História Broken promise - Junhao

Junhui

Minghao estava me evitando a dias, mais apropriadamente semanas. Eu tentava falar com ele pelo telefone mas ele não atendia. Perguntava como ele estava para os irmãos e primos dele mas aparentemente ninguém tinha notícias, o que me deixou nervoso porque ninguém havia ido de fato atrás dele, parecia que todo mundo estava muito focado em suas vidas.

Jeonghan tinha viajado com o marido, Mingyu estava ocupado com Wonwoo e vice e versa, Seokmin e Seungkwan estavam fazendo aulas de alguma coisa, Chan focado na escola e Soonyoung parece que andava com Hansol e Jihoon.

Parei o carro na frente da casa dos tios de Minghao, queria saber se ele havia sumido apenas de uma parte da família dele. Enquanto tomava coragem de bater na porta da casa avistei um garoto com um capuz subindo a rua. Reconheci Minghao imediatamente e pulei para fora do carro andando em sua direção. Ele andava de cabeça baixa e parecia ter emagrecido ainda mais.

Minghao olhou para cima e me viu, dando um passo em surpresa para trás. Parei por um instante hesitando em continuar pelo choque daquela reação, parecia que ele não queria me ver. Respirei fundo e fui até ele já organizando o que falar quando ele me interrompeu.

- Eu...estou namorando uma pessoa. – ele disse apenas.

Em um primeiro momento não compreendi o significado do que ele estava falando, mas com o passar de alguns segundos entendi a situação. Queria bater em alguma coisa, agarrar ele pelos ombros e gritar o porquê, com quem, mas ao invés disso achei forças para apenas olhar para baixo e colocar as mãos nos bolsos de forma casual.

- Ah sério? – me forcei a dizer casualmente novamente. – Com quem? Desde quando?

- Tem alguns meses – ele disse apoiando o peso em uma das pernas. Vi suas sobrancelhas arquearem levemente como um desafio.

- Quantos? – perguntei novamente.

- Quase cinco – ele respondeu curtamente.

- Então você namora com essa pessoa desde de quando eu te busquei na escola e você tinha levado uma surra? E talvez tenha sido essa pessoa que te bateu naquele dia – dei um passo para trás descrente – Entendi, porque você não queria que eu fizesse nada em relação aquilo, e porque você tem me evitado.

- Pensei que você tinha entendido Hyung – ele disse cruzando os braços.

- Voltou a falar com honoríficos, você sempre larga eles quando está nervoso ou com raiva – falei tentando quebrar aquela atitude dele. Minghao era um pouco imprevisível e apesar de estar um pouco nervoso, estava aliviado de ter encontrado ele.

Minghao suspirou e fez menção de continuar andando. – Eu tenho que ir - disse apenas.

- Você está ficando na casa dos seus tios?

- Momentaneamente, sim.

- Eu volto amanhã, para te visitar. Aparentemente você já contou o que disse que iria contar não é mesmo?

Minghao pareceu hesitar por um momento mas apenas assentiu – Era só isso que eu tinha para falar mesmo. Boa noite Hyung.

Ele passou por mim e entrou dentro da casa sem olhar para trás. Era isso que eu ganhava depois de tanta preocupação, pensei e com passos consideravelmente pesados entrei dentro do carro e fui para casa tentar adiantar alguns textos da faculdade.

Seungcheol

Estava nevando quando nós desembarcamos, olhei para as minhas roupas e as de Jeonghan e percebi que não seriam o suficiente nem para alguns minutos naquele clima. Tirei meu casaco e estendi para ele ao mesmo tempo que ele tirou o dele e estendeu para mim.

- Você fica com o meu – disse sorrindo e negando o dele.

- Você fica com o meu – ele disse também e empurrou o meu casaco para longe.

- Vamos trocar – disse rindo levemente e assim nós fizemos. Deu na mesma, mas pelo menos estávamos satisfeitos.

Tinha escolhido uma viagem privada, então estávamos apenas nós dois e alguns seguranças. Andamos até uma loja no aeroporto e experimentamos alguns casacos os comprando e vestindo logo em seguida.

- Quer comer alguma coisa? – perguntei enquanto ajeitava o casaco de Jeonghan. O tom claro do casaco combinava com o tom de pele dele, o deixando ainda mais bonito. As marcas de briga do rosco dele já estavam sumindo, suspirei aliviado por não parecerem doer mais.

- O que acha daqueles sanduíches? Parecem bons – ele disse sorrindo e apontando para o lugar. – Parece ter de queijo e tomate ali – ele disse murmurando.

Sorri e caminhei até a loja sendo seguido logo por ele. – Vou querer um daquele e um daquele – disse para o atendente.

- Certo – ele respondeu e sorriu entregando os pacotes com a comida. Paguei e entreguei para Jeonghan a comida enquanto guardava o troco no bolso.

- A casa que nós vamos ficar já está pronta e o carro também. – disse ao terminar de ler a mensagem no meu celular. – Vamos passar no mercado antes e vamos direto para lá.

