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História Broken Toys - Inicio


Escrita por: Captain_B

Notas do Autor


Oi! Como prometido, aqui estou eu de novo para atualizar esta história. A capa do capitulo é como eu imagino que seria a Sarah (normalmente ela tem orelhas humanas, não fica com as orelhas de gato), irei fazer isso com os outros personagens também e algumas cenas que achar engraçadas. Quero agradecer aos favoritos e a todos os que viram a fic. Sem mais delongas... espero que desfrutem da leitura!

Capítulo 2 - Inicio


Fanfic / Fanfiction Broken Toys - Inicio

Dois anos e alguns meses antes do prologo

(Sarah On)

Fui acordada pelo apito irritante do despertador. Virei-me na cama e tapei a cabeça com a almofada, mas isso não fez com que o som diminuísse.

-Puta merda!- Exclamei, embora na verdade tenha parecido mais com um grunhido.

Desliguei o despertador e acendi a luz do quarto, ignorando o desconforto que sentia na minha cauda devido a ter dormido em cima dela.

-Já estás acordada?-Ouvi perguntar das escadas.

-Sim pai.

Com uma espécie de resmungo levantei-me e fui á casa de banho fazer a minha higiene matinal. Quando desci para a cozinha o meu pai já lá estava. As rugas de expressão, barba por fazer e alguns cabelos brancos no meio dos castanhos davam-lhe uma aparência mais velha que os seus quarenta anos. Mas apesar da sua aparência, os seus olhos verdes brilhavam de forma jovial e até um pouco infantil

-Podes-te sentar, já está quase pronto.- Falou com um sorriso.

Puxei uma cadeira e sentei-me no balcão. Encostei a cabeça ao tampo e fechei os olhos. Mais uma noite mal dormida… As minhas noites eram repletas de pesadelos, as minhas constantes olheiras eram prova disso. De que valeu ter fugido se eles sempre vão estar na minha mente?

-Aqui tens.- Ele pousou um prato com torradas e uma caneca de café na minha frente.- Sarah a tua cauda está a agredir-me!

Eu olhei para trás e vi que ela estava enrolada o braço dele e a apertar com bastante força. Tentei puxa-la do braço do meu pai, mas ela parecia uma cobra que estava decidida em arrancar o braço dele. Tive que usar um pouco de força para fazer com que ela o largasse. 

-Porra de coisa que tem vida própria.- Resmunguei enrolando-a á volta da cintura.

Ele riu e passou a mão pelos meus cabelos despenteando-os mais um pouco, como se eles já não estivessem suficientemente despenteados.

Nós comemos em silêncio. Quando acabei levei a louça para o lavatório e voltei a subir para o meu quarto.

Aí, tirei do meu guarda-roupa umas jeans cinzentas, uma sweater vermelho vinho com um desenho qualquer na frente e uns all star pretos. Vesti as calças ignorando o desconforto de ter a cauda amassada contra o tecido, melhor isso que todo o pessoal da escola descobrir sobre ela, ia passar de incógnita a animal do circo!

Voltei a olhar-me no espelho amaldiçoando a porra das minhas olheiras e a cauda que tinha saído de novo de dentro das calças.

-Tu hoje estás para embirrar comigo, não é filha da puta?!- Rosnei, voltando a encafuá-la dentro das calças.- Que coisa stressante!

-Anda Sarah! Já estás atrasada, é o primeiro dia de aulas!- Chamou o meu pai lá de baixo.

-Já vou!- Respondi, desistindo de tentar meter ordem naquele cabelo.

 Agarrei na minha mochila e saltei as escadas de dois em dois com uma falsa emoção. Ele foi á minha frente e saimos de casa. O lado de fora era uma imensa floresta, calma e pacifica, os nossos únicos vizinhos moravam numa mansão nesta mesma floresta, a uns três quilometros de distancia. O frio que se fazia sentir e a geada que cobria o chão, relembravam-me de que estávamos perto do Circulo Polar Ártico. 

-E é o primeiro dia de aulas do segundo período.- Corrigi enquanto me aproximava do carro.

O meu pai abriu o carro e eu sentei-me no banco de trás. Acomodei-me nos estofos macios, mas até ali dentro estava frio

-Mas não queremos deixar os teus amigos á espera.- Rebateu ligando o carro.

