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História Bruxas e Caçadores III - Reichenbach


Escrita por: ackleholicbr

Capítulo 3 - Reichenbach


# Prue 

Beulah, Dakota do norte

Ao abrir meus olhos, senti uma intensa dor na minha cabeça, e foi quando eu percebi que estava amarrada a uma cadeira. Sam não estava muito longe de mim, e tão machucado quanto eu. 

— Sinto muito pelo corte em seu rosto. – o homem riu irônico ao se aproximar de mim. 

— Vá se ferrar.

— O que diabos você quer? – Sam perguntou.

— Dean Winchester. – o homem respondeu dando de ombros. – Ele e eu temos uma longa história. 

— Entre na fila. – sorri irônico. – Tem muita gente querendo ele. 

— Claro que tem. – ele deu de ombros. – Mas só eu vou ter ele. 

— Você é um caçador? – Sam perguntou. 

— É, podemos dizer isso. Caçar seu irmão conta, certo? 

— Eu não faria isso. – tentava me soltar, ou levar alguma coisa que nos ajudasse, até o Sam. – Confie em mim. 

— Olha, amigo, eu não sei quem você é, certo? – Sam disse calmamente. – Não sei o que quer, ou o que meu irmão fez. Mas se tem alguma noção, eu sugiro que vire e volte correndo para o recrutamento que te cuspiu pra começar. 

— Pra falar a verdade, ele é um monstro. – dei um sorriso irônico. 

— Bem, ele era há muitas, muitas luas atrás. – o homem se aproximou. – Mas agora ele é a caça e eu sou o monstro. 

O cara começou a rir, enquanto mexia no celular do Sam. Ele era um completo maluco, com toda a certeza ele não estaria preparado para o Dean demônio. Esse cara estava apenas com uma ideia fixa em sua cabeça. Uma ideia estupida, diga-se de passagem.  

Quando a ligação foi feita, o idiota colocou na viva voz... Se ele queria mexer com a minha cabeça. Ele tinha conseguido.  Porque meu coração disparou, no exato momento em que escutei a voz do Dean. 

— Deixei uma comanda aberta para você no bar. – seu tom de voz era frio, diferente do velho Dean que eu conhecia. – Manda bala.

— Olha, é capaz de eu aceitar. – o cara riu.

— E você, quem é? – Dean perguntou confuso. 

— Eu? Eu sou o seu carma, irmão. 

— Pelo celular do meu irmão?

— Pelo celular do seu irmão. – o cara sorriu irônico, olhando para o Sam. 

Dean ficou em silencio por alguns segundos. 

— Ele está morto? 

— Ainda não. – o cara riu. – E se você aparecer onde eu disser para aparecer, seu irmão vai ficar bem. 

— E como vou saber que ele ainda está vivo? – perguntou Dean. 

O homem se aproximou de Sam e colocou o celular perto do rosto dele. 

— Fale. – disse. 

Sam olhou para o celular, e então para mim. E continuou calado. E quando o idiota do cara viu que o Sam ficaria calado, o cara o socou.

— Dean! – Sam gritou. 

— Prova de vida. – o cara se afastou.  – Tem uma caneta?

— Não, escute aqui você. – Dean foi tão frio quanto antes. – Nada de troca. Nada de encontro. Nada de nada... Exceto a garantia total de que, em algum momento eu vou te encontrar e vou te matar. 

— Não vai ser muito conforto para seu irmão morto.

— Eu disse para ele me deixar. E qualquer encrenca que ele tenha é problema dele.

— É! Bem, eu certamente direi isso a ele enquanto corto sua garganta, e sua pequena  esposa assiste tudo. – o cara me olhou. 

Dean ficou calado por mais alguns segundos. 

— Você está blefando.

— Não estou não. Quer ouvi-la? 

— Não, eu não acredito em você. Só quero que não se esqueça de que eu vou te achar. E vou te matar. Pode perguntar ao Sam porque ele me conhece. E ele sabe bem uma coisa de mim, eu sou um homem de palavra. – Dean disse por fim. 

Se eu não tive escutado, eu não acreditaria se alguém me contasse. O jeito frio com que o Dean falou do próprio irmão. E bem, ele parecia ter realmente me deletado de sua vida. Realmente, esse Dean, não era nem de perto o Dean que eu amei. Talvez o Crowley tivesse razão. Talvez a sua alma estivesse corrompida demais para que pudesse ser salvo.

