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História Bruxas e Caçadores III - Soul Survivor


Escrita por: ackleholicbr

Capítulo 4 - Soul Survivor


#Prue

Os olhos de Dean estavam completamente pretos. Ele reagia como um animal, cada vez que Sam lhe injetava sangue.

Dean ergueu os olhos, e me encarou. 

— Você só vai ficar ai olhando?

— Não. Só estou esperando pra ver se vai dar certo. Se não, vou ter o prazer de acabar com seu sorriso sínico com o meu jeito.

Eu sentia meu coração se apertando dentro do peito. Eu não queria dizer nada disso para o Dean, que eu conhecia. Mas eu queria dizer cada palavra do que eu disse, para essa versão demoníaca do Dean.

Eu só rezava para que essa cura do Sam realmente conseguisse trazer o Dean de volta. E depois resolveríamos a questão da marca.

Sério que estou me colocando no meio? Nem sei como as coisas vão acontecer!

Então, voltei à realidade, com Sam gritando...

— Você poderia facilitar as coisas para si mesmo. – Sam se aproximou do irmão, com mais uma seringa. – Nós temos mais um monte dessas pela frente.

Dean começou a se sacudir na cadeira, a rugir e a gemer de dor. Aquilo quebrou mais ainda meu coração. O que eu não sabia que era possível. Uma vez que eu estava com muita raiva do Dean.

Tentei me aproximar do cara que ainda era meu marido e que mexia comigo. Mas Sam me impediu.

— Não. Ainda não. – dito isso, Sam tornou a se aproximar do irmão.

Dessa vez, Dean não agiu como um animal feroz, quando Sam injetou mais sangue nele. Dean respirava completamente ofegante e aquilo estava começando a me preocupar de verdade.

— Até onde vocês sabem, isso pode estar me matando. – Dean disse erguendo os olhos em minha direção.

Não! Afastei esses pensamentos da minha cabeça. Apesar de tudo, não queria um mudo sem o Dean Winchester.

— Ou... Você pode estar só me provocando. – Sam disse se aproximando. – De qualquer maneira, a tradição não diz nada sobre exceções para a cura. 

— "A tradição." – Dean repetiu sorrindo. – Caçadores... Homens das Letras. Isso tudo é um monte de porcaria.

Sam e eu nos olhamos, ficando no mais completo silencio. Sabíamos o que o Dean queria, e não queríamos dar isso a ele. 

— Não vão responder? – Dean gritou.

— Quer que a gente discuta com você? – Sam perguntou fazendo pouco caso. – Nem é com você mesmo que estamos falando. 

— É comigo que estão falando, sim. Com o novo eu. O eu que vê as coisas como elas realmente são. – Dean respondeu sorrindo. – Winchesters, os benfeitores, lutando contra a ordem natural. 

— Ordem natural? – perguntei indignada.

— Deixe-me te dizer uma coisa, esposa. Caras como eu, são a ordem natural. – ele disse como se caras como ele, agora fosse algo maravilhoso. – É assim que tem que ser. 

— Não com a gente por perto. – dei de ombros.

— Não sejam tão convencidos.. Há muito tempo pedi para que apagassem sua memória.  E devia ter continuado assim. – Dean sorriu sínico. – E quanto ao Sammy? No meu ponto de vista, vejo que não há muita diferença entre o que eu me tornei e o que ele já é. 

— E o que isso significa? – Sam perguntou se aproximando. 

— Sei o que você fez quando esteve me procurando. Sei até onde chegou. Crowley me contou tudo. – Dean respondeu. – Então, eu te pergunto... Quem de nós é o verdadeiro monstro? 

Mas o que o Dean estava falando?

— Do que ele está falando, Sam? – perguntei para meu amigo.

Dean sorriu ao ver minha cara de espanto. E continuou provocando o irmão deliberadamente, enquanto me olhava com sorriso irônico.

— Você procurou pistas de Crowley e de mim com qualquer demônio em que pudesse por as mãos. Mas Crowley não queria ser encontrado e ninguém apareceu quando você os invocou. Mas você deu um jeitinho, não é, Sammy?

Sam continuava calado, o que na minha experiência e conhecimento dos Winchester. O Sam tinha realmente feito o que o Dean estava falando. E o ciclo continuava, ambos os irmãos faziam de tudo para manter um ao outro a salvo. Antigamente eu costumava fazer a mesma coisa. Antes de o Dean ter feito com que apagassem minha memoria.

— Você bem que poderia ter chegado lá antes do pacto ser fechado, mas não deu a mínima para o coitado do Lester, não foi? – Dean olhou para o irmão. – Só para você saber, eu mesmo matei o Lester. E a mulher dele casou com o cara tatuado. 

— Eu nunca tive a intenção... – Sam sussurrou parecendo voltar a si. 

