História Broken Strings - Um recomeço

(Oceano — Djavan♪)

O misto de sentimentos que Emma sentia se confundia com o que acabará de ler, e o telefone que agora estava sobre a mesa e tocava incessante. O nome “Zelena Morgan” piscava em letras grandes na tela do aparelho, e Swan mesmo temia o que poderia descobrir se atendesse ao celular. A recente descoberta de toda historia de Regina Mills e sua irmã gêmea Rhana, tinha deixando a empresária desestabilizada, não que aquela altura ela duvidasse do que sentia pela morena, essa não era razão de seu medo. O medo de Emma era como as coisas seriam dali para frente.

E atender aquele telefone tornava tudo ainda mais real, Emma sentia que fosse o fosse que Zelena tinha para lhe dizer tinha a ver com Regina. Naquele instante Swan se lembrou das palavras de seu pai na adolescência... Filha para todos os problemas sempre há uma saída. “A única coisa na vida que não tem solução é a morte, pois quando perdemos alguém a nossa única opção é dar adeus e seguir em frente. Os problemas Emma por maior que sejam você não pode desistir. Precisa que encarar, de frente e não desistir no primeiro tombo.”

—Não desistir no primeiro tombo. —Emma repetiu para si mesma, respirou fundo e finalmente tomou coragem para atender o celular.

 — Alô, Morgan.

— Emma, até que enfim você atendeu. — Zelena respondeu do outro lado da linha.

— E espero que tenha uma boa razão para me ligar no meio do expediente Zelena.

— Acredite eu tenho Swan. E antes de tudo preciso que fique calma, e se sente.

O sexto sentindo de Emma estava certo, e ela teve certeza que o que sua amiga iria lhe contar não era algo bom.

— Pare de enrolar Zelena, eu não estou em momento muito bom. Então seja o que for diga de uma vez.

— É sobre a Regina, Emma... — Zelena fez uma pausa e Emma pode ouvir a amiga puxando o ar.— Ela sofreu um acidente hoje pela manhã.

— Acidente? Que acidente Zelena? — Emma se levantou e começou a fazer mil perguntas ao mesmo tempo.

— Emma eu disse que você precisava ficar calma. Uma pergunta de cada vez, e não sei de tudo ao certo. Belle me ligou desesperada e me contou apenas o essencial e me pediu para que ligasse e contasse tudo.

Por pior que fosse a noticia a empresaria sabia que amiga tinha razão, perde a calma naquele momento não resolveria as coisas.

— Belle lhe disse para qual hospital ela foi levada Zel? — Emma questionou a amiga com voz embargada.

— Sim, ela me disse Swan.

— Então me passe o endereço que eu vou para lá agora.

— Emma não, eu vou te buscar agora. Não vou te deixar sozinha nesse momento e dadas as circunstancias não acho bom que você dirija.

 A loira não discutiu, aceitou a sugestão da amiga, apenas fez a exigência que ela não demorasse muito. Cerca de quinze minutos depois, Zelena estava em frente à empresa de Emma, a aguardando. Quando Swan encontrou no carro da amiga, palavras não foram necessárias apenas um abraço forte e Zelena demonstrou que estaria ao seu lado incondicionalmente.

O trajeto até o hospital foi feito em silêncio e Zelena tentou ir o mais rápido possível, sem infringir qualquer lei de transito. Em mais outros quinze minutos estavam em frente ao hospital, e Emma desceu as pressas assim que Zelena estacionou, a loira estava desesperada por noticias de Regina. Na recepção, Emma perguntou por noticias, mas todas as informações eram desencontradas.

— Não é possível que ninguém possa me dar uma informação concreta. — Emma dizia andando de lado para outro no corredor do hospital.

— Swan você precisa se acalma, assim vai criar um buraco andando de lado para outro. — Zelena tentava acalmar a amiga.

 — Não peça para ficar calma Morgan, eu não tenho mais paciência para manter a calma. O mundo está desabando na minha cabeça, e não posso fazer nada, então não me peça calma. — A empresaria respondeu passando as mãos sobre os cabelos.

A frustração e o sentimento de impotência deixam Emma completamente transtornada. Até algo inesperado acontecer, como em passe de mágica Regina apareceu andando calmamente pelo corredor. Quando Emma viu Regina, ela não parou para pensar e se ater aos detalhes, simplesmente caminhou até a mulher que julgava ser sua namorada e abraçou fortemente.

