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História BTS: Camera Prive - Iremeun Jungkook


Escrita por: knamjaworld

Capítulo 36 - Iremeun Jungkook


Fanfic / Fanfiction BTS: Camera Prive - Iremeun Jungkook

Após tomarem banho juntos, deitaram-se e Jimin afagou os cabelos de Taehyung até que ele adormecesse. Abraçou-o e não demorou a adormecer também.

Mas não por muito tempo.

Logo um vento gelado soprou-lhe a face e Jimin abriu os olhos. Sua visão ainda estava embaçada pelo sono, mas conseguiu ver a figura que estava parada ao pé da cama.

— Bonito hein, que bonito! Será que eu estou atrapalhando o casalzinho aí?!

Jimin pulou de susto e caiu da cama.

— Foi ele que quis! Ele que deu em cima de mim!

Jungkook riu.

Mas espera, ele não está morto?

— Socorro! Tem um fantasma aqui! Tae acorda! — Jimin entrou em pânico e tentou sacudir o garoto, mas era como se não conseguisse tocá-lo.

Viu que havia alguém dormindo ao lado dele e...

Seu coração parou.

Era o próprio Jimin!

— Eu tô morto! Eu tô morto! — começou a gritar e a correr pelo quarto.

Jungkook observava a cena com os braços cruzados, imóvel.

— Podemos pular a parte em que você surta e ir direto ao ponto? — disse meio entediado.

— Socorro! — Jimin gritava e chorava, querendo a todo custo abrir a porta do quarto, a qual não conseguia tocar.

Jungkook revirou os olhos, hábito que mantinha desde que estava vivo, e caminhou para perto de Jimin, que fechou os olhos e disse que ia chamar os Winchesters. Agachou-se e o encarou.

— Vem comigo, temos alguém pra salvar. — disse com um semblante mais sério do que seria normal para alguém de 15 anos.

— Eu não ando com fantasmas! — Jimin gritou e Jungkook bufou. — Quem é que temos que salvar?

— O Tae, é claro. — disse como se fosse óbvio.

— Como assim?

Jungkook se levantou e fez sinal com a cabeça para que Jimin o seguisse. O garoto hesitou por um momento, mas, ao olhar para Taehyung, acabou se levantando. Ao dar o primeiro passo, começou uma grande ventania e tudo ficou escuro.

— Socor... — o tapa que levou de Jungkook o interrompeu.

— Larga de ser mariquinha! — o garoto se irritou.

“Não acredito que apanhei de um fantasma!”, pensou Jimin, massageando a bochecha.

Logo começou a clarear e Jimin viu que os dois estavam no meio da rua. Havia um monte de gente em volta de alguma coisa e chegaram perto pra ver o que era.

— Meu deus!

Jimin arregalou os olhos ao ver que no meio daquele tanto de gente estava o Jungkook morto nos braços de Taehyung, que chorava e gritava, tentando acordá-lo. Sangue jorrava por todos os lados.

— É tarde demais... — disse Jungkook, olhando meio triste para o próprio corpo. — Droga, eu não queria morrer!

Logo chegou a ambulância e Jimin viu que antes de ser arrancado de perto do Jungkook, Taehyung passou a mão na barriga dele e sussurrou “Junghyung, eu te amo”.

Uma nova ventania começou e novamente tudo escureceu. Jimin estava tão chocado que ficou mudo. Ao clarear, notou que estavam naquele mesmo quarto de onde partiram, porém Taehyung estava sozinho e chorava sentado num dos cantos. Jimin chegou perto e ficou olhando pra ele com o coração apertado.

— Ele está de luto. — disse Jungkook.

De repente Taehyung se levantou e começou a jogar tudo pro alto, procurando alguma coisa.

— O que ele quer? — perguntou Jimin.

— Você vai ver.

O garoto encontrou uma seringa velha cheia de um líquido avermelhado embaixo do guarda roupa.

— O que é isso? — Jimin temia pela resposta.

— Krokodil.

Taehyung se sentou no mesmo lugar e encarou a seringa com lágrimas nos olhos. Estava pálido e com olheiras. E despenteado também, mas Jimin não era insensível o bastante pra reparar, ou era?

— Ele não vai injetar isso, né?

— Vai. — Jimin olhou assustado para Jungkook. — A menos que você o impeça.