Encostei a cabeça ao vidro. Monstros não têm direito a amigos…

(Luca On)

Parte do meu cérebro acordou quando alguém abriu a porta, a outra parte assim que levei com meia garrafa de água a ser despejada sobre mim.

- Svegliare! (Traduzido do italiano: Acorda!)

Sentei-me na cama, sobressaltado, e encarei, com raiva, a criatura loira oxigenada.Ele tinha na mão a arma do crime e encarava-me com um sorriso vitorioso.

-Despacha-te! Não tenho paciência para fazer de despertador!- Reclamou, começando a sair do quarto.

-Não terias de fazer de despertador se não fosses idiota!- Rosnei para ele, levantando-me enquanto sacudia a água dos cabelos.

-Quê?!-Ele virou-se para trás encarando-me com raiva.

-Nada!- Não valia a pena continuar a discutir, se isso acontecesse seriamos ambos castigados.- Sai daqui! Chó animal!

-Este também é o meu quarto! Já te vi nu varias vezes…- O seu tom ficou um tanto quanto malicioso, o que fez com que eu me assustasse.

-SAÍ!- Gritei enquanto tirava a camisola e a mandava contra ele!

Ele saiu do quarto a gargalhar e bateu a porta com força. Suspirei e deixei-me cair de novo na cama. Estava tão cansado como se não tivesse dormido nada. Passei a mão pelo cabelo, ganhando coragem para enfrentar um novo dia... coragem ou estupidez, tanto faz.

Fui até á pequena casa de banho anexa ao quarto, onde tomei banho rápido com a água a escaldar. Quando desliguei a água a casa de banho estava envolta em vapor, limpei o espelho com cuidado e olhei para o meu reflexo com nojo.

Os meus cabelos negros e rebeldes estavam achatados e cobriam um pouco dos meus olhos prateados, com traços orientais. Odiava-os, assim como odiava a cicatriz na minha bochecha direita. A pele pálida de fazer inveja a um vampiro, tinha ficado de um tom cor de rosa por causa do banho.

Encarei-me um pouco mais ao espelho perguntando-me se deveria ou não voltar para a cama e dormir, tentando esquecer que existo. Suspirei, percebendo que não podia faltar a mais aulas e abri a gaveta, tirando de lá os antidepressivos, que tomei com um copo de água.  Para além do mais, eu tinha um motivo para ir á escola, mesmo morto de cansado. Lá poderia encontrar com a Sarah, que para mim era a pessoa mais linda deste mundo. A morena é ligeiramente perigosa, e gostava de estar sozinha, mas não deixava de ser o ser mais interesante naquela espelunca.

Antes de sair dali passei corretor de olheiras para que não tivesse um aspeto de defunto, passei um pouco de delineador preto e desenhei com lápis também preto um coração um pouco abaixo do olho esquerdo. Poderia ter também passado o batom preto, mas estava sem paciência para isso.

Voltei ao quarto e tirei do armário umas calças pretas com correntes e rasgadas junto de uma camisola também preta com capuz, bem quentinha, e o meu casaco habitual preto pelos joelhos, com alguns detalhes mais claros estilo vitoriano. Depois disso calcei as botas de biqueira de aço pretas com salto e escondi umas kunais e shurikens numa bolsa secreta do cinto. Agarrei também na Katana e pus-a ás costas. Procurei os fones e o meu telemóvel numa gaveta da secretária, quando os consegui encontrar, no meio de balas e navalhas, saí do quarto.

Andei silenciosa e rapidamente pelos corredores da mansão, como a sombra que era, cumprimentando alguns dos empregados que ali passavam, o mais silenciosamente possível. Também eles eram sombras, não tinhamos destaque naquela mansão. 

Cheguei á garagem e, ignorando os carros de luxo ali estacionados, dirigi-me á moto já velha preta, peguei nas chaves e no capacete, montei na moto e saí da garagem conduzindo a toda a velocidade para fora da garagem e um pouco mais á frente para fora do portão.

         

(Damond On)

Acordei lentamente, sentindo a cabeça a latejar devido á ressaca. O quarto estava envolto numa escuridão extremamente agradável. Pensei em fechar os olhos e voltar a adormecer, mas o facto de me lembrar da chamada do Bee fez com que eu tomasse a infeliz decisão de me levantar. Retirei o braço da rapariga com quem eu tinha fodido a noite anterior, apenas com delicadeza o suficiente para ela não acordar e levantei-me da cama.

