História Brother's • Imagine Park Jimin • Yaoi • EM HIATUS • - 0.5

- (S/N)...

O interrompi.

- Vai embora, Jimin.

- Podemos conversar?

- Não temos nada pra conversar.

Enxuguei as lágrimas e recuperei o ar que faltava em meus pulmões.

- Pelo contrário, nós temos muito pra conversar.

Disse ele. A porta foi aberta, Jimin entrou e a fechou, permaneci com o olhar fixado no chão e as pernas flexionadas. O dongsaeng se sentou ao meu lado e pude sentir que ele me encarava.

- Preciso que me deixe falar.

- Não estou te impedindo.

Disse, frio. Aquilo machucou tanto a mim quanto a ele.

- Nós somos irmãos, (S/N). Temos o mesmo sangue, o mesmo nome de família, somos parentes. Isso é uma coisa muito errada...

Minhas lágrimas pareciam mais rebeldes naquela hora do que em todos os momentos da minha vida que eu me controlei pra não chorar. Meu coração doía e meu único desejo era morrer ali mesmo.

- Mas o proibido é mais gostoso.

Congelei. Uma sensação estranha subiu por toda a minha espinha. Levei meu olhar até ele lentamente. Jimin sorria, apertando cada vez mais os olhinhos. Eu não sabia muito bem como reagir após ouvir aquela frase. Minha mente não formulava uma ação. Acho que nem sorrindo eu estava de tão confuso.

- I-isso é sério?

- É claro que é!

Sorriu. Estiquei as pernas e pus as mãos no rosto, aliviado. Senti um peso sobre meu colo, tirei rapidamente as mãos e encarei Jimin, que me olhava atenciosamente, com cada perna de um lado do meu corpo.

- Quer saber? Você tem razão.

Pus minha destra em sua nuca e o puxei para um beijo. O que era apenas um selar se transformou numa dança sincronizada de nossas línguas, que exploravam cada lugar disponível. As mãos de Jimin estavam em meus ombros e a minha que estava livre se encontrava em sua cintura.

Algum tempo depois as provocações começaram. Jimin rebolava em meu colo me deixando mais excitado a cada minuto. Chegava a doer e ele soube disse quando deixei escapar entre nosso beijo um baixo e manhoso gemido, o fazendo sorrir e separar nossos lábios.

- (S/N)?

A voz de Seongho ecoou baixo. Ele provavelmente estaria subindo as escadas. Jimin se levantou rápido, pude ouvir um “droga” ser liberado de seus lábios. Fiz o mesmo e abri a porta, colocando somente metade do meu corpo para fora.

- Ah, está aí. Melhor se arrumar logo, sairemos daqui a uma hora.

- Pode deixar.

Caminhou até a porta de Jimin e deu duas batidas na mesma.

- Jimin?

Revirou os olhos ao não obter uma resposta.

- Vamos sair daqui a uma hora, se arrume depressa.

Desceu as escadas, sumindo do meu campo de visão. Fechei a porta e encostei as costas nela.

- Puta que pariu, foi por pouco!

Jimin ria e eu – lerdo como sempre – não entendia o motivo. O olhei confuso e o dongsaeng apontou para meu corpo. Eu ainda estava meio acordado.

- Não é culpa minha, ok?

- Sei.

- É melhor você começar a se arrumar antes que Seongho nos mate.

Revirou os olhos, fazendo um biquinho. Caminhei em sua direção e o beijei novamente, de uma maneira mais lenta que a anterior. Finalizei nosso beijo com rápidos selares e o vi sorrir.

- Anda, passa pro seu quarto.

Jimin correu, dando leves pulinhos pelo corredor até seu quarto, o fechando em seguida. Eu estava sorrindo como um bobo. Um bobo apaixonado.

{•••}

Saí do banheiro e vesti o tal terno, coloquei o Oxford e peguei a gravata. Eu tentei diversas fazer a porcaria do nó. Procurei tutorias na internet e tudo mas não consegui. Desci as escadas na procura de Seongho, mas não o achei, voltei para o primeiro andar e bati na porta em frente a minha, o quarto de Seongho era ali. Fui recebido por Kyunghee já arrumada com um vestido preto e jóias pelo pescoço.

