História Broken Strings - Quando tudo conspira a favor

(You Belong Together — Mariah Carey♪)

Tão rápido como começou o beijo teve fim, Regina ainda estava atordoada e Emma em êxtase. Para morena aquilo não poderia ter acontecido, e ela sentiu um pouco fraca por se deixar levar por aquele momento, enquanto Emma por dentro comemorava, por ter provado finalmente os lábios de Regina Mills.

— Emma eu preciso ir. — Regina disse tentando se livrar dos braços da loira. — Isso não deveria ter acontecido. Meu Deus!

— Regina se acalme somos adultas, e não foi nada demais foi só um beijo. Não vou obriga-la a se casar comigo por isso. — Swan tentou brincar.

 Por mais que quisesse repetir a dose sabia que Regina ainda não estava preparada, mas ao menos tinha certeza que ela sentia algo.

— Nossa relação é uma confusão Emma, até alguns dias atrás você estava me odiando e me culpado pela morte do seu irmão.

— Eu te julguei mal já disse. E por isso lhe trouxe aqui, para... — Emma não conseguiu terminar a frase, pois Regina terminou por ela.

— Para recomeçar, eu sei Emma ainda sim não tenho ideia do que isso significa.

 “Meu Deus essa mulher sabia complicar ainda mais as coisas quando queria”. A empresária pensava. Ela estava ali se desculpando e disposta a fazer com que elas tivessem uma relação amigável, e ainda Regina Mills queria complicar o que já em si era complicado.

— Regina se quiser que me desculpe pela milésima vez eu vou, mas não pode dizer que não estou tentando fazer isso dar certo. Eu não estou lhe pedindo muito. E se quer saber eu também não tenho muito ideia do que um, recomeço entre nós signifique. Talvez não precise significar muita coisa, apenas que vamos nós darmos bem e você terá alguém para contar e te ajudar com Charlie.

 A morena queria dar uma resposta concreta a Emma, mas no fundo sabia que não podia. Só que ao mesmo tempo não tinha muito para onde fugir, então concordar e ser cautelosa era sua melhor opção no momento.

— Tudo bem. — Regina disse em concordância. — Mas isso não quer dizer esse beijo vá se repetir, eu estou aceitando ser sua amiga Emma, e nada mais.

— Sua amizade para mim está perfeito, Regina. — Emma respondeu estendendo a mão. — Amigas então Mills?

Regina estendeu sua mão e apertou a de Emma.

— Sim Swan, amigas.

 Não era o que Emma verdadeiramente desejava, mas resolveu enterrar suas vontades e desejos com relação à bela morena a sua frente, bem no fundo de si. Se algo a mais fosse acontecer, seria naturalmente e não por imposições de sua parte, sua prioridade no momento era cuidar de Charlie e consequentemente de Regina também. Cerca de uma hora depois Charlotte havia acordado de sua soneca, e Regina a preparava para irem para casa. Emma insistia para a morena pensasse com carinho em sua proposta de Regina e a Charlie passarem uma temporada em sua casa.

— Pense com carinho Regina, isso lhe fará economizar no aluguel. Terá mais tempo de ficar com sua filha, e uma ajuda extra. Granny ficará feliz em te ajudar sempre que precisar. — Swan tentava argumentar com Regina.

— Prometo pensar com carinho Swan. — Mills prometeu. — Agora eu preciso ir amanhã trabalho bem cedo.

— Se quiser eu posso pedir que meu motorista leve vocês, ou eu mesma posso levar.

Emma não queria perder a chance de sempre estar por perto.

— Eu não quero lhe dar trabalho, mas se eu aceito que seu motorista nós leve.

A loira resolveu não ser evasiva e não insistiu na segunda opção. Elas conversaram por mais alguns minutos, Regina se despediu de Henry prometendo voltar mais vezes, e depois partiu com Charlotte nos braços. A loira e o filho observaram da porta o carro sumir pelo portão, desejando ver Regina e Charlie novamente.

***

(Samurai — Djavan♪)

Emma tomava um uísque e relembrava o beijo que tinha trocado com Regina pela manhã, lábios doces e macios. E o corpo escultural a pele macia e cheiro embriagador.

— Há Regina Mills o que está fazendo comigo? — Emma se perguntou em voz alta.

 — Parece que senhorita está apaixonada. — A voz de Granny encheu a sala e chamando atenção de Emma.

A loira virou a grande poltrona em direção a governante antes de dizer algo.

