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Jeonghan

- Sua naja mentirosa – gritei com o garoto parado na minha frente com cara de sonso. – Não cansa de ficar inventando as coisas não? – continuei gritando. Quem ele pensava que era para falar que tinha sido amante do Seungcheol. Ele só podia estar me testando.

- Abaixa a voz, sua piranha – ele gritou e puxou meu cabelo com força.

- YA! – gritei e puxei o dele também – Me solta – disse ameaçadoramente. – Solta – gritei novamente e recebi um puxão novamente.

- Você nunca vai merecer nenhum deles – ele disse ainda segurando meu cabelo. Me perguntei o que ele queria dizer com ‘’nenhum deles.’’

- O que? Como assim? – perguntei nervosamente. – O que você quer dizer com ‘’ eles’’?

- Eu e Jisoo também tivemos nossas coisas – ele disse com um tom extremamente irritante, como uma zombação.

Aquele foi o meu gatilho para pular em cima dele e provavelmente rolar no chão enquanto distribuíamos tapas um no outro. Como ele ousava falar alguma coisa do Jisoo com aquela boca nojenta. Alguns minutos depois senti um braço me levantando do chão e puxando para longe da confusão.

- O que você pensa que está fazendo? – olhei Seungcheol. – Porque você estava brigando no meio da sala de estar? Você está todo arranhado e cortado.

- Ele estava falando mentiras sobre você ... – respondi e Seungcheol fez sinal de falar algo mas apenas continuei – e Jisoo. Não podia ficar parado escutando aquilo. Ele falou para todo mundo que vocês eram amantes.

Pensei que Seungcheol ia rebater e contradizer tudo rapidamente, mas em resposta ele apenas deu alguns passos para trás e abaixou a cabeça silenciosamente. Duvidei de meus olhos, ele não podia estar querendo dizer aquilo.

- Era mentira não é? – perguntei me sentindo incerto.

- Foi algo passageiro. Para nós dois. – ele disse finalmente e tentou pegar em minha mão, mas eu o afastei abruptamente, o surpreendendo, e me surpreendendo também. Me impressionava como essas coisas me afetavam. Até mesmo do meu amigo de faculdade e praticamente amigo da família, Jihoon, eu havia tido uma crise de ciúmes.

Suspirei e coloquei a mão na testa tentando me acalmar. – Vou ao banheiro – falei baixo e segui até o banheiro. Assim que entrei as duas pessoas que estavam lá, me olharam como se estivessem me julgando e logo saíram sussurrando uma com a outra.

Abri a torneira e lavei o rosto. Assim que meus olhos encontraram o espelho, reparei as marcas da briga que desciam até mesmo para meu pescoço. Sequei as mãos e olhei mais uma vez no espelho.

Assim que sai encontrei Seungcheol parado na parede em frente a porta. Nós nos olhamos durante algum tempo e fui em silêncio até sua direção encostando minha cabeça em seu ombro. – Desculpa, eu não queria criar uma imagem negativa para você.

Seungcheol envolveu minha cintura com seu braço e sussurrou que estava tudo bem. Senti seus dedos acariciando levemente minha bochecha. Seu toque era extremamente quente e familiar. Rocei meu rosto contra seus dedos e Seungcheol sorriu levemente.

- Podíamos viajar agora – ele disse e me virei para ele esperando pelo desenvolvimento de seus pensamentos. Ele percebeu e sorriu – A reunião do conselho era sobre desenvolver algo no oeste do nosso reino, eu provavelmente vou precisar ficar pelo menos duas semanas e obviamente não vou ficar sem você, seria perfeito. Um tempo realmente para nós dois.

Sorri e assenti – Acho que iria me ajudar a dez estressar.

- Você não vai comentar sobre perder as aulas? – ele me perguntou.

Neguei com a cabeça e suspirei – Não quero pensar sobre a faculdade por enquanto.

Percebi o olhar se Seungcheol em meu rosto e um sorriso meio triste. – Você ficou marcado – ouvi ele comentar.

- Isso não é importante agora – disse – Temos que planejar a viagem não é mesmo?

- Ah sim, claro – ele disse parecendo focar na conversa – Não precisamos de nada na verdade. Podemos comprar tudo no aeroporto, só preciso fazer algumas ligações para as nossas famílias. Só um segundo.

Seu rosto se aproximou do meu e recebi um beijo na bochecha e acredito que tenha recebido uma lambida em meu provável machucado também. Coloquei a mão em minha bochecha um pouco surpreso e olhei para a silhueta de Seung nas sombras do corredor.

Encostei na parede e observei alguns detalhes do ambiente, como o papel de parede, o piso de pedra e alguns quadros ali presentes. Senti a mão de Seung na minha e sorri enquanto olhava para o quadro.

- Vamos? – ele disse suavemente e assenti. Logo estávamos do lado de fora esperando o carro. Senti olhares em mim e a mão de Seung me deixando, olhei para ele alarmado mas logo seu braço passou por minhas costas me puxando para mais próximo. Mais um segundo e eu teria surtado. Estava acostumado com alguns olhares, mas não os de uma festa de elite inteira.

Abri a porta e Seungcheol segurou para eu entrar. No início ainda me senti um pouco receoso de falar mas quando Seung comentou sobre o que nós poderíamos fazer na viagem me empolguei e durante o caminho até o aeroporto fiquei entretido com nossa conversa.

- Sinto muito – disse depois de pelo menos um minuto de silêncio.

- Não se preocupe. Eu não me importo com o que aqueles velhos e suas famílias idiotas e metidas falam de mim. Apenas me importo se eles falarem de você, e já deixei avisado ao meu secretário que terá consequências.

- Eu me importo com o que eles falam de você – respondi.

Seung riu um pouco – Eu percebi, você pulou para cima daquele garoto.

Olhei feio para ele mas logo abri um leve sorriso. Chegamos no aeroporto e o avião particular já estava a espera, sentamos um ao lado do outro e dormirmos aninhados durante o voo todo. Minhas expectativas para a viagem subiam ao mesmo passo que o avião.