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História Brotherly Case - How Moran stole Moriarty's game


Escrita por: Bloodstained

Notas do Autor


Me desculpem por ter 'levemente abandonado' a brotherly.
Depois de um hiatus, resolvi voltar a escrever \o/
Com tudo que aconteceu na S4, eu estava meio sem pique para escrever, masss conheci uma sherlolly maravilhosa que chegou até a desenhar a Olivier, @armadageddon (thanks por ser consulting beta e o desenho, claro) <3
Repensei em alguns fatos e decidi voltar a escrever, espero que apreciem!

boa leitura!!!

Capítulo 6 - How Moran stole Moriarty's game


Iriam para Irlanda em um voo particular.

​Aguardavam em uma sala privada um funcionário vir anunciar que poderiam embarcar. Mycroft apreciava seu chá e biscoito ignorando o olhar fuzilante que recebia do irmão. Sherlock – ainda – não estava contente e, muito menos, de acordo com a ida de Molly, que mantinha-se totalmente concentrada no livro que lia.

​Contrariando a vontade de Sherlock, Molly não arredou o pé de Baker Street. Ela sabia que ele era perfeitamente capaz de enganá-la ou dopá-la só para deixá-la em Londres.

Decidiu que os acompanharia e não seria Sherlock Holmes o homem a lhe fazer mudar de ideia, afinal, se Tom disse que se veriam novamente, ela que não ia ficar sentada esperando sua desagradável visita. Iria pessoalmente até ele para ter a chance de lhe estapear - algo que devia ter feito há muito tempo.

Agora que não tinha muito o que fazer e aguardavam o voo, Molly podia pensar com calma em tudo que tinha acontecido: Sherlock e Mycroft tinham uma irmã, o  terceiro Holmes com a personalidade oposta aos outros dois; e Tom, seu ex-noivo tinha (finalmente) se provado psicopata. Devia estar surpresa, mas talvez sua atitude quando romperam o noivado era uma prévia da sua verdadeira face.

 

Eles tinham marcado de se encontrar em um restaurante. Molly pretendia colocar um fim na relação que sabia que não teria futuro (e Sherlock Holmes não tinha nada a ver com isso!). Ela apenas não conseguia mais continuar com uma pessoa que tinha se tornado controladora e ciumenta. Aos poucos, Tom passou a querer monitorar cada passo dela, sem falar das brigas por causa de sua amizade com Greg (tudo porque descobriu que em um Valentine’s Day ganhara uma rosa do inspetor), e claro, Sherlock - mesmo o detetive provando várias vezes que não tinha interesse nela, Tom simplesmente não o suportava.

— Desculpe o atraso - pediu sentando-se na frente de Tom.

— Sem problemas, querida. - Tom pegou sua mão e acariciou-a antes de depositar um beijo nas costas.

— Tom… Será que…? - não queria sequer jantar, pretendia terminar logo com aquilo.

— Sem pressa, Molly, querida. Temos todo tempo do mundo - sorriu ternamente para mulher à sua frente. Ela sentiu o futuro ex-noivo apertar sua mão com uma força desnecessária.

Pressentiu que algo não estava certo no comportamento dele: parecia que Tom estava bêbado e aquilo não era nada bom. Discretamente digitou uma mensagem, Tom escolheu uma macarronada e um vinho para acompanhar. Quando o garçom trouxe os pedidos, Molly mal tocou na comida e na bebida, ficou remexendo o macarrão de um lado para outro no prato com o garfo o tempo todo, sequer um gole de vinho conseguiu tomar, apenas queria terminar o relacionamento com Tom e pelo jeito ia ser mais difícil do que esperava.

— Fiz uma escolha ruim? - Tom apontou do prato para a taça. — Você não tocou na taça e nem comeu nada.

— Estou sem fome.

— Por que, Molly?

Seu, até então, noivo cruzou as mãos embaixo do queixo e a encarou,  Molly inspirou e expirou longamente, queria pôr um fim logo naquilo. Enfiou a mão no bolso de seu casaco e tateou até encontrar o que queria. Colocou a caixinha com o anel de noivado na mesa entre  eles, o olhar dele variava entre ela e o objeto.

— O que significa isso? - sua voz era tranquila superficialmente, a raiva em seu olhar só aumentava.

— Simples, Tom. Acabou, não quero mais me casar com você. - O homem à sua frente ficou em silêncio um bom tempo, podia praticamente sentir a aura de ira crescente nele.

— É por causa dele, não é? - questionou acusatóriamente.

— Não. Acredite ou não, meu mundo não gira em torno de Sherlock Holmes e muito menos minhas decisões são influenciadas por ele.

