Enquanto Prue dormia em seus braços, no sofá da sala. Dean pensava em um jeito de recuperar seu irmão. Quando ele descobriu a verdade por trás das atitudes estranhas de deus irmão, decidiu que não ia envolver sua mulher, ou as irmãs dela nisso.
Bobby não poderia ajudá-lo, ele mesmo disse que era apenas o jeito como Sam estava lidado com a volta da jaula. Mas Dean sabia que tinha algo a mais, e precisava de ajuda pra isso. Dean se levantou com cuidado, e foi até a cozinha. Ele ligou várias vezes para o Castiel, até que finalmente ele atendeu.
— Preciso de sua ajuda com o Sam. – passou o endereço do quarto de motel, onde tinha deixado seu irmão, e voltou para sala.
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Prue estava vestindo a camisa xadrez vermelha que o Dean usou no dia anterior. Enquanto ele estava usando apenas seus jeans surrados, enquanto preparava ovos mexidos para o café da manhã. Quem visse por fora, pensaria que era apenas um casal tendo mais uma manhã normal em casa. Mas Prue sentia toda tensão em volta de seu marido.
— Certo, cospe tudo. O que aconteceu com o Sam?
— Eu não quero te envolver nisso. Por mais que eu ache que você possa me ajudar.
— Você tem um ponto aí. Você sabe que eu posso ajudar, então, eu quero saber. – Prue cruzou os braços.
Dean serviu os ovos mexidos em dois pratos, colocou a frigideira na pia. Respirou fundo, e então se apoiou na bancada da cozinha...
— O Sam não é Sam.
— Possessão?
— Não. Ele só tem agido estranho... – Dean a olhou, e então contou sobre o caso que estavam trabalhando, onde Sam quase o deixou morrer.
Prue achava aquela conversa estranha demais, mas Sam nunca deixaria seu irmão no meio do fogo cruzado. Esse não se parecia com o Sam que ela conhecia.
— E o que tem em mente? – se aproximou dele.
— Descobrir um jeito de trazer o verdadeiro Sam de volta, seria um começo.
— Ok. Vamos tomar nosso café, e pegar estrada.
— Ow ow... – Dean segurou seu braço. – Não quero que volte pra a estrada.
— Nem eu. Mas é do Sam que estamos falando. E eu quero ajudar. – sorriu. – Tem sorte que estamos nas férias de verão.
— Não vou discutir.
E nem poderia, Dean sabia que sua esposa não mudaria de ideia. E a quem queria enganar, ele mesmo pensou nessa possibilidade, mesmo que por apenas alguns segundos.
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Em uma estrada qualquer...
— Eu não queria mesmo que você estivesse de volta nisso. – Dean a encarou.
— Acho que já estou muito envolvida de novo. – Prue suspirou. – Então, o Castiel já está com o Sam?
— Sim.
— Isso foi rápido.
— Melhor assim. – Dean acelerou o carro, estrada a fora.
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Ao chegarem ao quarto de motel, Prue se assustou ao ver o rosto de Sam.
— Mas o que foi que aconteceu? – ela perguntou, mas Cas ficou em silencio, enquanto encarava o Dean. – Porque fez isso? – olhou incrédula para seu marido.
— Ele mereceu. – Dean cruzou os braços. – Ele só...
Todos ficaram em silêncio, quando perceberam que Sam estava acordando... Ele percebeu que estava preso em uma cadeira, e tentou se soltar.
— Prue? – Sam perguntou confuso.
— Bom te ver de novo. Ou não. – ela esforçou um sorriso.
Castiel começou a fazer perguntas a Sam, e ele começou a ficar irritado com isso.
— Você está me diagnosticando?
— É bom torcer para que ele possa. – Dean se apoiou na mesa da TV.
— Vocês acham que isso é realmente necessário? – Sam os olhou.
— Acha que tem uma clínica por aí pra quem saiu do inferno pirado? – Dean o encarou.
— Talvez a "Casa Halliwell" – Prue foi irônica.
— O que? – Sam a olhou confuso.
— Nada importante. Continuem. – se aproximou do Dean.
— Dean, eu não vejo...
— Ele pergunta, você responde, e então fica calado. – Dean gritou interrompendo seu irmão. – Entendeu?
— Tem dormido? – Castiel perguntou.
— Não. Não desde que voltei.
— E não te ocorreu que teria algo de errado nisso? – foi a vez da Prue perguntar.
