1. Spirit Fanfics >
  2. Broken Marriage >
  3. Insanity

História Broken Marriage - Insanity


Escrita por: jaureguiloverr

Notas do Autor


Hey, galera... *entrando de fininho*
Acho que nem adianta mais eu me desculpar, né? Mas eu realmente sinto muito por fazer vocês esperarem todo esse tempo. Estou fazendo cursinho e pretendo passar pra Medicina esse ano, então... Pois é, espero que entendam.
Novo capítulo, acabou de sair! Peço que relevem qualquer erro, eu literalmente acabei de esrever e não revisei. Qualquer coisa gritante, me avisem que eu arrumo.
Leiam com atenção e carinho. Vi que tem algumas pessoas que estão perdendo as esperanças com Camren, masssss... Enfim, leiam!
Boa leitura, amores. Até lá em baixo. <3

Capítulo 13 - Insanity


Lauren POV

- Qual é, Michelle? Larga de ser chata e vem dançar comigo! - disse Vero pela terceira vez.

Já faziam algumas horas que estávamos na Insanity, a boate favorita de Verônica, e desde que chegamos a mesma está tentando me convencer a "cair na pista" com ela. Normalmente eu já estaria lá há tempos, me acabando de dançar com a primeira que aparecesse na minha frente, mas hoje está sendo diferente.

- Já disse que não estou com ânimo pra dançar hoje, Vero. - disse, tomando o último gole de meu quarto ou quinto copo de vodka, sentindo o líquido conhecido descer quase sem queimar minha garganta. - Vá lá e aproveite. Não se prenda por minha causa. Veja, Zayn está lá. Vá com ele.

Vero, que estava de frente para mim, virou-se em direção a pista. Lá, Zayn dançava animado atrás de Isabella, que balançava seus quadris em movimentos certeiros. Ele tinha suas mãos na cintura da loira, e de minuto em minuto, inclinava-se para frente e sussurrava algo em seu ouvido, fazendo-a rir. Respirei fundo, fechando com força minhas pálpebras.

- Me dê outra dose! - disse ao barman, provavelmente o assustando com meu repentino tom de voz cortante. Ele logo voltou a encher meu copo, e eu rapidamente o virei, tomando todo o líquido de uma só vez.

- Ah, tá explicado... - ouvi minha amiga dizer, porém permaneci de costas para a pista, encarando meu copo vazio sobre o balcão. Senti seu braço envolver meu pescoço e seu corpo colidir com o meu, num abraço de lado desajeitado. - Se eu não te conhecesse, diria que está se rasgando de ciúmes. Mas ainda bem que eu te conheço, não é? - disse, divertida.

Bufei, enterrando meus dedos entre meus cabelos e afundando o rosto em minhas mãos. Isso era um absurdo! "Lauren" e "ciúmes" já não se encaixavam na mesma frase há muito tempo. E além do mais, para se sentir ciúmes, era preciso ter duas coisas: um alguém e um sentimento tão forte que te faça se revirar por ver um estranho se aproximar do tal alguém. E eu não me lembro de ter nenhum dos dois por/com nenhuma das pessoas aqui presentes. Ou tenho?

- Verônica... - ainda com a cabeça repousada em minhas mãos, virei o rosto para encará-lá. - Você já bebeu demais ou teu problema é mais grave? - a filha da puta abriu um enorme sorriso, negando com a cabeça. Cerrei meus olhos.

- O teu problema é achar que consegue me enganar. Se enxerga, albina. Te conheço melhor que você mesma.

Dizendo isso, a morena se virou e caminhou até a pista, saindo de meu campo de vista. Eu não podia acreditar. Verônica realmente não batia bem. Continuei sentada e pedi por mais outra dose de qualquer coisa que contivesse álcool em sua composição, tentando de todo jeito dissipar o sentimento estranho que se formava dentro de mim toda vez que a imagem de Zayn se esfregando em Isabella aparecia em minha mente.