A mesma fez um rangido, que fez com que eu suspirasse. Não que temesse de forma alguma que a rapariga acordasse, já que ela sabia bem ao que vinha quando se propôs a isto, mas seria uma dor de cabeça a menos. Mas ela apenas resmungou algo e continuou a dormir. Sorte para mim!

Procurei a minha roupa e liguei o telemóvel vendo com um certo tédio que era quase hora de ir para a escola. Tch! E eu que achava que ainda podia ir dormir a casa!

Vesti-me o mais rápido possível e saí do apartamento. Cá fora, os moradores já começavam a sua rotina matinal. Muitos iam de bicicleta para o trabalho, uns outros tantos estavam nos cafés a fazer o dejejum enquanto esperavam a hora de irem trabalhar. Algumas crianças eram guiadas pela mão dos pais em direção á escola, muitas delas exibindo sorrisos de felicidade.

-Tch, vais ver daqui a alguns anos.- Resmunguei, acendendo um cigarro.

Entrei então no meu carro, um jipe não muito velho e extremamente bem cuidado, encaminhando-me em direção á minha turtura pessoal. Quando estacionei o carro no parque de estacionamento da escola, perguntei-me o porquê de a Escola ser chamada de Escola e não de Hospício? É com cada pessoa mias burra e idiota que eu nem sei! Fui para dentro do pavilhão, enquanto esperava alguém interessante aparecer.

-Damond!- Chamou-me o Andy, uns dos estúpidos e idiotas.

 Antes de responder, vi o dono da cabeleira loira a passar a porta. Dei uma desculpa qualquer e fui ter com ele, esbarrando no meio do caminho com alguém. O rapaz que tinha chocado contra mim assassinou-me com os olhos, olhos esses que eram de uma estranha coloração prateada, e eu só conhecia uma pessoa com essa cor de olhos e que usava delineador… Antes que eu o pudesse cumprimentar ele já tinha desaparecido no meio da multidão.

-Damond!- Alguém abraçou-me.

-Bee!- Falei mexendo nos cabelos loiros do meu melhor amigo.- Podes explicar-me porque estavas quase a ter um ataque de pânico ontem? Mais propriamente, enquanto eu comia uma ruiva?

Antes de responder, vi o dono da cabeleira loira a passar a porta. Dei uma desculpa qualquer e fui ter com ele, esbarrando no meio do caminho com alguém.

O rapaz que tinha chocado contra mim assassinou-me com os olhos, olhos esses que eram de uma estranha coloração prateada, e eu só conhecia uma pessoa com essa cor de olhos e que usava delineador… Antes que eu o pudesse cumprimentar ele já tinha desaparecido no meio da multidão.

-Damond!- Alguém abraçou-me.

-Bee!- Falei mexendo nos cabelos loiros do meu melhor amigo.- Podes explicar-me porque estavas quase a ter um ataque de pânico ontem?

Ele estremeceu, encarando-me com aqueles olhos verdes claros.

-Aqui não.- Ele puxou-me o pulso e arrastou-me em direção ás escadas.

Eu conheço este traste á mais de quatro anos e é um dos únicos a que eu chamo de amigo, mais que amigo ele é um irmão mais novo. Sentámo-nos nas escadas, ignorando os gritinhos histéricos das minhas e das fãs dele.

-Vá fala!

-Tem calma seu fofoqueiro!- Ele deu-me uma palmada na nuca, com os olhos a brilhar de diversão.- Lembras-te que ontem eu fui a casa da minha “namorada”.

Eu ri quando ele fez o gesto de aspas.

-Sim.

-Bem, nós ficamos nos amassos e tál, mas as coisas começaram a sair um pouco do controlo…- Ele engoliu em seco, como se estivesse horrorizado.- Eu não sei como é que tu consegues, aquilo é tão feio!

Comecei a rir á gargalhada, atraindo a atenção do pessoal mais próximo de nós. Ele é tão gay! Sabia disso desde que nos conhecemos, ele só não é assumido porque o pai dele não iriam gostar da notícia. E por isso ele nunca tinha ficado com nenhum homem, só com algumas raparigas por fachada, mesmo eu já me tendo oferecendo para passar a noite com ele.

-Não te rias! Tu sabes que eu dou para o outro lado! Entrei em pânico!- Voltei a rir-me ainda mais alto.- Para! Eu tive que usar a aplicação da chamada falsa e tudo!

