História Broken Roots - Malisaac - Broken bear.

"Talvez eu esteja muito ocupado sendo seu para me apaixonar por outra pessoa..." 

Arctic Monkeys — Do I Wanna Know

Isaac e Malia tiveram que segurar Scott para ele não cair no chão. Isaac conseguiu se apoiar em Malia para não cair também, Mas Lydia não aguentou segurar suas lágrimas e desabou ali mesmo. Stiles a abraçou, e estranhamente Malia, pela primeira vez desde que tinham terminado, não sentiu nenhuma pitada de ciúme sequer, o que foi uma surpresa para ela. Theo sorria ironicamente, como se aquilo fosse como qualquer outra brincadeira, uma grande piada. Mas, na verdade não era. Allison estava matando pessoas por aí, aquilo não era uma engraçada brincadeira. Liam e Hayden, mesmo ambos não terem conhecido Allison, sabiam como machucava o alfa, Lydia, Stiles e Isaac ao mencionar o nome ou qualquer outra coisa sobre a caçadora. Stiles sussurrava vários “está tudo bem”, ou, “vai ficar tudo bem” para Lydia, mas no fundo ela sabia. Ela sabia, que nada estava tudo bem e, que nada iria ficar bem.

Mesmo se sentindo com náuseas depois da revelação, Scott convidou Theo a ir até a sua casa para tomar banho e trocar de roupa, pois aparentemente a roupa do Coiote não estava muito em condições de uso. Embora não tivesse conhecido Allison, Malia se sentia mal igual aos seus amigos. Como alguém como ela faria algo para machucar alguém? E porque tentaria matar Stiles? Eles eram amigos, não eram?

Liam e Hayden foram para casa, e o restante foi para a casa de Scott. Todos no carro de Lydia, embora a ela estivesse andando muito lentamente e tiveram de lembrá-la de ligar os faróis para não bater na árvore que cruzava com o caminho que o carro estava fazendo.

Quando chegaram à casa do alfa, ele próprio destrancou a porta, acendeu as luzes da sala e ligou a televisão. Stiles, Lydia, Isaac e Malia se sentaram no sofá. Malia, logo, tratou de pegar a mão do loiro e apertá-la.

Quando você era jovem você costumava sonhar com incêndios...
E gritar através da noite
Para me encontrar de pé descalço ao seu lado
Eu costumava sussurrar que tudo ficaria bem
E deitar ao seu lado
E segurar suas mãos pequenas nas minhas...

Scott e Theo subiram. E os quatro permaneceram na sala. Depois de um tempo, Malia conseguiu ouvir o barulho do chuveiro se ligando, provavelmente Theo tomando banho. Logo, Scott desceu as escadas apressadamente.

- Minha mãe e o Xerife não conseguiram descobrir como a pílula funciona. – Disse ele, entrando na sala, falando em um tom triste.

- Droga... – Murmurou Stiles.

Lydia se mexeu no sofá, ajeitando sua posição.

- Como vamos descobrir? – Malia perguntou. – Tem alguma substância que Allison pode ter colocado na pílula?

- Não que eu saiba. – Lydia respondeu, respirando fundo, visivelmente incomodada com o nome de Allison ser mencionado.

Isaac murmurou um merda.

- O que vamos fazer? – Isaac perguntou.

- Esperar talvez. – Respondeu Stiles, passando um braço pelo ombro de Lydia.

- Esperar o que? – O loiro perguntou.

- Um furo. – Respondeu o humano.

Todos os cinco respiraram fundo. Esse assunto da “Coisa” já estava os cansando, cansando muito na verdade. Desde que ocorreu o primeiro assassinato, nenhum deles conseguiu dormir bem. A escola, que poderia servir como uma distração naquele momento, estava com as aulas suspensas, o que dificultava a situação ainda mais. Depois que olharam vários programas na TV, já eram 23h34min e três deles estavam cansados.

- Vou dormir, até amanhã. – Scott falou, bocejando.

Lydia se levantou também.

- Acho que também vou. – Disse Lydia também, bocejando.

- Eu também estou com sono, amanhã resolvemos essa história da “Coisa”. – Disse Stiles, se espreguiçando.

Os três foram, e na sala ficaram apenas Isaac e Malia. Os dois olhando para o nada. Ficaram assim, por mais ou menos 3 minutos, até que Malia não aguentou o silêncio tortuoso e abriu a boca.

- Posso me deitar no seu colo? – A Coiote perguntou.

- Claro! – Ele respondeu, um pouco alto demais.

Por impulso, Isaac começou a fazer pequenos cafunés na cabeça de Malia. Os dedos de Isaac eram delicados aos olhos de Malia, naquele momento ainda mais. Os fios castanhos claros passavam entre os dedos de Isaac, e ele estava adorando aquela sensação.

- Você está bem? – Perguntou Malia ao garoto.

Isaac suspirou, sem parar de fazer os carinhos no cabelo de Malia.

- Sim. – Ele respondeu.

- Isso não é uma pergunta retórica – Ela olhou para ele, seriamente. – Eu quero saber como está se sentindo.

O coração de Isaac se encheu de felicidade e nervosismo.

- Bem mal. – Ele disse sorrindo.

Malia se levantou rapidamente.

- Acho que sei como essa sua tristeza e sensação ruim podem passar! – Ela exclamou o puxando pela mão e saindo pela porta.

Stiles e Scott, sem Malia e Isaac saberem assistiram a cena toda, desde quando ela o pediu para deitar em seu colo até quando ela o puxou pela mão.

- Ai, eu shippo tanto! – Falou Scott entre suspiros.

Stiles sorriu, achando engraçada a forma que Scott comentou.

- É, eu também. – ele acabou confessando.

...

