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História Broken Marriage - Última Chamada


Escrita por: jaureguiloverr

Notas do Autor


Oi, oi, oi!
Por favor, não me matem. Desculpa mesmo a demora, eu sei que vocês estavam super ansiosos pra saber o que ia acontecer... E cá estou eu!
Faltei meu curso só pra poder ficar em casa e escrever pra vocês, me amem muito.
Esse é um dos meus capítulos favoritos porque ai ai, os feels...
Não revisei, então qualquer erro me avisem que eu corrijo depois.
Enfim! Espero que gostem e qualquer coisa é só chamar lá no @laurendebcarey no twitter.
Beijo, mores! xx

Capítulo 16 - Última Chamada


Fanfic / Fanfiction Broken Marriage - Última Chamada

Camila POV

O barulho do liquidificador era o único som presente naquela sala. Normani provavelmente tinha acatado a vontade de Valentina - só para dar uma variada - e se dispôs a fazê-la seu milk-shake de banana e mel, enquanto sua esposa permanecia sentada a alguns metros de mim, me encarando como se eu fosse explodir em algum momento e ela quisesse estar ali para catar meus pedacinhos.

Eu havia acabado de contar ao casal os acontecimentos da noite passada - pelo menos as pequenas partes que eu era capaz de me lembrar - quando meu pequeno raio de sol chegou ao cômodo, exalando fofura em seu pequeno pijama de bananinhas. Ela coçava seus olhinhos quando me viu e não demorou a correr ao meu encontro, se embalando em meu colo. Com a chegada dela, o clima que antes estava pesado se dissipou. Mas ao perceber que Dinah ainda tinha algo a conversar comigo, Normani rapidamente pegou Valentina em seus braços e a levou para tomar o café da manhã, rindo ao ouvi-la pedir o famoso "shake-shake" de banana.

— Você sabe o que eu penso, não sabe?

— Sim, Dinah. Mas você também escutou o que eu acabei de lhe dizer, não escutou? Ela está namorando, eu não...

— Ela não está namorando.

— Como você sabe?

Ela deu de ombros. — Eu apenas sei.

Rolei meus olhos. Dinah sempre defenderia Lauren, não interessava qual fosse a situação. Era até esquisito pensar isso se fossemos considerar os tempos de escola onde a loira faria qualquer coisa para irritar a morena de olhos claros. Eram como cão e gato. Não que isso tenha melhorado com o tempo, claro que não. Mas agora elas eram como aqueles casos de cães e gatos que se acostumam um com o outro e no final das contas se amam profundamente. Suspirei.

— Dinah, você não estava lá... Você não viu o que eu vi... Digo, a loira estava lá, sentada no colo dela. Só de calcinha! E...

— Você disse que era um short de academia antes. -  me encarou com seu olhar acusador.

— Que seja! Era curto como uma calcinha de qualquer forma... Enfim! Ela estava lá, assim como está presente em todas as ligações que Lauren faz á Valentina ultimamente. Isso quer dizer que elas estão juntas!

— Não. Isso pode dizer que elas são grandes amigas.

— Exatamente! Você disse "pode". Também pode ser que elas estejam juntas, transando todos os dias e passeando de mãos dadas pelo Central Park.

— O Central Park é em Nova Iorque, Chancho...

— Ah, você me entendeu, Dinah!

Cruzei meus braços, me jogando de qualquer jeito na poltrona fofinha da sala de Dinah.

Eu não sabia o porquê de eu ainda tentar conversar sobre Lauren com Dinah Jane. Ela já tinha me deixado claro o quanto ela achava "a maior burrice do mundo" a minha separação, e o quanto ela faria de tudo para que, um dia, eu "abrisse meus olhos e percebesse que ninguém me faria feliz como só Lauren podia fazer". Tudo bem que uma pequena parte de mim concordava em partes com ela, só que agora estava tudo mudado. A pequena parcela de esperança que eu tinha sobre reatar meu casamento - apesar de negar até a morte e fazer o teatro de odiar Lauren com todo o meu ser, eu ainda tinha esperança porque a amava acima de qualquer mágoa ou rancor - tinha ido por água abaixo junto com as lágrimas que derramei naquele assento sujo de bar ao lembrar da imagem da tão perfeita Isabella com Lauren. Ela parecia ser exatamente o estilo de mulher que Lauren apreciava, apesar de tudo que eu sabia sobre ela ser seu estilo de calcinhas. Ou shorts para malhar. Que seja.

