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História Bruxa Amaldiçoada - Desabafo


Escrita por: MariaElisabet3

Notas do Autor


Boa leitura!!

Capítulo 7 - Desabafo


Fanfic / Fanfiction Bruxa Amaldiçoada - Desabafo

Acordei e estava com uma enorme dor de cabeça. Era tarde de domingo.
Já era 14:00 da tarde.
Levantei, fiz higienizações e comi alguma coisa.

Sentei no sofá para assistir tv junto com minha avó.

Avó: Não precisava ter pedido o motorista para mentir.

Eu: Passei um pouco do horário.

Avó: Só não minta. Eu vi a hora que chegou, aquele garoto da loja te trouxe.

Eu: Desculpa, não vai mais acontecer.

Eu me levantei e fui até a porta.

Avó: Vai a onde?

Eu: Respirar.

Avó: Não precisa sair.

Eu abri e fechei a porta.

Fui até o jardim.

Pensamento: Cristo! Que papel eu fiz ontem a noite. Eu estava completamente bêbada. Vômito, deitada em uma estrada deserta. E aquele papelão todo com o Charles?! Que vergonha. Ele perde a avó e eu fico jogando piadinhas. Minha nossa.

Resolvi ir até a lojinha de Charles para pedir desculpas.

Peguei a bicicleta de Shirley e fui.

A loja estava fechada.

Eu: Chaaaarles.

Ninguém apareceu.

Pensamento: Idiota. Ele não mora em uma loja né.

- O que você está fazendo aqui?

Era Charles.

Pensamento: Sorte.

Eu: Eu quero falar com você.

Charles: Não abro aos domingos.

Eu: Não vim comprar nada. Quero falar com você.

Charles: Não tenho nada para falar com você. 

Eu: Me desculpa, eu estava bêbada, e-eu não sabia o que estava falando.

Charles: Agora a culpa é da bebida? ! Sabe aquele carro foi uma das heranças da minha avó. Aí você chega e fala umas merdas insinuando que eu sou interesseiro. Ah! Quem você pensa que é?

Eu: Quem eu penso que sou?

Charles: Se você pensa que eu sou que nem esses garotos populares de colégios, você está muito enganada. E se você gosta desse tipo, sinto muito.

Eu: É o que?! Ah, me poupe. Não sei porque eu estou discutindo com você.

Eu peguei minha bicicleta.

Charles: É melhor ir mesmo.

Eu sair.

No meio da estrada recebi uma ligação, anônimo.

- Oi, é a Luna.

Eu: Oi Luna.

Luna: Você pode vim no cemitério agora?

Eu: Cemitério? Am? Quem morreu?

Luna: Ninguém. Só vem, por favor.

Eu: Tô perto, rapidinho chego aí.

Luna: Tô te esperando.

Desligou o celular.

Minutos depois cheguei no cemitério.
Eu sabia o que ela queria ou talvez achava.

Quando eu era mais nova gostava de ir no cemitério para pensar. É estranho? Muito. Mas realmente, eu saia de lá espiritualmente calma.


Eu: Luuuuunaaaa?

Luna: Tô aquiii.

Eu segui a voz dela.

Vi o túmulo dos meus pais.
Parei e passei a mão em cima da cerâmica fria.

Eu: Sinto falta de vocês.

Passou um vento forte e eu me arrepiei.
Foi como se eles tivessem me respondido.

Luna: Eu tô te vendo. Vem moça.

Eu me virei e a vi.

Eu: Aí esta você.

Ela estava sentada com uma bebida.
Eu me sentei ao lado dela.

Eu: Qual é o problema da vez?

Luna: Como sabe?

Eu: Você não é a única que vem em um cemitério para pensar.

Luna: Achei que você achava isso esquisito.

Eu: E acho, só que eu tenho uma atração pelo esquisito.

Luna: Não sou única, isso é bom.

Eu: E a Bia? 

Luna: Viajando.

Eu: Então desabafe.

Luna: Homem.

Eu: Nem me fale.

Luna: Peguei o Kaio, tipo aconteceu tudo.

Eu: E?

Luna: Ele é um idiota.

Eu: Não quero nem saber o que aconteceu.

Luna: Sério?

Eu: Não vai te ajudar em nada, eu acho. Nunca me apaixonei, não sou a melhor pessoa para te dar conselho.

Luna: Não acredito.

Eu: Sério. Não sou de falar muito isso, mas todo cara que eu começava a ficar ou começava a ter algo sério, acontecia algo ruim.

