História BTS: Camera Prive - Valerius Dul

Jimin, com o cabelo laranja, e Hyuna, com o cabelo rosa, estavam sentados tomando chá e comendo bolinhos no melhor estilo inglês. A garota abriu o Instagram e entrou no Brilliant Life.

— Jimin, olha só! — exclamou empolgada. — Quase 30 mil seguidores no nosso feed!

— Gente, é isso mesmo?! — Jimin se empolgou.

Os dois ficaram bastante animados e decidiram fazer uma sessão de fotos especial para comemorar. Ao discutirem sobre o conceito, chegaram à conclusão de que seria a nobreza do século 18. Ao pensarem no cenário, Jimin logo sugeriu que fossem para a mansão abandonada. Hyuna arregalou os olhos.

— Mas dizem que é mal assombrada, Jiminnie.

— Oxi, melhor ainda se for, já pensou se sair algum fantasma nas fotos? Vai ser um sucesso tremendo.

A garota pensou um pouco e riu.

— Vai mesmo. — concordou animada.

Compraram fantasias de rei e rainha e foram para a mansão.

***

Chegaram, ainda era dia. Entraram e exploraram tudo, tirando várias fotos. Encontraram um guarda-roupa e, vasculhando-o, viram que havia trajes ali que serviam neles. Eram verdadeiras roupas da nobreza, não fantasias caricatas de monarcas. Vestiram e ficaram lindos. Tiraram tantas fotos que nem perceberam quando começou a escurecer.

Ali embaixo, no porão, uma criatura loira que estava adormecida em cima de um piano de repente abriu os olhos. Sorriu de modo assustador, exibindo presas vampirescas.

Jimin e Hyuna se separaram para tirar fotos dos objetos que mais lhe chamaram a atenção. O garoto andou pelos corredores fotografando os quadros que estavam nas paredes. Entrou em um quarto. Havia ali uma poltrona daqueles modelos antigos muito chiques. Ligou o flash da câmera do Iphone e a iluminou para fotografá-la.

— Cara, eu preciso de uma dessa lá em casa. Será que ainda fabricam esse modelo? — murmurou.

— A modernidade não tem a elegância dos tempos antigos, não é? — disse uma voz grave e suave.

Jimin levou susto, quase deixando seu celular cair, e se virou depressa. Viu um garoto loiro parado na porta, segurando um castiçal com três velas acesas.

— Ah é, pois é né. — disse assustado. — Bom, acho que já vou. — passou pelo garoto. — A minha amiga tá me esperando. — sorriu sem graça.

Andou depressa pelo corredor e ao chegar na escada, pronto para descê-la, sentiu algo frio perto de seu corpo.

— Acho que não... — ouviu uma risadinha.

O garoto loiro tapou-lhe a boca e o puxou brutalmente pelo corredor.

Hyuna estava na sala de entrada, admirando um quadro de duas garotas que havia ali. Ligou o flash de seu celular para poder ver melhor, uma vez que o ambiente começava a ficar escuro.

— São Tiffany e Taeyeon. — ouviu uma bela voz masculina dizer logo atrás de si. Virou-se assustada e viu um garoto loiro segurando um castiçal.

Olhou-o de cima a baixo e deu um sorriso que denunciava tê-lo achado muito gato. O garoto se aproximou e olhou o quadro.

— Elas viveram aqui no século 19. Eram amantes.

— Pensei que fossem irmãs.

O garoto sorriu.

— Se uma delas fosse homem pensaria o quê?

Hyuna pensou um pouco.

— Que eram um casal.

O garoto passou a mão em seu rosto.

— Então reveja seus conceitos. — piscou.

Hyuna quase morreu com essa piscada.

— Você está aqui há muito tempo?

O garoto assentiu.

— Há muito tempo...

— Quando eu e o meu amigo chegamos você não estava aqui.

O garoto deu um sorriso misterioso.

— Ou assim vocês pensaram. — estendeu a mão. — Venha.

Hyuna não pegou de imediato.

— Pra onde?

— Você ainda não explorou todos os lugares desta casa. — disse em um tom convidativo.