— Mas como eu vou fazer isso se nem consigo tocar as coisas?!

Taehyung enfiou a agulha em seu braço e Jimin se desesperou.

— Se você realmente o ama, vai saber o que fazer. — respondeu Jungkook, de braços cruzados.

Taehyung fechou os olhos e estava prestes a apertar o terrível líquido para dentro do corpo quando Jimin subitamente correu para perto dele e começou a gritar.

— Não faz isso! Não faz!

O ruivo tentava sacudi-lo, dar tapas, puxar-lhe o cabelo, qualquer coisa que pudesse chamar a atenção dele, mas tudo em vão.

— Tae, não faz isso! Você tem que ir em busca dos seus sonhos! — Jimin começou a chorar.

Continuou gritando e tentando chamar a atenção de Taehyung.

— Tae! — Jimin abraçou-o e o garoto tirou a seringa de seu braço, deixando-a cair.

Jungkook chegou perto deles e disse ainda de braços cruzados:

— Lembra que o Tae disse a você que não se matou porque uma voz gritava a ele que não fizesse isso?

Jimin assentiu, tentando se recuperar do susto.

— Era a sua voz.

Aquilo soou para Jimin como um tapa. “Como assim?”, foi o que conseguiu pensar.

— Vamos. — chamou Jungkook.

Logo veio a ventania e a escuridão. Voltou a clarear e Jimin viu Taehyung sentando no sofá com um bloquinho de notas, rabiscando algumas letras e números.

— Ele está tentando lembrar a placa do carro do filho da puta que me matou. — disse Jungkook, com ódio na voz. Chegou perto de Taehyung e sussurrou-lhe no ouvido. — HAO 1462.

Jimin ficou chocado.

— Foi você que contou pra ele qual é a placa?!

Jungkook deu de ombros.

— Você não sabe o que é ter a vida interrompida antes mesmo de ter a chance de traçar seu próprio caminho! Estou com sede de vingança! — disse com raiva.

Subitamente Taehyung pareceu se lembrar de algo.

— HAO 1462! — exclamou.

Jimin estava incrédulo.

— Foi você que o influenciou a matar?!

Jungkook deu de ombros.

— Acha que ele queria lembrar a placa do carro pra quê? Eu só dei um empurrãozinho.

— Mas ele não teria matado se você não tivesse dito a placa pra ele! — acusou Jimin.

— Isso não muda o fato de que a coragem e a intenção de matar já estavam nele. — encarou o garoto ruivo. — Eu o conheço melhor do que você! — disse ríspido.

Jimin cruzou os braços e se virou pra lá, não gostou do que ouviu.

Novamente veio a ventania e a escuridão, clareando logo em seguida. Era uma madrugada fria e Taehyung estava usando um paletó horroroso com um capuz que lhe cobria os olhos. Estava pichando um muro e a frase era: “My head is not okay, I’m crazy in the real meaning of the word. Can you handle it?”

Jungkook chegou perto dele e sussurrou:

— Eu quero que você realize os nossos sonhos... Por nós...

Os sussurros eram tão suaves quanto a brisa gelada que lhe massageava o rosto. Jimin chegou e tentou afagar-lhe os cabelos, mas não conseguiu tocá-lo.

— Por mim também... — sussurrou.

Depois de mais uma grande ventania e escuridão, estavam em um aeroporto e Taehyung olhava um mapa-múndi afixado na parede.

— Ele tem que ir pra uma cidade específica pra encontrar o Namjoon. — disse Jungkook.

— Mas é por acaso que ele escolh... — Jimin ficou boquiaberto ao ver Jungkook fazer um leve vento soprar um folheto com a propaganda de um festa tradicional para perto de Taehyung, que a pegou. — Como você...

— Simples. É só se concentrar bastante e querer muito. Já leu Demian?

— Não...

— Já imaginei. — cruzou os braços.

— O que Demian tem a ver?

— Fala sobre isso de querer tanto uma coisa a ponto de consegui-la. O livro que o Tae te mostrou era esse.

— O que tava a rosa que ele te deu?

— Sim. E já que você tá vivo, recomendo que leia, é bem pequeno, poucas páginas...

— Talvez eu leia. — não parecia que ele tivesse pretensão de ler.

