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História Broken Wings - Versão antiga! - Mama


Escrita por: Isazita

Notas do Autor


OIEEEE
Eu atualizo quando vcs perdem as esperanças né? Kkkkk De qualquer forma, tá aqui. E de novo, Laura não está entendendo porra nenhuma. Espero que gostem<3

Capítulo 5 - Mama


.:Laura:.

Naquele dia tinha acontecido coisa demais.

Primeiro eu joguei um secador de cabelo na cara do Gael. Depois eu fiquei comendo e assistindo série praticamente o dia todo. Passei a existir para o governo. A casa que nós invadidos foi passada para o meu nome.

E de noite meu cu trancou.

Assim que Gael saiu pela porta da minha casa, eu fui deixada num completo silêncio, que para mim foi ligeiramente incômodo. Guardei as comidas dentro do armário e quando ia fechar a porta, a mesma fez isso sozinha, quase arrancando meu dedo no processo e fazendo um barulho extremamente desagradável.

Dei dois passos para trás, assustada. Foi então que eu bati com as costas na cadeira e ela empurrou de leve a mesa, que acabou batendo na cadeira do lado oposto e derrubando-a.

Em seguida eu escutei um barulho de porcelana arrastando e me virei de frente à mesa. O prato que estava no centro dela havia mudado de posição, agora mais para a esquerda. Mas aquilo não fazia sentido porque ele não havia saído do lugar quando esbarrei na cadeira.

E foi aí que eu comecei a ouvir.

Era um barulho baixo, parecido com um ronco. O que aquele som não tinha em volume ele tinha em força, assim que comecei a ouvir senti minha coluna vibrando com o mesmo. Eu estava com medo, suando frio, e quase todos os pelos do meu corpo estavam arrepiados.

O barulho estava na direção da sala.

Peguei cuidadosamente uma faca dentro da gaveta, fazendo o mínimo possível de barulho e voltei à sala de estar. Não havia nada lá, mas o barulho estava mais alto.

Caminhei por ela passando perto da escada, entrando no corredor e passando pela porta que levava ao jardim. No final eu via a porta do sótão, e a cada passo que eu dava o barulho ficava mais alto e mais forte.

Foi então que eu parei.

Se realmente tivesse alguma coisa lá dentro, o que eu poderia fazer? Eu sou só uma garota alta com uma faca de cozinha, contra um troço que eu nem sei o que é.

Andei lentamente para trás, saindo silenciosamente do corredor e parando na base da escada e olhando para a porta. Nada. Subi as escadas com passos de gato, virando cuidadosamente na direção do meu quarto no fim da escada. O barulho ficava mais baixo a medida que me afastava do sótão, e isso me tranquilizava.

Fui até meu quarto ainda com a faca em mãos, abri a porta e entrei devagar, ainda morrendo de medo. Tranquei a mesma e me sentei em minha cama apertando o cabo da faca em minhas mãos. Deitei-me e pus a mesma ao meu lado, dessa vez fechando os olhos para tentar me acalmar.

Mas dessa vez aconteceu algo estranho, eu me senti mais leve e fora dessa realidade, e então eu fui parar num lugar muito esquisito.

Era tudo feito de doces, até as pessoas. Eu comi todo mundo, mas eu não era eu. Parecia que eu estava vendo um filme sobre mim. Foi estranho.

***

- Laura. -ouvi alguém me chamando e balançando meu ombro.
- Eu... -sentei na cama e vi Pedro em pé na frente dela, uma de suas mãos no meu ombro.
- Bom dia. Você perdeu a hora, se arruma logo se não vai chegar atrasada. -levantei e fui direto para o banheiro, tomar banho. - O Gael não vai hoje, tá muito doente. A mãe dele ligou lá em casa mais cedo. -ele gritou da porta do meu quarto e saiu.

Estranhei, já que ontem mesmo ele estava bem. Terminei de me arrumar, passei na cozinha e peguei qualquer coisa para comer e saímos em direção a escola. Obviamente Pedro tinha pêgo algo do armário.

- Você tem que parar de comer tanto, faz mal.
- Mas é tão bom...
- Pedro, não me obrigue a bancar a amiga-mãe.
- Tá bom, Mãe. Eu vou parar de comer desse tanto.