— Claro que sim. Eu só nunca contei pro Dean.
— O que foi? – Dean perguntou, ao ver a expressão no rosto de Castiel.
— Sam? O que você está sentindo agora? – Castiel perguntou.
— Sinto que meu nariz está quebrado.
— Não. Isso é uma sensação física, o que Castiel quer saber é como você se sente? Emocionalmente falando. – Prue se aproximou dos três.
— Eu não sei.
Castiel pegou um dos cintos dentro da bolsa de viagem do Sam. Dean se afastou, levando Prue consigo. E então Castiel pediu para que Sam mordesse o cinto.
— Se existe algum lugar em que você encontre conforto, você deveria ir para lá. Na sua mente.
Castiel literalmente enfiou sua mão direita dentro do abdômen de Sam. Prue olhou surpresa e um tanto assustada com aquilo tudo. Nunca tinha visto Cas fazer nada parecido com aquilo que estava fazendo com o Sam.
— Achou alguma coisa? – Dean perguntou ainda abraçando sua esposa.
— Não.
— Então isso é uma boa notícia?
— Eu temo que não. – Castiel os olhou. – Fisicamente, ele está perfeitamente saudável. É a alma dele. Ela se foi.
Dean se afastou de Prue, e começou a andar de um lado para o outro no quarto. Respirou fundo, e se virou para Castiel.
— Explique outra vez, como se eu tivesse 5 anos.
— De alguma forma, quando Sam foi ressuscitado, ele veio sem a sua alma.
— E onde ela está? – Prue sentou-se em uma das camas.
— Meu palpite é que ainda está na jaula com o Miguel e Lúcifer.
— Então, ele ainda é o Sam? – Dean perguntou.
— Acho que essa é uma pergunta filosoficamente interessante. – Prue o olhou.
— Então traga de volta. – Dean se aproximou do amigo. – Você me tirou de lá.
— Precisamos de vários anjos para te resgatar. E você nem estava tão bem guardado. – Castiel o olhou com expressão séria. – A Alma do Sam está na jaula de Lúcifer. Não é possível.
— Vocês poderiam me desamarrar? – Sam perguntou.
— Não. Sam, como você acha que vou te deixar sair deste quarto?
— Dean. – Prue se aproximou. – Qual é? Ele não é um psicopata.
— Eu não queria que ninguém te machucasse, só estava tentando deter aquela coisa. – Sam se defendeu. – Me desculpe, ok. Não vou mais fazer isso. Eu estou tentando fazer o que é certo. Ainda sou eu.
— É mesmo? – Dean o encarou.
— Sim. Apenas me solte.
— Sem chance. Não vou te soltar.
— Eu não queria fazer isso. – Sam se soltou. – Você não vai me prender em lugar nenhum. Você está preso com o cara sem alma. Então é melhor trabalhar comigo. Vamos consertar isso.
— Eu vou ficar de olho em cada movimento seu.
— E eu vou ajudar. – Prue cruzou os braços. – Vamos fazer isso dá certo, caso contrário, eu ainda sou uma Halliwell.
— Você escutou a garota. – Dean sorriu para sua esposa. – Certo, se vamos descobrir o que aconteceu com sua alma, temos que achar quem te puxou de lá.
— Eu não faço ideia. – Sam respondeu.
— Vamos fazer uma lista, se é tão difícil tirar alguém da caixa... Temos que descobrir quem tem esse tipo de poder.
— Estou no escuro aqui. – Prue disse.
— Você não se tem nenhuma lembrança da sua ressurreição? – Castiel olhou para Sam.
— Eu acordei em um campo. É tudo o que eu sei.
— Então não temos nenhuma pista. – Dean bufou.
— Na verdade, eu tenho uma. – Sam disse.
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Dean parou o carro em frente a um portão. Sam foi o primeiro a sair do carro, sendo seguido pelos outros. Logo Prue percebeu que estava em uma espécie de QG do avô dos Winchester. E sentiu um calafrio percorrer a sua espinha, ela não confiava em Samuel, ou em qualquer um dos primos do Dean. O pouco que ela os conheceu, quando eles invadiram a sua casa, não deixou uma boa impressão.
— Precisamos fazer algumas perguntas. – Dean perguntou ao abrir a porta da sala.
Samuel guardou o papel que estava lendo em uma das gavetas da mesa, e então olhou para seu neto mais velho.
— Vejo que trouxe a sua garota. Mas não vejo o que ela pode está fazendo aqui.