Ficaram juntos olhando Taehyung embarcar no avião rumo ao que, para ele, era desconhecido, mas não para Jungkook. Nem para Jimin.

Então veio o vento e a escuridão. Jimin viu Taehyung junto com Hoseok e um cachorrinho branco, estavam num grande salão e pareciam cansados. Dividiam a mesma garrafa d’água e Taehyung já estava com um olhar meio erótico pra cima do Hoseok.

— Meu deus, o Tae é muito puto! — exclamou Jimin.

Jungkook riu.

— Me diga alguma novidade.

Porém os dois estavam fofos juntos brincando com o totó.

— Acabaram de dar aulas de dança e teatro para as crianças aqui do bairro. — disse Jungkook, enquanto Taehyung e Hoseok se beijavam e Jimin os olhava com uma cara feia. — Se você tá com ciúme, imagina eu que já até morei com ele...

— Acho graça você falar em ciúme, logo você que tava de gracinha com o tal do Yugyeom. — acusou Jimin.

Jungkook deu de ombros, enquanto outra ventania e escuridão os levavam para outro lugar.

— Ah, claro. Não era nada do que ele tava pensando né? — Jimin soava venenoso. — Ele decorou as últimas mensagens que vocês trocaram.

— Não me surpreende, o Tae sempre foi meio paranoico mesmo.

Chegaram em um apartamento que Jimin não conhecia. Havia um rapaz sentado no sofá lendo algum livro desses que gente culta lê.

— Você é cara de pau mesmo, nem depois de morto assume que tava traindo o Taehyung!

Jungkook o encarou.

— Eu nunca o traí. Tanto que ele nunca encontrou marcas no meu corpo, e olha que ele tem lupa nos olhos!

— Hum... — Jimin olhou para o rapaz. — Quem é esse aí?

— É o Namjoon.

— E o que a gente tá fazendo aqui?

— O Tae tem uma arma guardada no quarto e o Namjoon tem que saber, porque é depois dele descobrir que o Tae vai criar coragem pra ir embora.

Jimin encarava-o boquiaberto.

— Você é bem metódico hein...

— Claro, sou virginiano. Não que eu acredito em signos, em todo caso. — foi para perto do Namjoon e começou a sussurrar a palavra “quarto” em seu ouvido.

Jimin observava a cena com interesse.

— Cara, ele não faz a mínima ideia de que tá sendo assombrado...

— Assim como você não fazia a mínima ideia de que eu estava o tempo todo do lado de vocês.

Jimin sentiu um arrepio percorrer-lhe o corpo todo.

— Nossa, ninguém nunca notou mesmo. Se bem que eu acho que o Taehyung sabia porque ele...

— Não, ele nunca soube. O negócio dele comigo é paranoia mesmo. Mas uma pessoa dentre vocês quase conseguia notar a minha presença.

— Quem?

— O Yoongi. Ele é meio sensitivo.

Jimin novamente ficou chocado.

Namjoon de repente se levantou e foi até um quarto, que devia ser de Taehyung, e começou a olhar minuciosamente. Jungkook se aproximou e sussurrou-lhe:

— Olha o fundo falso da gaveta do criado mudo.

E assim ele fez, encontrando, para seu espanto, um revólver preto.

Jungkook chamou Jimin.

— Vamos, nosso trabalho aqui já terminou.

Aconteceu o mesmo ritual de sempre e dessa vez estavam em outro aeroporto. Novamente Taehyung parecia confuso com sua mochila nas costas.

— Por que você não o mandou direto pra minha cidade? — perguntou Jimin.

— Porque ele tinha que conhecer o Namjoon, só ele mesmo pra colocar alguma ideia na cabecinha de vento do Tae. — respondeu sério. — Além disso, ele tinha que viver a história com o Hoseok.

— Por quê?

Jungkook soprou um folheto divulgando alguma coisa da cidade de Jimin para perto de Taehyung e o garoto não viu.

— Foi o Hoseok que preparou o terreno pra você chegar.

— Como assim? — Jimin estava confuso.

Jungkook chegou perto de Taehyung e fez um vento que arrancou o folheto do chão e o esfregou na cara do garoto, fazendo-o finalmente enxergá-lo.

— Se o Tae não tivesse vivido essa história com o Hoseok, não estaria preparado pra lidar com você.

Jimin assentiu e logo Taehyung embarcou.