Lauren tinha alguém agora. Alguém com quem mantinha uma relação séria. Isso mudava tudo.

— Camila... Você não pode simplesmente desistir.

— Sim, Dinah, eu posso. Será que você não entende? Não adianta mais ter esperança. - meus olhos ardiam com as lágrimas que eu lutava para segurar, e minha voz soava rouca devido ao grande nó em minha garganta. Eu não queria chorar, não queria ser fraca sobre um assunto que já estava encerrado para mim, mas era simplesmente difícil demais. — Não adianta cultivar esse sentimento dentro de mim sobre uma coisa que não vai voltar. Ela sempre deixou claro que não se envolveria sério com outro alguém além de mim, e aí está. E não adianta você tentar rebater e me dizer que "não é bem isso que eu estou pensando" porque eu sei que é. Eu sei que ela está feliz com essa mulher porque eu ouço o seu tom de voz nas suas ligações, assim como eu sei que não há mais nenhum motivo para ela voltar de Miami além do aniversário da nossa filha porque a outra metade da felicidade dela está lá. E... Eu...

Respirei fundo, sentindo uma única lágrima escorrer pelo meu rosto. Eu tinha prometido a mim mesma que não deixaria Lauren me afetar mais, e cá estava eu, me desmoronando mais uma vez, quando eu tinha uma filha para cuidar e dar 100% de minha atenção. Minha Valentina não merecia ter duas mães ausentes quando uma delas estava bem aqui ao seu lado. Levei minhas mãos ao rosto e o escondi atrás delas, sentindo meu coração bater forte ao sentir dois braços me envolvendo de repente. O perfume suave de Dinah me acalmou ao mesmo tempo em que me deixou mais á vontade, fazendo com que as lágrimas restantes se sentissem livres para sair. Mal percebi que já soluçava quando o aperto de seu abraço aumentou, apenas enlacei seu pescoço e me permiti chorar tudo que eu tinha para colocar para fora. Já fazia muito tempo que eu estava sendo forte, eu precisava me libertar de mim mesma.

— Mamãe?

A voz confusa de minha pequenina me fez saltar e largar Dinah instantaneamente, limpando meu rosto o mais rápido que pude para que ela não fosse capaz de ver minhas lágrimas.

— Oi, minha pequena flor. Já tomou sua vitamina?

— Por que a senhora estava chorando, mamãe? A Val fez coisa errada?

Arregalei meus olhos e corri até a morena que segurava minha filha nos braços, trazendo-a para meu colo.

— É claro que não, meu amor! Claro que não, oh meu Deus... - sussurrei, apertando meus braços em torno de seu corpinho ao niná-la. - A Val não fez nada de errado. A mamãe que é boba por estar chorando à toa, neném. Só isso.

Dei um beijo em seus cabelos, sorrindo fraco ao inalar o suave cheiro de seu shampoo. Valentina era tudo que me fazia ser forte agora, e eu não deixaria que minha frustração irradiasse até ela.

— Tem certeza de que está tudo bem, Walz?

Fitei minha melhor amiga e assenti firmemente. — Eu tenho.

 

Lauren POV

— Mas que porra? Enlouqueceu?! Eu não vou bater em você!

— Vai sim. E vai fazer isso... – Zayn levantou seu braço esquerdo até a altura de seu peito, fitando atentamente seu relógio de pulso. – Em, mais ou menos, meia hora.

Franzi meu cenho. Do que diabos esse garoto está falando?

Me inclinei na poltrona e apoiei meus braços em sua mesa, o encarando fixamente. Zayn parecia estar completamente tranquilo com a situação, mas aquilo era um absurdo. Eu não podia simplesmente dar-lhe um soco sem nenhum motivo. Ora, eu não lhe socaria nem mesmo se houvesse um!

Continuei a fitá-lo com os olhos cerrados e o cenho franzido, até que ele imitou meus movimentos, se inclinando sobre a mesa, e perguntou:

— Por que está me olhando desse jeito?

— Quero ter a certeza de que não está bêbado à essa hora da manhã.

Ele rolou os olhos e voltou a se recostar em sua poltrona, me olhando como se eu fosse a bêbada da história.

— Por que você não pode simplesmente fazer o que eu te peço pelo menos uma vez na vida?

— Porque é um pedido absurdo?! - rebati, jogando meus braços para o alto. — Onde já se viu pedir pra apanhar, Malik?

