São Francisco – Califórnia
Dean não conseguiu pregar o olho durante toda a noite. Ele queria conversar com o Bobby sobre a volta do Sam. Ele deixou Prue dormindo, e foi preparar o café da manhã. Ao longo do ano, eles criaram a rotina que durante a semana a Prue ficava por conta do café, e nos finais de semana era a vez dele. Quem olhasse por fora, iria dizer que o Dean nunca foi um caçador, mas a realidade era completamente oposta.
Depois disso, Dean pegou seu celular e ligou para o Bobby. Agora sim, eles teriam aquela conversa...
— Dean?!
— É bom falar com você também, Bobby. Faz algum tempo
— Se você está me ligando, algo está errado. – Bobby suspirou do outro lado da linha.
— Você sabia? Você sabia que Sam estava vivo?
— Quanto tempo? – Dean perguntou travando o maxilar.
— Olha...
— Bobby há quanto tempo sabe do meu irmão?
— Todo o ano.
— Ah, você tem que estar brincando comigo. – Dean passou sua mão direita em seu rosto, frustrado com a resposta.
— E eu faria de novo.
— Por quê?!
— Porque você saiu, Dean! Você e a Prue saíram dessa vida. E eu estava muito agradecido, você não tem idéia.
— Você tem alguma pista do que isso significava para mim?
— Sim. Uma mulher e uma família. E você e a minha sobrinha não terem as tripas arrancadas. Isso é o que isso significava. E graças a isso, a Piper e a Phoebe saíram dessa vida também.
Dean tentou argumentar, dizendo o quanto ele sofreu tentando lidar com sua dor, e procurando uma maneira de salvar Sam. Mesmo tendo Prue ao seu lado. Ele sabia que tinha sido difícil para ela no inicio, e que só tinha conseguido seguir em frente por causa dela. Mas ele merecia saber que seu irmão estava de volta.
— Garoto, não seja um idiota. Não estrague o que você conseguiu. – Bobby desligou a ligação, antes que o Dean tivesse tempo de retrucar.
Prue acordou e notou que Dean não estava mais ao seu lado. Ela se vestiu e foi até a cozinha. Sorriu grata por ele ter feito o café, e então foi procurá-lo. Acabou encontrando o Dean na garagem de casa, olhando para o Impala.
— Sente falta de sair por ai com ela, não é? – Prue se apoiou no batente da porta da garagem. – Porque não leva ela para sair um pouco?
— Não. – Dean sorriu e voltou a cobrir o Impala com a capa. – Mas aceito a susgestão de sair.
— P3?
— Ótima ideia. – Dean a beijou.
***
Casa das Halliwell
— Hey manas. – Prue abriu a porta da cozinha.
— O que você faz aqui há essa hora em pleno sábado? – Piper encarou sua irmã.
— O Dean está estranho.
— Estranho como? – Phoebe perguntou.
— Estranho do jeito que ele estava olhando para o Impala. – Prue sentou-se a mesa com suas irmãs.
— Mas porque isso te deixou assim? – Leo perguntou.
— O cara ama aquele carro. Mas desde que tudo aconteceu, Dean apenas o deixou na garagem. E agora...
— Você acha que ele se arrependeu de não ter ido com o Sam? – Piper perguntou.
— Não sei. Quer dizer, uma parte dele quer ficar vivendo essa nova vida... mas sei que a outra quer estar por ai caçando.
— Mana, eu acho que é normal. Ele teve que lidar com a volta do irmão, do avô, e conhecer uma parte da família que ele não conhecia. – Phoebe tomou seu café.
— Eu sei. – Prue suspirou. – Ele precisa distrair, por isso vamos ao P3 hoje à noite.
— A banda que contratei é ótima. – Piper sorriu orgulhosa.
Prue e Phoebe começaram a rir. E então Leo ficou calado por alguns minutos, pediu desculpas e orbitou.
— Pra onde ele foi? – Phoebe perguntou.
— Não faço ideia. – Prue deu de ombros. – E o Cole? Noticias dele?