— Do que está rindo? – o cara perguntou ao ver o riso irônico de Sam. – Você sabe que seu irmão me deu luz verde para botar uma bala entre os seus olhos, certo? 

— Dean não é Dean nesse momento. – Sam respondeu calmamente. – A gente não sabe quem você é, e... 

— Meu nome é Cole. – o homem se identificou. 

— Não tinha outro nome, não? – fui irônica. 

— O que disse?! – Cole perguntou. 

— Nada. Só pensei alto. – revirei os olhos. 

— Cole, me escute, deixe o Dean em paz. – Sam disse enquanto tentava se soltar. – É suicídio pra você!

— Escute, Sam... Eu vou caçar seu irmão até o inferno! Todas as noites desde que eu tinha 13 anos, eu fecho os meus olhos e tudo o que eu consigo ver é o seu irmão e todo aquele sangue... E meu pai. Eu sei que Dean é sua família, mas ele desistiu de você. E você não tem nenhuma razão para protegê-lo. Então me ajude, por favor. 

— Olha, eu sinto muito pelo seu pai. – Sam disse ainda calmamente. – O que aconteceu... Dean tinha um motivo.  

— Não. Não tinha. – Cole se aproximou de mim. 

Ele estava prestes a tentar tirar alguma informação de minha boca, quando seu celular começou a tocar...

— Garota de sorte, você. – disse ele rapidamente tirando as luvas antes de pegar o celular em seu bolso e atender. – Oi, querida. – Cole nos olhou antes de sair pela porta.

Sussurrei para pra o Sam, que usaria meus poderes para nos livrar dali. Eu só esperava que funcionasse. Ainda não sabia se meus poderes continuavam os mesmos. Então, consegui chamar as facas que estavam dentro da mochila de Sam, e as levei até ele.

Conseguimos achar um dos lugares por onde o Dean havia passado. Eu estava esperando do lado de fora de um clube de stripers, enquanto Sam estava lá dentro. A coisa toda não levou nem cinco minutos...

— Ele esteve aqui. Estamos bem perto. – Sam disse abrindo a porta do carro. 

— O que devemos esperar quando encontrá-lo? 

— Isso eu não sei. – Sam deu partida no carro.

Horas mais tarde, Sam parou na frente de um motel, e quando saímos do carro... lá estava ele. O Crowley. 

— Olá alce! Sentiu saudade? 

— Demais. – Sam disse pegando uma faca, pronto para atacar. 

— Prue. 

— Onde está o Dean? – dei de ombros. 

— Ótimo! Direto ao ponto. – Crowley riu. – Vocês querem o Dean de volta, e eu estou aqui para dá-lo a vocês.

— Assim tão fácil? – o encarei. 

— O seu marido é ruim para os negócios. Ele está incontrolável. Deve ser a Marca. – Crowley disse dando de ombros. – é problema seu agora... Outra vez. Para sempre. 

— Vai falar onde ele está? – Sam perguntou.

— Claro Alce. Mas primeiro falemos da minha recompensa por tê-lo encontrado. Quero a first blade.

— Feito. – Sam concordou sem hesitar. – Onde ele está? 

---

Sam me pediu para que ficasse no carro. Mas eu estava começando a ficar inquieta com a sua demora. Dean era um demônio agora, e eu não tinha ideia do que ele poderia fazer. Quando escutei um estrondo, e vi fumaça saindo de dentro do bar. Corri em direção a porta, e encontrei Sam desmaiado no chão nos fundos. E lá também estavam Dean e Cole. Meu coração acelerou dentro do meu peito, ao rever o Dean. Aqueles anos só fizeram bem ao Dean. Ele estava mais lindo do que antes. Mas com a mesma intensidade que esses sentimentos vieram, também veio à raiva pelo o que ele tinha feito comigo.

— Dean Winchester. – Cole apontou uma arma em direção ao Dean. – Lembra de mim? 

— Claro! – Dean fez pouco caso. – Aquele cara, daquele dia... 

— Nyack, New York, vinte um de junho de 2003.

— Isso deveria me lembrar de algo?

— À noite em que você matou um homem conhecido pelo nome de Edward Trenton. Ele era meu pai. 

— Ok. 

A frieza de Dean estava me assustando. Ele estava mais frio que uma enorme pedra de gelo polar. 