— Quem se importa com suas intenções? – Dean perguntou com deboche. – A linha que achávamos ser tão clara entre nós e as coisas que caçávamos não é mais tão clara assim, certo? 

— Dean... – disse em um tom de reprovação, ele estava indo longe demais. Mas ele continuou...

— Nossa, você talvez seja pior do que eu, Sammy. Você pegou um cara no seu pior momento e o usou... E isso custou à vida e a alma dele. Belo trabalho. – Dean riu.

Eu não estava mais aguentado tanta provocação.  A parte demônio do Dean, estava conseguindo mexer com a cabeça do Sam. Então pela primeira vez, usei meus poderes nele. Empurrei sua cadeira até a parede com toda a força. E a única coisa que eu consegui, foi que o Dean risse irônico. Sam se aproximou do irmão, e injetou mais sangue em seu pescoço.

— Deixe-me perguntar uma coisa, P. – Dean disse depois de alguns segundos se recuperando. – Se isto não funcionar, sabemos o que você precisarão fazer comigo, não é? – me olhou com fúria, e começou a gritar – VAI TER ESTOMAGO PARA ISSO COMIGO, QUERIDA ESPOSA?

— Eu já usei meus poderes não é? – sustentei seu olhar. – Então pode apostar que sim.

Dito isso, sai daquela sala. Estava completamente perdida, e me sentindo mal. Eu tinha usado minha magia na pessoa que eu jurei nunca usar. Eu só tinha que me lembrar de que aquele não era o Dean. Era um demônio.

— Está tudo bem? – Sam tocou meu ombro.

— Está. Só precisei de ar.

— Olha, sobre o que você escutou lá dentro...

— Sammy, está tudo bem. – esforcei um sorriso. – Ele está bem?

Sam não me respondeu.

— Tenho que ligar para o Cass.

Um dos cumplices do Dean, para tirar minha memória. Mas isso pouco importava agora. Mas estava chateada com ele, não negaria isso. Sam pegou o seu celular e rapidamente discou o numero de Castiel.

Cas, você ainda vem... Não, não muito bem. – Sam disse me olhando. – Não está sendo como foi com o Crowley. Dean está sofrendo. Está sofrendo muito. Parece que mal está se aguentando. – suspirou profundamente antes de falar. – Cas... Talvez eu o esteja matando. 

E foi ai que meu coração parou por um minuto. Nós estávamos matando o Dean.

Cas, não ouviu o que eu disse? Eu posso estar matando meu irmão. – Sam disse um pouco desesperado. – Sim, está bem. Deixarei a porta destrancada para você. Apresse-se. – desligou a ligação, e me olhou. – Vamos continuar. 

Quando voltamos para sala, meu coração parou de novo. Dean estava desacordado na cadeira. Sam correu na direção do irmão e lhe deu um tapa no rosto. Eu ainda estava me recompondo do susto. Então, respirei fundo e me aproximei do cara que tinha sido uma parte do meu mundo. Abaixei-me na sua frente, rezando para que ele estivesse vivo, e então senti sua pulsação. Alivio correu pelas veias do meu corpo.

— Calma! Ele só desmaiou. – foi minha vez de puxar uma longa respiração. – Dean, você está bem?

Dean balançou a cabeça, parecia extremamente exausto. 

— Se você acha que "bem" é nadar em suor enquanto seu sangue ferve, então estou bem. – sussurrou em resposta. 

— Vamos continuar. – Sam se aproximou.

— Porque não para com isso? – Dean o olhou.

— Não posso parar. – Sam respondeu, e me olhou.

— Claro que pode, basta parar. – Dean respondeu enquanto respirava ofegante. – Não tem por que tentar trazer seu irmão de volta. 

— Eu vou trazê-lo de volta.

— Na verdade, seu irmão cheio de culpa, que carrega o peso do mundo nas costas, está desaparecido há algum tempo. Mas estou adorando o novo modelo. – Dean abriu um enorme sorriso. – Um Dean pior do que nunca. – então, me olhou como se pudesse me cortar em um milhão de pequenos e dolorosos pedaços.

— Certo. – Sam respondeu sem dar à mínima. 

— Percebeu que tentei ficar o mais longe possível de vocês? Longe de suas choradeiras e suas reclamações. Preferi o Rei do Inferno a você, Sammy. Talvez eu apenas tenha cansado de ser babá, ou de ter que salvar sua pele sempre. – Dean disse de uma maneira muito cruel. – Ou talvez seja o fato de que minha mãe ainda estaria viva se não fosse por você. Que a sua mera existência acabou com a minha vida. 

— Não é o meu irmão quem está falando. – Sam respondeu. 

— Você nunca teve um irmão. Apenas uma desculpa para não lutar. – Dean respondeu raivosamente. – Mas quer saber? Eu me demito. 