— Olhe. – Prue se aproximou da mesa, e o encarou. – Eu não gosto de você tanto quanto você não gosta de mim. Acredite o sentimento é recíproco. Mas não me teste, pode não gostar dos resultados. Então, o Dean te fez uma pergunta...
— O que houve? – Samuel o olhou.
— No dia em que você voltou, o que aconteceu?
— Nós já falamos sobre isso.
— Vamos recapitular para o nosso escudeiro. – Dean olhou para a pessoa que estava atrás de seu avô.
— Esse é Castiel? Você é mais magro do que eu imaginava. – Samuel sorriu irônico.
— Esse é um receptáculo. Minha forma real é aproximadamente do tamanho do prédio da Chrysler.
— Tá certo, pare de se gabar. – Dean revirou os olhos. – Você estava morto e...
— Acordei no meio do nada. Não sei por que ou como. Já disse não tenho nada para esconder.
— Você se importa do Cas conferir. – Dean sorriu irônico.
Castiel fez a mesma coisa que tinha feito com o Sam no quarto de motel. E não achou nada de diferente. A alma do Samuel estava intacta.
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Dean pediu que Prue ficasse de olho em Sam, enquanto ele ia dar uma olhada no que seu avô estava escondendo. E antes que Prue se afastasse, Dean disse que ela poderia usar seus poderes se achasse necessário.
— Você quer que eu...
— Não confio no Sam, agora. – Dean falou próximo ao seu ouvido. – Não vou demorar.
Sam e Prue foram para onde os Campbell estavam. E obviamente, eles trataram a Halliwell como se fosse apenas um objeto de decoração. Sam poderia estar sem alma, mas não tinha contado o segredo de sua amiga. Bom pelo menos ele ainda gostava de pensar que sua cunhada ainda era sua amiga. Já Prue adoraria saber o que eles fariam ao descobrir que ela era uma bruxa. Não que fosse pagar pra ver, mas seria no mínimo divertido.
Dean conseguiu destrancar a sala de seu avô, e estava olhando alguns papeis que estavam em cima da mesa. Quando a porta foi aberta.
— Está perdido, Dean? – um de seus primos perguntou.
— Eu preciso fazer uma ligação. Queria um pouco de privacidade.
— O escritório trancado do seu avô, é bastante privado.
— Não estava trancado.
— Vai ligar pra quem?
— Pra sua esposa. Avisar que você se revelou.
— Sabe, eu tentei ser legal, Dean. Mas acho que cansei. – o cara se aproximou.
— Está tentando me dizer que é mais idiota do que parece? – Dean riu irônico.
— Eu sou o cara que estava aqui, trabalhando. Quem é você? Acha que precisamos de você aqui? – ele riu. – Você anda por aí como se estivesse jogando tênis. A única ação que tem visto ultimamente é entre as pernas da vagabunda da sua esposa.
Dean ficou puto, e o empurrou contra a parede.
— Pelo menos eu tenho uma mulher que me satisfaça. Não preciso sair por aí procurando por qualquer uma, desesperado. Deve ser difícil pra você ser sexualmente privado. – Dean riu. E antes de dar o primeiro de três socos na cara de seu primo. Tentou ser o mais claro possível, ele estava se metendo com a pessoa errada. Ele não iria querer um Dean Winchester irado na sua cola. – Vou dizer uma única vez. Se você falar assim da minha mulher de novo, vai ter que comer com canudo pelo resto da vida, seu imbecil. E não duvide de mim, eu não o faria se fosse você.
Dean o deixou com o rosto sangrando no chão, e foi atrás de Sam e Prue. Se mais algum infeliz faltasse com respeito a sua esposa, ele mataria.
— Cadê o Sam? – Dean perguntou ao se aproximar.
— O Samuel, o chamou para conversar. O Sam me disse que voltaria, e que tinha um plano. – Prue o olhou. – Sei pra onde eles foram, deveríamos ir dar uma olhada.
Quando eles saíram do "QG" viram que Sam ajudava Samuel e os outros a colocarem o vampiro alfa dentro da caminhonete.
— Como eles conseguiram prender esse cara? – Prue perguntou surpresa.
— Não tenho ideia, mas o Sam vai ter que me dar muitas explicações.
Quando eles entraram no carro, Sam abriu a porta traseira...
— Ah, vejo que resolveu se explicar. – Dean foi irônico.
— Você achou que eu não voltaria? – Sam olhou para Prue.