— Não estou dizendo que não fatiei seu velho. Só que ele não foi o primeiro e também não será o último. E que todos meio que se misturaram. 

— Eu te vi naquela noite... Depois você me deixou viver. Foi burro... Muito burro. Passei metade da minha vida treinando para esse momento. Eu ensaiei essa luta milhares de vezes na minha cabeça. Eu sei tudo sobre você, Dean. E você é bom. Você é bom mesmo, mas saiba que eu sou melhor. 

— Prove. – Dean o desafiou. – Atire!

— Isto não é vingança. – Cole respondeu guardando a arma. – Isto aqui é vingança. – pegou uma faca. 

Eu tinha que fazer alguma coisa. Apesar de tudo, eu não permitiria que o Dean se machucasse. Por mais que ele tivesse feito isso comigo. Eu estava prestes a usar meus poderes, quando Sam recuperou os sentindo, e segurou firme em meu ombro. 

Então vimos o Cole tentar várias e várias atacar Dean, mas ele se esquivava com rapidez e agilidade. Dean segurou Cole fortemente pelo pescoço, enquanto eu lutava para não entrar no meio dos dois. 

Sentimentos conflitantes, eu sei. 

— Você não tem ideia de onde se meteu, tem? 

— O que você é? – Cole perguntou enquanto olhava para o rosto de Dean completamente chocado.

— Eu sou um demônio. – Dean respondeu e voltou a bater no Cole. 

— Ele estava segurando a lamina de Caim no pescoço de Cole, pronto para decapitá-lo. 

— Vá em frente! – gritou Cole. – Você disse que, se me visse, me mataria. Então mate! 

— Acho que mudei de ideia. – Dean o soltou.

Sam me afastou, e se aproximou do irmão. 

— Acabou! – gritou ao jogar água benta em seu rosto. – Acabou, Dean!

---

Dean estava algemado no banco de trás do Impala, enquanto eu conversava com o Sam. Quando Crowley apareceu, Sam foi conversar com ele, e eu entrei no Impala. Mesmo não estando preparada para uma possível conversa com o Dean. 

Quando ele me viu entrando no carro, podia jurar que suas feições mudaram de surpresa para puro ódio. Era como se ele não quisesse minha presença. Eu apenas me ajeitei no banco da frente, sem dizer uma única palavra. 

— Quer dizer que o meu irmão te trouxe de volta? – Dean me olhou. E seu olhar não era nada mais do que frio. 

— Infelizmente. – revirei os olhos. 

— Não pensei que se juntaria a ele pra tentar me ajudar. – ele riu. 

— Detesto estragar seus sonhos, Dean. Mas você vai ter que me aguentar por um tempinho. Pelo menos até você voltar a ser o que era. Um idiota não tão estupido. 

— Você quer dizer, quando te dei um pé na bunda? – ele perguntou com um sorriso. 

— Sabe, – me virei para encará-lo. – Eu tenho minhas memorias de volta, e meus poderes também. Então não me provoca. 

— O que vai fazer? – ele perguntou rindo.

— Só vou esperar que a cura funcione para você. Porque se não funcionar, Sam não vai ter coragem de quebrar seu pescoço lindo. Então, eu posso fazer a mesma coisa que você fez comigo. 

— Oh, querida. Você achou mesmo que fossemos ter um casamento cor de rosa? – Dean perguntou fazendo bico. – Isso quer dizer que não fez nada com a vida sem magica, que eu te dei? O Que? Aquele idiota com quem estava saindo acabou com você também?

— Na verdade, estamos muito bem. Ele até me pediu em casamento. 

— Uma pena que você ainda seja casada, não é mesmo? – Dean riu. 

— Nada que eu não possa resolver facilmente. – devolvi o sorriso sínico. 

— Então, o que está fazendo aqui com seu “marido” que não pode e nem quer ser salvo. – Dean me olhou friamente. – Deveria estar com seu namoradinho. 

— Apesar de você ser um babaca, faço isso pelo Sam. 

— Idiotice. – Dean riu irônico. 

E quando ele ia dizer mais um de seus cruéis pensamentos, Sam entrou no carro. E antes de dar partida, olhou para todos os lados do Impala. 

— Isso aqui está imundo.

— É só um carro, Sam. – Dean disse dando de ombros.

— É só um carro? – eu e Sam soltamos surpresos. 

Realmente o Dean estava mais sombrio que imaginávamos. Aquele carro era tudo para o Dean. Mal dava para acreditar que algo assim sairia da boca de Dean Winchester.