— Você está lidando com isso como se nós fossemos realmente brigar...

— E não é isso que você está falando? - minha voz subiu uns dois tons sem que eu percebesse.

— Não! Você não me deixou explicar! Está aí surtando e não me deixa falar nem por um mísero segundo.

Eu já estava tomando fôlego para cortá-lo, mas me contive ao prestar atenção no que ele havia falado. Senti minhas bochechas esquentarem e voltei a minha posição inicial, escorregando na poltrona preta. Dei-lhe um sorriso sem graça e fiz um gesto com a mão para fazê-lo continuar a falar. O moreno respirou fundo e passou a mão por seus cabelos, ajeitando-se em sua própria poltrona.

— Bom, o que eu estou tentando falar aqui é... Dentro de meia hora, eu tenho uma reunião com o diretor geral e dono desse hospital, o Sr. George Thompson. Ele sempre faz visitas semestrais em todas as unidades do DH, e hoje ele virá até aqui saber como está o funcionamento dessa unidade. O que eu planejei foi: assim que o Sr. Thompson chegar e eu estiver falando com ele sobre os assuntos burocráticos do hospital, você vai entrar aqui e ser a histérica que é, fingir discutir comigo, me dar um tapa na frente dele e encher Verônica de orgulho pelo seu belo trabalho de atriz.

Ele sorriu satisfeito, tanto com seu plano, quanto por ter conseguido falar sem ter sido interrompido. Eu apenas rolei meus olhos e bufei.

— Você não quer mais sua transferência pro Brasil? - ele sorriu de lado.

— Tá, tá, tá. Que seja!

***

— Eu realmente sinto muito por isso, Zayn! - a bolsa de gelo fazia o tecido de minha mão ficar dormente, mas eu devia isso ao homem deitado abaixo de mim. O grande roxo em seu olho direito me dizia que eu tinha sido, talvez, um pouco rude demais. — Ainda dói?

— Porra, é claro que ainda dói! Com a força que me acertou me fez pensar que talvez você estivesse se vingando de algo que eu te fiz, e não realmente encenando. - eu ri, tirando a bolsa azul de seu rosto por um momento para fitá-lo, mas o tremor de meu celular em meu bolso traseiro me assustou, fazendo com que o gelo caísse com tudo em seu olho machucado. — Caralho, Michelle!

— Ai, meu Deus, me desculpe! - controlei meu riso ao acertar a bolsinha na área roxa mais uma vez e quando me certifiquei que não estava aplicando muita pressão no local, saquei meu celular. — É a Dinah...

— A loira bonita e engraçada?

— A loira bonita, engraçada, casada e lésbica? Sim, é ela. - o lancei uma olhar cético e me levantei, andando até a parede de vidro do escritório de Zayn para atendê-la. — Hey, Tiger.

— Lauren, eu vou falar uma vez só e eu quero que você me escute bem, está me entendendo?

Seu tom de voz pesado me deixou em alerta. Se Dinah estava usando aquele tom comigo logo depois de ter me dado total apoio naquela manhã, eu já sabia de que assunto ela falaria; o único assunto que a fazia vestir sua fantasia de mamãe urso e partir para a guerra contra quem quer que fosse: Camila. Assenti, negando logo em seguida pela burrice.

— Sim, eu entendi.

— Ótimo. Você sabe que tudo que eu mais quero nessa vida é ver você e Camila juntas de novo, porque eu sei que ninguém além de vocês mesmas podem fazer a outra verdadeiramente feliz. Mas você também sabe que, acima de tudo, a felicidade da minha Chancho é o que importa pra mim. Então me escute bem. Se a sua intenção não for a mais pura e verdadeira em ter Camila de volta, não volte. Fique aí onde está e engula esse sentimento contraditório que está sentindo agora, dê seu jeito de esquecê-la de uma vez e nunca mais ouse procurá-la de novo. Agora, Lauren Michelle, se você realmente ama aquela garota linda e pateta, a mulher que é a mãe da sua filha, e quer fazer tudo certo dessa vez... Volte. E volte o mais rápido possível, porque eu não vou permitir que a minha Camila chore novamente do jeito que a vi chorar hoje. Ah, mas não mesmo! Porque, Lauren... Se eu souber que ela derramou mais uma lágrima sequer por sua causa, é melhor que você troque de endereço e se esconda em um lugar que eu nunca desconfie, porque se eu te achar, você vai estar morta antes mesmo de me implorar pra viver. Estamos entendidas?