— Meio a meio. – ela respondeu.
— Então, me explicando... acho que Samuel não mordeu a isca. Então fui para o plano b.
— Temos um plano b? – Dean se virou para seu irmão.
— Ativei o GPS em um dos celulares deles. Assim seremos capazes de rastreá-lo.
— O velho não vai perceber?
— Confie em mim. Ele pensa que velcro é novidade. – Sam disse mexendo em seu notebook. – Achei.
— Ok! Vamos dar uma olhada nisso. – Dean arrancou com o carro.
Eles chegaram a uma cabana que tinha uma jaula bem no meio dela. E o vampiro alfa estava amarrado e com uma espécie de cano preso em seu pescoço.
— Isso está me dando calafrios. – Prue cochichou. – Sério Sam, seu avô é pirado.
— Eu já disse isso a ele. – Dean sarcástico, olhou para seu irmão.
Sam fez sinal para que eles ficassem quietos, quando Samuel saiu da cabana, deixando o caminho livre.
— Como posso ajudá-los? – Alfa disse tranquilamente.
— Temos algumas perguntas. – Dean se aproximou da jaula.
— Então você é realmente o primeiro da sua espécie? – Prue perguntou.
— Sim. E foi uma pena que conseguiram te curar. Uma Halliwell como uma de nós...
— Certo. O que está acontecendo? Por que Samuel te trouxe aqui? – Sam perguntou.
— Pelo seu cheiro, você está frio. – Alfa o olhou. – Você não tem alma. Que coisa estranha.
— Você jura? – Prue foi irônica.
— Então, Sam? Como se sente?
— Responda a minha pergunta. – Sam disse entre os dentes.
— O negócio sobre as almas... É que elas são previsíveis. Você morre, vai para cima, ou para baixo. Para onde o meu tipo vai? Para onde nós "aberrações" morremos... para onde vamos? – Alfa riu. – Nem para o paraíso, nem para o inferno. Então?
— Para Legolândia? – Dean foi irônico.
— Estão enferrujados!
— Purgatório. – Prue respondeu. – Eu vi algo sobre isso no Livro das Sombras, mas...
— Purgatório é real? – Dean a olhou.
— Gado estúpido. – Alfa riu. – Claro que é real. E é repleto de almas de todas as coisas famintas que, como eu, já andaram sobre a terra. Agora: Onde fica? Esse é o mistério.
— E é isso que o Samuel está querendo. – Prue concluiu.
— Sua bruxinha é mais esperta do que você e seu irmão juntos.
— A pergunta é, porque Samuel se importaria com isso? – Dean o olhou.
— Ele não se importa. Ele faz o que lhe é pedido.
— Se o velho é um fantoche, quem será que puxa as cordas? – Dean perguntou.
Crowley fez sua entrada triunfal, revelando que Samuel trabalha para ele coletando criaturas alfa. E que foi ele quem trouxe Sam de volta do Inferno.
— Então, vocês vão trabalhar pra mim. Eu sou o Charlie e vocês as panteras.
— Esquece. – Prue disse entre os dentes.
— Acho que você me deve um favor pela sua vida. – Crowley riu.
— Ou eu deveria acabar com você agora mesmo...
E antes que Prue pudesse usar seus poderes em Crowley, ele desaparece. E mais um problema para eles resolverem. Sam quer matar Samuel por trair e mentir para eles, mas Dean o deixa ir. Samuel diz-lhes que ele só trabalha para capturar criaturas, mas não tem intenção de prejudicar seus netos. Obviamente Prue e muito menos os Winchester acreditaram em Samuel.
— Não podemos trabalhar para o Crowley. – Dean revirou os olhos.
— Tem certeza? – Sam perguntou.
— Acho que você não entende. Demônios nos ferram toda hora.
— Ah, não, eu entendo. Acredite. Mas o Crowley te ajudou a salvá-la. E fazendo os cálculos... temos alguma outra opção?
— Eu voto por me deixar usar meus poderes nele. – Prue disse irritada.
— E ai como pegamos minha alma de volta? – Sam a olhou. – Só estou dizendo que temos que entrar no jogo. Pelo menos por enquanto.
— Eu já fiz coisas idiotas nessa vida, mas bater cartão para um demônio?
— Só até acharmos outra forma.
— E depois? – Prue perguntou.
— Depois vamos atrás do Crowley e damos ao filho da puta o que ele merece. Estão comigo?
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