História (BTS) A Garota do Diário - Jimin - A Casa Dele

Não esperei que algo realmente mudasse dali em diante. Naquele dia. Mas eu queria que de alguma forma as coisas não continuassem daquele jeito. Eu estava em um pátio, e Yoongi parado na minha frente. Respirei fundo e contei até três... Eu estava prestes a ouvir algo de seus lábios que jamais lembrarei. E naquela visão eu não me lembrava de tudo, mas sabia que tinha um enorme carinho por ele. Havia algo com Yoongi. Era como se eu o conhecesse a vida inteira. Yoongi estava cabisbaixo e não dizia nada. Me aproximei e o incentivei a dizer algo. Ele abriu os lábios para dizer. Mas eu nunca soube quais foram aquelas palavras, sua boca se moveu sem qualquer som saindo de seus lábios, e voltei a mim no mesmo instante.
Jimin me chamava, preocupado, mas de certa forma ele sabia o que havia acabado de acontecer. Yoongi estava nervoso, chamando meu nome pelo lado oposto. Aparentemente largaram a briga infantil quando cai no chão gritando de dor. A enfermeira felizmente não viu isso.
“Vou chamar ajuda.” Disse Yoongi.
Eu agarrei sua camisa forte e o impedi de ir. A enfermeira não estava aqui e eu não deixaria que Yoongi estragasse meu dia me prendendo nessa sala médica de dar calafrios.
“Não precisa, ela me deu um passe para Jimin me levar ao médico.” Respondi.
“Eu levo você.” Ele disse.
Jimin bufou e na mesma hora pegou minha mochila e a sua. Jogou uma em cada ombro e em seguida me ergueu no colo como uma princesa – ou uma noiva. Eu puxei ar com força devido ao susto e me agarrei em seu pescoço na pressa. Sem dizer uma única palavra ele foi me levando para longe dali. Yoongi não pode protestar.
“O que está fazendo?” Perguntei quando alcançamos o final do corredor.
“Sequestrando você. De outra forma Yoongi não te deixaria ir.”
Me aquietei. Ele estava certo. Além disso eu precisei notar sua força por me erguer daquela forma. Jimin não parecia estar tendo dificuldades com meu peso. Nem mesmo oscilava ou perdia o equilíbrio. Tudo bem que eu não era miss gordura ou tão alta para ser pesada. Mas ainda sim era surpreendente. Ele apenas me colocou sobre o chão quando saímos da escola. Foi quando aproveitei e perguntei.
“Não precisa me levar para o hospital. Estou bem. Obrigada por me tirar da escola. Mas acho melhor ir para casa.”
“Seus pais estão em casa?” Ele perguntou. Pareceu nem ouvir o que eu acabei de dizer.
“Não, trabalhando. Só chegam mais tarde.” 
“Então você vai dormir lá em casa.” Ele respondeu. Engoli em seco e disfarcei sentindo meu rosto arder. Meu coração batia mais rápido do que as asas de um beija-flor.
Tentei negar mas no instante seguinte Jimin começou a andar e me puxar pela mão. A forma gentil com que ele me tocava era surpreendente. Eu não podia acreditar que aquele garoto que eu tanto odiava estaria agora me levando com carinho de mãos dadas na rua. Não... Pior do que isso. Jimin parecia ser tão bruto... Quando ele me tocava dessa forma meu corpo inteiro se arrepiava.
“Jimin...” Sussurrei seu nome. Pelo canto do olho captei seu sorriso.
Ele não respondeu. E uma parte de mim não queria protestar por estarmos indo até sua casa. Seríamos só nós dois. É claro que sim, Jimin era quem morava sozinho com a irmã mais velha. Mas ela não estava em casa já que fazia plantão no hospital a cada dois dias. Eu tinha quase certeza de que hoje seria um desses dias. Pelo menos eu torcia para que fosse.
Por Deus que mente suja! O que eu estava pensando afinal? Mesmo que o corpo de Jimin não saísse de minha cabeça eu deveria ter auto controle.
Mas quando chegamos em sua casa, ou melhor apartamento, eu não conseguia mais conter o sorriso. Tive que abaixar a cabeça e fingir estar tossindo para fazer de conta que eu não estava assim tão interessada. Ah, pera lá! Não podia entregar o jogo ainda.
“Vem, você precisa descansar.” Jimin me guiou até seu quarto.
Eu me assustei, era até bem arrumadinho para o quarto de um garoto. Eu não vi revistas porno ou DVDs. Em meu antigo conceito estava completamente errada sobre Jimin. Ele me deu espaço para ficcar confortável e foi até a cozinha. Nesse momento dei uns tapinhas em meu rosto e disse em voz alta para mim mesma.
“Controle-se, controle-se...”
Não é como se eu esperasse que ele avançasse em cima de mim... Mas achei uma boa ideia tirar os sapatos, abrir um pouco a blusa e soltar o cabelo. Me deitei sobre a cama de Jimin e enfiei a cara em seu travesseiro, não querendo ser stalker ou psicótica, mas ele tinha um cheiro bom. Perfume masculino, sabonete e um pouco de sua essência própria. Eu poderia me viciar nisso. Foi quando estava ali, deitada de bunda pra cima com a cara em seu travesseiro, que a pior coisa aconteceu. Jimin abriu a porta e eu ouvi sua voz. 
“Yui?” Ele perguntou. “O que está fazendo?”
Meu deus... Eu só queria morrer.