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História BROTHERs - A cor púrpura


Escrita por: _Melpomene

Notas do Autor


19 capítulos/ 19 favoritos, coincidência? Acho que não huehue não pude deixar de notar.
VEM 2.0 NGM VAI BARRA A CONCLUSÃO DESSA FANFIC! PAZ.

Boa leitura queridos, xoxo.

Capítulo 19 - A cor púrpura


Fanfic / Fanfiction BROTHERs - A cor púrpura

04:07 AM, Véspera de Natal.

O laboratório era um lugar frio agora. Bill sentia falta do lago, de sua falsa liberdade, num território que parecia ser apenas seu. Poderia o coração de um animal como ele, partir-se?

Ainda se lembrava das palavras de seu progenitor “Você é especial, jamais farei isso com você”. Ele não acreditava realmente naquelas palavras, mas não podia se defender da dor que aquilo lhe causava. Era continua, como a visão do teto claro era a mais de meses. A situação era outra agora.

Ian segurava sua mão de forma gentil e se não fosse a personificação do demônio a sua frente, ele se convenceria do olhar marejado e triste. Ele aceitaria seus repetitivos pedidos de desculpas, por que o alfa parecia um fiel que acabará de cometer o mais grave dos pecados.

- Você está bem? Parece triste – observou Mary, ao adentrar o laboratório naquela manhã.

- Talvez eu esteja – sussurrou Ian, afastando as mãos do corpo da criatura. Muitas coisas ainda intrigavam sua mente. Os três ovos retirados do interior de B- III estavam sendo mantidos nos tubos, onde estariam seguros, desenvolvendo-se perfeitamente. 

Esse era o fato intrigante. Quem e quando? Como ele não previu a capacidade de reprodução de Bill? Como aquilo era possível? Quem era a outra parte? Aqueles ovos teriam sido fecundados no passado? Ele poderia ter obtido as respostas do modo mais fácil, talvez evitasse o que estava por vir. Seu coração ruim não estava pronto par abrir mão de sua primeira bem-sucedida criação.

Mary se aproximou um pouco mais, tocando-lhe os ombros como se o confortasse de seus pensamentos.

Depois de ter retirado os ovos de Bill ele parou de responder, parou de reagir. Era como se ele estivesse em transe e nada do que Ian lhe dissesse o tirava daquele estágio depreciativo. E talvez a sorte da criatura naquela noite era já ter o corpo frio. Ian o observou por mais alguns minutos. A pele pálida, os olhos vidrados, vazios.... As escamas em verde escuro, opaco, revelando a tristeza que se alojava dentro de si. Sua criação já estava morta muito antes de acontecer.

- Diga aos outros que podem se juntar a nós- e Mary o fez. Ian se afastou de B- III, indo até a badeja prateada que continha a seringa e o coquetel preparado anteriormente por ele.

Os sete doutores e cientistas dos outros dois governos se juntaram a ele imediatamente. Finalmente B- III seria compartilhando.

Ian aplicou a primeira dose intravenosa e a criatura sentiu o calor da droga se espalhar por suas veias. Seus sentidos, já torpes, se esvaíram até nada restar. Seus olhos se fecharam e ele foi levado a inconsciência. O que a morte reserva para alguém sem alma? A dor? B- III não achava que houvesse no mundo dor maior da que viveu ao ter seus filhos tirados de si ainda sem forma, sem nem mesmo poder dizer ao seu grande amor que apesar do ser amaldiçoado que era naquela vida, ele tinha gerado algo precioso.

O silêncio naquela sala era equivalente ao que seu corpo ia atingindo pouco a pouco. Pouco a pouco seus órgãos pararam de funcionar, seu cérebro escureceu e não era um céu belo como nas noites de Paris. Antes, porém, no mais profundo de seu subconsciente, lembranças de todas as vidas passadas ao lado de Tom floresceu em seu interior. A morte deixando de ser triste e amarga, eles se encontrariam novamente. Passados aqueles céus, e mais milhões de oceanos, seu alento era saber que se encontrariam novamente. Então o coração do monstro também se calou. E não havia consciência do outro lado. Não havia nada.