— Regina meu amor, eu não acredito que você está bem. — A loira apenas repetia sem parar agarrada a mulher a sua frente. Já a morena se mostrava um tanto confusa, mas logo sorriu assim que pareceu entender o que estava acontecendo. — Me disseram que você sofreu um acidente de carro, eu estava tão nervosa e com medo Regina... — Emma finalmente pode olhar nos olhos da morena, e esperando uma por uma resposta que não veio. Já que a mulher que ela tinha em seus braços, era Rhana e não Regina. E a irmã gêmea de Regina, não perderia a oportunidade que parecia cair em seu colo. Ela apenas deu um sorriso sínico e tomou os lábios de Emma em beijo que pegou a loira de surpresa.

No primeiro instante a empresaria cedeu, mas assim que seus lábios tiveram contato firme com de da outra, Emma percebeu que algo estava errado. Regina não beijava com tanta agressividade, ou desespero nem mesmo quando estavam com saudades. A sua Regina era suava em cada gesto, até mesmo no simples ato de um beijo, ela fazia sem pressa como se quisesse sempre descobrir novas formas de demonstrar o que sentia por ela. E mulher que havia lhe tomado os lábios agora, era bruta sem jeito e sem carinho algum. Tudo aconteceu em apenas um segundo, mas foi suficiente para Emma ter a certeza que mulher que tinha em seus braços não era a sua Regina. E tão rápido como aquele beijo começou ele terminou, Emma se afastou bruscamente de Rhana a empurrando e levando a mão aos lábios tentando limpar quaisquer vestígios dela em seu corpo.

— Você não é a minha Regina. — Swan gritou. — Como pode ter a cara de pau de tentar me enganar. Porque se você está aqui, é porque sabe o que aconteceu a Regina. Vendo que estava sem saída Rhana tentou justificar sua atitude.

— Me perdoe Emma, eu apenas quis aplacar sua dor... Você um ato impensado... Eu, eu... — Rhana gaguejava.

— Eu não acredito em uma palavra que você acabou de dizer. Sei bem o tipo de pessoa que você é, Regina me contou toda a verdade. Rhana ficou surpresa pela confissão de Emma, mas agora tudo fazia mais sentido.

 A forma como Regina tinha a tratado pela manhã, agindo com tanta segurança e sem medo, e ela viu que não tinha muito que fazer discutir com Emma seria perda de tempo.

— Não sei o que minha irmã lhe contou Emma, mas eu sou vitima nessa historia. Regina se aproveitou que me ausentei da cidade e assumiu o meu lugar, pior ainda usando a minha filha.

— É senhora Nolan para você, eu não lhe dei intimidades para me tratar pelo meu primeiro nome. E poupe o seu teatro, pois não vai me convencer se fazendo de vitima. Sei que só se importa com dinheiro, e acredite farei de tudo para que fique longe de Charlotte e Regina. — Emma ameaçou. — E se eu souber que você tem alguma coisa haver com esse acidente que Regina sofreu, eu vou acabar com você.

Rhana engoliu em seco, sabia bem que não podia enfrentar Emma, ela perderia facilmente. Talvez fosse a hora de sair de cena. Zelena apenas assistia tudo, ela queria mesmo dar uns bons socos naquela mulher abusada, mas sabia que a amiga poderia cuidar bem da situação. Quando Swan ameaçou continuar, Belle apareceu a procurar dela e Zelena.

— Até que enfim achei vocês. — Belle disse assim que se aproximou de Zelena e Emma. Ela olhou em volta e notou a presença de Rhana, e apenas revirou os olhos. — Pelo visto vocês já encontraram essa ratazana.

— E ela já andou aprontando, mulherzinha abusada. — Zelena alfinetou. Rhana olhou para ruiva com uma cara de poucos amigos e recebeu o mesmo olhar. – Sorte que minha amiga Swan aqui, já está vacinada contra esse tipinho.

— Eu não quero saber dessa mulher. — A empresaria respondeu e referindo a Rhana. — Eu preciso saber o estado da Regina. Belle me diz que você tem alguma noticias.

— Tenho Emma, por isso estava a procurando por vocês, uma enfermeira me disse que tinha algumas pessoas procurando por Regina Mills. E pela descrição deduzi serem vocês.

Enquanto Belle explicava tudo a Emma e Zelena, Rhana aproveitou e saiu de fininho. Ela não tinha mais nada o que fazer ali, pois aquela batalha estava perdida, mas ela ainda não tinha se dado por vencida. Afinal ela ainda tinha seu maior trunfo Charlotte, e não hesitaria em usar. 

***

Na sala de espera próxima á ala do hospital onde Regina estava Belle, Emma e Zelena conversavam, e morena acabou descobrindo mais detalhes sobre a vida da namorada.