Ao clarear a nova escuridão que se formou, estavam dentro do carro de Jimin, na porta da faculdade. O garoto reconheceu as roupas que o verdadeiro Jimin, ainda de cabelos pretos, estava usando.

— Esse é o dia da apresentação do poema, não é?

— Sim. — Jungkook abriu lentamente o zíper da bolsa do verdadeiro Jimin enquanto ele retocava a maquiagem.

— O que você tá fazendo?! — quis saber Jimin.

— Você não vai trombar com o Tae se não tiver que voltar pra buscar isso aqui. — balançou a folha do poema que tinha acabado de tirar sorrateiramente da bolsa.

Jimin estava horrorizado.

— Cara, como é que eu não percebi que essa folha tava sendo tirada da minha bolsa?!

— E você por acaso vê alguma coisa quando tá passando maquiagem? — disse Jungkook enquanto fechava lentamente o zíper da bolsa.

Jimin deu de ombros e logo o Jimin verdadeiro, o que estava realmente ali, saiu do carro e foi pra sala, deixando apenas os dois ali. E a folha do poema também.

— Cara, não acredito que foi você, sério... — Jimin continuava incrédulo.

Depois de novamente tudo escurecer, estavam num lugar que Jimin reconheceu ser a casa da Hyuna. A garota estava com os olhos inchados de sono e mesmo assim estava preparando uma descoloração para seu cabelo.

— O que dizer dessa louca? — Jimin olhava para a mistura do descolorante.

— O pior é que ia dar certo. — disse Jungkook, indo para a sala.

— Cara, como que ia dar certo, isso acabou com o cabelo dela... — Jimin viu que o garoto havia desaparecido e logo ouviu o barulho da campainha.

Hyuna foi até lá e nisso Jungkook apareceu e despejou todo o pó descolorante do saquinho na mistura cuidadosamente preparada pela garota. Jimin olhava para a cena espantado, chocado, boquiaberto, tudo ao mesmo tempo.

— Você não tá fazendo isso, não, você não tá... — negava a si mesmo.

— Se o cabelo dela não cair ela não vai faltar. — disse Jungkook enquanto abria outro pacote de pó descolorante e Jimin surtava. — E se ela não faltar o Tae não vai sentar com você.

O ruivo olhava com os olhos arregalados para o pó que ia sendo despejado.

— Cara, você é mau, muito mau! É o cúmulo da maldade! É o Satanás em pessoa!

Jungkook, porém, fingia não ouvir os protestos do garoto.

— É esse trabalho que vai mudar a sua vida e a do Tae.

Hyuna voltou. Estava meio sonolenta e nem reparou que sua mistura estava bastante alterada. Jimin foi até ela e começou a gritar em seu ouvido, enquanto tentava sacudi-la.

— Não passa isso, Hyuna, não passa! Seu cabelo vai cair!

Jungkook o agarrou e o tirou de perto da garota.

— Não influencia ela! — disse ríspido.

Jimin gostou de sentir o corpo de Jungkook segurando o seu. Fazer o quê, o garoto é bonito ué...

— O cabelo dela vai cair... — choramingou.

— É por isso que a história de vocês vai acontecer, tudo começou com a queda do cabelo da Hyuna. — disse, soltando o garoto.

Jimin olhava para os belos lábios dele e acabou pensando que ele tinha razão, por mais estranho que isso parecesse.

Após uma nova ventania e uma nova escuridão, estavam na mansão abandonada. Taehyung imprensava Hyuna na parede e o verdadeiro Jimin babava na cena.

— Ele tá fazendo isso pra te impressionar. — disse Jungkook.

Jimin olhava fascinado para os dois.

— Cheguei a pensar que ele talvez tivesse afim da Hyuna.

Jungkook negou com a cabeça.

— Ele queria mostrar o que poderia fazer com você. É o Tae sendo o Tae...

Duas moças se aproximaram, assustando o garoto ruivo, que as encarou. Eram as moças do quadro da entrada da mansão.

— Oi Tiffany. Oi Taeyeon. — disse Jungkook.

As duas estavam de mãos dadas.

— Hoje você trouxe um visitante. — disse Taeyeon.

— Você pintou o cabelo, ficou bonito. — elogiou Tiffany, olhando para Jimin.