Suspirei sorrindo ao escutar suas palavras, agradecendo aos deuses por Camila ter alguém como aquela mulher em sua vida. Dinah Jane era a melhor amiga que alguém poderia ter, e eu sou eternamente grata á ela por ter cuidado de minha Camila durante todo esse tempo. Joguei meu cabelo para o lado e tomei uma funda respiração, soltando uma polida risada ao expirar.

— É bom que o quartinho pra visitas esteja arrumado, Hansen, porque minhas malas já estão prontas.

Ela soltou uma alta gargalhada e pude ouvi-la suspirar ao dizer:

 — Era exatamente isso o que eu queria ouvir.

***

— Será que tem como você ir mais devagar?! Pelo amor de Deus, Michelle!

A voz esganiçada de Verônica gritou ao meu lado enquanto eu afundava ainda mais o meu pé no acelerador. Logo após ter saído do hospital com a minha carta de transferência nas mãos e deixado um Zayn com olho inchado - não só por causa do soco, devo dizer - aos cuidados de sua secretária, liguei para a mulher e disse que precisava de sua ajuda para fazer minhas malas. Ela não entendeu nada, mas concordou em eu ir pegá-la no trabalho. Segundo ela, "era sempre bom ser pega por uma morena gata e gostosa de vez em quando". Eu só fiz rir e seguir para o estúdio em que ela me disse que estava, chegando lá na metade do tempo que eu usualmente fazia. E era exatamente por isso que a morena estava praticamente arrancando seus cabelos agora.

— Que parte do "preciso fazer minhas malas agora" você não entendeu? - ri, desviando de alguns carros que insistiam em andar a menos de 80km/h na minha frente.

— Que parte do "você precisa estar viva pra fazer a boceta da mala" você não entendeu?! Vai devagar nessa porra ou eu juro que te espanco!

Eu podia ver suas unhas vermelhas encravadas no couro do banco co meu carro, e eu provavelmente estaria dando um chilique por causa daquilo se fosse um dia comum. Hoje eu só pensava em jogar minhas roupas dentro de uma mala qualquer e pegar o primeiro vôo para o Brasil que saísse.

Gargalhei e dei uma pequena pisada no freio, olhando-a pelo canto dos olhos.

— Satisfeita?

— Não exatamente, mas melhorou. - cruzou os braços e virou sua cabeça para fitar a rua, me fazendo rir de novo. — Você é uma boa de uma filha da puta, sua cadela. Sabe que eu tenho medo de velocidade e ainda faz isso comigo! Cadê a tua alma gêmea? Faz isso com ela, sua escrota!

Gargalhei mais alto ainda, ouvindo Vero bufar. — Eu não sei onde ela está, meu amor. A deixei em seu apartamento hoje de manhã quando fui falar com Zayn. Ela deve estar trabalhando, sei lá...

— Ah! Agora que a Isabellinha não está eu volto a ser o seu amor, né piranha? - ela se virou no banco e ficou de frente para mim, soltando um tapa relativamente forte para uma pessoa tão magra em meu braço direito. — Sua puta, você me trocou!

— Ai, Verônica! Eu não te troquei, sua louca. Você sabe que é e sempre vai ser a gostosa que eu mais amo, não precisa ficar com ciúmes. E que porra de fetiche é esse em me xingar em toda frase que você diz?

Agora foi a vez dela rir e deitar a cabeça no banco, ainda me fitando.

— Eu sei que você me ama, não precisa se declarar, Mimi. E ah, sei lá, é só legal xingar você. - deu de ombros, cutucando suas cutículas ao dar o assunto como encerrado. Neguei com a cabeça, já avistando meu prédio no final da rua. — Mas então, pra quê precisa fazer as malas? Vai precisar viajar pelo hospital de novo?

— Na verdade eu estou voltando pro Brasil...

— Como é que é?

***

— ... E aí eu percebi que já não consigo viver sem ela e decidi voltar hoje mesmo. Só preciso arrumar uma passagem de emergência.

Estávamos eu e Vero no meio da loucura que se encontrava o meu quarto, com dezenas de roupas espalhadas pelo chão, enquanto eu terminava de contar todo o acontecido ao mesmo tempo em que escolhíamos as melhores peças e jogávamos de qualquer jeito dentro das malas.

— E você planejava me contar isso tudo quando mesmo? Ah, no convite do seu re-casamento? Entendi...