 – É como acabei de lhe contar Emma, Regina entrou nessa confusão apenas por Charlote. Ela não esperava que você a confundisse com a louca da Rhana ratazana. – French explicou a empresaria.

— É difícil acreditar que aquela mulher tenha o mesmo sangue que Regina. — Emma afirmou ainda estarrecida com tudo que tinha acabado de ouvir.

— Loira pode acreditar, ela podem ter a mesma aparência e até o mesmo sangue, mas não pessoas distintas e completamente diferentes. Rhana não merece ser chamada de mãe, enquanto Regina é só amor por Charlie. Ela só manteve a gravidez com intuito de arrancar dinheiro de seu irmão Emma, e o pior ela chegou a agredir a pequena.

A última parte da confissão de Belle deixou Emma chocada, como poderia uma pessoa machucar um bebê indefeso? Ela não conseguia acreditar, embora lá no fundo soubesse que pessoas como Rhana Mills existiam aos montes pelo mundo. Agora tudo que ela queria era proteger Charlie e Regina daquela mulher.

 — Belle eu te dou minha palavra, que Rhana nunca mais chegará perto de Charlotte e Regina novamente. Eu vou fazer o possível e o impossível para mandar aquela mulher para cadeia, caso ela esteja envolvida com acidente que Regina sofreu. —Emma assegurou. —E quanto ao resto não me importa, eu amo Regina e só quero fazê-la feliz. Agora me conte sobre Regina, eu preciso saber como ela está.

O momento se tornou tenso, Belle não queria mentir, pois ela sabia que estado da amiga era delicado. E ao ver o desespero nos olhos de Emma, acabou cedendo.

— O estado dela é delicado Swan, fraturou um braço e quebrou algumas costelas. O medico me garantiu que ela está fora de perigo, mas ela sofreu uma pancada forte na cabeça, por segurança ela a deixaram, sedada. Assim o corpo tem mais tranquilidade para se recuperar. Só que mesmo depois do efeito do remédio passar, ela ainda não acordou.

— Será que posso vê-la? —Emma perguntou com certo receio.

— Acho que não deve haver nenhum problema, eu vou avisar ao medico. Só espere um minuto aqui. – French disse e se levantou para ir em busca do medico.

Emma respirou fundo, o nervosismo tomou conta dela. Tantas coisas ao mesmo tempo, sua mãe doente, Rhana e suas mentiras e o acidente de Regina. A loira se perguntava se conseguiria se manter de pé diante de tudo.

— Você não está sozinha Swan. — A voz de Zelena se fez presente. A ruiva parecia ter ouvidos seus pensamentos, e quis mostrar que fosse o que fosse que Emma tivesse que enfrentar ela não estaria sozinha. — Você não precisa se fazer de durona o tempo todo Emma. Não precisa carregar o mundo nas costas, pois você tem pessoas que te amam e te apoiam e estarão com você sempre.

 A empresária soltou o ar que parecia ter segurado por todo aquele tempo em seus pulmões. As lagrimas vieram instantaneamente, e ela se permitiu pela primeira vez desabar, mas sua amiga estava lá para segura-la. Zelena abraçou Emma de forma forte e protetora, lhe disse palavras de conforto. E a loira se sentiu grata, por ter uma amiga doida, mas tão presente em sua vida quando ela precisava.

—Estou com tanto medo Zel. — Emma disse com a voz chorosa.

— Vai ficar tudo bem Swan, o pior já passou. Não existem mais mentiras entre você e Regina, e agora só precisa estar ao lado dela enquanto ela se recupera.

— E se ela não quiser ficar comigo?

—Emma não diga besteiras, aquela morena é louca por você. Não existe essa possibilidade, agora apenas fique aqui e espere a Belle voltar. Logo você vai poder ver sua morena e tudo se ajeitará.

***

Em Storybrooke Mary recebia a noticia do acidente de Regina. E seu único pensamento era ir para Boston e ajudar a filha e a futura nora no que pudesse.

— Sra. Nolan sabe que isso não é uma boa ideia. — Ruby advertia a patroa. — A senhora não está em condições de viajar, sua saúde está delicada.

— Ruby Luccas pare de me dar ordens e dizer coisas que já estou careca de saber. Eu vou morrer isso é um fato, mas o que faço com tempo que resta é que muda o resto. Eu vou para Boston ajudar minha filha. — Mary respondeu sem paciência. — Agora arrume suas malas também que você irá comigo.