— Nem me fale nesse cara. – Phoebe bufou. – Ele me ligou ontem. Mas não sei o que vou fazer ainda. Ele sumiu por dez meses, e agora volta como se nada tivesse acontecido?
— Se você for conversar com ele, me avisa, porque eu quero dar um soco na cara dele. – Prue sorriu irônica.
— E eu ajudo. – Piper disse séria.
— Calma, manas Schwarzenegger. – Phoebe riu. – Ainda não tomei nenhuma decisão. E eu sei como dar um soco bem dado.
Quando Prue voltou para casa, viu que o Dean estava vendo jogo de futebol americano, e tomando sua cerveja favorita.
— O que aconteceu? – Dean a olhou.
— Porque está me perguntando isso? – Prue perguntou confusa.
— Porque eu te conheço, você está pensativa de mais. O que foi? Se foi pelo carro, eu...
— Não. É o Leo. Ele orbitou.
— Orbitou? Mas não é isso que os anjos fazem?
— Dean, nesse um ano, quantas vezes você viu o Castiel? Ou viu o Leo orbitar?
— Nenhuma. – Dean desligou a TV. – Você não acha...
— Que alguma coisa estranha está acontecendo? – Prue suspirou. – Sim. Eu acho.
— O que você quer fazer?
— Sinceramente? Nada. Não quero ficar pensando nesse tipo de coisa.
— Então está ótimo pra mim. – Dean sorriu a puxando para mais perto dele. E então tornou a ligar a TV.
***
Noite – P3
Phoebe estava conversando com um colega de seu trabalho que foi conhecer a casa noturna de sua irmã. Prue e Dean estavam sentados ao bar. E Piper estava irritada, porque Leo ainda não tinha voltado.
— Piper, solta essa garrafa. Antes que ela se quebre... – Prue se debruçou sobre a bancada do bar, pegando a garrafa de cerveja das mãos de sua irmã.
— Nada do Leo ainda? – Dean perguntou após tomar um gole de sua cerveja.
— Nada. E se demorar mais um pouco, ele nem precisa voltar. – Piper olhou para o teto do P3.
— Certo. É melhor se acalmar. Não quero que o meu sobrinho nasça rebelde. – Prue brincou.
— Ah, ele não vai ser como a tia dele. – Piper brincou.
— Ótimo, está retrucando minhas brincadeiras. Minha irmã voltou…
— Dean, como você a aguenta? – Piper riu.
— Não é difícil. A gente se acostuma. – Dean riu. – Au. Porque me bateu?
— Se não quiser ficar sem diversão, é melhor se comportar bem Winchester. – Prue segurou o riso.
— Ah que bom que voltou. – Piper foi irônica, ao ver Leo se aproximar.
— Desculpe sair daquele jeito, mas tive que ir atender a um chamado.
— Depois de um ano? – Dean perguntou.
— Nova bruxa em uma cidade aqui perto. Eles queriam que eu instruísse seu anjo. – Leo deu de ombros.
— Tem certeza que foi apenas isso? – Piper o encarou.
— Sim. Nada que precise da volta das Halliwell.
— Então... Já que está tudo bem, que tal curtimos a banda? – Prue sorriu para o Dean.
Uma semana depois...
Dean acordou com uma ligação de seu irmão. Ele deixou Prue dormindo, e saiu do quarto.
— Eu preciso da sua ajuda. Agora.
— O que há de errado? – Dean perguntou, fechando a porta da sala.
— Estou em um caso e...
— Sammy...
— Olha, eu só preciso da sua ajuda, só isso.
— Eu estou fora. Nós estamos fora.
— Faça uma exceção. Não precisa trazer a Prue se não quiser. Mas eu preciso de ajuda.
— Pra que? – Dean deu de ombros.
— Em trinta minutos chego a sua casa, e te arrasto pra fora. – Sam foi direto.
— Não estou falando que vou te ajudar, mas me espere onde você está ok!
***
Mais uma vez, Prue acordou e não viu Dean ao seu lado. Mas desta vez, tinha um recado em seu travesseiro.