Neguei com a cabeça e me virei para trás, encarando a grande pista que dezenas de pessoas se encontravam. Ali, Vero pulava ao lado de Zayn e Isabella, os três riam de algo que me era desconhecido. Decidida a não deixar que minha noite passasse em branco, passei a mão por meus cabelos e suspirei, levantando-me do pequeno assento. Caminhei até eles, sendo recebida pelos gritos eufóricos de minha amiga e um sorriso tímido da loira. Zayn nem ao menos me olhou, cheirar os cabelos da mulher a sua frente devia estar muito mais interessante.

- Isso! Sabia que não ia me decepcionar, Michelle! - preciso dizer quem foi que falou isso?

Apenas sorri e me posicionei atrás de Vero, segurando em sua cintura. Isabella, que não tirava seus olhos de mim, arqueou suas sobrancelhas em uma falsa expressão de surpresa e deixou escapar um leve riso. Sorri de lado e pisquei para ela.

Pisquei para ela? O que foi que deu em mim? Bebi demais, só pode ser isso.

Uma música eletrônica conhecida começou, fazendo todas as pessoas ali presentes gritarem animadas, inclusive nós quatro. Verônica passou a mexer seu corpo mais rápido, seus quadris balançando por baixo de minhas mãos. Colei meu corpo ao seu e deixei um beijinho em seu pescoço, sem deixar de fitar a loira que, ao ver minhas ações, perdeu o sorriso e cerrou o cenho. Sorri.

- O que foi que te deu? - Vero perguntou, trazendo sua mão até minha nuca.

- Nada, ué. Só quero dançar com você. Não posso? - perguntei baixinho em seu ouvido, mordendo o lóbulo com a pontinha de meus dentes. Meus olhos nunca deixavam de acompanhar as reações de Isabella, que há muito já não prestava atenção ás investidas de Zayn.

- Dançar ou me comer? Eu hein, Michelle. - ri, dando outro beijo em seu pescoço. - Para de me beijar, cacete! - beliscou a pele de meu pescoço.

- Ai, porra! Verônica! - protestei, tirando uma de minhas mãos de sua cintura para alisar a região que recebi o “carinho”. - Cachorra, me machucou.

- E você está me excitando. Pode parar. - não aguentei e soltei uma alta risada, jogando minha cabeça para trás.

Por causa de minha risada não tão contida, acabei atraindo o olhar de Zayn. O moreno riu e piscou para mim, indicando Isabella com um pequeno movimento de sua cabeça. O ofereci um sorriso sem dentes e assenti, voltando minha atenção á loira em sua frente. Isabella continuava a me fitar, seu rosto agora não transmitia nenhuma emoção. Cerrei levemente o cenho e enfiei meu rosto no pescoço de minha amiga, sem deixar de olhá-la.

- Vero? - sussurrei.

- Diga.

- Preciso da sua ajuda.

- Ajuda com o que exatamente, Michelle? Nem adianta me pedir pra pegar a amiga feia da garota que você quer pegar, não caio nessa de “ela é bonitinha” nunca mais, sua cachorra. - disse ela com um tom de voz irritado.

- Não é isso! - soltei uma risadinha. - É outra coisa.

- Então desembucha. - um doce de pessoa, não é mesmo?

- Eu estou interessada em uma pessoa e...

- Já disse que isso eu não faço, Michelle!

- Não é isso, cacete!

- Então diz logo o que é, né.

- Vai calar a boca e me ouvir?

- Rude!

Revirei os olhos e bufei.

- Posso falar?

- Pode, meu amor. - bipolar, sim ou claro?

- A única coisa que você tem que fazer é controlar seus hormônios em fúria e me deixar te usar. - disse, já pondo meu mais novo plano em prática, beijando seu pescoço, deixando um chupão.

Verônica se soltou de mim e virou-se, rodeando meu pescoço com seus braços. Ela carregava um sorriso safado em seus lábios.

- Que história é essa? - perguntou, subitamente interessada em minha proposta.

- Bom... - puxei-a para mais perto e apertei sua cintura, fitando a loira que ainda me encarava. Comecei a passar minhas mãos pelo corpo de Vero, acariciando-a em todos os lugares visíveis. Isabella não deixava passar nenhum de meus movimentos. - Sabe a jornalista?

- Se eu sei? - soltou uma risada. - Claro que eu sei! A mulher é uma delícia. Mas o que tem ela?

