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História BROTHERs - O Plebeu se assenta entre os reis


Escrita por: _Melpomene

Notas do Autor


Pensaram que eu não ia postar capitulo novo hoje? *plau*

Pensaram que eu ia conseguir escrever toda a história sem passar de 1200 palavras em pelo menos um capitulo? *plau de novo*

Eu tentei, infelizmente não foi dessa vez. Tenham uma boa leitura, xx.

Capítulo 20 - O Plebeu se assenta entre os reis


Empatia, capacidade psicológica de compreender os sentimentos e emoções de algo, ou alguém. Ali, diante daquela cena eu começava a entender quão equivocada era a definição que a sociedade tinha nos dado, seres empáticos.

Ser empático é sentir compreensão, mas não a dor, nunca o sentimento do outro. É apenas compreende-lo, o que seria equivalente a ter compaixão. Sendo isto um sentimento, nós éramos capazes de sentir? Sentir como eu sentia a dor que quebrou Tom por dentro, tornar-se fúria?

O corpo de Bill tinha sido transportando com Ian para a Rússia logo após sua partilha de conhecimento. Fechado e devidamente conservado, foi levado para o histórico palacete onde o alfa habitava. Ali ele receberia seu destino final. O conhecimento compartilhado por Ian não deveria perdurar mais que aquela noite.

Apesar de encoberta por densas camadas de nuvens, a influência exercida pela lua cheia era sentida pelos alfas, o demônio em sua plenitude. Seus convidados eram servidos na sala de jantar a metros de seu laboratório, cujo um dos acessos encontravam-se na gigantesca biblioteca abobadada da edificação. O acervo de livros tão variado e interessante quando a estrutura que o conservava. Foi por lá que Tom chegou até Ian.

Passar pelos guardas não foi um problema. Ele conhecia aquele fraco sistema de segurança, era como adentrar uma réplica mais rustica da mansão. Sabia como entrar e sair daquele lugar, mas seus esforços naquele momento estavam concentrados em encontrar o alfa. Carregava consigo duas espadas seguras em suas bainhas, devidamente presas a suas costas e uma adaga em casa um de seus tornozelos. Ainda que com toda a fúria que sentia Tom fosse capaz de matar Ian sem armamento algum, era uma lua cheia e ele não pretendia sair dali sem o corpo de B- III.

Seguiu pelo corredor mal iluminado, sua sombra andando em círculos em torno de si, conforme a os pontos de luz passavam sobre ele. Consumido e chegado pelo ódio, seus sentidos focados em Ian, não foram capazes de alerta-lo. O corredor dobrava seu caminho apenas para a direita. Seus pés vacilaram assim que notou outra pessoa vindo da direção oposta. Ele não tinha tempo para aquilo, estudou brevemente a possibilidade de ameaça, empunharia sua espada antes se fosse preciso, mas ninguém o impediria de chegar até o alfa.

Se ele não tinha tempo para aquilo, tão pouco Nancy. A jovem ômega nem se deu o trabalho de olhar quem vinha em sua direção. Talvez fosse a morte, pouco lhe importava. Mary iria se casar e tinha lhe dado de brinde para aquele alfa.

Tom manteve o olhar sobre ela, já tinha passado por situações semelhantes. E se fosse isso a aparência frágil não o pegaria de surpresa. No entanto ela seu caminho, o olhar perdido, distante. Indiferente a presença do blear. Não fossem os hematomas carimbados em sua pele clara, tão clara quando um papel, ele diria que um fantasma vagava pelos corredores daquela casa.

Seu abusador não lhe afetava mais. Ian tinha seu corpo, quando e como quisesse. Usava seu tom autoritário, colocando-a de quatro, como uma ômega muito bem adestrada e ela foi. Adestrada pela dor. Seu coração nunca se recuperou, pois não havia possibilidades felizes onde ela estava agora. Ela tinha nada. Da noite para o dia seu primeiro amor se tornou sua primeira traição, a mais dura de todas realidades lhe abraçou. Mary era uma farsa, uma alfa que não negava o berço de onde vinha. Enganou a ela a muitos outros com promessas de liberdade e igualdade, amor.

