasse aqui.

Disse, um biquinho forçado se formando em meus lábios. Ele fez o mesmo, ainda debruçado sobre mim.

— Eu também. Queria dormir com você. Vou sentir saudades, meu amor.

— Também vou...

— Agora deixe-me ir. Quanto mais cedo eu voltar com a pequenina, mais tempo posso ficar com vocês duas.

Dessa vez, eu o beijei, dando repetidos selinhos em seus lábios, sentindo-o sorrir sobre mim.

— Tchau. – sussurrei.

— Até mais.

Disse, saindo do quarto e fechando a porta atrás de si.

Suspirei, me jogando na cama novamente. Passei as mãos pelo meu rosto, exalando ruidosamente.

É claro que eu gostava dele, como não poderia? Nem começaria a sair com ele se não gostasse, muito menos aceitaria namorar com ele. Mas é estranho. Sei que ainda é muito cedo, mas sinto que e deveria sentir algo a mais quando estou com ele. Sabe o que eu digo? Eu não sinto arrepios quando sua mão esbarra na minha quando estamos andando lado a lado ou conversando. Eu não sinto meu estômago revirar e aquela sensação de borboletas vivas em minha barriga quando ele me olha nos olhos. Eu não consigo chamá-lo de “meu amor” ou qualquer coisa parecida. Eu não sinto a vontade de me declarar para ele como ele faz comigo. Me sinto esquisita toda vez que ele diz que me ama. Eu deveria ter o ímpeto de dizer “eu te amo” todas as vezes que nos vemos ou nos despedimos, não é? Eu deveria retribuir esse amor que ele me dá verbalmente, mas eu não consigo. Eu apenas assinto e o beijo, ou o abraço, tentando esconder minha expressão confusa. Não sei o que está acontecendo. Não sei se é apenas cedo demais, ou se o problema é realmente comigo.

Levanto da cama e me espreguiço, indo até o banheiro. Vou tomar um banho antes que minha pestinha chegue com toda sua energia, falando sem parar até que durma em cima de mim. Hoje seremos só eu e ela novamente, como tem sido desde que Lauren nos deixou.

Lauren...

Sacudo a cabeça e respiro fundo, desligando minha mente de todos os links possíveis que meu cérebro possa fazer com esse nome. Ela foi embora, ela decidiu que me deixaria, ela deixou de me amar. A culpa de tudo é dela, e só dela. Eu jurei a mim mesma que jamais deixaria aqueles olhos verdes me enfraquecerem novamente. Vou focar minha atenção e meu tempo exclusivamente em minha filha e meu namorado, sem dar chances aos fantasmas de nosso passado virem me assombrar. Vou ser feliz ao lado de Gabriel, mesmo que para isso eu tenha que suar até conseguir descobrir o que me bloqueia sentimentalmente com ele. Quero resolver minha vida, deixando tudo – menos minha filha, óbvio – sobre Lauren Jauregui ser excluído e levado de vez de minha mente. E é exatamente isso o que vou fazer.


Notas Finais


Então, alguém aí sabe me dizer quem é a moça bonita da nossa capa?
See you later, suckers! *Ally Hills' voice*


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