Eu observava Zayn tentar a todo custo obter a atenção da loira, mas não tinha sucesso. Ela não desgrudava seu olhar de mim e parecia que aquilo estava o irritando. Eu não queria magoá-lo. Sabia que ele estava a fim da mulher mesmo sem ter me falado sobre o assunto. Desde que a conheceu hoje mais cedo, ele deixou claro seu interesse por ela. Mas o que eu podia fazer? Eu também a queria. Sim, eu a queria, já tinha aceitado isso. E pelo o que me parece, ela me quer também. Então, Zayn que me perdoe, mas não vou deixar essa chance passar.

- É ela que eu quero.

Vero se afastou de mim apenas o suficiente para me encarar. Sua boca pendia em surpresa e aos poucos um sorriso se formava em seus lábios.

- Eu sabia! - disse, me abraçando de novo e partindo para meu pescoço, beijando ali. Naquele momento, eu sabia que ela me ajudaria.

Passamos a dançar praticamente nos comendo. Minhas mãos percorriam todas as suas curvas e meus lábios maltratavam seu pescoço enquanto suas mãos puxavam meus cabelos, prendendo minha cabeça em si. Voltei a encarar a loira, que agora tinha uma postura completamente diferente da que eu havia visto a alguns segundos atrás. Ela dançava ondulando seus quadris e segurava na nuca de meu amigo, que portava um enorme sorriso. Apesar de estar com o corpo praticamente fundido ao de Zayn, parecia que ela dançava para mim. Continuamos com os olhos grudados, dançando com nossos respectivos parceiros a poucos metros de distância uma da outra.

Foi então que, ao termos a mesma ideia, Vero e eu acabamos dando um selinho. Sorrimos uma para a outra e começamos a rir, até que um corpo esbarrou em nós ao passar por onde estávamos. Mirei o casal a minha frente, apenas para achar Zayn sozinho com cara de desentendido. Cerrei as sobrancelhas e olhei para Vero, que mexeu sua boca em um “vai lá” sem som. Me virei e corri na direção que a loira tinha ido, achando-a em um canto mais escuro da boate, perto dos banheiros.

- Ei! - puxei seu braço, fazendo-a se virar para mim. - O que houve?

Ela me lançou um olhar cortante.

- Nada, Lauren.

- Como nada? Você simplesmente sumiu de lá e...

- E você percebeu isso? Achei estivesse muito interessada em Verônica pra perceber.

Ah...

- Eu? Interessada em Vero? Se não se lembra, eu estava olhando pra você.

- Mas estava dançando com ela.

- Quer que eu dance com você? - perguntei, sorrindo de lado.

- Não.

- Não? - cerrei o cenho.

- Não. O que eu quero é outra coisa.

- Então me diz...

A loira se aproximou de mim e correu seu dedo indicador por meu maxilar.

- Eu quero que me deixe em paz pra pensar. - ela disse, sorrindo cínica e se afastando de mim.

Ah, não!

Virei-me e puxei seu braço novamente antes que ela conseguisse se distanciar mais.

- Espera. Você não me deixou falar o que eu quero.

- E o que você quer, Lauren? - disse com um tom de voz tedioso.

Levei minhas mãos á sua cintura e a puxei para mim, colidindo nossos corpos. Pude ouvir um pequeno gemido de surpresa deixar seus lábios ao sentir suas costas encontrarem a parede fria que a imprenssei, prendendo-a ali. Cheguei meu rosto para mais perto do seu e percebi que ela começava a ofegar ao descer seu olhar diretamente para minha boca. Umideci meus lábios e deixei uma leve mordida no inferior, me inclinando para finalmente sussurrar:

- Quero você.

***

- Não faz... Lauren! - eu ria enquanto assistia o rosto pálido se contorcer e adquirir uma coloração avermelhada, o corpo se remexendo tentando se livrar do meu aperto. Continuei trabalhando minhas mãos até que a vi perder todo o fôlego que tinha, então parei. Sua respiração irregular fazia seu peito subir e descer em um ritmo rápido, suas unhas compridas me arranhavam os ombros com um pouco de força. Tinha que confessar que aquilo estava doendo.