Rolei os olhos pelo drama. Eu sabia que Vero daria uma pequena surtada ao saber dos fatos, mas também sabia que ela me apoiaria quando a fase do sentimentalismo "vou-ficar-sem-minha-melhor-amiga-e-parceira-de-cachaça" passasse.

— Não é assim, Vero... Você mesma me disse que estava realmente ocupada com o novo projeto e que não teria muito tempo. E eu, bem...

— E você estava ocupada demais babando o ovo da nova amiguinha pra lembrar de me atualizar sobre a sua vida. - ela sorriu cínica e sacou seu celular do bolso, seu semblante mudando completamente e um sorriso sincero surgindo em seus lábios sem nenhum motivo aparente.

— Não dá. Quando você superar seus ciúmes por eu ter feito uma nova amiga do sexo feminino, a gente volta a conversar.

Ela bufou. — Tá bom! Parei.

— Ótimo!

Continuamos a conversar e a jogar mais e mais roupas dentro das três malas que eu tinha em casa, até que o barulho do elevador parando em meu andar se fez presente. Encarei Vero e arqueei uma sobrancelha, silenciosamente perguntando se ela sabia quem estava chegando. Ela apenas deu de ombros, sem realmente se preocupar. Eu estava me preparando para levantar e ir verificar quando uma silhueta fina e parcialmente alta parou no portal de meu quarto com uma mala pendurada em seu ombro.

— E então, pra que horas é o nosso vôo?

Arqueei minhas sobrancelhas ao fitar a loira que sorria despreocupadamente para mim. Ri de leve e me levantei do chão, sentindo o olhar atento de Verônica me seguir.

— O que você está fazendo? "Nosso vôo"...?

— Você realmente achou que eu te deixaria ir sozinha ver aquele projetinho de princesa? Nã-na-ni-nã-não. Eu preciso conhecer a minha futura parceira de altar do casamento das mães dela. - minha boca pendeu em descrença. Eu não podia acreditar. Isabella realmente não existia. - Vamos, Lauren! Termine essas malas enquanto eu compro as passagens. Te dou vinte minutos!

Gritou, já fora do alcance da minha visão. Mordi meu lábio inferior e voltei a me sentar ao lado de Vero, que, ao contrário do que eu estava imaginando, tinha um sorriso em seus lábios.

— Por que está sorrindo assim?

— Porque eu já sabia.

— Do que? - franzi o cenho.

— Dela ir com você. - riu, puxando o celular do meio de suas pernas e me mostrando a conversa no visor.

Eu: Estou com Lauren em seu apartamento terminando de fazer suas malas, e preciso que você vá com ela para o Brasil. Infelizmente não posso acompanhá-la agora. Você faria isso por ela?

Isa(chata)bella: A prenda com você por mais dez minutos. Eu e minhas malas estamos a caminho. E não se preocupe, eu cuidarei dela enquanto você não puder estar junto conosco. Só se apresse, Vero. Ela vai precisar de você também.

Senti meus olhos lotarem de lágrimas e a puxei para um abraço, sussurrando a única coisa que eu era capaz de falar naquele momento:

— Obrigada.

***

— Corre, Lo! É a última chamada! - a gargalhada alta de Isabella ressoou pelo saguão do aeroporto quando a mesma olhou para trás e me viu completamente enrolada com minha bagagem de mão.

— Eu tô indo! Essa merda se embolou em mim e... Droga, Bells! Me ajuda!

Parei no meio do caminho e cruzei os braços, um enorme bico formado em meus lábios. Sem nem mesmo precisar me olhar em um espelho, eu sabia que estava exatamente igual á um pequeno serzinho loiro que tinha o meu DNA correndo por sua veias. Às vezes era estranho pensar que uma filha minha e de Camila tinha os cabelos tão loiros como Valentina tinha, mas isso devia ao fato de eu sempre esquecer que nós infelizmente não fomos capazes de fazê-la sozinhas. O doador anônimo era de origem alemã, e combinado com o meu tom claro de cabelo natural, saiu o loiro brilhante dos cabelos de nossa filha. Suspirei ao lembrar da primeira vez que vi seus fiapinhos de cabelo claro naquela sala de cirurgia.

