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História BROTHERs - Ver através do véu


Escrita por: _Melpomene

Notas do Autor


Hello hello hello, espero que vocês estejam tendo uma boa noite, e se não talvez esse capitulo melhore um pouquinho isso.
Tenham uma boa leitura, xo

Capítulo 12 - Ver através do véu


“Sem ficha criminal. Sem registro de desaparecimento, espero que alguém o reconheça agora que ele está no sistema”, essas foram as palavras do delegado quando Thomas apareceu no dia seguinte, por volta do meio dia, com um Bill ainda confuso pela realidade que vivia. Ele conversou com John e explicou toda situação. Foram coletadas as digitais da criatura, cujo os dedos machados de roxo foram a distração no caminho de volta para o hospital.

B- III ficaria num dos quartos do centro de recuperação da instituição, até que se encontra estável o suficiente para deixar o local.

- Posso saber a causa de tanta preocupação? – questionou Cynan, irmã mais nova de Tom, ao sentar-se com ele na mesa do café, antes de ir para o trabalho. Ela era professora do primário na Charlesto School. E apesar de saber do acontecimento que era a nova “distração’ da pequena cidade, não teve a chance de ouvir o irmão falar sobre o ocorrido, até aquele momento.

- Isso é mesmo tão estranho ou...Eu estou de alguma forma “fascinado” por nunca ter atendido um caso como esse? – perguntou, sorvendo o liquido quente da xicara que segurava.

- Eu não sei...O que tanto te surpreende nesse caso? – e ela estava sendo sincera. Tudo bem, era uma cidade pequena e aquilo não acontecia em lugares assim, mas aconteciam a todo momento em outros lugares. Então não era tão “fascinante” ou surreal.

- Talvez toda a situação. Talvez o fato dele agir como se nos conhecêssemos – eles tinham tido a chance de conversar no dia anterior. Thomas lhe fez algumas perguntas, tentando estimular a memória de B- III. Ainda que suas respostas tenham sido curtas e objetivas, ele não pode deixar de reparar a maneira como o rapaz olhava-o.

Parte dele dizia que era apenas coisa de sua cabeça, mas ele não estava errado em pensar. Após o transtorno de acordar literalmente perdido no tempo, Bill tinha plena consciência do que acontecia, de onde ele vinha e por que. Acima de tudo sabia que isso não deveria ser revelado a ninguém. De qualquer forma, o que ele diria para Thomas “Eu sou uma experiência cientifica enviada do futuro como um teste para extinguir a raça humana, para que deles só restem os Alfas”. Não era algo a se pensar.

Cynan sugeriu ser alguém da época em que Thomas cursou a faculdade, ele tinha ponderado sobre aquilo, mas B- III parecia mais novo que ele. Certamente na época em que cursou medicina ele ainda estava no ensino fundamental. De qualquer forma aquilo estava mexendo profundamente com ele, fosse por motivos que ele não compreendia, ou pela tristeza que a situação o fazia sentir. O assunto foi de perda de memória, para a alegria de lecionar crianças, mas o assunto não o distraiu o suficiente. Os pensamentos sobre o rapaz continuavam fluindo no fundo em sua mente.

 Ao seguir para o Hospital, por volta das 8 horas, ele decidiu passar no centro de recuperação. Bill não estava em seu quarto, tinha descido para o jardim. Uma das enfermeiras o acompanhou até lá. Thomas se manteve distante por poucos minutos, observando como B- III apreciava as flores.

- Gosta de flores? – perguntou, aproximando-se sutilmente.

- Não sabia o quão bonitas eram – murmurou, virando-se para o médico. O rapaz usava o outro conjunto de roupas que Thomas tinha lhe doado. Uma camisa azul marinho, calça jeans e um casaco de moletom cinza.  Ainda parecia muito lindo aos olhos do médico.

- Como se sente hoje? – Bill estava mais pálido naquela manhã. Iria pedir que uma das enfermeiras responsáveis o lembrasse de passar mais tempo ao sol.