A garota, então, pegou na mão dele, que subiu com elas as escadas pacientemente. Entraram em um quarto que ficava num dos últimos andares. Acima dele, na verdade, só havia o sótão.

Hyuna se aproximou da janela e olhou lá fora. O garoto loiro chegou perto dela.

— Desculpa, mas você ainda não me disse o seu nome. — ela disse.

— Perdoe-me. Meu nome é Mortimer.

— Mortimer... — pensou um pouco. — Esse nome é bem exótico. — sorriu. — Meu nome é Hyuna.

— Hyuna... — ele repetiu, saboreando cada letra. — Bem vinda, Hyuna. — sorriu de modo meio maligno.

A garota, claro, achou sexy. Porém, ao olhar as horas em seu celular, constatou que já estava tarde.

— Tenho que ir agora, meu amigo está me esperando e...

O garoto entrou em sua frente, impedindo que ela continuasse a andar.

— Ele não está com pressa. — disse.

Mãos acorrentadas para cima foram mostradas, em seguida desceu-se para o corpo. Jimin estava acorrentado e amordaçado. Estava inconsciente, porém logo abriu os olhos e fez uma expressão assustada. Contorceu-se na esperança de se libertar, mas foi em vão.

Hyuna acendeu novamente o flash de seu celular.

— Vou procurar por ele então. — disse gentilmente à Mortimer, que cobriu os olhos com uma mão e com a outra abaixou a mão da garota, afastando a luz de si.

— A única luz de que precisamos é esta. — pegou o castiçal na cômoda e o apontou para Hyuna, que riu.

— Não, não. O flash do celular ilumina muito mais.

— A luz das velas é muito mais elegante.

— Mas dá pra ver muito melhor com o flash.

— Shhh. — Mortimer colocou um dedo em seus lábios. — Vamos usar as velas.

Hyuna ficou quieta, imaginou que ele fosse um desses tradicionalistas teimosos. Desligou o flash de seu celular.

— Você vai comigo procurar o Jimin?

— Claro. — o sorriso dele já era meio assustador demais para o gosto dela.

— Bem, então vamos. — disse, meio receosa.

Ambos desceram as escadas pacientemente, embora a garota estivesse com uma certa pressa.

Jimin se debatia desesperadamente tentando se soltar. O ambiente estava escuro e ele não conseguia sequer ver onde estava. Queria gritar, mas a mordaça em sua boca o impedia.

Mortimer e Hyuna entraram em vários cômodos e Jimin não estava em nenhum deles. A frieza do garoto loiro começou a fazê-la desconfiar de que talvez ele soubesse mais do que dizia. Ele então a levou para o mesmo quarto o qual a levara pela primeira vez e lhe entregou o castiçal.

— Me espere aqui.

— Aonde você vai? — Hyuna já estava começando a se desesperar.

O garoto piscou pra ela e desapareceu na escuridão.

— Leva o castiçal, no escuro você pode acabar caindo da escada! — gritou, mas não ouviu nenhum som que evidenciasse um acidente.

Jimin continuava se debatendo até que ouviu o som da porta sendo aberta no chute. Se assustou. Viu o garoto loiro entrando com um castiçal em cada mão, ambos de três velas, e os colocou nos cantos do aposento. O ambiente se iluminou e Jimin pôde ver que ali no centro havia um piano.

O garoto loiro tirou de sua roupa uma espada afiada e Jimin arregalou os olhos em pânico. Chegou perto e cheirou seu pescoço de modo meio erótico, ou assim poderia ser interpretado, e rasgou sua camisa com a espada em um golpe rápido e brutal, fazendo-o gritar e fechar os olhos. O grito, claro, foi abafado pela mordaça.

Com o susto do garoto de cabelo laranja, Mortimer riu cinicamente. Abriu a camisa rasgada, mostrando o belo abdômen do rapaz acorrentado. Encostou a espada em seu peito e sussurrou em seu ouvido:

— Você gosta de ver sangue escorrendo, não é Velkan? — riu.