- Você... V-Você é... Uma imbecil! E e-eu odeio você... - sua voz saía entrecortada ao mesmo tempo que empregava um tom assassino. Ri alto novamente, me sentando na outra ponta do grande sofá, trazendo suas pernas para meu colo.

- Posso até ser, mas agora você já aprendeu sua lição. Nunca mais vai sair correndo com minha nutella pra longe de mim de novo, não é? - minhas mãos subiam e desciam por suas coxas e panturrilhas, podia sentir sua pele macia se arrepiar. - Ou você quer outra sessão de cosquinhas? - perguntei, minha mais nova intonação de falsa inocência sendo empregada com sucesso.

Antes que eu pudesse piscar, Isabella se encontrava de pé a uns cinco metros de mim. Seus braços estavam ao redor de sua cintura como em um escudo e seu rosto carregava uma expressão assustada.

- Não! Pelo amor de Deus, Lauren, não! Eu prometo pra você, nunca mais pego seu chocolate, sério. - levantou seus indicadores e os cruzou, depositando um beijo em cada um. - Prometo, amor.

Neguei com a cabeça e sorri, soltando um pequeno riso.

- Ok, agora senta aqui e fica quietinha. O filme já vai começar. - disse, batendo duas vezes no assento do sofá ao meu lado. A loira me lançou um olhar desconfiado e de forma vagarosa deu alguns passos para mais perto. Levantei minhas mãos no ar. - Ei, prometo, Bells. Sem cosquinhas.

Ela sorriu e correu até mim, se jogando de qualquer jeito em meu colo. Soltei um "uh" na intenção de fazê-la pensar que havia me machucado com seu peso, e pelo olhar assassino que recebi, consegui. Mas a verdade era que eu poderia carregá-la por todo um dia sem nem ao menos cansar.

Procurando uma posição mais confortável, Isabella se remexeu, passou os braços por minha cintura e deitou sua cabeça em meu ombro, encolhendo suas pernas para cima do sofá. Roçou seu rosto no tecido de minha blusa e deixou um pequeno beijo em meu pescoço ao mesmo tempo em que dava play no filme que assistiríamos.

Sorri novamente, depositando um selinho em sua testa e inalando com força o cheiro de seus cabelos. Me ajeitei no sofá e levei uma de minhas mãos até sua cabeça, começando um leve carinho em seu couro cabeludo enquanto a outra tomava lugar em suas coxas pálidas.

Há um pouco mais de três semanas, eu e Isabella vínhamos construindo uma... Como posso chamar? Relação? Bom, de qualquer modo, sim. O que tínhamos era uma bela relação... De amizade. Desde aquela noite na boate, vínhamos sendo boas amigas. É claro, ficamos juntas aquela noite, e muitas outras também. Mas o que quero dizer é que, mesmo que transássemos sempre que desse vontade, eu não conseguia vê-la como algo além de uma boa amiga, assim como ela apenas enxergava uma amizade entre nós. Passávamos todo tempo disponível juntas, tanto que Verônica e Zayn faziam crise de ciúmes dia sim, dia não.

Por ser médica-chefe de ala no hospital, eu possuia três folgas por semana, sendo elas escalonadas. Cada semana era diferente, e, às vezes, acabava por ter uma folga na sexta de uma semana e na segunda de outra, me dando quatro dias seguidos em casa já que não havia expediente aos finais de semana, apenas se houvsse uma emergência e toda a equipe fosse necessária. Já Isabella trabalhava de manhã no jornal como colunista e tinha todas as suas tardes livres, exceto se fosse cobrir a entrevista de algum colega que precisasse se ausentar. Ou seja, tínhamos bastante tempo livre, e não havia um momento se quer que não estivéssemos juntas, mesmo que Vero e Zayn nos acompanhassem algumas vezes.

Me identifiquei muito com Isabella. Ela não era uma daquelas mulheres fúteis que só pensam em trabalho, bolsas e um marido perfeito em casa. A loira se mostrou uma das melhores pessoas que eu já conheci. Isabella era uma mulher carismática, inteligente, engraçada e fodidamente amável. Além de conseguir ser totalmente profissional quando o assunto era o jornal. Parecia que duas pessoas completamente diferentes habitavam seu pequeno corpo. A Isabella séria e centrada que escrevia para o SFN, e a Isabella idiota e carinhosa que surgia assim que pisava for a do prédio do jornal. Chegava a ser engraçado ver o jeito que as expressões de seu rosto mudavam quando a buscava no trabalho.