— Obrigado. — o garoto agradeceu, meio tímido.

— A gente já vai. — disse Jungkook. — Até mais.

— Até. — as duas responderam.

Jimin acenou com a cabeça e então tudo escureceu.

— Cara, não acredito que a mansão é mesmo assombrada! — estava incrédulo.

— Elas são tranquilas, até ficaram com saudades depois que vocês pararam de visitá-las. — disse Jungkook. — Ah! — se lembrou de algo. — Elas pediram pra agradecer a menção que vocês fizeram a elas no filme.

Jimin, sem saber o que dizer, apenas assentiu.

Estavam no apartamento de Taehyung e ele estava deitado no chão, chorando. Jimin se ajoelhou perto dele e o encarou.

— Que foi com ele?

Jungkook se aproximou com os braços cruzados.

— Você disse que ele é um brinquedo pra você.

— Ué, mas ele disse que nem ligou muito porque...

— Ele mentiu. — disse Jungkook de forma ríspida. — Você tem que tomar cuidado com o que fala, principalmente se não for verdade o que diz.

Jimin o encarou com um olhar acusador.

— Olha só quem fala! O Taehyung me contou tudo que você disse pra ele antes de morrer!

Jungkook deu de ombros.

— Eu não devia ter dito aquelas coisas, mas era tudo verdade. Eu estava cansado da possessividade dele e da gravidez que eu não queria manter.

— Então foi por isso que você começou a ficar com o Yugyeom, né? — Jimin provocou.

— Já disse que não fiquei com ele!

— Então sobre o que vocês estavam falando no kakao, hein?

Jungkook bufou.

— Sobre o aborto que eu ia fazer!

Jimin arregalou os olhos.

— Você ia abortar?!

Jungkook revirou os olhos.

— Eu tinha 15 anos, tava pra fazer 16, acha que eu queria passar noites em claro com um bebê? Tanto quanto você, eu não queria ter um filho.

— Eu não abortaria.

— Bom saber, mas eu, que não sou você, iria abortar sim! Claro que o Taehyung não podia nem sonhar com isso, então o Yugyeom ia me levar escondido pra uma clínica clandestina que ele conhecia. Só que ele tava enchendo demais o saco falando que eu tinha que contar pro Tae, mas eu planejava contar depois de ter feito o procedimento, porque aí não teria como ele tentar me impedir. E ele ia, acredite.

— Então você e o Yugyeom nunca tiveram um caso?

— Não, cacete! A gente é primo! — pensou um pouco. — Era né...

Jimin mais uma vez estava chocado.

— Eu acho que o Tae devia saber disso...

— Não! — disse Jungkook, sério. — Ele pensa que eu o traí e me perdoou por isso, mas se soubesse que eu planejava abortar, jamais me perdoaria. Prefiro manter as coisas assim. Não quero que ele tenha ódio da pessoa que ele tanto amou.

Jimin estava refletindo.

— Cara, não acredito que vocês tavam falando era sobre aborto, parecia tanto que vocês tavam planejando fugir juntos...

Jungkook deu de ombros e uma ventania começou.

— Nem tudo é o que parece.

Após a escuridão se desfazer, estavam na casa de Jimin. Taehyung e o verdadeiro Jimin se beijaram e então o garoto partiu.

— Você sabe o que acontece em seguida, né? — disse Jungkook.

— Sim. — Jimin assentiu. — Eu sigo ele.

Jungkook chegou perto do verdadeiro Jimin e sussurrou em seu ouvido:

— Vai atrás...

O garoto correu para o quarto e começou a arrumar suas coisas.

Jimin encarou Jungkook.

— Você que me influenciou a ir atrás dele?!

O garoto negou com a cabeça.

— Só dei uma forcinha, mas a vontade já estava lá.

Começou uma ventania.

— Pra onde vamos agora? — perguntou Jimin.

Veio a escuridão.

— Pra um cruzeiro. — respondeu Jungkook.

Ao clarear, estavam dentro de um navio. Era noite. Yoongi e Hoseok estavam na proa do navio e olhavam para as estrelas, sem dizer nada. Jimin chegou perto e Yoongi olhou em sua direção. Logo Jungkook o puxou pra longe dos dois.

— O Yoongi pode sentir sua presença, seu idiota!

— Mas eu tô vivo, não sou um fantasma!