— Não se demite, não. Você não tem o luxo de desistir. – Sam disse entre dentes. – Não desistimos, nesta família. Esta família é tudo o que temos! 

— Bem, então não temos nada. – rebateu Dean. 

— Já chega! – gritei, e agora fui eu que me aproximei com uma seringa.

— É assim que vai querer lutar, agora? – Dean perguntou

Sam injetou mais sangue em Dean, o fazendo gemer de dor. E segurando as lagrimas que estavam prestes a cair pelo meu rosto, sai mais rápido que consegui da sala. Eu precisava me afastar um pouco daquilo tudo. Na verdade queria ir para o quarto que o Sam tinha levado minhas coisas. Queria ligar para minhas irmãs, precisava delas. Mas como aquele lugar era um verdadeiro labirinto, acabei errando meu quarto e fui parar no quarto do Dean. Aquele lugar era totalmente a cara dele, parecia que até o cheiro do lugar tinha a ver com ele.

A primeira coisa que eu vi no quarto, foi revistas de pornografia asiáticas, antiga jogadas no sofá. Sobre um dos cômodos e um monte de livros e anotações espelhados pelo quarto. E perto do notebook tinha algumas fotos. Peguei o pequeno bolo de fotos e fui passando uma a uma. Tinha uma dele quando criança com a mãe dele, uma com o irmão. Essa eu tinha tirado em um dos casos que pegamos. Tinha outra com meu tio Bobby. Tinha uma dos dois com o Castiel. Tinha a foto que o meu tio tinha nos feito tirar, um pouco antes de irmos impedir Lúcifer.

Só de lembrar isso, fui direto para o dia do enterro do meu tio. Tudo foi feito tão normal pelo meu pai, que não deu pra desconfiar. Ele tinha me dito que meu tio havia morrido de causas naturais. Mas agora que tenho minha verdadeira memoria de volta, sei que foi muito mais que isso. Mas perguntaria isso ao Sam, outra hora.

Quando fui guardar o bolo de fotos, notei que tinha outra foto, dentro de um livro. Na verdade dentro do diário do John. Puxei a foto, e meu coração disparou. Era uma foto minha com o Dean. Essa foto era uma das que eu mais amava. Era a foto que tínhamos tirado em uma viagem, logo depois de nos casarmos. E isso foi o bastante para que todas as minhas lágrimas caíssem.

— Prue você está... – Sam parou falar ao notar que eu estava chorando. E então olhou par aminhas mãos. – Ele guardou essa foto por todo esse tempo. Ele não tem ideia que eu sei disso, mas no dia que ele fez o que fez, eu vi essa foto dentro das coisas dele.

— Sam, eu...

— Eu sei que você ainda está magoada com o que ele fez. Você está no limite com o Dean, pelo o que ele te fez. Acho que te deixou distante de como vocês...

— Eu lembro muito bem de como a gente era. Mas agora, eu gostaria de perder minha memoria de novo.

— Não vá por ai. Se tem uma coisa que eu sei, por mais que o meu irmão tentasse mentir pra mim. É que ele te amava.

— Ele mudou minhas memorias, Sam. – me levantei da cama.

— Acredite em mim, quando eu digo que o Dean fez isso, para que você e suas irmãs estivessem vivas. E que você não o odiasse.

— Adivinha?! Não deu certo.

Foi então que escutamos um barulho. Olhei para o Sam, e apenas uma coisa passou por nossa cabeça. Dean tinha conseguido se soltar. Como? Não tinha ideia. Sam e eu nos separamos, e cada um foi para um lado do bunker. Era como caçar um rato em um labirinto.

— Sammy? Qual é Sammy! Vamos tomar uma cerveja, falar sobre isso. Estou cansado de brincar. Vamos acabar com esse jogo! – escutei a voz irônica de Dean.

Eu deveria estar mais perto dele, do que o Sam.  O que era bom, eu tinha uma vantagem. Meus poderes. Mas infelizmente, eu estava errada. Porque quando encontrei o Dean, ele estava prestes a atacar o Sam. Então, eu vi seus olhos ficarem pretos, quando Sam colocou a faca que mata demônios em seu pescoço. Ainda sentia calafrios, ao ver esses olhos demoníacos no Dean, e seu sorriso irônico.

— Vai me matar como prometeu amor? – Dean riu irônico, quando entrei na frente do Sam. Mas não podia deixar que ele machucasse o próprio irmão. – Vai ter coragem de usar seus poderes em mim? De novo?

— Você sabe que sim. – o que encarei. – Mas não vou precisar.

O rosto de Dean demonstrou confusão, mas logo foi tomado por surpresa quando Castiel o prendeu. 

— Acabou! – Cass gritou. – Dean, acabou! 

 



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