Bem, como eu dizia, eu não sei exatamente como posso descrever a relação que tenho com a pequena jornalista. Nós somos extremamente carinhosas uma com a outra, o que acarretava um discurso por dia de meus amigos dizendo que namorávamos escondido deles e todo aquele blá blá blá. Mas não, não era nada disso. Nós apenas gostávamos de estar na presença uma da outra. E por Isabella ser uma pessoa naturalmente carinhosa, era praticamente impossível não tratá-la da mesma forma. Até Verônica e Zayn, que tinham aquele jeito maluco de ser, se derretiam quando falavam com ela. Enfim, apenas éramos grandes amigas que ficavam de vez em quando. Somos amigas... Como é que se diz mesmo? Ah! Amigas coloridas, isso mesmo.

Falando em Zayn... Lembram da noite da boate, não é? Pois bem, depois de ter ficado com Isabella com a consciência pesada por meu amigo, mandei uma mensagem para ele e pedi que fosse em minha sala assim que chegasse ao hospital no dia seguinte. Eu estava pronta para me desculpar com o imbecil quando ele já abriu a porta me perguntando com um sorriso que tocava as orelhas se ela beijava bem. Não entendi nada. No final de tudo, ele me contou que a loira havia educadamente dispensado ele no início da noite dizendo já estar interessada em mim, então ele teve a brilhante ideia de me fazer ciúmes fingindo estar dando em cima dela.

Ok, sem necessidade lembrar que esse foi o mesmo plano idiota que eu tive...

- Lo? - aquela voz suave soou baixinha no pé de meu ouvido.

- Oi, paixão.

- No que está pensando? - ela perguntou, se sentando de frente para mim com suas pernas em cada lado de minha cintura e seus braços rodeando meu pescoço.

- Em Valentina. Estou com saudades. - menti parcialmente. Não pensava na pequena, mas isso não quer dizer que não estava com saudades. Eu sentia saudades de minha filha mesmo quando a colocava para dormir em seu quarto, longe de mim.

Doença, né? Eu sei.

- Ah, aquela coisa linda! Nunca mais falei com ela, também estou com saudades... - disse, fazendo um bico.

- Mas falamos com ela ontem de noite, Bella. - ri de sua expressão magoada de tanta saudade.

Preciso dizer que quase morri de amores quando Valentina falou com Isabella pela primeira vez? Era muita fofura para uma ligação só! Val a adorou, não parou de perguntar sobre a “titia Bella” em todas as ligações que apenas eu falava com ela. E nem preciso mencionar que Isabella também a adorou, não é? Creio que a loira deixou isso bem claro...

- Mesmo assim, Lo... Liga pra lá de novo, vai. - me pediu com aquele olhar que ela sabia que me derretia e me fazia fazer qualquer coisa que ela quisesse. Rolei os olhos e enfiei a mão no bolso da calça de moletom que vestia, tirando meu celular de lá. - Isso! Obrigada, meu bebêzinho, te amo. - comemorou, me dando um pequeno selinho.

Ri e neguei com a cabeça, selecionando o número de Camila na agenda e levando o aparelho até minha orelha enquanto recebia vários beijos em todo meu rosto. Você deve estar se perguntando “e Camila nessa história toda? Esqueceu dela?”. Não, meu caro, não esqueci Camila, e acho que nunca serei capaz de fazê-lo. Sim, eu finalmente aceitei que Camila é o amor de minha vida e que jamais nenhuma mulher vai conseguir conquistar o lugar dela em meu coração, graças à Isabella, é claro. Calma, não fique confuso, eu vou explicar.