— Não minta, Molly! - disse alto demais em tom de voz furioso, as mãos em punho socaram a mesa fazendo barulho.

— Está tudo bem por aqui? - um garçom se aproximou.

— Não se meta! - Tom dispensou-o pouco reparando nele.

— Não pre… - Molly encarou o garçom para dizer que tudo estava sob controle — Pelo amor do bom Deus, Sherlock! - reconheceu-o pela inconfundível cor dos olhos e também pelo aroma da sua colônia de barbear.

Sherlock estava vestido como sempre: impecável em seu terno; mas os botões da camisa estavam devidamente abotoados, usava gravata borboleta, um falso bigode desenhado e para completar o disfarce, os cachos estavam penteados para trás com gel - a maioria deles, pelo menos, alguns se rebelaram e escaparam.

— O que ele faz aqui? - Tom levantou-se para encarar o detetive.

—  Mary sabia das intenções de Molly de terminar esse relacionamento, aparentemente a boa senhora Watson pretendia dar total apoio moral a sua amiga e se certificar de que as coisas terminariam bem, inclusive, apesar de não terem notado, foram recepcionados por ela - Sherlock explicou com toda a presunção que conseguiu colocar na voz. — Mary tem razão em não confiar em você, Thomas, a propósito, ela me mandou fazer trabalho de campo após receber sua mensagem, Molly. Ela estava certa em vir até aqui pessoalmente - e me arrastar por tabela, já que John vai ficar até tarde na clínica. Molly,  seu ex-noivo não está completamente são, vejo que é verdade.

— Noivo - Tom corrigiu o detetive entredentes.

— Ex-noivo! - Molly disse se levantando, agradeceu em silêncio por ter amigos tão enxeridos. — Estamos atraindo atenção desnecessária, Tom, cansei de enrolação, não quero mais nada com você!

— Claro, há quanto tempo ele é seu amante? Você é mesmo uma… - a voz dele se elevou mais um pouco, estava com a mão erguida em direção a ela. — Você irá se arrepender!

— Se você dá valor à sua vida, abaixe sua mão e escolha as próximas palavras com muito cuidado, Thomas. - o tom baixo de Sherlock foi perigosamente ameaçador.

 

Com o fim desagradável do relacionamento, Molly não tinha mais visto ou falado com Tom… Até aquela bendita ligação e a invasão da sua caixa de emails. Definitivamente devia ter dado um belo tapa naquela cara quando teve oportunidade.  

Uma funcionária entrou na sala de espera e avisou que a aeronave já estava no pátio, aguardando-os para partirem. Mycroft murmurou algumas instruções para Sherlock e enfim estavam prontos para partir.

Molly acomodou-se num lugar no meio do jatinho, uma aeromoça perguntou se precisava de algo. A primeira coisa que passou em sua cabeça foi que queria a cabeça do ex em uma bandeja de prata; a segunda, a idiotice de Sherlock como enchimento num travesseiro para pescoço. Só um idiota como Sherlock Holmes para duvidar um milésimo de sua lealdade.

Sherlock acomodou-se na poltrona ao lado de Molly, assim que se sentou ela virou o rosto na direção oposta a dele.Percebeu que Molly devia estar irritada com ele, considerando sua reação quando percebeu que ele pretendia viajar ali… Ele não tinha culpa se mesmo erradas, as evidências justificavam os fatos.

O avião decolou. Já estavam a alguns minutos no ar quando sentiram uma pequena turbulência, pela visão periférica, Sherlock viu Molly agarrar os braços da poltrona.

— Como medo de voar, Molly?

A única resposta que Sherlock obteve foi ver os dedos delas apertando mais o apoio. Ele colocou sua mão sobre a dela acariciando as costas tentando aliviar a tensão. Uma turbulência não necessariamente significava que o avião iria cair. O detetive sentiu que a mão dela afrouxou o aperto no braço da poltrona e se permitiu entrelaçar os dedos com os dela, transmitindo um pouco de calma e segurança, nada iria acontecer.

Poucos minutos depois o avião estabilizou e o piloto anunciou que era permitido se levantarem. Molly desvencilhou suas mãos e saiu de seu assento, definitivamente ela não tinha problemas em voar, mas instabilidade durante o voo era diferente.

— Detesto turbulência! - disse para ninguém em particular.

A princípio, Sherlock achou que Molly teria ido ao banheiro, ou então pedir algo para comissária de bordo, mas depois de quase vinte minutos sem ouvir qualquer som emitido pela legista, decidiu levantar para checar se estava tudo bem. Encontrou-a dormindo em uma posição nada confortável algumas poltronas atrás, automaticamente tirou seu paletó e cobriu-a.