- Oh, olá querido!

- Kyunghee, Seungho está?

- Ele está no banho. Quer ajuda com a gravata, não é?

Assenti.

- Eu não sou a melhor em dar nós em gravatas, mas Jimin é bom nisso. Pede pra ele, prometo que ele não vai morder.

Sorria de uma forma fofa, assim como Jimin.

Quase gritei que ela era uma máquina de fazer filho, mas foderia tudo.

Girei a maçaneta do quarto de Jimin e vi que estava trancada. Alguns segundos depois ela se abriu.

- Pai, quantas vezes eu vou ter que dizer pra bater?

Dizia ele, com os olhos fechados.

- Sou eu.

Jimin abriu seus olhos e sorriu largo. Entrei em seu quarto e sentei em sua cama bagunçada.

- Me ajuda com a gravata?

- Você não sabe dar nó?

Neguei e ele riu. Fechei a cara por um momento, até que ele parou de rir e veio me ajudar. Caminhou em minha direção e com suas mãozinhas gordas fez rapidamente o nó em minha gravata. Recebi um selar nos lábios e também na ponta do nariz.

- Vou te apresentar Jungkook hoje.

- O Jungkook?

- É, O Jungkook. Ele é filho de Taewoo, um cara que trabalha com o meu pai. Aposto que ele vai ter um ataque ao ver você pessoalmente.

- Jungkook já sabia da minha existência?

- Claro! Se tem uma coisa que Jungkook é, é stalker. Ele te espiona em todas as suas redes sociais.

- Estou com medo. Falando sério.

Ri nervoso.

- É brincadeira! Quando começamos a namorar eu falei sobre você e ele ficou interessado em te conhecer desde então. E bem... Numa foto sua que mostrei, ele achou o seu amigo Yoongi fofo e é claro que Jungkook não vai deixar essa oportunidade passar, né?

- Pera, pera , pera! Ele achou o Yoongi fofo?! Jura?!

Eu ria – descontroladamente – enquanto Jimin procurava entender minha crise. Desistiu e pegou seu celular em cima da mesa do computador. O pequeno se sentou ao meu lado e pôs na câmera frontal.

- Huh, tá fazendo o quê?

- Vai ser nossa primeira foto juntos! Não posso deixar a oportunidade passar! Vai, vira seu rosto pra mim.

Disse manhoso, de um jeito que até o ser mais frio – vulgo Min Yoongi – cederia à qualquer pedido. Olhei em sua direção e fui surpreendido por um selar demorado nos lábios. Meus olhos estavam fechados mas pude sentir a luz do flash refletir em nossos rostos. Um click e nosso beijo acabou. Jimin abriu a foto na galeria e me encarou sorridente.

- Jin e Namjoon vão surtar! Imagina só quando contarmos que por dois anos você vai morar comigo e que teremos esse tempo inteiro pra aproveitar! Vai ser muito louco!

Eu não havia me concentrado em mais nada do que Jimin estava falando. Usei meu foco para observar seu rosto transbordando felicidade.

Acho que acabei usando esse meu foco de uma forma exagerada, pois estava sentindo leves tapinhas no braço que depois não passaram a ser tão leves assim.

- (S/N)! Tá vivo?!

- Ahn...? Ai! Ai, Jimin! Meu braço!

Disse colocando a mão no lugar estapeado.

- Desculpa, amor. É que você tava a fazem cinco minutos.

- Cinco?! Espera... Amor?!

- É, cinco. É, amor. (S/N), você tá bem?

- Tô é que... É meio estranho ouvir você falar amor. Sabe... Cara-a-cara.

- Então pode ir se acostumando. Amor.

Lhe distribuí mais selares rápidos nos lábios.

- Tenho que ir. Nos vemos no carro.

Saí do quarto e dei de cara com Seongho. Meu cu fechou numa velocidade desgraçada.