Luna: Como assim?

Eu: Não era do tipo morte, mas coisas estranhas. Ah, não que eu tive muitos, na verdade foram 3. Me lembro que um foi internado em um hospício.

Luna: Porque?

Eu: Dizem que ele estava vendo coisas sobrenaturais, mas não se sabe o certo.
Me lembro de uma vez ele ter dito que via algo obscuro em mim, isso me assustou muito.

Luna: E se ele tivesse visto?

Eu: Eu gostava dele mas isso para mim é demais.

Luna: Kat, você nunca percebeu algo de diferente em você?

Eu: Lu, eu sou estranha. Mas você diz diferente como?

Ela riu.

Luna: Deixa.

Eu: Então tá.

Luna: Sim, agora me  diz, qual é o teu problema?

Eu: Na verdade é, quais.

Luna: Talvez eu te ajude.

Eu: Resumindo?! Bebi muito ontem, cheguei atrasada e minha avó percebeu. Essa manhã ficou um clima meio tenso.

Luna: Não é um problema muito grande.

Eu: Ah! E para piorar ontem eu falei muita merda para um garoto que me levou até em casa.

Luna: Um garoto?

Eu: É. Aí né, fui pedir desculpas para ele e ele me tratou super mal.

Luna: Desculpas?

Eu: É.

Luna: Desculpas a um garoto que provavelmente você mal conhece pois só tem uma semana que você está aqui.

Eu: É.

Luna: Sério?

Eu: Porque esse questionamento todo?

Luna: Parece coisa de quem tá afim.

Eu: Não. Eu só achei ele legal, dava pra sermos amigos. Mas ele não colabora.

Luna: Sei.

Eu: Me passa essa bebida aí.

Ela me deu, eu dei uns 3 goles.

Luna: Vai com calma. Não quer que aconteça o mesmo que ontem né.

Eu: Ah, nem me importo mais.

Eu apontei a um túmulo.

Eu: Sabe aquele túmulo ali?! É o dos meus pais.

Luna: Meus pêsames.

Eu: Obrigada.

Luna: Que nada.

Eu: Sabe?! Eles morreram a um mês e ainda mentem para mim sobre o verdadeiro motivo da morte deles. Isso é injusto.

Luna: Muito.

Eu: E pior. Parece que ninguém se importa. Fiquei um mês morando em um orfanato, antes de vim para cá porque meus "familiares" não poderiam ou não  queriam ficar comigo, sei lá. 

Luna: Mas olha pelo lado bom, você tá aqui, você conheceu eu e a Bia. Isso é bom!

Eu: Eu não sou uma pessoa popular e isso vale pela escola, você viu. Sinceramente, eu nunca fui. Mudava muito de escola porque me consideravam esquisita e a última, eu tinha conseguido ter um apreço. E quando finalmente um apreço, eu tenho que mudar.

Luna: Que droga!

Eu dei um gole na bebida.

Eu: Não, não, tá tudo bem. Mas isso é o de menos. O pior é que realmente acontecia coisas estranhas e eu sei disso.

Luna: Não posso te dizer sobre isso, mas eu posso te ajudar.

Eu: É insuportável. Você tem que dizer.

Luna: Não, não posso. Só saiba que você não está sozinha.

Eu: Eu nunca falei isso com alguém, a não ser minha mãe. Ela dizia que ia chegar o tempo certo. Eu ainda acho que é puberdade ou algo do tipo. Se for isso mesmo, quero já pular essa fase.

Luna riu.

Luna: Calma. Mas sobre sua suposta estranheza, eu posso te ajudar. Amanhã a gente resolve, está na minha hora.

Eu: Desabafei demais né? Me desculpa. Era pra mim ter vindo aqui te ouvir e aí os papéis são invertidos.

Luna: Mas eu desabafei, só não foi no nível do seu.

Eu ri.

Luna: Mas vai ficar tudo bem com a gente, eu acho.

Eu: Palavras confortantes, mas enganadoras.

Luna: Achei que ia dar certo com você.

Eu: Talvez sirva para você.

Luna: Não me engano mais.

Ela se levantou e estendeu a mão.
Eu peguei-a e me apoiei para levantar.

Luna foi para um lado e eu fui para outro.

Quando eu cheguei em casa, fui para meu quarto e fiquei trancada, passei a noite toda dentro dele sem conversar com alguém. 



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