Sem perceber que estive divagando sobre a pequena princesa todo o tempo, eu já me encontrava solta da alça da bolsa de mão que eu antes estava presa. Agora Isabella apenas me fitava divertida ao perceber que eu estava bem longe dali. Sacudi minha cabeça e peguei em sua mão, voltando a caminhar em direção ao portão de embarque. Ela entrelaçou nossos dedos para me passar confiança e eu sorri, entregando nossos bilhetes á funcionária do aeroporto, ouvindo-a nos desejar uma boa viajem logo em seguida.

Num piscar de olhos, estávamos devidamente acomodadas em nossas poltronas dentro da aeronave, apenas aguardando o momento da decolagem. Afivelei meus cintos e escutei a aeromoça dar as conhecidas instruções de vôo, quando um estalo me fez sacar meu celular de meu bolso frontal e rapidamente digitar uma mensagem.

Eu: Estou decolando. Chego em 11 horas. É bom que esteja lá pra me pegar.

 

Camila POV

As quatro pessoas presentes naquela sala conversavam entre si e eu estava agradecendo por terem me deixado de fora por alguns minutos. Não era como se eu não quisesse a presença deles ali, é claro que sim. O problema era a minha mente perturbada que só conseguia processar um determinado assunto, a merda do único assunto que eu tentava fazer de tudo para esquecer.

— Está tudo bem, Mila?

Ally me perguntou com a sua voz suave, me tirando de meu constante transe. Assenti para a baixinha, sorrindo forçadamente.

— Sim, tudo bem, Ally. Estou apenas cansada. Coisas da galeria. - dei de ombros, tentando passar a ela a sensação de que aquele era realmente o meu único problema.

Ela assentiu, felizmente acreditando em minha mentira, e voltou a conversar com o homem sentado ao meu lado.

Gabriel estava estranhamente mais próximo de mim nesta tarde, e eu fazia uma pequena idéia do porquê. Mas aquilo realmente não me importava. Era indiferente, por mais que eu tentasse ligar.

Como se soubesse no que eu estava pensando, ela pegou em minha mão e entrelaçou nossos dedos, oferecendo-me um pequeno sorriso. Não fui capaz de devolver o gesto, então apenas balancei minhas sobrancelhas para o homem e voltar a divagar.

Deixei que meus olhos vagassem pelas mulheres sentadas na outra ponta da sala. Dinah e Normani conversavam animadamente, mas em tom baixo. Era quase como se elas tivessem um segredo realmente bombástico, mas que fosse completamente confidencial. Elas estavam daquele jeito desde que chegaram aqui algumas horas atrás, poucos minutos depois de eu ter deixado o apartamento delas com Valentina, que brincava em algum lugar da casa com Théo, o filho de Ally, que era apenas um ano mais velho que ela. Os dois sempre se deram bem, era incrível como a amizade deles só fazia crescer mais e mais a cada ano adquirido.

O burburinho de conversas paralelas foi interrompido pelo som do toque de um celular, assim como meus pensamentos sem rumo. Todos checaram seus respectivos aparelhos, mas foi a loira que se encontrava em minha frente a dona do barulho.

Pelo jeito era apenas uma mensagem, já que ela não atendeu... Mas parecia que o que ela tinha recebido não foi exatamente apenas uma mensagem.

O sorriso que se fez presente no rosto de Dinah foi tão grande que foi impossível para ela escondê-lo quando sentiu todos os olhos daquela sala em cima de si. Ela pigarreou e se ajeitou na cadeira, o resquício de um sorriso ainda presente em seus lábios.

— O que houve, amor? - Normani perguntou o que todos queriam saber.

A loira apenas negou com a cabeça e sorriu ainda mais, mas dessa vez mirando seus olhos exatamente em mim. Senti um arrepio cortar minha espinha e sabia que alguma coisa estava para acontecer, eu só não sabia o quê.

— Não é nada... Apenas um membro da família que está vindo visitar. Talvez até neve, sabe... - o alvo de seus olhos perfurantes agora alguns centímetros para a minha esquerda, seu famoso sorriso cínico plantado em seus lábios.

Arqueei uma sobrancelha, a encarando em dúvida por alguns segundos até que um forte aperto em minha mão me fez saltar. Gabriel tinha uma expressão fechada e encarava Dinah como se pudesse matá-la apenas com aquilo, enquanto a loira exibia sua face mais debochada para o mesmo.

O clima tenso permaneceu por alguns segundos até que a voz de Ally quebrou o mórbido silêncio.

— Oh, meu Deus, é a Lauren!


Notas Finais


E então?
Vejo vocês no próximo!
Gabs, xx


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