Sorri satisfeita e passei a mão em seus cabelos. Pedro era uma bola de fofura, meu Deus não aguetoooo. Caramba, estou pegando as manias do Gael. Melhor parar.

Quando chegamos na escola, ele me deixou na biblioteca e voltou para a sala. Me pergunto o que eles fazem naquele lugar.

Agora que eu estava sozinha, os pensamentos sobre a coisa no meu sótão voltaram a minha mente. Eu realmente queria saber o que era aquilo (mesmo que eu saiba que coisa boa não é). Enquanto eu pensava nisso, uma menina entrou na sala. Ela não devia ter mais que doze anos, sendo do mais ou menos do tamanho de Gael e tendo um corpo bem infantil. Ela tinha cabelos lisos e bem curtos, com uma franja presa ao resto por uma presilha de gato. Ela tinha a pele levemente brozeada e cabelos castanhos, com olhos ligeiramente mais escuros que se voltaram a mim de forma curiosa.

- Ah...
- Pode me chamar de Laura.
- Ok. Laura, você sabe se tem algum livro de matemática do 6° ano aqui? Eu esqueci o meu em casa. -ela falou. A voz dela era fofa.
- Tem sim. Vem cá que eu pego pra ti.

Ela me seguiu até o canto da biblioteca, onde haviam os livros didáticos. Olhei na prateleira com livros de matemática até achar o do sexto ano e a entreguei.

- Devolva antes do fim da aula, por favor.
- Pode deixar. -ela disse sorrindo enquanto pegava o livro e se virava para sair.

Quando eu estava sentando na minha cadeira novamente e ela abria a porta, ela se virou novamente para mim e disse:

- Olhe na prateleira mais baixa da terceira fileira à esquerda, e vai ter sua resposta.

Depois disso saiu de volta para a sala. Levantei novamente e passei pelas mesas de estudo, indo para as estantes de livros à esquerda. Fui até a terceira e comecei a olhar os títulos dos livros. Mais ou menos na metade da fileira encontrei um livro com o título "Lista dos Monstros e Demônios". Peguei e comecei a ler, mas mesmo assim nada que falasse sobre roncos ou coisas se mexendo. Ou ambos.

- Oi, Laurita.

O livro pulou da minha mão com o susto e então me voltei para Pedro, que apoiava seu rosto sobre os braços em cima do balcão.

- Olá, Pedrito. -ele riu.
- O que você tá lendo?
- "Lista dos Monstros e Demônios", por quê?
- Que livro macabro. Mas pra que você quer saber sobre isso de qualquer forma?

Suspirei e contei para ele os acontecimentos da noite anterior. Ele me ouviu atentamente, não parecendo nem um pouco surpreso com o ocorrido.

- Você tá parecendo o Gael, Laura. Acho que você atrai bizarrice também. E isso explica o fato de você estar dormindo com uma faca. Olha, nós podemos falar com ele mais tarde, o que acha?
- Claro. Agora termina de contar aquela teoria que você estava fazendo sobre ST.
- Ah, sim! Então...

Papo vem, papo vai, o intervalo dele acabou e eu fui deixada novamente na biblioteca, com as teorias bugando a minha cabeça e o livro em mãos. Resolvi voltar a ler, mas quando mudei para a página 59, tinha um cartão lá.

"Mama pode ajudar você! Qualquer pergunta, Mama tem a resposta! Venha já e sem demora, Laura!

Meu telefone: 3468-9669"

Achei isso no mínimo estranho. Como ela sabia meu nome? Quem era Mama? De qualquer forma, atrás do cartão havia um endereço, creio que posso ir lá depois. Coloquei o cartão no bolso e voltei com a leitura, na esperança de encontrar algo. No final do último horário a garota que pediu o livro de matemática entrou meio desesperada na sala.

- Desculpa a demora! - ela disse ainda ofegante. Ela devia ter corrido até aqui.- O livro tá aqui.

Ela colocou o livro na bancada e sorriu.

- Espera! -falei e ela me olhou.- Qual o seu nome?
- Amanda.

Depois de me responder ela se virou e saiu.

***

- Laura, você tá quieta. -Pedro falou me tirando dos meus pensamentos.
- Ah, desculpa. Eu fiquei meio encucada com o lance de ontem...
- Tudo bem. A gente vai almoçar na casa do Gael hoje, ok? Pra ver como ele tá.

