Depois de ter feito todo o ritual matinal, me preparando fisicamente e psicologicamente para enfrentar as piadas e o falatório do pessoal da escola.
Cheguei atrasada.
Eu: Professor?
Tom: Entre.
Eu: Lincença.
Eu sentei na última cadeira da primeira fila.
Percebi que a Débora, Scott e Leticia não estavam na sala.
Ouvir cochichos.
Professor: Silêncio! Faremos um trabalho sobre mitologia grega.
Alguém: Grupos?
Professor: Não Alexander. Duplas, formarei-as.
Alexander: Ta.
Professor: Sandra e Cleo. Jessica e Lucas...
Falou vários nomes e por fim...
Professor: Luna e Katherine.
Eu não sabia quem era essa Luna.
Professor: Junte-se a dupla e converse entre si sobre o que vão falar. É para amanhã.
As duplas começaram a se formar. Fiquei a procura da minha e percebi que ela não viria até mim.
Eu: Quem é Luna?
Falei em um tom de voz, não muito alto, mas que desse para todos ouvirem.
Alguém: Ela não veio hoje.
Eu: Obrigada.
Um trabalho em dupla e eu não tenho uma. Que legal.
O sinal tocou.
As cadeiras que antes estavam desorganizadas, agora estão alinhadas.
Teve todas as aulas.
Alguém veio falar comigo.
Alguém: Ela mora aqui perto.
Esse alguém era o mesmo que me falou que a Luna não estava.
Alguém: Se quiser, eu te levo.
Eu: Não, não precisa.
Alguém: Não vai custar nada.
Eu: Tudo bem.
Eu arrumei minha coisas e fomos caminhando para a casa da Luna.
Alguém: Não me apresentei, me chamo Beatrice Maddalon, mas pode me chamar de Bia.
Eu: Katherine Adams ou apenas Kat.
Beatrice: É, eu sei.
Eu dei um breve sorriso.
Bia: Me desculpa.
Eu: Am? Pelo que?
Bia: Por não ter falado nada quando os três idiotas ficaram te zoando.
Eu: Você não precisa se desculpar.
Bia: Preciso. Não é porque sua família tem um histórico estranho pra uns, mas perfeito para outros, que eles deviam ter feito aquilo.
Eu: Não entendi. Histórico? Porque eles parecem que temem o nome Adams? Meu Deus, eu nem morava aqui.
Bia: Você vai entender. Só me desculpe. Mas acredite, eles não vão te fazer mais mal algum.
Eu: Do que você está falando?
Bia: Pelo o que eu sei, eles foram internados em uma clínica de reabilitação.
Eu: Reabilitação?
Bia: Foram pegos com drogas. E ficavam dizendo coisas como "bruxa", "satã", sei lá. Acharam que estavam tão dependentes que estavam em um nível em acreditar em coisas sobrenaturais.
Eu: Deviam estar mesmo. Certeza que isso não existe.
Bia: Eu não teria tanto assim.
Eu: Porque?
Bia: Chegamos.
Tínhamos chegado na casa de Luna.
Bia: Falei que não era tão longe.
Eu: É.
Ela abriu a porta da casa.
Eu: Não acha que deveríamos chama-lá daqui de fora.
Bia: Eu também moro aqui.
Ela deu um breve sorriso.
Eu: Vocês são...?
Bia: Na verdade, somos meia irmãs.
Eu: Ah.
Bia: Depois eu te explico.
Eu sentei em um sofá que estava na sala e a Bia saiu. Me deixando sozinha esperando.
Logo, duas garotas voltaram. Bia e a outro devia ser a Luna.
Bia: Vou deixar vocês resolverem.
Bia saiu.
Luna: Luna Maddalon, prazer.
Eu: Prazer, Katherine Adams.
Luna: É eu sei. Ah, desculpa.
Eu: Não precisa se desculpar.
Luna: Preciso.
Pensamento: Tantos pedidos de desculpas. Hum. Na verdade foram apenas dois.
Ficou silêncio por uns minutos.
Luna: Então...
Eu: Acho que a Bia já deve ter falado trabalho.
Luna: Falou.
Ela sentou do meu lado.
Eu: Se você quiser, faço sozinha.
Luna: Bruxas.
Eu: Bruxas?
Luna: É.
Eu: Como assim?
Luna: Mitologia grega. Tipo um sub tema.
Eu: Mas não seria muito... ah, deixa esse mesmo.
Luna: Estuda tudo sobre isso e eu estudo aqui. Lá a gente fala.
Eu: Só falar?
Luna: Demonstrar não seria má idéia. Vou pensar em algo e te falo antes da aula começar.
Eu: Ok.
Eu me levantei.
Eu: Desculpa atrapalhar seu almoço. É.. até amanhã.
Luna: Não atrapalhou. Fica para jantar.
Eu: Tenho que ir. Até mais. Agradeça a Bia por mim.
Luna: Ta. Fica para a próxima então.
Eu sair da casa dela e fui caminhando até a minha.
Cheguei em casa, lavei minhas mãos e sentei na mesa para o almoço.
Avó: Atrasada.
Eu: Estava resolvendo um trabalho.
Avó: 3° dia?
Eu: Diferente.
Avó: Não está cheirando a suco. Um bom sinal.
Eu: Novos conhecidos.
Eu dei um sorriso.
Terminamos o almoço.
Minha avó foi cuidar das plantas na estufa.
Eu fui estudar no meu quarto mas não vi muito conteúdo.
Resolvi ir até a estufa cuidar das plantas com minha avó.
Eu comecei a molhar as plantas com o regador.
Avó: Engraçado.
Eu: O que foi?
Avó: Quando você era bem pequenina, quando não conseguia fazer algo, você vinha molhar as plantas.
Pensamento: Que estranho!
Eu: Não mudou muito.
Avó: O que foi dessa vez?
Eu: Bruxas? O que falar sobre isso? Eu não sei o que dizer. Já pesquisei e só aparecem bobagens.
Avó: Bruxas. Hum.. venha!
Ela me chamou e foi me guiando.
Entramos no escritório.
Ela puxou um livro da estante. Um livro grosso, antigo e empoeirado.
Avó: Leia.
Pensamento: Minha avó tem um livro que fala de bruxas. Estranho!
Eu: Não é igual aos outros?
Avó: Algum deles tinha ao menos essa aparência.
Eu: Não.
Avó: Leia.
Eu dei um sorriso, um pouco empolgada.
Adoro ler.
Eu sair do escritório e corrir para meu quarto.
Me aprofundei na leitura.
E cair em um sono profundo.
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