- Conseguiu dar o nó?

- Na verdade, Jimin deu o nó.

- Vejo que começam a conversar. Daqui a uns dias já vão estar querendo fazer aquelas festas do pijama loucas enquanto pedem caixas e mais caixas de pizza.

Era hora de colocar minha máscara de “Se eu pudesse nem aqui estaria pra começo de conversa”.

- Ele só me ajudou com o nó da gravata. E eu não faço “festas do pijamas loucas”.

Seongho engoliu seco. Por fora eu estava sério, mas por dentro eu gritava de agonia com medo de ter exagerado de mais.

- Desculpe, Seungho.

Fiz aquele de bom samaritano e curvei parte de meu corpo para baixo.

- Está tudo bem, filho. Agora vamos, pegou tudo que precisava?

Assenti. Instantaneamente lembrei que não estava com meu celular e entrei no quarto revirando tudo até achá-lo em meio às cobertas. O coloquei no bolso do terno e saí tranquilamente do quarto. Voltei ao perceber que havia esquecido de passar perfume. Passei o perfume que tanto amava e conferi no visor do celular se meu cabelo estava arrumado. Bem... Estava. Do meu ponto de vista.

Entrei no carro e sentei na parte traseira. Pus o cinto e fiquei esperando Seongho e Jimin chegarem. Kyunghee ainda se maquiava, como se o tempo naquela casa não tivesse sido suficiente. Ela largou o brilho labial – que de alguma forma eu sabia o que era – e se virou para trás, me olhando da cabeça aos pés.

- Você está um charme, (S/N)!

- Obrigado, Kyunghee. A senhora está linda.

- Agradeço pelo elogio. Mas nada dessa de “senhora”, ok? Pode me chamar pelo nome, é mais casual.

- Claro.

Alguns minutos depois Seongho e Jimin saíram da casa. Jimin estava emburrado, revira os olhos alguns vezes enquanto Seongho falava algo. Entraram os dois no carro e Jimin se sentou no outro lado do banco, um assento distante de mim.

- Por favor, Jimin, se comporte.

- Tá...

- Obrigado.

- Tanto faz.

O caminho se resumiu em Kyunghee e Seongho conversando sobre coisas aleatórias, Jimin ignorando por completo minha existência, prestando atenção na estrada enquanto tinha os fones no ouvido e eu, que o observava de uma forma que ninguém percebesse. Eu estava me saindo muito mal naquele papel de fingir que não gostava daquele lugar.

{•••}

- Seongho!

Um homem abraçou Seongho enquanto lhe dava leves tapas nas costas. Esse provavelmente seria o Taewoo que falavam. Após o curto abraço ele cumprimentou Kyunghee, beijando sua mão.

- Um charme como sempre, Kim Kyunghee.

- Galanteador como sempre, Jeon Taewoo.

Sorriram. Taewoo dirigiu seu olhar para eu e Jimin que estávamos atrás do casal.

- Jiminnie, tira os fones.

Disse ele, mas Jimin não ouviu.

- Hã?

- Tira os fones, moleque.

Sorriu e bagunçou os cabelos de Jimin que riu baixo. O rapaz me olhou e estendeu a mão.

- Prazer, Taewoo! Você é o famoso Park (S/N), não é?

- Só (S/N) está bom. O prazer é meu.

Sorri muito, muito pequeno.

- Melhor e entrarmos, a maioria dos convidados já chegaram.

Seongho disse, fazendo todos nós deixarmos a enorme e luxuosa entrada do prédio para ir até um lugar mais lindo ainda, o interior dali.

Os móveis brancos e dourados. Os lustres longos e brilhantes. As escadas enormes. As paredes com detalhes únicos. As pessoas usavam vestes formais que – pelos meus cálculos – custariam mais que o meu celular. Haviam garçons levando e trazendo bebidas pelo salão. Mais ao canto havia um mini bar.

Minha primeira reação foi:

- Caralho... Eu quero morar aqui.