Assenti e continuamos o caminho até a casa dele. Pedro estava muito preocupado com o amigo, e eu achei isso fofo. Dava para perceber isso mesmo que ele disfarçasse com todas aquelas piadinhas e a animação típica dele. Achei graça disso.

Quando entramos na casa fomos cumprimentados por uma Ana bastante agitada. Kátia era a mãe de Gael, bastante parecida com ele no quesito de ser quieta. Ela normalmente estaria no trabalho, mas com o filho doente ela ficou.

- Ah, Laura! Pedro! Entrem, entrem... -ela saiu da porta e nos deixou lá para entrarmos.- Podem ir vê-lo lá em cima, estou terminando o almoço.
- Obrigada, dona Kátia.
- Valeu, tia!

Subimos as escadas com Pedro indo rapidamente à minha frente. Quando chegamos na porta do quarto Gael estava sentado na cama, lendo um livro que não pude ver o nome, bastante distraído. Ele parecia ainda mais doente do que de costume, com olheiras mais escuras e um tom mais pálido de pele. Ele estava realmente mal. Pedro deu dois toquinhos na porta, fazendo o outro nos encarar.

Quando nos viu, Gael deu um sorriso enorme, inesperado. Ele parecia genuinamente feliz de nos ver.

- Oi, gente! -ele falou em um tom animado, porém meio baixo e rouco.- Valeu por virem... -ele disse e tossiu umas duas vezes.
- Que nada! Nós ficamos com saudade, baixinho! -o outro disse se sentando na cama e abraçando o menor.

Sentei-me perto deles e passei a mão nos cabelos de Gael, como sempre embaraçados. Ele fechou os olhos, o sorriso ainda estampado no rosto. Eu estava meio confusa... Não que eu não gostasse de vê-lo sorrir, mas porque isso era atípico dele. Gael normalmente permanece com uma expressão neutra conjunta de um tom levemente sarcástico, mas agora ele parecia só bem feliz. Tipo, beeeeem feliz. Retribuí o sorriso.

Que logo sumiu do meu rosto quando o olhei nos olhos novamente.

Me senti como se estivesse tendo um deja'vu, vi Gael no corredor da minha sala abrindo a porta do sótão e olhando lá dentro, onde havia uma coisa parecida com um rato, bem gosmenta com tufos de cabelo preto e oleoso na cabeça, de respiração horrível.

- Laura? -ele me olhou com preocupação. Parecia saber que eu também sabia.- Aconteceu alguma coisa?
- Sim. Gael, você sonhou com alguma coisa no sótão da minha casa?

Ele congelou. Acho que não esperava que eu fosse tão direta, ou que eu soubesse isso. Creio que foi isso que eu fiz noite passada, eu sonhei.

- S-sonhei...
- Pois essa coisa tá lá mesmo. Quase morri ontem de medo.

Contei tudo o que aconteceu ontem a ele, que apenas assentiu e seu semblante passou para assustado.

- Também tem mais uma coisa que eu preciso contar, pra vocês dois. -eles me olharam e eu contei sobre Amanda e o bilhete de Mama.
- Eu conheço a Mama. -Gael se manifestou assim que terminei.- Se alguém sabe o que isso é e o que podemos fazer é ela. Mas vamos ter que arrumar um jeito de eu ir com vocês a noite.
- Quem é essa Mama que você nem me falou, Gael? -Pedro falou fazendo a cara de ofendido mais fofa do universo.- Você nem me conta mais as coisas.
- Não achei que fosse relevante. Ela é uma médium muito poderosa, respeitada por muitos. A encontrei por acaso no dia do cara com roupa de galinha. Ela praticamente me deu uma ficha com tudo sobre o cara.

Pedro riu e eu me limitei a sorrir. Eu não sabia quem era esse cara, mas deve ter sido engraçado.

- A comida tá pronta, pessoal. -Kátia apareceu na porta nos chamando.- Vou trazer a sua, ok, filho?
- Ok.
- Tia deixa a gente comer aqui com ele? -Pedro estava quase implorando. Ana sorriu assentindo e nós descemos para buscar nossos pratos.

Subi com o prato de Gael também, a mãe dele quis ficar na sala. Comemos juntos e combinamos de ir na Mama assim que a aula acabasse, quando a mãe dele o deixasse sem vigia.

O que obviamente aconteceria.