Jungkook revirou os olhos.

— Nós dois somos a mesma coisa aqui e agora, somos espíritos. A diferença é que você tem um corpo pra voltar e... — seu olhar ficou triste. — E eu não.

Jimin voltou a olhar para Yoongi e Hoseok. Os dois se abraçaram e entrelaçaram os dedos. O garoto ruivo cruzou os braços.

— Cara, larga o osso. — disse Jungkook.

Yoongi afagou os cabelos de Hoseok e...

E o puxou para um beijo romântico.

Jimin encarava-os boquiaberto.

— Lembre-se que você fez coisa muito pior. — disse Jungkook. — Esse foi o primeiro beijo dos dois.

— Eu só... Sei lá... — Jimin mantinha o olhar focado no beijo deles. — Pensei que o Yoongi ia terminar comigo primeiro.

Jungkook riu e colocou a mão no ombro de Jimin.

— Vocês dois sabem que o noivado terminou no momento em que você juntou a mão dele com a mão do Hoseok. Lembra?

Jimin assentiu.

— O que você sente? — perguntou Jungkook.

Jimin refletiu por um momento.

— Estou feliz por eles. De verdade. — seus olhos brilharam. — Sinto que foram feitos um por outro.

Jungkook sorriu.

— Finalmente você aceitou esse fato. Aleluia! — chamou-o com a cabeça. — Vamos.

Jimin correu para perto do casal que se formava ali, sob a luz das estrelas.

— Jimin, ele vai te sentir, seu tonto! — Jungkook revirou os olhos.

— Eu quero que ele sinta! — respondeu Jimin, dando um beijo no rosto de Yoongi. — Sejam felizes... — sussurrou para eles, dando um beijo no rosto de Hoseok.

— Já acabou a cena da novela mexicana? Temos que ir agora. — disse Jungkook.

Jimin voltou para perto dele e então iniciou-se uma ventania, deixando tudo escuro. Ao clarear estavam no lugar de onde haviam partido. Taehyung e o verdadeiro Jimin dormiam calmamente na cama.

Jungkook chegou perto de Taehyung e acariciou-lhe o rosto.

Jimin sentiu que era o momento de fazer a pergunta que tanto havia martelado em sua mente.

— Por que você quis juntar a gente? Quero dizer, ele era seu namorado, ele te ama até hoje, por que você quis que ele ficasse comigo?

Jungkook mantinha o olhar em Taehyung.

— Ele tem que me superar. Desde a minha morte ele se mergulhou em um mundo de fantasia, um mundo onde eu ainda estou vivo. Esse foi o jeito que ele encontrou de lutar contra a depressão, mas... — seu olhar se tornou triste. — Eu não estou vivo, o Junghyung não está vivo, mas o Tae está e ele tem que viver. Ter um namorado de verdade, um filho de verdade. Não quero que fique preso a mim para sempre. — olhou para Jimin. — Você o amou o suficiente para salvá-lo. Você o ama de um jeito que eu não amei. — desviou o olhar. — Ele merece realizar os sonhos que sonhou pra nós dois, mas sem a sombra da minha memória. — Levantou-se.

— É tão estranho pensar que foi você que nos juntou...

Jungkook sorriu.

— Eu sei, mas eu tinha que consertar a estupidez que fiz com ele. — olhou-o. — Além do mais, o apego que ele tem em mim não me deixa descansar em paz, não me deixa ir para a luz. — chegou perto de Jimin e suspirou. — Cuida bem dele, viu?

Jimin assentiu.

— Cuidarei.

Jungkook sorriu.

— Agora volte pro seu lugar. — olhou para a cama.

Jimin caminhou até lá e Jungkook segurou seu braço.

— Tem uma coisa que devo lhe dizer, o Tae logo terá um filho.

— Hum... Bom pra ele.

Jungkook olhou-o e sorriu.

— E quando o Yoongi chegar do cruzeiro te revelará uma coisa, e você revelará uma coisa a ele e ambos ficarão com cara de idiotas. — riu.

Jimin olhou-o confuso, sentando-se na cama.

Uma luz brilhante se ascendeu e Jungkook caminhou para ela.

— E... Jimin, nos veremos novamente. — piscou para o garoto e desapareceu junto com a luz.

Jimin se deitou e então não viu mais nada.



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