E como
Eu poderia saber?
Eu não sou forte
Eu deveria ter salvado você
Oh
Eu espero que você saiba
Que você é meu lar
Mas agora eu estou perdido, tão perdido...

O parque de diversões estava lotado, ficava aberto a noite toda. As luzes dos brinquedos refletiam no chão e era lindo. A iluminação estava perfeita. Quando Isaac viu onde estavam, seus olhos brilharam e suas pupilas dilataram. Como Malia sabe? Ele perguntou para si mesmo. Isaac amava parque de diversões, sempre amou. Seu pai só o levou uma vez, depois os castigos dentro do freezer começaram e nunca mais conseguiu ir novamente a outro.

Malia viu o olhar de Isaac e não hesitou em puxá-lo para dentro do parque. Imediatamente os dois começaram a correr, de vez em quando atropelando crianças, mas pedindo desculpas.

Os dois pararam em frente a uma roda gigante.

- Sério? Não é um pouco arriscado demais? – Isaac perguntou, engolindo em seco.

Malia riu.

- Está com medo, Senhor Lahey? – Ela perguntou.

Isaac estremeceu.

- Vamos! – Ele a puxou.

A roda gigante se balançava e girava de um extremo a outro. Isaac gritava e Malia ria da reação dele. Ele parou de gritar no instante em que a viu rindo dele.

- O que é tão engraçado? – Isaac perguntou, falsamente indignado.

Ela segurou o riso.

- Você gritando igual a uma moçinha! – Malia respondeu e voltou a rir. Isaac não se controlou e começou a rir também.

Os dois foram em praticamente todos os brinquedos, Barco Viking, Montanha Russa, etc. Isaac até conseguiu um ursinho de pelúcia para Malia, que corou ao ganhá-lo. Andaram até uma barraquinha de Maçã Do Amor e compraram duas para comer.

- Não quer ir até uma praça que tem aqui perto e comer? – Perguntou Isaac, olhando para Malia.

- Aceito. – Ela respondeu, sorrindo o que fez Isaac sorrir também.

Aquele era um dos poucos momentos de paz que eles tinham. A compainha um do outro era um dos principais ingredientes para um momento de paz. Malia quando estava com Isaac tinha a sensação de estar completa, e Isaac sentia a mesma coisa que ela.

Chegaram até a praça. As mãos de Malia estavam super ocupadas, mas ela nem ligou, pois a Lua chamava toda sua atenção. Ela nunca tinha prestado muito atenção na Lua, mas naquele dia... Ela estava tão linda! As estrelas ao redor dela faziam uma perfeita combinação para um momento como aquele. Malia não queria que aquele momento de paz passasse, apenas queria se sentar, parar no tempo e observar o céu. Era o que dava a ela um pingo de esperança, e claro, Isaac também.

- O céu está lindo, não é? – Ele perguntou se sentando na grama junto dela, e logo mordendo sua Maçã Do Amor.

- Está... Magnífico! – Ela disse.

Isaac também observou o céu. Ele conseguiu entender o que Malia queria dizer.

- Sabe Isaac? – Malia começou, sorrindo tristemente, com os olhos marejados. – Eu tenho medo de minha mãe voltar e tentar me matar de novo, sabe? – Isaac assentiu. – O acidente ainda é um trauma para mim.

Malia derramou uma lágrima, e dentro de Isaac tudo se balançou.

- Acho que uma Lobisomem sem poderes não deve ser tão poderosa assim. – Ele comentou sarcasticamente.

Malia riu.

Isaac não entendeu o porquê, ou como aconteceu. Só soube que quando viu estava a beijando. Sua mão estava na cintura dela. A mão de Malia nos seus cabelos era o melhor toque que ele já sentira. As línguas dançavam rapidamente. Ninguém queria parar. Ninguém ia parar. Todos os beijos entre os dois poderiam ser considerados os melhores da vida de ambos. Era como o primeiro beijo sempre.

O beijo estava maravilhoso, até que o ursinho caiu de onde estava apoiado e se chocou com a grama, omitindo um pequeno barulhinho.

- Opa. – Ele sussurrou.

Os dois riram.

Eu fico imaginando aquelas chamas que aumentavam

E enegrecendo o céu

A luz que mostrou você descalça na neve

E então o fogo começou a acumular-se dentro

Explodindo luzes ofuscantes

Agora sou esquecido gritando através da noite

E como
Eu poderia saber?
Eu não sou forte
Eu deveria ter salvado você
E oh
Eu espero que você saiba
Que você é meu lar

Mas agora eu estou perdido, tão perdido...

Isaac levou Malia até em casa, de mãos dadas. Esse ato havia se tornado hábito quando estavam juntos, e pelo jeito não os incomodava. A luz do quarto do pai de Malia estava apagada e ela pôde sentir que ele estava dormindo pesadamente. Ela destrancou a porta delicadamente para não acordá-lo, Isaac ficou do lado de fora. Uma súbita sensação ruim percorreu sobre o corpo de Malia.

- Então... – Ele começou timidamente. – Vou indo. – Ele beijou a bochecha de Malia. – Boa noite, Malia. – A olhou profundamente e se virou para ir embora.

Ela segurou o braço dele, antes do mesmo ir embora. Isaac se virou para ela, confuso e ansioso, esperando a voz sair pela boca de Malia.

- Fica. – Ela pediu e ele não negou. E nem queria.

Subiram as escadas e dormiram com as mesmas roupas que estavam durante o dia inteiro. Dormiram os dois abraçados, juntos e sem medo de perder um ao outro. Como se nada de ruim pudesse acontecer.

Eu vou carregar seus ossos
Eu vou carregar todos eles
Eu vou carregar seu lar
E oh
Eu vou enterrar esses ossos
Eu vou escrever nas pedras
Que você é o meu lar
Meu lar...