 

. . . . . . .

 

Observava o jardim de sua casa quando ouviu os passos atrás de si, virou-se para encarar um de seus empregados.

— O voo deles acaba de pousar, senhor.

— Ótimo. O senhor Holmes com certeza já espera ter os movimentos vigiados, mas mesmo assim, mantenham os olhos neles e sejam discretos.

— Sim, senhor. - o empregado retirou-se com uma mesura.

Observou o pôr-do-sol alguns instantes e sorriu, precisava visitar sua convidada, saiu do cômodo assoviando uma canção qualquer enquanto girava a chave no dedo. Andou lentamente pelo corredor, as luzes se acendendo conforme se aproximava da porta no final do caminho.

Destrancou a porta e acendeu a luz, a pessoa na cama se remexeu e frios olhos claros lhe perfuraram, não conteve um perverso sorriso. Aproximou-se passo a passo e sentou-se ao lado de Olivier Holmes. Analisou-a rapidamente, ela estava com os pulsos e tornozelos amarrados à cama, e as marcas de sua luta com os três guardas eram visíveis.

— De predadora a presa… Você realmente deu um trabalho danado aos meus guardas. - Comentou, ainda girando a chave no dedo. — Hematomas, lábio e supercílio cortados, imagino que deva ter quebrado algumas costelas também… - parou o movimento da chave e guardou-a no bolso, virou-se para encará-la. — Certo? - questionou apalpando a lateral de seu corpo. Viu-a se retrair ao toque, fechar os olhos e apertar os lábios.

— Céus! Como você é babaca. - Olivier disse com a voz entrecortada.

— Algo que tenho em comum com seu irmão, talvez seja isso que tenha atraia Molly… O que me lembra, por mais que a maioria diga o contrário, sabemos que Sherlock Holmes tem um coração e eu terei o maior prazer de fazer o que meu irmão não terminou de fazer... Irei queimar o coração dele até só restarem cinzas.

— Devo lembrar-lhe que você não tem chances contra três Holmes?

— Então… - inclinou-se até estar com os lábios na orelha dela. — Eu lhe digo que três é demais.

Olivier remexeu-se na cama incomodada com a proximidade de Thomas, sentiu as algemas machucarem. Ah, se fosse possível matar alguém com o olhar!

— Você é um desperdício, Olivier Holmes. - lamentou-se voltando a posição de antes. — Uma criatura com o seu talento, beijada pelo fogo... - pegou algumas mechas do cabelo ruivo entre os dedos. — Logo você terá companhia e antes que eu me esqueça… - tirou uma seringa do bolso do paletó e em um rápido movimento inseriu a agulha no braço dela, teve o prazer de ver medo nos olhos claros. — Isso aqui evitará qualquer nova tentativa de fuga.

Em pouco segundos Olivier sentiu-se ceder ao sedativo, obviamente já maquinava como iria tentar escapar, mesmo que terminasse mais machucada - depois de conhecer Thomas Moran, tinha tentado fugir e só parou de lutar quando apontaram uma arma em sua direção.

— É como seu irmão sempre diz nesses momentos, the game is on*. - foi a última coisa que Olivier ouviu antes de apagar por completo.

 

. . . . . . .

 

Durante o trajeto de táxi até o hotel, Sherlock e Molly trocaram apenas palavras necessárias depois de descerem do avião. Um funcionário encarregou-se de tirar as malas do carro enquanto eles iam fazer o check-in. Sherlock andava na frente enquanto Molly atendia a ligação de Mary. Ao aproximar-se ao lado dele no balcão da recepção, ele enlaçou-a pela cintura e puxou o corpo de Molly para bem junto ao seu.

— Preciso desligar, nos falamos depois, Mary. - despediu-se da amiga com a voz trêmula e entrecortada, encarou Sherlock sem entender nada.

— Espero que apreciem a estadia aqui, Sr e Sra Scott. - a atendente disse sorrindo.

— Nós n… - Molly ia corrigir a moça e dizer que eles não eram um casal quando sentiu a mão de Sherlock apertar levemente sua cintura.

— Nós iremos adorar, com certeza. - disse sorrindo virando-se para encará-la. — Não é mesmo, querida? - inclinou-se para depositar um beijo abaixo de sua orelha.

— Uhum. - foi tudo que ela conseguiu dizer.