- Certo – Jeonghan disse e sorriu. Fizemos exatamente como o plano e chegamos na casa por volta de 14:00 da tarde. Tinha parado de nevar e agora era possível ver o recém formado tapete branco.

- Como é bonito – Jeonghan sorriu e seguiu até a porta. - Quem chegar mais rápido até aquela árvore ali embaixo – ele disse apontando - escolhe o menu do jantar e não precisa lavar a louça, mas é bom você correr – ele disse disparando pela porta e neve abaixo.

- Você – gritei e corri atrás dele. Jeonghan sempre trapaceava, era quase um talento ao meu ver.

Rolamos e jogamos bolas de neve um no outro o resto da tarde, voltando apenas quando escureceu para casa. Fui tomar banho enquanto Jeonghan fazia chá e colocava a água para ferver para o macarrão. Quando desci as escadas já com roupa de dormir vi Jeonghan com a cabeça encostada na mesa cochilando.

Ele deve estar muito cansado, pensei e sorri afastando uns fios de cabelo de seus olhos. Desliguei a água do macarrão e levei o garoto adormecido para a cama, o cobrindo e beijando levemente sua bochecha.

Amanhã ele com certeza iria acordar extremamente animado.

Minghao

Junhui fez exatamente como tinha dito. Voltou no dia seguinte, e no outro dia e no próximo dia. Já era a quarta vez que eu avistava o carro dele enquanto voltava para a casa dos meus tios. Normalmente eu apenas entraria o ignorando e depois correria para a janela para ver ele indo embora alguns minutos depois.

Parecia que ele estava esperando que eu dissesse algo, mas que por mais que eu soubesse mais ou menos o que era, não tinha como eu contar. Não depois de ter mentido para ele da última vez.

Fui em direção ao carro dele e parei na frente dele. Pensei em dizer para ele parar e como não era necessário, mas ao olhar em seus olhos não tive coragem. Por uma fração de segundo eu tive a impressão que ele sentia o mesmo que eu, o que não era tão possível já que nunca nada envolvendo emoções tinha ocorrido.

- Quer ir jantar comigo? – Ele perguntou abrindo a porta para mim. Antes de eu pensar meu inconsciente deu uma resposta e me vi sentado do lado dele no banco de passageiro. Droga, pensei comigo mesmo, eu sempre cedia.

O trajeto até onde quer que fosse que ele estava me levando foi silencioso, evitei olhar na direção dele e parece que ele evitou olhar na minha também, o que não fazia sentido, já que ele havia me chamado para sair.

Depois de pelo menos 30 minutos eu resolvi puxar assunto e perguntar aonde estávamos indo.

- A casa das minhas avós – ele disse e deu seta para entrar em uma estrada de terra. Me virei para ele surpreso e me segurando instintivamente no banco.

- Como assim? – perguntei. – Porque eu iria a casa das suas avós?

- Quero te apresentar para elas – ele disse sem olhar para mim e estacionando em frente a uma casa de campo. Ao me ver paralisado Junhui sorriu levemente – Pode considerar isso como um sequestro.

- O que? – gritei e ele deu um leve sorriso, me deixando, incrivelmente, um pouco mais confuso. – Porque eu deveria conhecer a sua família? E sequestro? Não parece um.

- Como assim não parece um? – ele olhou em volta – Tem todos os itens de um sequestro, você está aqui provavelmente contra a sua vontade e não vai poder sair enquanto não resolvermos a situação em que estamos.

Suspirei fortemente – Em que situação estamos hyung?

- Em uma complicada eu diria. – ele parou um pouco e me olhou – Acho que eu vou começar falando então... - Olhei para ele apreensivo, se fosse pelo menos perto do que eu estava pensando, iria ser um problema para meus próprios sentimentos.

- Esses dias inevitavelmente alguns pensamentos passam pela minha cabeça, como será que o Minghao está, com quem ele está namorando, se ele corresponderia meus sentimentos mesmo assim...

Minha respiração parou por um momento, desde a primeira vez que meu nome foi citado no meio daquilo tudo. – Espera – disse baixo o fazendo olhar para mim preocupado – Seus sentimentos? – perguntei apressadamente.

- Deixa eu terminar – ele me repreendeu levemente. Observei ele respirar fundo enquanto sentia a aceleração do meu coração aumentar. – Eu gosto de você Minghao. E tentei várias vezes falar isso, mas moralmente por você ser irmão mais novo do meu melhor amigo, eu me contive. Eu sempre tive um sentimento de proteção em relação a você, e esses meses me vi ficando extremamente nervoso com os acontecimentos da escola. Obviamente que eu iria ficar, mas eu sei que tem algo a mais no que eu sinto, e realmente não quero acreditar que você tenha um namorado... então...

Junhui

Olhei para o Minghao meio desesperado procurando por alguma resposta em sua expressão, alguma decepção, surpresa, alegria, mas o encontrei apenas com a cabeça baixa.

- Eu fui marcado.

Ele disse e tudo que eu estava pensando anteriormente, pareceu sumir.