Depois de muito conversarmos, eu contei minha história com Camila para Isabella, e, não sei com que magia negra, ela conseguiu me fazer confessar – para ela e para mim mesma – que ainda era perdidamente apaixonada por aquela morena dos olhos castanhos mais lindos que já havia visto em toda a minha vida. A loira deu um ataque, dizendo que aquilo era a coisa mais linda que ela já tinha ouvido e que, se dependesse dela, nós voltaríamos a ficar juntas. Como ela vai fazer isso? Eu também não sei, creio que sejam cenas do próximo capítulo da novela que é a minha vida. Não percam, nesse mesmo horário e canal!

Bá-tum-tizz.

O grande problema é que, depois de alguns dias da grande ideia de Isabella de reunir “Camren”, – o lindo nome que ela inventou dizendo ser meu shipp com Camila – Valentina acabou me contando que sua mãe estava namorando com aquele tal Gabriel. Eu fiquei cega de raiva e bebi todas aquela noite, terminando a madrugada chorando no colo de Isabella enquanto ela tentava me impedir de ligar para Camila e repetir para ela que não podia fazer aquilo comigo e que eu ainda a amava demais. Vergonhoso, eu sei. Mas o que eu podia fazer? Depois que parei de tentar me enganar ao afirmar que já não amava mais Camila, eu não conseguia controlar minhas reações quando o assunto em pauta era ela. Sempre que estava com meus amigos e Isabella, e o assunto que conversávamos entrasse em Camila, eles diziam que meus olhos só faltavam explodir de tanto que brilhavam como fogos de artifícios. Assim como chorava de desidratar quando ouvia minha filha contar que a morena estava feliz. “Mamãe não para de sorrir, mama. Tio Gabriel até fez cosquinhas e ela nem reclamou.” Têm noção de como fiquei quando ouvi isso, certo? Isso mesmo, destruída.

- Alô? - meu coração deu um pulo dentro de minha caixa toráxica e minha respiração ficou irregular, denunciando para a loira em meu colo que Camila havia atendido a ligação. Ela sussurrou um “calma” para mim e fez um leve carinho em meu rosto, buscando me acalmar. Respirei fundo e foquei meus olhos nos de Isabella.

- Hey, Camila... Sou eu, Lauren. - sabe quando queremos dar na própria cara? Então...

- Eu sei, Lauren. - disse ela, com a voz divertida. Ela realmente parecia mais feliz. - Tenho seu número salvo, esqueceu? Sempre sei quando é você.

Soltei uma risada nervosa, apertando com força a coxa direita de Isabella, ouvindo-a soltar um alto “ai, Laur!” para logo depois arregalar os olhos e tampar a boca com as duas mãos. Engoli em seco e mordi meu lábio inferior, soltando-o logo depois pela loira ter o puxado. Ela dizia que aquilo acabava com minha pele e blá blá blá...

- Hm... Bem, você quer falar com sua filha, certo? Vou passar logo pra ela, você parece estar ocupada, assim pode desligar mais rápido. Tchau, Lauren. - dito isso, a linha ficou em silêncio. Fechei meu olhos e suspirei, sentindo um aperto em meu peito. Senti Isabella abraçar minha cintura e deitar em meu ombro, deixando um beijinho em minha bochecha. Esse era seu modo silencioso de me pedir desculpas.

- Alô? Mama? - a voz animada de minha pequena era o melhor remédio para qualquer trsiteza que fosse, sempre foi.

- Oi, princesa...

 

Camila POV

Mas que coisa! Será possível que agora toda vez que Lauren ligasse para falar com a filha, eu teria que ouvir a voz dessa mulher que não faço ideia de quem seja?

Já é a terceira vez que ouço uma voz feminina do outro lado da linha além da de minha ex-mulher, e o que me intrigava era que era sempre a mesma voz. Desde que nos separamos, eu estava ciente de que Lauren saía com outras pessoas, mas nunca houve um namoro sério, não sério o bastante para que ela apresentasse a tal mulher á Valentina. Só que desde que essa mulher apareceu nas ligações da morena, minha filha não parava de falar o quanto essa tal de Isabella era a “titia mais legal” que ela tinha.