Disse num sussurro onde ninguém ouviu o que pronunciei.

Perdi tanto tempo observando o lugar que acabei me afastando de todos. Eu entrei em desespero, parecia dez vezes maior do que quando entrei. Meu olhar se dirigia em várias direções a procura de Jimin ou naquele caso até de Seongho. Não estava achando ninguém.

Senti uma mão segurar levemente meu pulso, me virei e vi Seulki. Um vestido azul até pouco acima do joelho era o que vestia, o cabelo estava meio preso e a franja arrumada.

- Onde você estava? Estão todos te procurando!

- Eu me perdi.

- Não importa. Vamos.

A garota me puxou até outra parte do salão. Uma mesa enorme preenchia o local, as cadeiras todas estavam ocupadas, menos duas. Por sorte, acabei sentando ao lado de Jimin, mas por azar Seulki sentou ao meu lado. Eu ainda estava morto de vergonha pelo acontecido, se pudesse nem olhava na cara dela. Jungsoon também estava lá, mas do outro lado da comprida mesa. Sorriu ao me ver e eu fiz o mesmo.

- Amigos, família, estamos aqui reunidos pra celebrar mais um prédio feito em Busan. Seongho e eu estamos felizes em receber todos vocês aqui, que também foi uma obra nossa.

Taewoo dizia, com uma taça de bebida na mão que estava erguida.

- É uma tremenda honra fazer parte da arquitetura de Busan e nada mais justo que um festa em comemoração aos treze anos que estamos ajudando essa cidade a crescer e ser mais linda do que já é!

Seongho disse e todos levantaram as taças menos nós, menores de idade. Peguei o celular e enviei uma mensagem para Jimin. Estava com saudade e ele estava do meu lado.

[20:02] Eu: Minnie

[20:02] Eu: Quero sair daqui

[20:03] Eu: Save me

Após alguns segundos Jimin tirou seu celular do bolso e olhou a mensagem.

[20:03] Mochi: Espera o jantar acabar

[20:03] Mochi: Vou te mostrar uma coisa legal

Guardamos os celulares e continuamos a prestar atenção no tal jantar. Em um momento Jimin – por baixo da mesa – segurou minha mão e ficamos com os dedos entrelaçados até a hora de comer.

{•••}

[20:47] Mochi: Diz que vai ao banheiro e me espera lá

[20:48] Eu: Mas eu não sei onde é o banheiro snjdwfwn

[20:48] Mochi: Sobe a escada e entra na primeira porta à esquerda fndndnd

Guardei o celular no bolso e criei coragem pra falar.

- Com licença, preciso ir ao banheiro.

Levantei, saí e dei passos rápidos até a tal escada. Eu estava nervoso, talvez por ter adquirido um trauma por escadas e primeiras portas. Subi e lentamente abri a porta, dei graças a Deus por ser um banheiro.

Era lindo, branco e dourado assim como todo o resto do prédio. Os espelhos enormes ficavam em frente a pia. As cabines eram largas – pelo menos olhando do lado de fora.

Arrumei meu cabelo e ouvi a porta se abrir. Virei rapidamente e vi Jimin entrar e trancar a porta.

- Seongho construiu mesmo isso aqui?

- Sim. Ele e Taewoo se entendem muito bem, por isso as construções ficam tão boas. Mas... Não estou aqui pra falar de Seongho, Taewoo ou construções.

- Não?

Sorriu malicioso e caminhou em minha direção. Seu rosto estava levemente inclinado para cima, por causa da nossa diferença de tamanho.

- Entendi...

Envolvi meus braços em sua cintura e o puxei, colidindo nossos corpos. Iniciei um beijo quente, cheio de desejo e luxúria. Jimin correspondia a cada movimento que nossas línguas faziam. Os braços rodearam meu pescoço, o peguei no colo, fazendo com que o pequeno entrelaçasse suas pernas em minha cintura.

Caminhei até a pia e o coloquei sentado na bancada de mármore. Suas pernas continuavam em torno de meu corpo, me puxando cada vez mais para perto de si. Suas mãozinhas puxavam delicadamente os fios de meu cabelo.