O garoto tremia de medo.

— Eu também aprecio muito... — continuou, enquanto descia a espada na pele de Jimin, rasgando-a.

O sangue escorreu e Mortimer, em um movimento rápido, se ajoelhou perante o garoto machucado e passou a língua em seu sangue, começando no umbigo e subindo lentamente até seu peito, onde começara o corte. Sorriu malignamente com a boca toda vermelha, exibindo suas presas.

[O público vibrou com a cena acima]

Hyuna estava impaciente já. Esperava pelo garoto estranho e nada dele aparecer. O belo vestido vermelho começava a incomodá-la e tudo que queria era tirá-lo e vestir sua própria roupa. Resolveu descer para se trocar e, ao chegar na porta do quarto, se deparou com Mortimer, que exibia um sorriso sujo de sangue e...

A garota piscou várias vezes para se certificar de que havia enxergado direito.

...presas de vampiro.

Gritou.

O garoto loiro começou a empurrá-la e, ao chegar perto da cama, empurrou-a com força, fazendo-a cair naqueles belos lençóis de seda branca.

Jimin se debatia com ainda mais desespero. O sangue escorria em seu peito e ele lutava para que lágrimas não escorressem de seus olhos. Já visualizava seu fim e estava prestes a perder as esperanças quando a porta se abriu suavemente. Fechou os olhos com medo, esperava que fosse agora o golpe final.

E ele veio.

Porém não em Jimin e sim nas correntes que o prendiam.

Abriu os olhos e viu um garoto de cabelos pretos trajando um sobretudo e um chapéu também pretos com a espada de Mortimer em suas mãos. O garoto em seguida tirou-lhe a mordaça.

— Meu nome é Andreas. Sou caçador de vampiros.

Mortimer estava em cima de Hyuna, segurando forte seus braços enquanto a agarrava.

— Vamos terminar o que começamos, Anna... — disse em meio a arfadas.

A garota continuava gritando e tentando empurrá-lo, mas ele era bem mais forte que ela, tornando seus esforços inúteis.

O vampiro chupou-lhe o pescoço, roçando ali suas presas, arranhando-lhe a pele.

— Socorro! — ela gritou.

A porta foi aberta no chute e Jimin, com a camisa rasgada e o peito sangrando, entrou depressa com uma espada em mãos e tentou enfiá-la nas costas de Mortimer, que rapidamente se virou e deu um forte tapa em sua mão, fazendo a espada voar longe. Empurrou-o, fazendo-o bater na parede e foi pra cima dele, enforcando-o. Ria cinicamente.

— Não dessa vez, Velkan.

 Porém Andreas veio para o seu lado com uma estaca e o vampiro correu para a janela, se jogando.

Tanto Hyuna quanto Jimin levaram susto ao ver que ele pulou de uma altura daquela.

— Esse desgraçado continua vivo. Vamos. — disse Andreas, chamando-os.

Jimin, no entanto, estava machucado e Andreas mandou que ele esperasse lá. Relutantemente ele ficou no quarto.

O garoto do sobretudo entregou a espada para Hyuna, enquanto desciam rapidamente as escadas, e disse-lhe que, caso encontrasse o vampiro, que a enfiasse bem no coração do desgraçado.

— Depois que enfiar dá uma torcida, pra garantir. — instruiu.

A garota, que nem barata tinha coragem de matar, estava tomada por um grande ódio. Separou-se de Andreas, que foi para um lado munido de uma estaca, e foi para o outro, munida da espada. Como ainda estava usando o vestido vermelho, que lhe dificultava os passos, passou a espada nele sem dó alguma, rasgando-o e o tornando curto, facilitando seus movimentos.

Mortimer corria para o pântano.

— Esse desgraçado continua vivo mesmo depois de mais de 300 anos? — murmurou. — Como pode?

— Hey! — ouviu uma voz feminina gritar.

Virou-se e viu Anna, que na verdade era Hyuna, usando um vestido que, por havê-lo rasgado, estava curto, revelando suas belas pernas. Segurava a espada de Velkan e seu olhar era matador.