- Me sinto um pouco melhor agora – sorriu, ainda que seus olhos parecessem tristes e um pouco marejados também, Thomas se permitiu sorrir também.

Eles caminharam pelo jardim, parando próximo a uma extensa área coberta por girassóis. A presença de Tom lhe fazia esquecer tudo que sua existência significava. Era menos monstro do que podia ser fora do lago. Sentia a paz que não ter uma alma jamais lhe permitiu.

- Bill, me diga, onde viu o meu rosto antes?

- Talvez em meus sonhos – e sua voz era tão carregada de dor, que o genuíno sorriso em seus lábios era um fraco disfarce – numa vida passada talvez...- e ele poderia estar certo, era isso que Thomas sentia. Seu coração tão quente e acelerado lhe dizia que não era apenas empatia por um paciente. Algo que ia além de sua compreensão estava e tinha acontecido.

- Acha justo que só você lembre? – perguntou procurando pelo olhar do menor.

- Você se lembraria se pudesse – os olhares firmes, trocados por frações de segundo revelaram-se cumplices de coisas que estavam além do alcance da compreensão do médico e assombravam o coração frio de B- III. Pareceram horas o que durou segundos, minutos, longe de ser como o tempo que demoraria para Thomas tornar a vê-lo.

- Tenho que ir – disse, recuando alguns passos. A criatura sorriu compreensiva, acenando lânguido na direção em o médico partia.

- Adeus Tom – e seu coração estava quebrado. Lágrimas escorriam por sua face, e ele as secou, depois de sentir o rastro quente sobre sua pele. Admirou seu brilho na ponta de seus dedos, como mais uma das coisas que lhe fascinavam naquele mundo. Mas seu tempo ali tinha acabado, ele sabia pelas visões durante o sono. Seu corpo sentia a falta de seu verdadeiro lar e os sintomas de estar tão longe começavam a aparecer.

Estava fraco e sentia esvair-se, como se a qualquer instante fosse ser puxado para a inconsciência. Sua mente mostrava-lhe flashes do que acontecia no laboratório a milhas daquele tempo. Fechou os olhos lembrando-se de cada borrão. Alekseev monitorando cada um de seus pensamentos e acontecimentos, cada imagem e cada reação cerebral sua. B- III era a arma perfeita para ele. Enviar um exército para o passado que tornasse a existência e dominação dos alfas um acontecimento milenar, deixando a existência dos humanos perecerem na idade das pedras, era um projeto cada vez mais perto de tornar-se real.

Naquela noite quando o colapso de sua mente retornou, B- III deixou seus instintos ainda que fracos e debilitados lhe guiarem de volta para o mar. Exatamente onde fora encontrado. Ele caminhou mar adentro até que seu corpo estivesse submerso. Ele sentia o conflito entre sua natureza animal e seu corpo mortal. Era fisicamente doloroso e destrutivo. Sua pele rasgava e não cicatrizava onde suas escamas e nadadeiras lutavam para surgir. Olhou para a transmutação medonha de sua calda, e podia ainda ver seus pés atrofiados e retorcidos, enquanto sua musculatura tentava unir-se. O sangue misturava-se a água salgada. Seus ossos estalavam e sua coluna parecia romper-se em diversos pedaços. A dor pisava em sua mente, esmagando-lhe os sentidos, carregando-o para a escuridão outra vez.

Aquela não seria a única noite que Thomas perderia o sono tentando compreender o que acontecia. Os pensamentos nele, dele. As noites seguintes seriam em duvidas e sonhos, alimentados pelo recôndito aparecimento e desaparecimento de Bill.

9.501 céus, oceanos e eles estariam separados outra vez, para se encontrarem, quando não se sabe, mas existia uma determinação na alma de Thomas e ele o encontraria.

 


Notas Finais


TEMA: Uma fanfic que faça o leitor pensar;

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