Meu amigo já estava acordado e já chegava a ser um incômodo devido a dor provocada pelo tecido que o apertava conforme seu volume aumentava.

Lentamente tirei minha mão de sua cintura e a movi para frente. Apertei levemente o membro de Jimin por cima das vestes. Ele separou nossos lábios e depositou sua cabeça na curvatura do meu pescoço.

- (S-S/N)...

Aquilo me excitou de uma forma absurda. Ouvir meu pequeno gemer meu nome colado ao meu corpo era extremamente bom.

- O que foi? Huh?

Pressionei mais, dessa vez simulando lentamente uma masturbação.

- Isso está... A-ah...

Me arrepiei ao sentir seu arfar se chocar contra minha epiderme , puxando meus fios de uma forma mais brusca, sem deixar de ser delicado.

Continuei meus movimentos, aumentando a velocidade depois de um determinado tempo.

- P-para, (S/N). E-eu...

Jimin levantou seu rosto, seus olhos estavam fechados e a boca entreaberta. Conseguiu controlar seu corpo e me observou.

- Eu quero sentir sua pele na minha.

Sorri lateralmente. Iniciei um novo beijo enquanto com as mãos abria sua calça.

Um barulho estridente nos fez separar o beijo e arregalar os olhos. O celular de Jimin estava tocando. O dongsaeng procurou nervoso o celular em seu bolso até conseguir tirá-los. Respirou fundo e só então atendeu.

- Que é, pai?

- (...)

- Eu não faço a mínima ideia de onde ele tá. Quando entrei no banheiro ele estava saindo. Provavelmente deve ter se perdido.

- (...)

- Quê? Eu não vou atrás do garoto! Olha pai, tenho que desligar, tchau!

Desligou e guardou o celular, gritando em seguida.

- Mas. Que. Desgraça. A. Vida. Tem. Contra. Nós?

- Melhor sairmos antes que Seongho venha até esse banheiro.

- Vai sair assim?

Apontou para meus países baixos.

- Está doendo.

- O meu também!

Disse manhoso, batendo os pés no chão.

- Ah, Jiminnie, podemos resolver isso depois.

- Mas eu quero agora, hyung!

- Depois.

Selei nossos lábios.

- Olha, eu saio na frente e uso a desculpa de que me perdi e depois você aparece, certo?

- Tá...

Revirou os olhos. Destranquei a porta e saí, desci as escadas e em nenhum momento tirei minhas mãos da frente do meu problema. Puxei a cadeira e coloquei a máscara de menino certinho no rosto.

- Ah, desculpem a demora. Me perdi no caminho.

- Aqui é grande, se perder é fácil.

Taewoo respondeu-me.

Continuaram as conversas e risadas naquela mesa. Jimin já havia chegado e não deu nenhuma satisfação de onde estava, recebeu um olhar amedrontador de Seongho por isso, mas deu de ombros. Algumas vezes eu me incluía na conversa e soltava alguns risos. Depois de descobrir Jimin ali eu estava deixando de lado o fato de estar num lugar novo com pessoas totalmente desconhecidas.

Eu estava calmo e relaxado até um momento. Senti uma mão passar por minha coxa, subindo lentamente. Mas não era a mão de Jimin.

Virei meu rosto para o lado e observei Seulki conversando com o resto das pessoas como se não estivesse fazendo nada. Puxei minha perna a fim de escapar daquela situação, mas a garota apertou o local. Pus minha mão sobre a dela e retirei aquilo que estava me tocando. A garota me encarou, seu olhar me transmitia algo, mas eu não sabia o que era.

A partir dali fiquei totalmente desconfortável, queria correr pra casa e me trancar no quarto de tanta vergonha.

Um garoto também me encarava, ele estava sentado ao lado de Taewoo, provavelmente esse era o Jungkook. Algumas vezes ele e Jimin trocavam risadas e comentavam sobre coisas que os outros falavam.