Jurou-lhe amor ao ter seu corpo pela primeira vez e foi gentil, tão doce que cada tapa desferido por seu dono contra seu corpo era como uma punição por ter sido tão tola. E sua tolice doía como inferno, pois lembrava a ela quão ingênua foi. Alfas eram alfas, e nada além disse. Nada de um coração amável e compreensivo. Não eram gentis, não se importavam com as demais classes. Eram predadores, sedentos por poder. Estavam no topo da cadeia alimentar e fariam de tudo para se manter ali.

Mary enganou os rebeldes, matou seu próprio pai e pisoteou Nancy, uma ameaça tão inofensiva. Os olhos que antes refletiam amor e gratidão, eram lamuriosos. Seu olhar sobre ela durou uma fração de segundos, mas seu ódio o impediria de reconhece-la naquela ocasião. Cada um seguiu o seu caminho.

O laboratório era uma ampla sala de paredes brancas, macas metálicas e equipamentos de pesquisa da mais avançada tecnologia. Uma câmara fria matinha óvulos, células, e corpos de suas experiências, dedas mais antigas a mais recentes. Na outra extremidade da sala o alfa tinha construído uma pequena estufa, monitorada por câmeras onde mantinha os bebês. As três criaturas desenvolviam-se em pequenos aquários cilíndricos, seriam mantidos ali até atingirem o tamanho médio, como foi com B- III, e então seriam levados para o lago.

Alekseev deixava a estufa quando se deparou com o blear parado no centro da sala. Tom era como o primeiro risco em tela em branco naquele cenário. Vestia-se de preto como costumava ser, mas desta vez nada ocultava sua identidade. Seu rosto estava ali para que o alfa soubesse quem o matou. E foi apenas isso que descartou a teoria que Ian havia rapidamente formulado, onde Mary encomendava sua morte e governava em seu lugar. Se ela não havia feito aqui, o que aquele blear fazia no meio de sua sala?

- O que procura meu jovem? – questionou, vendo que Tom nada fazia além de olhá-lo. Ele só queria ter certeza de que sua memória conhecia cada ponto do alfa.

Ian se endireitou, assumindo uma postura rígida olhava para o blear de cima, deixando claro que seria intimidado por aquela espécie. Silencioso como costumava ser em seus serviços, Tom desembainhou as espadas presas ao suporte em suas costas apontando uma delas para Ian. O alfa riu histericamente, observando o rosto do assassino com mais atenção, era tão familiar. Então, num clarear de pensamentos, mente compreendeu o rancor naqueles olhos e seus traços.

O alfa recuou um tanto chocado, e maravilhado. Agora ele compreendia. Uma das crianças não apresentava se quer um sinal físico de B- III, enquanto as outras duas já era possível vislumbra escamas.

- Você...você é a outra parte. Céus! – Exclamou eufórico – veio por ele, eu sinto muito – murmurou voltando-se para a parede norte da sala. Não estava disposto a morrer naquela noite, não depois de mais descoberta, não por um blear – já viu os céus essa noite blear? Sabe em que lua estamos? – novamente não houve resposta, apenas Tom empunhando sua espada. Ian admirava a postura de alguém que já estava morto.

Fechou os olhos, inspirando fundo. Não podia assumir sua forma animal antes da meia noite, mas ele sentia sua força constante e crescente. Avançou sobre o blear sem calcular qualquer movimento. Eram raciocínio contra instinto e o primeiro movimento arrancou-lhe a mão direita.

O uivo de dor ficou preso em sua garganta – INSOLENTE! – ele bradou, desviando-se de outro golpe, acertando Tom no peito, arremessando contra a parede no fundo da sala. Seus ossos tremeram com a força de Ian, e peito ardia na região afetada. Mas ele não era tão requisitado atoa. Tom era preciso, além de sua força.

Ele se pôs-se de pé, tão rápido quanto foi ao chão. Ian avançava com fúria em sua direção. O blear rapidamente esquivou-se para a esquerda, desferindo outro golpe, desta vez decepando o braço esquerdo do alfa. Ele uivou, encarando Tom, os olhos escuros como o breu da noite, carregados de incredulidade. Enquanto o alfa buscava em seus instintos a sobrevivência, Tom derrubava-o com maestria.

A lamina perfurou o esterno, ferindo-o próximo ao coração. Tom girou-a o suficiente para criar pressão no local. Ian sentia o coração acerado, o desespero ao ver que não poderia se defender se o blear continuasse a lhe cortar os membros um a um. Sua única esperança era a chegada da meia-noite. Precisava manter-se vivo até lá e Tom sabia.