***

Voltei para a escola, Pedro resolveu ficar lá comigo. Passamos a tarde lendo a "Lista dos Monstros e Demônios" e quando deu o horário de ir embora, fomos direto para casa de Gael e saímos de fininho com ele enquanto Ana tomava banho.

Ele vai estar muito encrencado depois.

Eu praticamente carreguei o teimoso do Gael o caminho todo, só não carreguei porque ele queria andar. Ficou tossindo metade do caminho. Humpf, eu avisei.

Seguimos até o endereço dado no papel até chegarmos em frente a uma casa roxa. Ela tinha paredes meio ásperas numa cor que me lembrava uva. O telhado era feito de telhas muito escuras, da mesma tonalidade da porta e das janelas. De dentro da casa saía um pouco de fumaça roxa também. Até as flores no jardim eram roxas.

Toquei a campainha e ela foi imediatamente aberta por...

- Amanda?
- Você veio! E trouxe amigos, ótimo! Mama já estava doida pra conhecer você.

Ela abriu passagem para nós, que entramos na sala com uma postura meio sem graça. As paredes eram brancas e cheias de fotos de gente, na parede do canto havia uma estante de Madeira escura cheia de livros, e no meio uma mesa de centro da mesma cor. Na parede da janela e na que ficava a seu lado haviam sofás também roxos, e em um deles havia uma mulher.

Ela devia ser bem baixa, tinha por volta dos 70 anos com uma pele meio morena cheia de marcas e cabelos encaracolados e brancos. Ela usava uma espécie de túnica roxa com detalhes prateados e uma faixa parecida com a da presidência (exceto que era completamente vinho) cruzando o peito. Ela sorriu quando nos viu, seus olhos que já ficavam azuis por conta da idade brilharam.

- Laura! Gael! Pedro! Como vão, meus meninos?
- B-bem... -respondemos em uníssono. Foi engraçado porque até gaguejamos igual.
- Ótimo, ótimo! Sentem-se. Amanda, fica aqui com a Mama.

Nos sentamos no outro sofá e Amanda se sentou abraçada com ela.

- E então? O que querem saber?
- O que tem no sótão da minha casa e como posso tirar essa coisa dalí? -perguntei.
- Um monstro. E você só precisa abrir a porta, Laura. Você saberá o que fazer na hora. -ela me olhou sorrindo, como se garantisse o que dizia.
- O que a Laura é, Mama? -Gael perguntou e eu me assustei. Ele parecia sério.
- Uma caçadora. Uma criatura nova e completamente única. Ela não é humana.

Gael assentiu, parecia satisfeito com a resposta, mas eu não.

- Como assim? -perguntei em uníssono a Pedro.
- Você foi criada para tirar criaturas como a do sótão da sua casa deste plano; eles não pertencem àqui. Você é especial, Laura.

Isso esclareceu meus pensamentos um pouco.

- E o Gael? Ele é humano, não é? E eu? -Pedro parecia apavorado.
- Calma, criança. Sua amiga pode não ser humana, mas ela não vos fará mal. E quanto a vocês dois, são humanos sim. Só que Gael tem alguns... Dons especiais.

Agora Gael parecia apavorado.

- Q-que dons?
- Você é um médium, menino. Não dá para saber que dons possui, mas certamente tem vidência.
- Foi por isso que sonhei com aquele monstro? É por isso que estou doente?
- Sim, para as duas perguntas. Como foi sua primeira vez fazendo isso, você gastou muita energia e seu sistema imunológico está fraco, por isso está assim. Mas isso pode resolver seu problema.

Mama se levantou e foi com Amanda para outro cômodo, voltando após alguns minutos com um copo cheio de um líquido parecido com suco de uva.

- Beba. Vai melhorar rapidinho! -ele pegou a bebida e a tomou numa velocidade impressionante.- É melhor vocês dois -ela apontou para os meninos.- Irem pra casa. Laura, fique aqui comigo, não creio que seja bom que volte para casa hoje.
- Ok. -respondemos, bem calmos.

Dei um abraço nos meninos e os assisti saindo. Quando me virei, Mama e Amanda não estavam mais na sala e o sofá maior tinha um travesseiro e uma coberta por cima.

Resolvi dormir novamente, só porque era legal.


Notas Finais


Me falem as opiniões de vcs nos comentários!!! To curiosa!


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