{•••}

Por fim o jantar havia acabado. Os convidados estavam espalhados por diferentes partes do prédio e eu estava – como sempre – perdido. Jungsoon caminhou em minha direção e me encarou.

- Por que não está com os outros, criança?

- Eu me perdi deles.

Ela riu e segurou em minha mão. Caminhamos até os fundos do prédio, era um longo e bem iluminado jardim. Jimin, Jungkook e Seulki estavam sentados na grama um ao lado do outro.

- Vá, pode falar com eles.

Jungsoon me deixou sozinha, entrando novamente no prédio. Caminhei até eles e todos olharam para mim.

- Oi!

- Ahn... Oi.

Jungkook disse sério, sem ao menos focar no meu rosto. Jimin cochichou algo em seu ouvido fazendo o garoto levantar rapidamente.

- Você é o (S/N)?! É um prazer te conhecer! Sou Jeon Jungkook!

O garoto passou seu braço por volta de meu pescoço, me fazendo curvar o corpo pois ele era menor que eu. Sem minha permissão ele começou a caminhar e eu fui arrastado junto.

- Jimin me fala muito de você. Mas, enfim... Vamos ao que interessa, como vai seu amigo Yoongi?

- E-ele... Ele vai bem. Eu acho...

- Não precisa ser tímido, (S/N). A única coisa que precisa fazer é me passar o contato do Suga e pronto!

- Suga?

- É um apelido fofo que dei pro seu amigo. Aquela pele branca... O sorriso doce...

- JUNGKOOK O (S/N) É TÍMIDO, PELO AMOR DE DEUS TRÁS O MENINO PRA CÁ QUE A GENTE CONVERSA MELHOR!

Jimin gritou, nos fazendo virar em sua direção.

- Chato o seu namorado, viu? Vamos antes que ele resolva fazer barraco.

Sentamos ao lado deles e por sorte não fiquei ao lado de Seulki, mas por azar ela sentou ao lado de Jimin.

- Me conta, (S/N), você tem dezesseis anos, acho que é isso, como que conseguiu dinheiro pra se mudar pra Busan?

- Como você é burro, Jungkook, ele está morando com Seongho né! Meu tio não ia deixar o próprio filho morando em um hotel às próprias custas.

- Espera... Filho?

Encarei Jimin.

Jimin me encarou.

Criamos uma discussão mental sobre o que iriamos falar.

Se contássemos que éramos irmãos pra Jungkook ele questionaria: “Mas vocês não namoram fazem quatro anos?”

E se contássemos que éramos namorados Seulki contaria pra família inteira e certamente eu e Jimin teríamos que morar na rua.

Estávamos fodidos se não fosse pela mente ágil de Jungkook.

- Ah, é... Desculpa, tô com amnésia.

Eu e Jimin rimos nervosos.

- Você tem namorada?

Seulki disse rápido, recebendo caretas como resposta.

- Credo, prima, seja educada!

- Seulki, isso não é coisa que se pergunta pra alguém que acabou de conhecer!

- Nós já nos conhecemos! Ele me viu n...

A cortei.

- Na verdade, eu tenho namorada sim.

Direcionei meu olhar para Jimin, que sorriu.

- Ah...

Disse entristecida.

- Eu vou pegar algumas bebidas pra gente. Vocês bebem, né?

Jimin e Jungkook assentiram e por impulso fiz o mesmo ato. Eu só havia bebido algumas vezes na casa de Tae e Yoongi, mas ainda não havia me acostumado com o gosto de álcool descendo por minha garganta. Seulki sorriu e caminhou até a parte interior do prédio.

- Tá na hora de vocês me explicarem essa história direito.

- Huh?

- Park Jimin e Park (S/N), vocês são irmãos ou namorados?

- Irmãos namorados.

Dissemos juntos, confundindo mais ainda Jungkook.

- Vamos começar do começo, ok? Há quatro anos atrás eu conheci pela internet um garoto chamado (S/N). Me apaixonei por esse garoto e começamos a namorar.