A espada suja de sangue foi levada a outro ponto. Uma ferida no tornozelo que lembrava o corte de uma carne, cujo o açougueiro tinha destreza ao fazer. O alfa desequilibrou-se indo ao chão. O esterno ferido se desfazia soltando pequenas lascas que o perfuraram o coração.

Tom podia ver o peito de Ian inflando pela pressão. Mutilado o alfa levantou-se, apoiando o antebraço na parede, encarando seu assassino com escarnio. O rosto com alguns cortes, mas ele estava li em pé. Lembrava-se das vezes que o blear fora citado nas reuniões do plenário “Dizem que ele lembra a morte, é preciso e não deixa rastros, só corpos”. Ele ria daquelas histórias e ria ali, enquanto seu corpo parecia entrar em combustão e o sangue escorria de seus lábios, espirrava ao seu redor. Ela um riso zombeiro, tanto quanto incrédulo.

- Não importa o que você faça, não pode parar o progresso! Nem o salvar...- murmurou, encarando Tom – mas se serve de consolo ele não sentiu dor, e foi servido como um prato nobre – sua risada ecoava pelo laboratório, entre as tosses e o engasgo com o próprio sangue, ele sentia a morte perturbadora, tanto quando via ela diante de si.

Silencioso. Seu rosto nada expressava, seus olhos nada diziam, em quando afundava a espada no peito de Ian. O primeiro corte partiu o coração ao meio e o golpe final dilacerou o musculo. Ele recuou alguns passos observando-o. A tela em branco era agora uma obra de arte tingida de vermelho. Ian jazia no chão, sem vida. Tom finalmente lhe deu as costas, caminhando com suas armar em punho, pois aquela noite ainda não tinha terminado.

Tom adentrou o grande salão onde os alfas se reunião entorno da extensa mesa de jantar. Serviam-se do banquete e ali não escondiam os animais que eram. O ponteiro nunca esteve tão próximo da meia noite.

- Boa noite cavalheiros – disse atravessando o longo caminho que o separava dos demais. O blear parou diante da única cadeira vazia, no lugar de maior destaque – Infelizmente Ian não poderá se juntar a nós.

Paralisados Tom tinha a atenção de todos. As mãos sujas e garras sujas contento resto de carne crua, o rosto e os lábios cobertos de sangue. Os olhos de Tom estavam sobre o prato principal e sua reação foi a mais fria de todas ao vê-lo ali. O corpo alvo, nu, estraçalhado. O que antes era uma belíssima, tinha parte de seus ossos exposto, sem escamas suas vistosas escamas. Ele estava morto, o blear sabia, mais seu interior parecia ainda mais oco ao constatar de perto o que foi feito.

- Espero que tenham apreciado o jantar – os doze alfas estavam atentos, tinham notado a espada suja de sangue. Não sabiam o que aquele blear fazia ali, mas não demorariam para descobri.

Tom estendeu o braço para a direita, a espada atravessando o pescoço do alfa que sentava ao seu lado. Todos os outros se colocaram em posição para contra-atacar, alguns rapidamente assumindo sua forma animal, mas aquilo não intimidou Tom.

Num movimento rápido empurrou a cadeira com o tronco, com o impulso reverso lançou-se no ar, aterrissando em pé sobre a mesa. Seus inimigos iam para cima dele como voracidade, mas não podiam pará-lo. 10, 8, 6...um por um, até não restar mais nada além de corpos inertes, partes espalhadas pelo salão, outros em seus próprios acentos. Ele tinha a cabeça de um lobo aos seus pés e o troco de outro em seu campo de visão. O vermelho pulsava como uma luz intensa por todo salão. O sangue escorria e se espalhava.

Tom observava-os, em suas mãos ainda empunhava as espadas. Todos estavam mortos, mas ele não podia ir. Algo no fundo de sua mente lhe dizia que ele ainda não podia ir embora.

 


Notas Finais


TEMA: Uma fanfic que contenha antropofagia; (and é também uma visão obscura da pintura “O almoço dos barqueiros”/ faz referência a outra obra de arte bem famosa que não vou citar o nome por motivos de polêmica. paz)

P.S: 10, 9, 8...


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