O meu riso já nem tinha som e eu estava a bater com os pés no chão como um retardado. Só de imaginar a cara da Ashley… é demasiado ridículo.

-Tu és tão ga…- Ele cobriu-me a boca com a mão impedindo-me de continuar.

-Nem digas a palavra começada por “G”! Tu sabes o que é que me aconteceria que isso se soubesse?!

-Eu já te disse que podias ir viver para minha casa.- Falei com sinceridade.

-Para tu me atacares durante a noite?! Eu sei que nunca violarias ninguém mas também conheço a tua capacidade de persuasão!- Ele revirou os olhos.

-Hum… Então quer dizer que basta usar os meus poderes persuasivos contigo que BUM! Tu apareces na minha cama?- Brinquei com ele e inclinei-me o suficiente para ficar a centímetros do ouvido dele.- Sabes… eu poderia tratar do teu pequeno problema aqui na escola… dá-me só dez minutinhos… Eu prometo que vais gostar…

As bochechas morenas passaram a escarlate e ele desviou os olhos.

-Íncubos.- Resmungou ele.

-Bee.- Respondi, afastando-me um pouco dele com um sorriso.

Suspirei e pousei a mão nos seus cabelos fazendo-lhe carinhos. Ele fechou os olhos e só faltou começar a ronronar! E pensar que mesmo tendo namorada ele é extremamente carente.

-Taylor temos que conversar!- Estava tão perdido nos meus pensamentos, que nem reparei que a ruiva falsa se tinha aproximado de nós.- Damond! Então, a tua prima já está melhor?

Cruzei o meu olhar com o do Bee e ele fez um gesto para que eu confirmasse.

-Sim, sim ela já está melhor.- ‘Tás-me a dever uma Bee.

-Ainda bem.- Ela estendeu a mão para o Taylor.- Vamos?

Ele levantou-se, dando-me um olhar de cachorro abandonado, mas não podia fazer nada por ele.

Fiquei um pouco ali sentado, a ver as pessoas a passar no corredor. Assim que o sinal tocou, levantei-me indo até á sala onde eu teria aula. A sala estava quase vazia, só com uma morena sentada ao lado da janela alheia a tudo que se passava e com um rapaz sentado no fundo da sala que a secava com o olhar.

Sorri sentando-me na mesa ao lado da do Italiano, com cara de japonês, stalker.      

(Taylor On)

Ela arrastou-me até á área dos cacifos, encostei-me ali e ela ficou á minha frente bloqueando-me a saída.

-Podes-me explicar oque foi aquilo ontem?- Perguntou com raiva.

Suspirei já sabendo o que vinha aí.

-O Damond precisava de ajuda, não há nada mais para explicar.- Respondi calmamente.

-Tu trocaste-me pelo Damond?!- Resposta errada, ela tinha ficado ainda mais fula.

Voltei a suspirar passando a mão pelo cabelo. Não sei porquê este drama todo, ela usa-me para subir de estatus e eu uso-a para não ir para a rua, simples. É um pouco cruel aquilo que faço, por isso é que sempre que vou namorar alguma rapariga, certifico-me que ela é tão falsa quanto eu. De outra forma a minha consciência não o permitiria!

 -Se tu vês as coisas dessa maneira…- Não estava com paciência para discutir.

Voltei a lembrar-me daquela imagem e a ânsia de vómito voltou. Eu sou gay desde que me lembro, ao principio eu achava que era alguma doença, afinal era isso que eu ouvia em casa. Foi preciso muito tempo para aceitar isso, mas mesmo aceitando não podia demonstrar e isso dava-me uma espécie de agonia.

            -TU TROCASTE-ME PELO DAMOND?! EU SOU A TUA NAMORADA TAYLOR!- A ruiva falsa gritava atraindo alguns olhares sobre nós.

            -Baixa o tom que eu não estou a gritar contigo!- Falei um pouco mais acido do que pretendia.- E o Damond é como um irmão para mim! Se tu não entendes isso… acho que seria melhor nós terminamos.

            -O-oquê?- Os olhos dela ficaram marejados de lágrimas, eu quase bufei com aquela visão.- Tu és uma pessoa muito baixa Taylor! E a achar que quase me entreguei a ti…

-A mim e mais de metade da escola, ou achas que eu não sei que já rodaste a escola toda?- Cuspi as palavras num rosnido.

Depois dessas palavras senti a minha bochecha arder e só segundos depois é que percebi que tinha levado um estalo.