— Um dia ainda vai me matar do coração, aparecendo dessa forma Nany. — Swan respondeu.

 — Não foi minha intenção assusta-la, vi a luz do escritório acessa e vim verificar se havia alguém ou se apenas tinham esquecido a luz acessa. 

— Eu estou sem sono e vim checar alguns e-mails, nada mais.

— O motivo da perda de seu sono seria uma morena de olhos castanhos. — A governanta questionou Emma já sabendo a resposta. Afinal ela conhecia a loira desde a infância e era bem difícil para Emma engana-la.

— Não Nany, pare de supor coisas, só... – Emma empresaria não conseguia formular uma resposta.

 — Só está se apaixonando Emma, pode enganar a si mesmo, mas não a mim. E espero que saiba o que está fazendo.

— Eu não estou me apaixonado, e sim eu sei o que estou fazendo Nany. Só quero que trate Regina e Charlie com respeito quando estiveram aqui.

— Sabe que quanto a isso não precisa nem ordenar. E, além disso, eu gostei da Senhorita Mills, e ela agradou bem ao jovenzinho Swan só por isso já ganhou pontos comigo. — Granny fez uma pausa e olhou diretamente para Emma. — Ela me parece ser uma boa mulher Emma, não a magoe.

— Acredite a ultima coisa que desejo no mundo é magoa-la Nany. – Emma confessou. — Só quero vê-la feliz.

 Aquilo era novidade, fazia anos que Emma não pensava na felicidade de alguém, além do filho é claro. Granny sentiu sinceridade nas palavras da loira e desejou que as coisas entre Emma e Regina dessem certo e Mary Margaret não atrapalhasse a vida da filha uma vez mais.

— Eu sei que sim, agora vou lhe deixar com seus pensamentos. E queria lembra-la que a Senhorita Morgan chega amanhã. Agora se me der licença vou me deitar. — Granny disse antes de retirar.

 Emma não queria pensar sobre Zelena agora, lidaria com sua sócia no dia seguinte. Ela apenas  voltou ao seu uísque e a pensar em Regina uma vez mais. E sua duvida maior no momento era será que Regina também estava pensando nela.

***

(Pés Cansados — Sandy♪)

À noite mal dormida tinha deixando Regina com péssimo humor pela manhã. Seu único alento eram os sorrisos da sobrinha.

— Desculpe o mau humor da titia meu amor. — Regina dizia conversando com Charlie que só balbuciava coisas sem sentido. — Eu tive uma péssima noite, mas você parece que dormiu bem.

A garotinha estendia as mãozinhas em direção à tia pedindo colo.

 — Você quer colinho amorzinho?Tudo bem vem cá que vou te dar seu café da manhã.

Regina pegou a garotinha foi em direção à sala e sentou no sofá. Deu a mamadeira a Charlie e admirou a pequena mamar tranquilamente, aquele era um momento de paz. Regina conseguia sentir uma conexão com menina, mesmo não a amamentando diretamente de seu corpo, Charlie parecia compreender que aqueles momentos eram algo só delas. A menina mexia no rosto da tia com as mãozinhas, dava pequenos sorrisos entre uma sugada e outra na mamadeira, e em outras vezes se aninhava ainda mais no colo de Regina. Era um momento tão único que o mau humor de Regina se dissipava, e ela se sentia leve para começar um dia novo.

— Agora que está de barriguinha cheia, a titia vai te levar para creche e ir trabalhar. Tem que me prometer se comportar feito uma mocinha, e no final da tarde irei te buscar. E estaremos juntinhas novamente.

Charlie deu um sorriso vazio parecendo concordar. E por mais que a morena sentisse seu coração apertado, não tinha muito que fazer afinal precisa trabalhar. Depois de se arrumar e arrumar a sobrinha, Regina finalmente saiu de casa para trabalho, porém teve uma surpresa ao encontrar o motorista de Emma a esperando na porta de seu prédio.

— Senhorita Mills, meu nome é Sebastian Grant e trabalho para Emma Swan. — O rapaz se apresentou.

— Eu me lembro de você. — Regina respondeu. — Mas porque está aqui?

— A Senhorita Swan me pediu para que ficasse a sua disposição. Posso leva-la para onde quiser. E pediu que lhe entregasse isso.