- Três dias atrás minha mãe informou que eu teria que me mudar pra morar com meu pai que eu sequer conhecia direito. Eu me mudei e durante dois dias não estava nem um pouco interessado em conhecer o meu irmão, só queria sair daquela casa pra conhecer meu namorado virtual que morava na mesma cidade que eu estava.

- Hoje quando saí do quarto quase enfartei ao ver essa pessoa no primeiro degrau da escada. Pensei que sei lá, alguém tinha colocado metanfetamina na minha bebida e eu tava alucinado, mas era real.

- A gente finalmente entendeu que éramos irmãos e que namorávamos virtualmente sem saber disso. E pronto!

Terminamos a explicação e Jungkook fez um careta.

- Porra, que louco!

- Kook, só você sabe disso, não conta pra ninguém! Principalmente pra Seulki.

Jimin disse e concordei com a cabeça.

- Aliás, como ela conseguiu pegar as bebidas? Não somos menores de idade?

- Seulki tem dezessete anos mas mesmo sendo menor ela consegue.

Jungkook disse rindo fraco.

- Como?

- Seduzindo o barman.

Jimin disse olhando para o horizonte, como se aquilo fosse a coisa mais normal do mundo.

- Trouxe soju pra gente!

Disse balançando as quatro garrafas de soju que estavam em suas mãos.

- Soju!

Gritaram Jungkook e Jimin, estendendo as mãos e pegando uma garrafa cada. Seulki caminhou até mim e me entregou a bebida, bagunçando meu cabelo. Sentou-se no mesmo lugar que antes e tomou um gole. Eu só havia bebido soju uma vez em toda a vida e a experiência não foi das melhores.

- Mas que... Ai! Minha cabeça dói!

Abri os olhos e senti algo apertando meu corpo. Eram cordas, eu estava amarrado em uma cadeira. Olhei em volta e vi Taehyung jogado no chão com Yoongi deitado sobre si.

- YOONGI! ACORDA!

Minhas tentativas falharam. Optei por chamar Tae.

- KIM TAEHYUNG PORRA, ACORDA!

- Hm? Oh, (S/N)!

Disse ainda sonolento e no chão.

- Me desamarra! Espera, como que eu vim parar aqui?!

- Ah, é complicado!

Levantou delicadamente para não acordar Yoongi e desfez o nó, folgando as cordas. Levantei e estiquei meu corpo que estava dolorido.

- Que casa é essa?

- É a casa da Hyuna.

- Hyuna? Que Hyun... Ah, a garota mais popular da escola?

- A própria.

- Mas por que caralhos estamos na casa da Hyuna?!

- Você não se lembra de nada?

- Se eu lembrasse não estaria perguntando, né!

- Vem cá.

Taehyung me puxou pelo braço até um sofá, fazendo com que minha cabeça ficasse em seu peito.

- A Hyuna convidou a gente pra uma festa e nós aceitamos. Estávamos indo bem até você começar a beber soju e agir de uma forma estranha. Você começou a dar em cima de todo mundo que tinha na festa...

O interrompi.

- Eu beijei alguém?!

- Não.

Respirei aliviado.

- Antes de perder totalmente o controle você pediu pra gente te amarrar e não deixar ninguém chegar perto de você. E aí a gente fez isso.

- Graças a Deus! Espera... Como vou ter certeza de que ninguém me beijou enquanto eu estava amarrado?

- Ai, (S/N), eu e Yoongi ficamos aqui com você o tempo todo.

- Vocês perderam a festa por mim?

Ele assentiu. Agarrei o pescoço de Tae e o abracei apertado.

- Hey, (S/N), tá acordado?

Senti ser cutucado varias vezes no braço. Era Jungkook. Acenei que sim com a cabeça.

- Vamos começar o jogo?

- Mas é claro!

Jimin disse animado e Jungkook concordou.

- Que jogo?

- É assim, vocês tem que beber toda a garrafa de soju em um só gole, quem terminar primeiro tem direito a ter uma pausa na rodada anterior.