-NUNCA MAIS ME DIRIJAS A PALAVRA!- Vociferou.

Ela saiu dali a chorar, provavelmente iria chorar para o ombro de alguma amiguinha, espalhando por aí que eu era uma besta sem emoções… Deixa espalhar, pode ser que assim elas parem de andar atrás de mim.

Todo o corredor tinha parado para olhar para mim. Ao fundo pude ver a King com a Lily. Rangi os dentes vendo-a rir de mim. Eu e ela tínhamos a Lily como amiga em comum e trabalhávamos ambos para a mesma revista onde eramos, muitas vezes, obrigados a fazer seções fotográficas juntos. Nenhum desses fatores diminuía o ódio mútuo entre nós. Ela enrolou uma mexa daquele cabelo pintado em degradê, começando branco e acabando cinza escuro, e mandou-me um beijo.

Suspirei e ignorei a sua presença, massageando a bochecha dorida.

(Valentina On)

-...Estás a ouvir LiLy?- Perguntei-lhe.

Olhei nos olhos diferentes  da ruiva, um azul cinza e outro verde dourado.

-Hum? O quê?

Suspirei e passei a mão pelo cabelo. Tinha levado o caminho a descrever as minhas férias e não ia repetir tudo de novo!

-Nada, esquece.- Resmunguei.

Ela encolheu os ombros.

-Ouviste a discussão do Taylor com a namorada?- Perguntou ela.

-A discussão? Ouvi o estalo, isso é que eu ouvi!- Respondi com ironia.

Nós já conhecíamos o Taylor dês do oitavo ano, mas nunca simpatizamos com ele, ou melhor EU não simpatizo com ele, visto que a Lily simpatiza com toda a gente. Para mim lidar com ele na escola e na revista era quase como uma tortura.

-Bora á casa de banho, tenho de retocar a maquiagem.- Declarei.

Ela encolheu os ombros concordando. Despenteei o cabelo dela, mas era tão curto e encaracolado que não valia a pena. Passei um braço ao redor dos ombros dela. Ela é uma das únicas pessoas mais baixa que eu. Eu já sou pequena!

A casa de banho estava vazia, por isso pude ocupar a bancada com as minhas maquiagens. Passei o delineador e o rímel para dar destaque aos meus incomuns olhos violeta.  

A Lily estava ao meu lado e olhava aquilo como se fosse de outro planeta. Querida, linda e ingénua Lily, tão fofa que essa pequena barriguinha apenas aumenta o teu charme. Arrumei as maquiagens dentro da mala e passei o dedo de leve no baton roxo escuro verificando se já tinha secado.

-Vamos?

-Humhum.

Assim que saímos da casa de banho um grupo de raparigas chamou-me.

-Valentina!

Só depois de chegar mais perto é que apercebi que eram as integrantes de um pequeno clube de fans.

-Bom dia meninas! Oque ainda estão a fazer aqui, está quase a tocar.- Perguntei, com um falso entusiasmo, já que estas gajas me dão nojo.

Elas encaram a Lily com raiva. Sabia que muitas delas tinham inveja dela por sermos tão próximas e também sabia que este grupinho era aquele que tentava pôr a Lily para baixo insultando-a devido ao seu peso. Era um dos grandes motivos que me levavam a ódia-las.

-Nós precisamos da tua ajuda.- Disse uma que eu não me lembrava do nome

-Não consigo fazer um eyeliner decente!- Choramingou uma.

Olhei para a Lily, que parecia alheada a tudo aquilo. Não a queria deixar sozinha, ela era uma cabeça de vento e nunca se sabe oque pode acontecer com ela.

-Lily, tudo bem em eu te deixar sozinha?

Ela olhou para mim como se tivesse acabado de acordar.

-Sim…- Ela murmurou aquilo tão baixinho que mal consegui ouvir.

-Então vai para a sala e se eu chegar atrasada diz ao stor que estou a resolver coisas do clube.- Falei ainda desconfiada com aquela decisão.

Ela assentiu, virou costas andou um pouco e virou á esquerda.

-Lily! A sala é para o outro lado!  

(Lily On)

Andar pela escola sozinha. Um dos meus grandes traumas. Talvez por ser demasiado distraída e por acabar sempre perdida. O meu sentido de orientação, ou melhor a minha falta de sentido de orientação, misturado com a minha distração dava sempre algo inesperado.