“Precisei dar uma saída, volto logo. – Dean.”
Ela largou o bilhete em cima da cama, e foi até a cozinha tomar seu café da manhã. Seja o que fosse que estivesse acontecendo, ela e o Dean teriam que conversar. E ela não estava gostando nada da sensação estranha que estava sentindo.
Já passava de uma da tarde, quando Dean voltou para sua casa. E ele encontrou Prue sentada na sala, o encarando.
— Vai me falar porque saiu tão cedo em pleno sábado?
— O Sam me ligou. – Dean disse ao fechar a porta.
— Ok! Esteve com ele. – Prue se levantou. – O que está acontecendo?
— Ele me ligou porque precisa de ajuda com um caso. Mas não sei se...
— Você quer ir não quer?
— Eu estou fora, Pru.
— Dean, eu sei que você quer ir. – ela suspirou. – E sei que se eu te pedir pra não ir, vai se sentir frustrado, e...
— Não vou.
— Não agora, Dean. Mas vai. Então vamos fazer o seguinte, você ajuda o Sam nesse caso. E depois volta pra casa. – Prue se aproximou dele. – Só tenha cuidado,ok.
— Não quer vir comigo?
— Não. Acho que vocês têm coisas pra resolver. – Prue sorriu.
Ela só esperava que depois desse tempo juntos, Dean conseguisse se entender. Ela sabia que desde que o Sam voltou, Dean estava confuso. E Prue entendia que em um relacionamento sério, um lado às vezes tinha que ceder para o bem da relação.
Dean pegou algumas coisas que precisava no porta-malas do Impala, e voltou para a sala.
— Ok, me mostra. – entregou uma arma a Prue.
— Dean, eu já usei uma arma antes. Acho que me lembro como se usa.
— Tem um ano que não chega perto de uma arma. Por favor...
— Eu posso não usar meus poderes mais, mas ainda os tenho. Está tudo bem. – Prue colocou a arma em cima da mesa, perto da porta. – Não se preocupe, eu sei me defender e você sabe.
— Talvez eu não devesse ir. Sam pode lidar com isso.
— Dean, sem ofensa, mas se você não sair por aquela porta, eu vou atirar em você.
— Ficaria preocupado se usasse seus poderes. – Dean brincou.
— Maluco. – Prue riu. – Está bem, se vai te deixar tranquilo...
— Vai.
Prue pegou a arma de cima da mesa, e então mostrou para Dean que ela ainda se lembrava como acionava uma arma.
— Isso foi sexy. – Dean a puxou para perto dele. – Acho que o Sam não vai ligar em esperar um pouco mais. – a beijou intensamente.
— Certo, agora vá. – Prue disse após o beijo.
DEAN pega sua mochila e joga a alça por cima do ombro, então beija a sua garota mais uma vez, antes de sair de casa.
***
— Tudo bem, então o que sabemos sobre essa coisa? – Dean pergunta ao entrar no carro de Sam.
— Bem, uh, Um ghoul? Um zumbi, um shifter, ou uma dúzia de outras coisas.
— Não me lembro de ter visto bebês nos perfis. – Dean olhou para um bebê de aproximadamente seis meses na cadeirinha no banco de trás do carro. – Acho que precisamos de um arsenal.
— Eu tenho um arsenal no porta-malas. – Sam o olhou sem entender.
— Não desse tipo de arsenal.
Minutos depois, Sam e Dean estavam andando pelos corredores de um supermercado, com o bebê dormindo no carrinho de compras.
— Então, como você sabe isso tudo? – Sam perguntou depois que o Dean colocou um pacote de fraudas e uma caixa de pomada para assaduras no carrinho.
— Bem, a Piper está grávida e parece que as suas irmãs estão se envolvendo no processo. A Prue está lendo alguns livros sobre o assunto, e durante o jantar em família não tem como tocar nesse assunto.
— Huh... Entendi. – Sam se segurou para não rir.
— Não acho isso engraçado. – Dean o encarou.
— Mas eu...
— Mas está com essa cara... – Dean deu de ombros e foi em direção ao caixa.