Sebastian entregou a morena um pequeno pacote, e se afastou. A morena tinha Charlotte em um braço e sua bolsa no outro, o que tornava a tarefa de abrir o pacote algo bem complicado. Sem muita opção pediu que o motorista abrisse a porta do carro e entrou, a segunda surpresa foi ver que o veiculo já estava todo equipado com cadeirinha para bebê. Regina prontamente colocou Charlie na cadeirinha e se sentou ao lado, para abrir o pacote. Dentro do pacote tinha uma caixa pequena e um cartão. E antes de abrir a caixa, Regina resolveu ler o cartão.

‘Esse é um pequeno presente, para selar nossa amizade. Poderá usar sem restrições, na agenda já estão o meu numero e de Sebastian gravados. Assim qualquer problema pode ligar para mim ou para ele.

Espero que tenha um bom dia!’

“Beijos Emma.”

Assim que terminou de ler o cartão Regina não consigo não sorrir, parecia que Emma Swan estava mesmo tentando fazer as coisas dar certo. Em seguida abriu a caixa pequena e tinha um celular bem moderno. Regina ligou o aparelho, buscou o nome de Emma na agenda, e começou a digitar uma mensagem de texto.

‘Estou lhe mandando essa mensagem, para lhe agradecer por tudo. Não precisa se preocupar, em mandar um motorista para cá, ou me dar um celular de presente, mas foi muito gentil da sua parte. Espero que tenha um bom dia também.

Beijos meus e da Charlie. ’

Assim que terminou de digitar Regina virou o aparelho para sobrinha e tirou uma foto, para anexar a mensagem. Satisfeita com a foto, enviou em seguida. Depois travou a tela do aparelho e colocou dentro de sua bolsa, deu instruções ao motorista para onde deveria seguir. A morena tinha esquecido a noite mal dormida, e tudo parecia melhor. O dia tinha começado melhor que ela imaginava, e o motivo tinha nome e sobrenome, Emma Nolan Swan.

***

Deixar Charlie na creche não fora o sacrifício de todos os dias, e ao contrario do que esperava a garotinha tinha chorado. O que para Regina foi um alivio, assim iria trabalhar bem mais tranquila. Assim que Regina chegou à biblioteca em que trabalhava, seus sorrisos bobos não passaram despercebidos pela colega de trabalho Belle.

— Alguém teve uma noite boa. — Belle comentou quando Regina atravessou o balcão de atendimento.

— Belle para de dizer bobagens. — A morena respondeu corando em seguida. Ela sabia que Belle não ia ficar satisfeita ate saber o motivo de toda aquela felicidade repentina.

— Eu lhe conheço há dois anos Regina. E se não arrumou um emprego melhor ou se livrou daquela confusão com a empresária poderosa, você e elas se entenderam de alguma forma.

— Nem uma coisa nem outra Belle.

Antes que pudessem continuar com assunto, alguém interrompeu a conversa.

 — Olá, alguém poderia me dar uma informação? — Uma mulher ruiva perguntava de pé em frente ao balcão.

 — Deixa que eu atendo Regina, e você vai trocar de roupa. Só não pense que fugira da nossa conversa.

— Você não tem jeito garota. — Regina brincou e depois foi para a sala dos funcionários. Enquanto Belle atendia a mulher a sua frente.

— Em que posso ajudar Senhorita?

— Estou à procura de livros sobre arquitetura moderna. — A mulher respondeu.

— Temos alguns livros interessantes, lá nos fundos. Venha eu lhe mostrarei Senhorita... Qual seu nome mesmo?

 — Zelena, Zelena Morgan.

— Bem, Senhorita Morgan me acompanhe então.

Belle começou a caminhar pelo corredor em direção a grandes estantes dos fundos da biblioteca, enquanto Zelena a secava de cima a baixo. Quando Regina retornou Belle e a mulher, até desconhecida para ela conversavam animadamente.

— Me chame de Zelena Belle, sem formalidades. E obrigado pela ajuda, pode ter certeza que voltarei mais vezes a biblioteca.

— Não há de que Zelena, apenas estava fazendo o meu trabalho. A ruiva se despediu e não deixou de olhar Belle novamente, o que não passou despercebido por Regina.

— Parece que alguém arrumou uma admiradora. — Regina zombou.

 Belle quase gritou por ser pega de surpresa pela amiga.

— Caramba Regina que susto. E sem piadinhas, porque não sou quem está de quatro por uma loira e que até recebe flores da mesma.

 — Flores? Que flores Belle? Do que está falando? — A morena perguntou confusa.

— Essas Mills. — Belle apontou em direção ao balcão. — Chegaram agora pouco.

