História BTS GTA - Fire - Audácia

04:20 AM

Abri os olhos e notei que estava em um lugar muito escuro e em movimento. Um caminhão certamente. Estou jogada no canto dessa caçamba. Nem pra me colocarem num colchonete, ou numa mantinha, fala sério!

Não tenho tempo pra isso. Faço o que posso para me por sentada com as mãos amarradas nas costas. Tem um pano na minha boca, ótimo. Vamos ver... Se tudo sair como planejado ele vai dar as caras com certeza.

Escuto um barulho vindo da extremidade oposta à minha, tem mais alguém aqui. Que? Tem mais alguém aqui? Isso não estava nos planos! Aish! Ok, tenho que me livrar dessa mordaça e tentar acalmar esse ser antes que faça alguma bobagem.

Com quase nenhuma dificuldade tirei o pano da minha boca, mas deixei-o em meu queixo para o caso de precisar pô-lo em minha boca de novo.

- Ei, você está bem? - perguntei em coreano.

Silêncio. Oxe, será não entende coreano?

- Hey, você está me ouvindo?

- ESTOU! - sua voz saiu abafada.

Ai! Bati minha cabeça na parede do caminhão por causa de uma curva acentuada.

- Ah! Você me assustou! - exclamei quando a pessoa rolou e encostou em mim. - Você entende o que estou falando? - vi sua cabeça assentir.

Tive que perguntar, vai que não fala coreano.

- Por que você não me responde? Você não pode falar? - ah sim! A mordaça! - Ah! Entendi... Olhe, você pode confiar em mim, ok?

Certo. Isso definitivamente não estava nos planos! Somos duas pessoas amarradas num caminhão indo ao seu encontro. Eu já sei o que me espera, afinal é minha missão.

- Vai ficar tudo bem, confie em mim.

O caminhão parou. É agora.

Calmamente subi a mordaça para minha boca e esperei. Pude ouvir vários gritos do lado de fora e um alto e claro "abra a porra do caminhão".

A pessoa que estava comigo estava claramente apavorada. Nunca vi alguém se remexer tanto. Ah... Ok... Tá na hora de entrar na personagem.

A porta fora aberta e aquela maldita luz queimou meus olhos. Fechei os olhos num reflexo, até pra poder me acostumar com a claridade.

- Garotas! - disse o alaranjado.

- Isso só pode ser brincadeira! - gritou o loiro enquanto destruía o que estivesse em sua frente, vasos, cadeiras, tudo.

Ali está. O tão procurado e temido Agust'D está bem na minha frente, finalmente.

- O que vamos fazer? - perguntou o alaranjado.

- Vamos interrogá-las. - disse Agust fuzilando-nos com o olhar.

Ótimo, mais essa agora.

- Têm certeza? Elas devem ser só duas putinhas inúteis. Não é melhor deixar...

- Não! - exclamou o loiro interrompendo o alaranjado. - Elas devem ter algum valor! Pensa, V! Ou o Boss quer nos enganar ou elas realmente são valiosas.

V... Então esse é seu nome... Bem tosco, mas fazer o que?! Olhei para o lado para examinar a garota que estava comigo. Pele morena e cabelos enrolados. Certamente é uma turista. Mas por que diabos tem uma turista aqui?

Me perdi em meus pensamentos enquanto V e Agust discutiam algo sobre ser trouxa e território. Recuperei meus sentidos quando ouvi "aquelas cadelas!". Ele é o que? Uma criança por acaso? Já ouvi coisa pior.

- Eu vou fazer sozinho ou você quer chamar alguém? - perguntou V.

- Vou chamar um amigo meu pra isso, ele sabe como tirar informações das pessoas. - respondeu Agust.

Que maravilha. Se for quem eu estou pensando é melhor me preparar psicologicamente. Boatos de que ele é realmente bom no que faz.

A mocinha do meu lado se apavorou e isso chamou a atenção de V. Ai ai ai... Ela devia ter ficado calma.

Acabou que ele deixou a menina desesperada, e tê-la ameaçado com uma faca só serviu pra deixar os cabelos dela de pé.

- E-Eu me chamo Lilian. - disse fraco.

- Prazer, Lilian. Eu sou V, o seu dono a partir de agora.

Após isso um pano foi de encontro ao seu nariz e ela caiu desmaiada.

- Levem-na daqui! - disse V.

Seguindo suas ordens, alguns capangas vieram e levaram o corpo desacordado da garota pra longe. V saiu logo em seguida deixando apenas eu, Agust e alguns homens no recinto.

- Vamos! Tirem esse caminhão daqui! Não quero essa tralha no galpão! - ordenou Agust.

- Mas e a garota? - perguntou um de seus capangas. 

- Levem-na para outra sala!

E com isso o mesmo aconteceu comigo, um pano foi posto em minha cara e apaguei.

Acordei ainda amarrada, porém sentada numa cadeira e sem a mordaça. A sala era pequena e mal iluminada. Vi um vulto de relance e virei meu rosto para ver melhor.

Um homem caminhava a passos lentos e agonizantes enquanto brincava com um canivete.

- Ora, ora, ora. O que temos aqui? - disse o homem. - O que foi? Não sabe falar? Ah, vamos lá... Qual seu nome? 

- Antes de querer saber o nome de alguém você deve se apresentar primeiro. - falei.

- Olha só... Você fala! Mas é bem abusada, não? Quer um conselho de amigo?

- Não somos amigos.

- Tem razão, não somos. Você é apenas uma vadia muito atrevida. Vou te dar o conselho mesmo assim. Se ponha no seu lugar ou vai se arrepender. Mas você está certa, onde estão meus modos? Sou Hoya. Muito prazer...

- Elise.

- Muito prazer, Elise. Você... Não parece ser coreana, estou certo? 

- Se você acha que não...

- Certo. De onde você é? 

- Isso não importa, importa? 

- Haha! Gostei de você. De fato isso não importa. Seu coreano é muito bom para uma estrangeira.

- De fato.

- Então você concorda? Então admitiu que é uma estrangeira.

- Nunca disse que era coreana. 

- Mas também nunca negou.

- Neguei quando admiti que meu coreano é bom para uma estrangeira.

- Você é boa. Mas saiba que eu sou melhor. O que fazia no caminhão?

- Se nem vocês sabem como querem que eu saiba? Até onde sei vocês me sequestraram.

- Não fomos nós. - Agust disse entrando na sala. - Tá na cara que foi... Foda-se, isso não importa. Conseguiu alguma coisa, Hoya?

- Sim. Seu nome é Elise e é estrangeira. Não teremos problemas com comunicação, ela é fluente em coreano. 

- Excelente. De onde ela é?

- Pode perguntar direto pra mim. - desafiei o loiro, que me encarou com um olhar mortal.

- Ah, e ela é bem abusada. - complementou Hoya. 

- Percebi. - disse se aproximando lentamente. - Escuta aqui, sua puta. - disse apertando minhas bochechas com a mão, fazendo-me olhar em seus olhos. - Saiba com quem está falando, mocinha. Se não você vai vestir um lindo pijama de madeira antes de perceber.

- Vai com calma, Su... - foi interrompido por um tapa do loiro. - Ai! Eu esqueci! 

- Cala a boca, seu idiota! Quer estragar tudo? - suspirou. - Tudo bem! Ligue para o Monster. Ele vai dar um jeito nessa dai.

E com isso tudo ficou escuro novamente.