Seulki explicou, tomando mais um gole do sujo.

- Topa, (S/N)?

Jungkook se inclinou em minha direção.

- Topo.

ESPERA, NÃO!

Era tarde pra voltar atrás, Seulki já estava contando nos dedos.

- 3... 2... 1... VALENDO!

Coloquei rapidamente a garrafa na boca, que por causa do mal jeito, acabou batendo no meu dente, causando uma leve dor.

Relaxei minha garganta e deixei todo o líquido passar por ela. Era como se estivesse me rasgando por dentro por conta da acidez. Meus olhos deixaram escapar um lágrima. Assim que percebi que o líquido havia acabado tirei a garrafa da boca e recuperei meu ar.

Jimin e Jungkook logo terminaram de beber e me olharam surpresos ao ver que eu tinha terminado primeiro. Até eu estava surpreso.

- Isso aí, irmão!

Jimin caminhou até meu lado com os joelhos e alisou meu cabelo. Sentou ao meu lado e colocou sua garrafa na grama.

- Vamos ver se na próxima ele ganha!

Jungkook disse convencido. Seulki assobiou e um homem surgiu com mais três bebidas, as entregando pra nós. Seulki ainda estava na primeira garrafa de soju, sorrindo entre um gole e outro.

- Estão prontos?

Jungkook e Jimin assentiram. Assim que ela nos deu o sinal começamos a beber.

Segunda rodada.

Terceira.

Quarta.

Quinta.

Já não estava tão ácido como antes. Na verdade, eu não sentia mais nada. Queria saciar minha vontade bebendo mais soju. A partir de um ponto minha visão ficou embaçada e minha cabeça doía. Eu estava completamente fora de mim.

- Eu quero um beijo seu!

Me inclinei sobre Jungkook, enquanto ele me afastava com sua mão.

- Jimin! Controla o seu irmão, ele tá bêbado!

- Eu não tô bêbado!

- Claro que não está!

Seulki gritou.

- Cala a boca você!

Respondi no mesmo tom. Senti braços rodearam minha cintura, me deixando em pé.

- Me solta! Eu tô bem!

- Vou levar ele pra longe daqui.

- Não! Jungkook! Seulki! Me ajudem!

- Cala a boca, Park!

Entramos no prédio e eu estava totalmente desfocado do mundo. Fui arrastado até um grupo de pessoas que eu não consegui identificar quem eram.

- Mãe, (S/N) está se sentindo mal. Vou levar ele pro carro.

- Oh, meu Deus! Posso pedir pra Seongho levar você até o hospital...

- N-não precisa!

- Certo. Aqui estão as chaves.

Kyunghee entregou o molho de chaves para Jimin. Que me arrastou até o lado de fora, abrindo a porta de trás do carro e me colocando deitado lá.

- Seu eu soubesse que ficaria bêbado fácil não teria te deixado beber.

- Tá brincando, né?

Me ignorou e fechou a porta. Caminhou até a porta da frente e se sentou.

- Você é fraco, hyung.

- Você é burro, dongsaeng.

- Como é?

- Eu tô sóbrio desde que me levantou.

Sentei no banco, ou pelo menos tentei pois caí deitado novamente.

- Quase parei. Mas eu tô sóbrio o suficiente pra saber o que faço.

- Tô vendo.

Revirei os olhos.

- Quero dormir.

- O banco está aí pra você.

- Burro. Quero que venha logo pra cá, estou com saudades.

- (S/N), você está muito bêbado.

- Não tô! Quer saber? Não quero mais você!

Me virei no banco, ficando de costas pra Jimin. Fechei os olhos e logo senti minhas pernas serem levantadas. Olhei e vi ele sentado ao meu lado com minhas pernas em seu colo. Com sua mão me puxou rápido para perto de si. Me ajeitei em seu colo e comecei a acariciar seu cabelo.

- Ainda está com sono?

Assenti, relaxei meu braço e apertei o pano de sua camisa. Fechei os olhos e senti um leve selar em minha testa.

- Eu te amo, Park (S/N).