Ruby resolveu não discutir mais com patroa e seguiu suas ordens. Algumas horas depois elas estavam embarcando no jatinho particular da família em direção a Boston. E Mary apenas pensava em ajudar sua família, e aproveitar o resto de tempo que vida havia lhe dado com algo útil.

***

( This Years Love — Bouce Avenue♪  )

Depois de esperar por cerca de vinte minutos, Emma finalmente pode ver Regina. Belle a levou até o quarto onde a morena estava e depois saiu, pois achou que Emma merecia um momento a sós com a namorada. Quando finalmente a empresaria pode colocar os olhos na namorada, seu coração se apertou, Regina estava deitada a cama cheia de fios, ataduras e curativos. O rosto inchando e alguns cortes, a morena parecia realmente frágil. Swan se aproximou da cama e não disse nada, apenas se permitiu chorar uma vez mais. Os dias que vieram depois pareciam se repetir da mesma forma. Emma se adaptou a bem a vinda da mãe e aceitou sua ajuda de bom grado, ela ia à empresa rapidamente pela manhã e depois voltava ao hospital para ficar com Regina. Por diversas vezes Swan quis transferir a namorada para hospital com mais recursos, mas os médicos lhe asseguram que Regina estava recebendo todos os cuidados necessários. E transferi-la não seria uma boa ideia, tudo que Emma podia fazer era ter paciência, pois dependia de Regina acordar.

— Eu não sei mais o que fazer Regina, só queria que você acordasse. Tenho tantas coisas para lhe dizer, mas quero fazer isso olhando nos seus olhos. — Swan disse esperando que algo mudasse.

Ela esperava uma reação, mas como sempre nada acontecia. Regina continuava na mesma, e algo dentro de Emma acreditava que ela deveria ir além das daquelas palavras. Era hora de realmente abrir seu coração, e dizer à mulher que amava como realmente se sentia.

— Sabe, eu nunca amei alguém assim morena. Quer dizer já amei, mas não dessa forma de uma um jeito que chega a doer. Ou meio louco, muitas vezes eu só queria estar perto de você e esquecer-se do mundo, mas todos os meus medos vinham no mesmo segundo. Medo de te perder, de não ser amada da mesma forma, medo de não ser suficiente e tudo que sentia era um peso do mundo no meu coração. — Swan fez uma pausa, respirou fundo e voltou a falar. — Só que mesmo assim eu não desisti e algumas pessoas me perguntaram o porquê, e só me vinha uma única razão e com elas varias respostas... É amor, como eu nunca senti antes, amor por você Regina. E por ele eu sou capaz de tudo. Você é a única mulher que quando sorri ilumina a minha vida inteira. É a única que consegue tirar meu fôlego e faz meu coração parar por um segundo dentro e voltar a bater de novo com um simples olhar. É a única que eu amei de verdade, é a única que morrerei amando. Porque o que sinto por você é forte como uma rocha, puro como água da nascente e transparente como cristal e vai ser assim para sempre. Então desistir não é opção para algo que está vivo dentro de mim. Então volta, amor. Regina volta para mim. — Emma disse baixinho segurando a mão sem vida da namorada.

Por breve segundo Swan pareceu sentir um leve aperto em sua mão. Seu coração se encheu de esperança, será que Regina tinha a ouvido? Emma não tinha ideia, mas algo dentro dela dizia que sim. Quando ela fez menção de sair de perto da cama a mão que ela segurava de Regina apertou a sua novamente.

— Eu amo você Emma. — A voz de que mais parecia um sussurro foi ouvida pela empresaria.

 E de repente seu mundo parecia fazer sentido novamente, Emma sorriu em meio às lagrimas que vieram depois. Um misto de sentimentos se confundia em seu peito. Alivio gratidão, felicidade e principal deles amor, seu coração estava cheio de amor. O amor por Regina Mills, amor pelas possibilidades que tinha agora.

— Você voltou para mim amor, você voltou. — Emma finalmente conseguir formular uma frase.

Ela se aproximou de Regina com calma, lhe deu um beijo suave sobre os lábios.

— Eu ouvi você Swan. —Regina sussurrou.

 Emma se ajeitou ao lado dela na cama, e a abraçou Regina. Ela sabia que precisava chamar os médicos, mas queria aproveitar aqueles primeiros momentos. Não era egoísmo, era apenas saudade. Regina se sentiu confortável nos braços de Emma, pois naquele instante mesmo confusa aquele era o único lugar que ela queria estar. Voltar para braços de Emma Swan era como voltar para casa, e quando se está em casa há paz, há aconchego e com isso não se precisa de nada mais. E depois de tudo elas mereciam um pouco daquela paz.