Molly deixou que Sherlock a guiasse até o elevador, ainda estava levemente abalada pela atitude dele na recepção - ele devia saber que não era uma boa ideia, na verdade era um péssima ideia ele enlaçá-la pela cintura ou sair dando beijos abaixo de sua orelha sem aviso prévio - quando as portas do elevador se abriram com um estalo, se deu conta de algo que tinha passado despercebido.

— Nós vamos ficar no mesmo quarto. - ela afirmou.

— Sim. Escolhi a suíte do último andar para evitar invasões e não quero te perder de vista, por isso pedi um quarto só, mas se quiser posso pedir um para você. - Sherlock explicou, parou diante do quarto e abriu a porta.

— Não precisa, mas eu fico com a cama. - Molly declarou ao entrar.

— Não podemos decidir em algum jogo?

— De jeito nenhum. - a voz dela veio de algum cômodo.

Sherlock sentou-se na primeira poltrona que viu enquanto Molly explorava a suíte e se acomodava, mandou uma mensagem para Mycroft avisando que já estavam no hotel e queria todas as informações que ele tinha reunido.

— Sherlock?! - ouviu Molly chamar.

— Precisa de algo, Molly? - encontrou-a no quarto remexendo em sua mala, jogou-se teatralmente na cama.

— Vou pedir algumas fritas, você vai querer?

— Não.

— Você não vai dormir ai, Sherlock. - alertou saindo do cômodo em busca do telefone. Decidiu pedir duas porções, sabia que o detetive gostava de fritas e se ele não respeitava o espaço alheio, não seria nenhuma surpresa ele não respeitar a comida alheia.

 

. . . . . . .

 

Mycroft Holmes encarava os vários papéis a sua frente, anos de prática e conseguia manter a mesma expressão fria por fora, em algumas situações seu olhar lhe traiu, porém, isso não significava que ele não se importava, pelo contrário, sua mente estava a mil.

Ele devia ter prestado mais atenção nos boatos sobre Moran - o falado braço direito de Moriarty.

E mais importante, devia ter prestado mais atenção ao ex-noivo de Molly Hooper.

Segundo os dados que possuía, após o término do relacionamento, Thomas Moran tinha se aproximado de Sally Donavan - e a transformando em sua cúmplice por tabela. Mentiu para a mulher fingindo ser um investigador particular e estava na Inglaterra caçando um agente desgarrado, ou seja, Olivier.

Encontrou uma foto sua junto de seus irmãos no meio daquelas pastas, era seu aniversário de dezoito anos. Encostou-se na cadeira encarando o teto.

 

Mycroft era sete anos mais velhos que seus irmãos.

Olivier e Sherlock tinham uma semelhança assombrosa na infância. O maior prazer de ambos era fazer as outras pessoas adivinharem quem era quem. Se a pessoa desafiada acertasse, eles revertiam a troca, mas se erravam, permaneciam trocados até cansarem da brincadeira - aos cinco anos, eles encontraram uma maneira de tingir o cabelo de Olivier de preto para ficar com a mesma cor de Sherlock, tudo pelo jogo deles.

Quando não brincavam de se fazer de reflexo do outro - espelhando movimentos e expressões, como no Halloween em que eles se fantasiaram das gêmeas de O Iluminado e a todo momento diziam em coro “venha pedir doces com a gente, Mike”.

Apesar de todas as características que compartilhavam, suas personalidades eram totalmente contrárias.

Mycroft já tinha seu trabalho no governo britânico quando os irmãos completaram vinte e cinco anos. Sherlock começou a carreira de detetive consultor , e  ambos já tinham alguns inimigos.

Olivier precisaria ficar afastada dos irmãos para não se tornar um alvo potencial. Um calcanhar de aquiles.

Primeiro, Mycroft convenceu Sherlock de seus planos.

Quando contaram para Olivier os planos para mantê-la afastada e evitar que ela fosse machucada para atingi-los, ela não concordou, claro.

— Não podem me impedir de estar onde eu quero.

— Eu posso e irei, se necessário trancá-la, assim farei, Olivier.

No final, ela acabou cedendo dirigindo a Sherlock um olhar traído, seus olhos claros estavam marejados, cheios de lágrimas não derramadas.

Mycroft transformou-a em um agente de elite tentando pacificar as coisas com ela um pouco.

Olivier ficara quase dois anos sem conversar os irmãos depois desse episódio.

 

Lady Smallwood encostou-se na mesa entregando a Mycroft um copo de whisky. Ele bebeu tudo em um único gole.

Talvez o maior erro que alguém podia cometer era pensar que Mycroft Holmes realmente não se importava.


Notas Finais


e então?
perdoem essa autora pelo abandono, e me digam o que acharam do capítulo!


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