— Você foi mesmo pro lado sombrio. – Sam disse.

— Você não faz ideia. – sussurrou Dean. 

— Sabe de uma coisa, Dean? Eu vi o que aconteceu lá. Você poderia ter matado o cara, mas não matou. Você teve misericórdia dele.   – Sam olhou para seu irmão. 

— Chama aquilo de misericórdia? – Dean perguntou com um sorriso. – Imagine passar sua vida inteira caçando o cara que esfaqueou seu pai. Quando você finalmente o encontra, ele te chicoteia como a um cão. Como você acha que ele se sente? Aquele garoto vai passar a vida inteira sabendo que teve sua chance e que não pôde me derrotar. Isso não é misericórdia. Isso é a pior coisa que eu poderia ter feito a ele. – o olhei pelo espelho retrovisor. – E o que eu vou fazer com vocês dois, também não vai ser misericórdia. 

Aquele não era de longe o Dean que eu conhecia. Ele tinha se perdido, e se tornou aquilo que ele caçava. E eu senti meu coração se apertar dentro do peito. Por mais que estivesse com raiva dele, não queria que nada de mal acontecesse com ele.  Eu estava confusa com tudo que estava acontecendo. 

---

Horas mais tarde...

Estava me sentindo exausta, tinha sido muita informação em menos de três dias. Eu tive que lidar com o fato do Dean ter apagado minha memória, e eu ter vivido por três anos achando que eu era apenas uma professora. E agora tinha que lidar com o fato do Dean ter se tornado um demônio. 

Quando chegamos ao bunker, Sam levou o Dean para um quarto isolado, e eu fui direto para o banheiro. Precisava de um banho.  E a cada gota de água quente que caia em minha pele, me revigorava. 

Se eu quisesse encarar o que Sam tinha em mente para trazer o Dean de volta, eu teria que estar preparada para tudo.  

---

Quando subi os dois degraus que dava para uma das salas do Bunker. Encontrei Sam, pegando uma pequena caixa de dentro de sua mala. 

— Conseguiu alguma coisa? – perguntei. 

Sam me olhou, e tinha um sorriso triste em seu rosto. E eu não estava tão longe disso. Eu poderia estar pior. 

— Sim. Mas acho que não vai querer ver. 

— Sam, você me chamou para encontrar o Dean. Agora eu quero ficar até a cura. 

— Tem certeza? – Sam me olhou com expressão preocupada. 

— Tenho. Digamos que vai ser bom extravasar toda a raiva. – esforcei um sorriso, e fui em direção à sala isolada. 

Sam rapidamente afastou prateleiras de caixas, revelando um Dean nada contente, amarrado em uma cadeira no centro de uma chave de Salomão. 

— Sério? – Dean perguntou ao nos ver. 

— Para o que quer que sirva, eu sei o seu tipo de sangue. – Sam respondeu parando de frente para o irmão. 

Apoiei-me em na parede de frente para o Dean, enquanto Sam começou a preparar as seringas com sangue.

— Eu sei que acha que vai me curar, mas já pensou que talvez eu não queira ser curado? Só me deixe viver minha vida. Não vou incomodá-lo. O que te interessa? 

— O que me interessa? – Sam perguntou. – Tudo!

— Acha que eu vou ficar aqui sentado como Crowley, chorando enquanto você me droga? – Dean perguntou o interrompendo. – Foda-se isso. Eu não quero isso! 

Soltei um riso irônico.

— E você o que quer aqui? – Dean me olhou igualmente irônico. – Acho que ficou claro que não te queria mais na minha vida. 

— Eu não estou aqui por você. – cruzei os braços. – Estou aqui pelo Sam. E porque estou doida para quebrar seu lindo pescoço. 

— Certo. – Dean riu e então tornou a olhar para o irmão. – Sam, você nem mesmo sabe se isso funciona. Quer saber, tem muito mais do que sangue de demônio correndo aqui dentro de mim. 

— A Marca de Caim. – respondi. 

— Está por dentro das coisas. – ele riu. 

— Culpe às vinte quatro horas dentro de um carro, com o Sam, pra te salvar. Idiota! – bufei.

— Galera... Vocês sabem que eu odeio injeção. – Dean disse ao ver seu irmão com uma seringa nas mãos. 

— E nós odiamos demônios. – Sam respondeu se aproximando.



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