O bebê começa chorar alto. Sam começa a passar as compras pelo caixa, o mais rápido que ele consegue, mas Dean não consegue fazer com que o bebê pare de chorar. Então uma mulher de meia idade se aproxima deles, e se oferece para trocar a fralda do bebê. Ela pega o bebê no colo, e quando Dean olha pela câmera de segurança próximo a ele, vê que os olhos da mulher, começou a brilhar.
— É uma oferta muito boa, mas um... Eu acho que consigo lidar com isso.
— Oh, não é nada. Vou ficar feliz em ajudar. – a mulher sorriu.
— Dá-me o bebê antes de apunhalar seu pescoço.
— Dean! – Sam repreendeu o irmão.
Dean aponta para a TV atrás dele, e SAM vê na câmera que ela é uma shapeshifther. A mulher começa a correr com o bebê, e Sam e Dean saem em disparada atrás dela. Dean consegue puxar um pedaço de sua pele, e a mulher grita ao cair no chão. Sam pega o bebê e as coisa que compraram e vai correndo para o carro, sendo seguido pelo Dean.
***
Quarto de motel em Battle Creek, Michigan
Depois de o Dean ter ligado para Piper e perguntado sobre trocas de fraldas. Dean e Sam estavam conversando sobre o caso. Até que Sam tocou no assunto “a nova vida do Dean”
— Então vocês se casaram? – Sam olhou incrédulo para o irmão. – Você não usa uma...
Dean mostrou sua mão esquerda...
— Eu não estava usando aquele dia, porque estava indo para o trabalho.
— Quando foi isso? – Sam perguntou.
— Foi seis meses depois que você... bem... Nós decidimos e ai está. – Dean pegou uma garrafa de cerveja.
— Uau! Eu apenas não esperava por isso. – Sam mexeu em seus cabelos.
— Quem diria né?! Mas é isso...
— Eu... Eu estou feliz por vocês. – Sam sorriu. – Isso complica um pouco a...
— Sam, eu não vou voltar. Estou te ajudando, mas é apenas isso.
— Como quiser. – Sam voltou sua atenção para os papeis em cima da mesa.
Sam acabou descobrindo que um dos pais de um bebê foi seqüestrado e está vivo e vai entrevistá-lo. Ele descobre que o homem deixou sua esposa, agora falecida, porque ela alegou que ela tinha sido impregnada por ele, embora ele estivesse fora da cidade na época. Dean resolveu ficar com o bebê e acabou descobrindo que o bebê era um bebê metamorfo. Sam chega no quarto no exato momento que um policial metamorfo e o mata com um tiro no coração. Então Sam sugere que eles levem o bebê para Samuel. Apesar das dúvidas de Dean sobre dar o bebê aos caçadores, Samuel dá o bebê a Christian Campbell e a sua esposa, Arlene.
Outro metamorfo aparece, desta vez sob a forma de Samuel, e exige que lhe entregue o bebê, Dean tenta atirar contra o metamorfo, mas a criatura é imune a balas, uma faca no coração, e todos os tranquilizantes que os caçadores descarregaram nele. O metamorfo mata Mark Campbell e, em seguida começa uma luta com Sam e Dean e consegue levar o bebê.
Samuel e Sam especularam que o metamorfo era um Alfa. E Dean pergunta a Sam se ele sabia que o Alfa estava lá fora e se ele propositadamente usou o bebê como isca para trazer o Alfa para eles. Sam negou, dizendo que agora que tudo estava resolvido, e que o levaria para casa.
***
São Francisco – Califórnia
Quando Dean abre a porta de sua casa, vê Prue dormindo no sofá da sala. Ele desliga a TV, e a carrega para o quarto. Depois de um longo banho, ele se deita ao lado de sua mulher. Era como Prue sentisse que ele estava ao seu lado, ela sorri e se aconchega mais nele. E assim Dean sorri ao terminar aquele dia. Ele podia adorar caçar todas as coisas que assombravam o mundo, mas o que ele mais gostava era de ter Prue ao seu lado.
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