Mortimer a olhou de baixo para cima e seus olhos demonstraram desejo. Sorriu sensualmente.

— Você... — olhava-a admirado. — Eu sempre soube que você não era só uma garotinha burra que precisava desesperadamente dos cuidados do seu irmão idiota.

Hyuna começou a caminhar ameaçadoramente para perto do vampiro, que se afastava dela. Sentiu, porém, que havia pisado em lodo e olhou para trás. Viu que havia ali um rio. Voltou-se para Hyuna e seus olhos já demonstravam medo.

A garota continuava se aproximando e havia em seus olhos uma faísca mortífera. Apontou-lhe a espada.

— Eu posso te transformar. Podemos ficar juntos.

A garota continuava andando ameaçadoramente para seu lado.

— Desde o início meu plano era ficar com você. Eu sempre quis você.

Hyuna, no entanto, mantinha-se impassível.

— Nós não precisamos deles. Vamos ser apenas você e eu.

O olhar de Mortimer era de súplica e seu tom de voz era persuasivo. Hyuna chegou perto e encostou a espada em seu peito, no rumo de seu coração.

— Não me venha com essa história de amor. Você não sabe o que é amor. — começou, mantendo-o sob sua mira. — Uma pessoa que tenta forçar a outra jamais saberá o que é isso. — Mortimer a olhava com uma mistura de medo, desejo e admiração. — E aprenda uma coisa. — apertou a espada em seu peito. — Nunca, mas nunca mesmo maltrate uma garota!

Com essas palavras ela forçou a espada, que entrou de uma vez no peito do garoto, fazendo-o sangrar também pelos olhos, boca e nariz. Ele deu um sorriso cínico, que seria o seu último.

— Anna, você é uma grande mulher. — sussurrou com a voz fraca.

Hyuna deu-lhe um chute, fazendo-o cair dentro do rio, afundando rapidamente. Ajoelhou-se e disse, com um tom de nojo na voz:

— E você é um infeliz.

Caminhou de volta para a mansão. A lua brilhava forte lá em cima, iluminando todo o caminho. Entrou e foi para o quarto onde estava Jimin.

— Ele está morto, Jimin! Está morto! — correu para o amigo e o abraçou. — Agora temos que levar você pra um hospital. — disse, olhando para o grande corte em seu abdômen.

Ajudou-o a descer as escadas e sentou-o na poltrona da sala de entrada. Procurou por suas roupas e, quando as encontrou, vestiu a sua, entregando a de Jimin para ele. Ajudou-o a se vestir, depois de limpar-lhe o sangue.

— Onde está o Andreas? — Jimin perguntou.

— Ele saiu comigo pra procurar o vampiro, mas eu que acabei encontrando ele e... — pensou um pouco. — Não sei onde está o Andreas.

Pegaram suas coisas e Hyuna ajudou Jimin a caminhar até o carro. Ambos olharam para a mansão.

— Nunca, mas nunca mesmo a gente volta aqui. — o garoto disse.

Hyuna assentiu.

Antes de entrarem no veículo avistaram o garoto de sobretudo e chapéu preto caminhando em direção ao pântano. Ele olhou para eles e sorriu, em seguida olhou para a lua e um brilho lupino passou por seus olhos. Ao piscarem, Andreas sumiu.

Entraram e Hyuna ligou o carro.

— Sabe de uma coisa? — Jimin começou a dizer, olhando para as fotos que haviam tirado.

— O quê? — perguntou Hyuna.

— Essas fotos ficaram demais.

Logo o carro desapareceu na estrada. Dessa vez, porém, ninguém apareceu na janela da mansão.

Fim

Cast:
Kim Taehyung as Mortimer
Kim Hyuna as Anna Valerius/Hyuna
Park Jimin as Velkan Valerius/Jimin
Jung Hoseok as Andreas
Min Yoongi as Sheamus
Lee Chaerin as Marishka
Gayoon as garota que dança com Velkan
Alunos do Carmina Burana as dançarinos do baile
-Trabalho de Conclusão da Disciplina de Inglês-