 Regina foi até o balcão e pegou o buque delicado com flores amarelas, e um pequeno cartão preso ao lado. Ela abriu e não pode deixar de sorrir com que estava escrito lá.

‘Espero que essas flores iluminem o seu dia, obrigado pela foto de Charlotte.

Beijos Emma.’

***

A mensagem de Regina foi suficiente para deixar Emma feliz do resto do dia. Nem mesmo os problemas que sua mãe, a mudaram seu humor. Mary tinha ligado durante toda manhã e enchido Emma de perguntas, e mesmo tentando se esquivar a velha Nolan não havia ficado satisfeita. Ela tinha parado de insistir nas inúmeras ligações, mas prometerá ligar no dia seguinte. Emma resolveu não se abalar pelas ameaças da mãe e releu a mensagem de Regina inúmeras vezes, e admirou a foto da sobrinha. Era final de tarde e fim de expediente, não havia muito que fazer. Podia se dar ao luxo que curti aquele momento só dela.

— Parece que alguém viu passarinho verde hoje. — Zelena disse assim que entrou na sala de Emma e a viu, distraída olhando a vista de sua janela.

— E parece que alguém resolveu aparecer para trabalhar.  – Swan rebateu assim que reconheceu a voz da sócia.

— Ei eu estava de férias, e não havia nada grande para resolver por aqui. — Zelena justificou.

A ruiva, assim como Lily conheciam Emma desde adolescência, tinham se conhecido no colégio interno e vivido muitas coisas. Com o tempo os laços apenas se aprofundaram, mesmo cada uma tendo sua vida. Zelena era arquiteta, e sócia de Emma em alguns negócios pessoais.

— Temos atrasos nas obras, Zel. E você sabe bem como odeio atrasar nossos projetos.

— Meu Deus Swan, há quanto tempo não transa? A sua pele está horrível e seu cabelo sem vida. Se não for isso, a velha Mary Margaret não deve estar te dando folga.

— Nem tudo é baseado em sexo Zelena Morgan. E eu não quero falar sobre minha mãe agora.

— Sexo iria te ajuda a relaxar Emma Swan, e sobre nosso projeto eu visitei o canteiro de obras assim que cheguei a Boston. Está tudo no prazo.  Eu precisei buscar alguns livros na biblioteca para minha pós ok. – Está desculpada ruiva.

Sem que Emma esperasse Zelena acabou se pegando o celular que Emma tinha na mão e lendo a mensagem.

— Zelena me devolve isso agora. — Emma praticamente gritou.

— Olha só parece que passarinho verde se chama Regina. — Zelena zombou da amiga.

Emma ficou furiosa, ela ainda não tinha contado nada sobre Regina para Zelena. Swan conhecia bem o temperamento da amiga, e sabia que Zelena não perderia a oportunidade de tirar um sarro de sua cara.

— Anda me devolve Zelena, isso é algo particular.

— Desde quando você tem segredos para mim Emma Swan?

— Desde quando você se tornou abusada. Agora me devolve meu celular e senta que eu te conto tudo. — Emma respondeu.

E depois de uma longa conversa, Zelena não sabia o que pensar a amiga. Só sabia que ela estava em tremenda confusão, afinal a ideia principal da mãe de Emma era tirar a filha de Regina. Mas Emma se apaixonar pela morena não fazia parte do pacote.

— Você está bem ferrada Swan. — Zelena disse ao terminar de ouvir a historia. – Eu não acredito que se apaixonou pela ex do seu irmão.

 — Obrigado pelo apoio Zelena.

A conversa foi interrompida pelo som do celular de Emma tocando incessante. Ela pegou o aparelho sobre a mesa e destravou a tela, assim que viu o numero sentiu alivio. Era apenas Sebastian o motorista que tinha disponibilizado para Regina.

— Alô Senhorita Nolan. — Motorista disse do outro lado da linha.

— Sim Sebastian, sou eu mesma. Algum problema?

— Eu não seu ao certo, mas me parece que Senhorita Mills está algum problema em seu apartamento. E como havia me pedido para ligar caso percebesse algo estranho resolvi avisa-la.

— Fez Bem Sebastian. Eu já estou a caminho. — A empresária respondeu e desligou em seguida.

Sem dar muitas explicações a Zelena Emma pegou sua pegou suas coisas em saiu rapidamente, desejando chegar o mais rápido possível até apartamento de Regina. E rezando para que nada de grave tivesse acontecido, nem a morena e nem a sua sobrinha.