Olhei em volta e senti o meu coração a afundar-se quando percebi que não fazia ideia de onde estava. Outra vez não! O corredor estava deserto, e uma das luzes não parava de piscar.           

-Onde raio é que eu vim parar?

Não andei, fiquei estática no mesmo sitio. Sabia por experiencia própria que quanto mais andasse mais perdida ficava. E agora? Vou ficar aqui, á espera que alguém apareça? Ou melhor, que alguém AMIGAVEL apareça. Comecei a ficar nervosa e com as palmas das mão a suar.

-Lily?

Soltei um pequeno ganido de susto e saltei para frente quase caindo no chão.

-Desculpa, não te queria assustar.- Falou a mesma voz.

-Taylor!- Exclamei aliviada.

Virei-me para trás e vi o loirinho que já conhecia á tanto tempo. Ele sorriu e me puxou para perto dele.

-Oque raio é que estás a fazer aqui? Não vamos ter aula na cento e dezoito?

-Pois, eu acho que me perdi..- Falei um pouco embaraçada.

Ele riu. Corei e baixei os olhos para o chão. Odeio quando coro! As minhas sardas ficam dez vezes mais visíveis!

-Anda, eu levo-te á sala.

Ele pegou-me na mão e guiou-me no sentido certo. Começamos a falar sobre coisas aleatórias. Ele me fazia rir de vez enquanto, com um comentário irónico ou com uma das suas terríveis caretas.

-Bem já chegamos! Tchau Lily, se a tua amiga te vê comigo dá-lhe um chilique!

Entramos os dois na sala e ele foi ter com o Damond. Dirigi-me ao meu lugar que ficava atrás do da Val. Ela já lá estava escrevia qualquer coisa no seu caderno.

-Finalmente voltas-te! Estava a ver que tinha de ir procurar!- Exclamou levantando os olhos do caderno.

-Peço desculpa, perdi-me.

-E voltaste com má companhia…- O Taylor deitou-lhe a língua de fora e ela fez o mesmo.

Tirei a mala das costas, pu-la em cima da mesa e encostei a cabeça a ela. Senti os olhos a fecharem-se e deixei o barulho da sala me embalar até apagar totalmente.

(Hector On)

Os corredores estavam vazios oque me facilitava a corrida para a sala de aula. Olhava constantemente por cima do ombro. Porquê? Nem eu próprio sei explicar muito bem. Boa Hector! Só fazes bosta!

Eu parei de correr um pouco ofegante. Na verdade eu não tinha muita resistência.

-Olha, olha! Quem é que nós temos aqui -Olha se não é o meu nerd favorito!

Voltei os olhos devagar para o rapaz que tinha fechado a porta. Ele estava acompanhado por um dos seus guarda costas. Onde está o outro?

-O- OO-Oque vo-vocês querem?

Ele pousou a mão no meu ombro oque me fez ficar tenso.

-Relaxa, nós só queremos um favor teu.- O seu sorriso aumentou.

Engoli em seco. Eu já os conhecia, se bem que conhecer não é termo certo, eles não me paravam de chatear desde o primeiro dia de aulas. Comecei a tremer involuntariamente.

-Fica ai bem quietinho e olha para a camara.- Ele afastou-se de mim e apontou-me a camara do movél.

Mas que merda eles estão a fazer?! Normalmente batiam-me ou roubavam o meu dinheiro…

-Diz BANZAI!- Ordenou ele, mantendo o sorriso.

-B- banzai.

O que eles queriam tornou-se claro assim que no momento em que acabei de falar, senti uma garrafa de água gelada a ser despejada em cima de mim.

Contive o grito que me subiu á garganta e voltei a abrir os olhos. Ambos estavam dobrados de tanto rir. O que estava atrás de mim também se ria.

-Parabéns…- Ele voltou a ter um ataque de riso.- Foste o primeiro a ser trollado pelo canal BANZAI! O vídeo vai direto para o Facebook! Mas não te preocupes nós censuramos a tua cara… ou não!

Eles afastaram-se a rir deixando-me plantado no corredor. Contive as lágrimas que queriam descer e voltei a rumar para a sala.


Notas Finais


Ah... Este é o inicio, não julguem que a fic vai ser só ambiente escolar. Espero que tenham gostado, se sim comentem e favoritem. Isso é realmente importante. Vêmo-nos Quinta-feira!
Bey-Bey!


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