Ian secou uma única lagrima que escorria por seu rosto, o remorso por ter de abrir mão de sua obra prima. O sentimento incomodo, quase tão doloroso quanto a morte de sua primeira esposa, golpeou-o ainda mais forte quando ele notou o fascínio nos olhos dos demais senhores ao contemplarem B- III. A consciência de sua existência era tão esplendorosa para eles, quanto a do cientista que descobriu a cura da AIDS no tempo da humanidade. Estavam reclinados a aprender sobre ele, seu maior segredo era revelado. A lenda sobre outras criaturas desenvolvidas em laboratórios não era mais uma história para manter todos sobre controle. Ele era real.

Alekseev utilizou os hologramas arquivados em seu computar para iniciar aquela aula. Seus alunos vestiam-se apropriadamente para ocasião, usavam jalecos brancos, luvas e mascaras de proteção. O alfa teve o cuidado de colocar os ovos de B- III na pequena sala oculta, seus mais novos segredos. Esconde-los incluía não comentar a possibilidade de procriação de B- III e assim foi feito.

Conforme os hologramas eram expostos e detalhadamente apresentados, maior era o conhecimento B- III, desde as moléculas usadas para testes até a obra final. O único dos 7 tritões que sobreviveu. 

Enquanto explicava aos colegas como concebeu a ideia para sua criação, Ian mostrava relatos históricos no qual embasou sua buscar para dar vida as lendas. Começando pelas Sereias Sirênios da mitologia grega, cujo o corpo era metade mulher e metade peixe, ou pássaro. As criaturas eram filhas de Aquello, deus-rio e de Terpsícore, uma das nove musas filhas de Zeus. Elas abitavam os rochedos, como as harpias. Sua beleza era tão hipnotizante quando a doçura de sua voz. Tal encanto levou muitos marinheiros a morte, eles eram atraídos pelo melodioso som para os rochedos, onde acabavam naufragando.

Outras lendas retratavam esses seres, como sendo semelhantes a harpias de penas escuras, que foram banidas para a ilha de Capri ao ofender a deusa Afrodite.

Em cada região o ser mitológico tinha uma história. No oriente médio a sereia era na verdade uma deusa que teria se apaixonado por um pastor e com ele tido uma filha, envergonhada ela se atirou no mar assumindo a forma de um peixe. Era retratada com pernas e cabeça humana. Na Grécia era irmã de Alexandre, O grande, e tornou-se sereia após sua morte. Na Inglaterra era figura folclórica britânica vista como sinal de mau presságio, mas também concediam cura aos humanos de acordo com a bondade em seus corações. Em Gales habitavam lagos e rios. Na Irlanda os tritões e sereias eram chamados de Merrowns. No Brasil eram seres de coração frio, que atraiam pescadores para a morte, através de seu canto.

Os resultados de seus estudos mostraram-lhe 6 espécies de serias. Pisinoes, controladoras de mente; Thelxiepia, a que encanta pelo canto; Ligeia, de voz clara, límpida; Aglaope, de voz esplêndida, era parte ave e parte mulher; Leucósia parte mulher, parte ave de penas alvas e Partenope, as sereias ninfas. De cada uma delas Ian tirou uma característica para aperfeiçoar sua criação. Todo material genético utilizado foi recolhido de animais que eram cuidados em seus laboratórios.

Depois de tantos testes e falhas, Ian viu B- III tomar forma e desenvolver como nenhuma de suas criações antes conseguiu. Ele tinha conseguido.

O holograma mostrava agora uma imagem perfeita do tritão, Alekseev segurou a lamina com cuidado, abrindo o primeiro corte. Simultaneamente o holograma lhe mostrava a área afetada, ampliando a imagem e descrevendo seus detalhes. Era hora, o criador revelaria toda estrutura de sua criatura.


Notas Finais


TEMA: Uma fanfic baseada na história de produção de uma obra de arte ou que contenha sua história como uma descrição; Obra escolhida: A lição de anatomia de Dr. Tulp.

Esse capítulo revelou pq Tom estava puto da vida indo matar Ian. Sim, vocês leram certo ele ta morto.


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