Eu já havia pegado Val conversando animada ao telefone com essa Isabella, e isso vinha acontecendo há mais ou menos um mês. Então presumo que, para que Lauren deixasse que uma pessoa se aproximasse tanto assim de nossa filha, esse alguém era realmente especial para ela. E ser especial, no vocabulário de Lauren, significava que ela possuía sentimentos pela pessoa. Eu me lembrava muito bem de quando ela me disse que eu era “especial” no primeiro ano do ensino médio.

Lauren a amava?

Neguei com a cabeça, buscando disperçar pensamentos um tanto quanto perturbadores sobre minha ex-mulher amando outra pessoa. O que eu não entendia era por quê o fato de Lauren estar namorando me incomodava, afinal, eu também estava namorando.

Isso mesmo, Camila. Você está namorando.

- Olá, querida! - a voz de Gabriel soou pelo quarto, tratando de confirmar meu pensamento. Respirei fundo e me forcei a abrir um sorriso que pelo menos fosse dignamente aceito como verdadeiro.

- Ei, você! Demorou hoje. - disse, tentando não prestar atenção nas risadas de Valentina destinadas á sua nova titia.

- Sim, me desculpe por isso. Tivemos um caso de emergência no hospital. Um menino foi esfaqueado na região do estômago, o hospital teve que reunir toda a equipe de cirurgiões, e enquanto eles não chegavam, ficamos tentando reanimá-lo. Não tive tempo de te avisar, desculpe. - ele disse, balançando sua cabeça rapidamente, provavelmente tentando tirar tais imagens de sua mente.

- Não tem que se desculpar. É seu trabalho, Gabe... - ele assentiu, carregando uma expressão triste em seu rosto. - Ei, vem cá. Não fica assim.

Abri meus braços e ele se aninhou ali, deitando ao meu lado na cama e deixando sua cabeça repousada em meu peito. Comecei um carinho em seus cabelos e ficamos em silêncio nessa posição por alguns segundos, até que uma gargalhada alta de Valentina inundou o quarto.

- Ela está feliz. Com quem está falando? Com a madrinha de novo? - ele levantou a cabeça e descansou o queixo entre meus seios, me fitando com uma expressão totalmente diferente da de antes. Seus olhos brilhavam apenas por falar em Valentina.

- Ah, não... Não é a Dinah. É a Lauren... - disse em um tom baixo, ainda acariciando seus cabelos. Ele soltou um pequeno “oh” e assentiu algumas vezes, seu olhar destraído vagando por todos os lugares, menos por mim.

Era sempre assim quando o nome de Lauren era mencionado, tanto por mim quanto por minha filha. Não sei o que exatamente passava por sua cabeça, mas Gabriel sempre ficava meio aéreo ao ouvir o nome de minha ex-mulher.

Fomos tirados de nossos respectivos pensamentos por uma bolinha branca que acabara de pular por cima de nós com as bochechas coradas de tanto rir. Automaticamente abri um sorriso e tirei minhas mãos dos cabelos de Gabriel para acomodá-la melhor em meu colo. Ele deitou-se ao meu lado e virou seu corpo para nós duas, pegando na pequena mãozinha de Valentina.

- Ei, pequenina! Fiquei com saudades, não te vi desde... Ontem! - disse ele, fazendo-a soltar uma leve risada.

- Mas foi ontem. Não dá pra sentir saudade de um diazinho só, tio. - ela disse, levantando seu indicador gordinho para dar ênfase ao número de dias.

Soltei uma risada nasal, agora acariciando os cachos loiros de minha filha. Me encantava o quanto aquela pequena criaturinha conseguia ser tão inteligente. Puxou isso de Lauren, com toda certeza. Lauren era a pessoa mais inteligente que eu já havia conhecido.

- Ah, dá sim, pequena! Eu estava com saudades de você e da sua mamãe, e foi só um diazinho.

Eles continuaram com seu diálogo e eu, sem perceber, acabei pegando no sono. O que eu não esperava, de jeito nenhum, era acabar sonhando com duas mulheres, uma loira e uma morena, se beijando.


Notas Finais


Gostaram?
Galerinha, qualquer coisa, já sabem. Podem me procurar lá no Twitter (@laurendebcarey ou @brokennmarriage), no ask (ask.fm/jaureguiloverr) ou até por aqui mesmo.
Até o próximo, meus amores. <3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...