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História Bubbline: Love in Red - Ela e Ela


Escrita por: BabyBii

Notas do Autor


Volteeeeeeeeeeeeeeeeeeei <3
Corações, a tia passou esse mês todo viajando e não tinha como postar, já que eu não tenho mais notebook e nem tinha internet na maioria dos lugar onde fiquei (e nem sinal 3G quando acampei na mata ç.ç). Enfim, faz um pouquinho mais de um mês desde o último e estou voltando com tutô. Vou voltar a postar no nosso ritmo usual, um ou dois capítulos por semana de 3000 a 4000 palavras em média.
Outra coisa que eu mudei foi a organização dos capítulos. Como eu já tinha começado daquela forma, queria levar até o fim da forma como fazia, maaaaaaaaaaaas... Quando cheguei em casa para escrever, eu fiquei maluca e depois desse tempo, não consegui escrever daquela maneira, então, mudei para a maneira correta/tradicional. Pouco a pouco eu vou mudando todos os capítulos já lançados até aqui para desse jeito novo ai \/

Sem mais delongas, a gente se vê lá em baixo...

Capítulo 31 - Ela e Ela


Fanfic / Fanfiction Bubbline: Love in Red - Ela e Ela

– Quem sã

– Quem são elas, Peebs? – Perguntou o humano, encarando as recém chegadas com curiosidade. – Elas são…

– Humanas, sim. Você não é mais o último. – Forcei um sorriso para ele. Sabia que o garoto ficaria feliz pela nova adição à escassa lista de humanos em Ooo.

– Oh... Onde estamos? Quem são vocês? – Perguntou a morena, claramente confusa. Seu olhar perdido vagava entre os presentes.

– Glob! – Exclamou Peps, correndo para se aproximar dela. – A senhora é Amélia. Prazer em conhecê-la. – Ao passo de que meu mordomo estava ansioso, a mulher oscilava entre o medo e a curiosidade ao encarar uma bala ambulante pela primeira vez na vida.

– Eu nunca te disse o nome dela, Peps. – Constatei.

– E nem precisaria. Reconheceria essa mulher em qualquer lugar. Hunson fala dela com devoção até hoje… Ele nunca a esqueceu realmente. – Comentou.

– Hunson? Hunson Abadeer? – Os olhos escuros dela brilharam de repente. – Você sabe onde ele está? Faz muito tempo que eu não o vejo… Faz muito tempo que ele não vem visitar nossa filha. E-ela tem só 6 anos… Onde está minha menina? – Ela murmurou, seu rosto denunciando a tristeza que a inundava.

– Ele tem tanto a dizer pra ela. – Sussurrou Peppermint, aproximando-se de mim. – Preciso a levar para a Noitosfera, senhora.

– Vamos com calma, Peps. – Encarei a mulher da pele cor-de-chocolate. Ela era verdadeiramente linda e parecia ser uma pessoa muito boa. Era o que Marcy dizia dela… O que diabos havia a levado a se apaixonar por um demônio como Hunson Abadeer? – Vamos estabelecer elas primeiro. Depois o convocamos. Não dá pra simplesmente levar ela até a Noitosfera. Se esqueceu que ele é casado? – Indaguei, liderando a caminhada que nos levaria de volta à minha casa. Atrás, Finn e Jake faziam seu melhor para entreter as moças logo atrás de nós.

– Não acredito que Denise vá ser um problema. As vezes o tempo não é capaz de apagar algumas pessoas e isso não serve só pro caso deles.

Imediatamente entendi a indireta e estreitei os olhos para Peps só pela sugestão. Hunson poderia ainda amar Amália, talvez até trair sua esposa por isso, mas comigo era diferente, Marcy me amava, certo?

– Sabe que nunca diria algo pra ti maldosamente, princesa. Apenas quero evitar que seja pega de surpresa. Já considerou o que pode acontecer se o que eu disse se confirmar? – Perguntou. Eu queria evitar aquele pensamento, mas tudo o que Peps dizia era real. Notei que eu realmente precisava conversar com alguém a respeito, do contrário eu explodiria.

– Assim que pus os olhos na loira. – Admiti. – Mas não quero ficar ansiosa por causa disso ainda. Preciso falar com a Marcy sobre elas primeiro, receber instruções do que fazer, já que afinal de contas, o futuro das duas depende dela. – Dei de ombros. – Vou ocupar minha mente em descobrir como ele conseguiu trazer elas de volta e – Balancei a pedra vermelha em minhas mãos. – estudar essa coisa.

Nesse momento, eu me afastei ainda mais do grupo, apressando o passo para que estivesse bem na frente. Peps, conhecendo melhor ambas as mulheres, tomou o lugar de Finn em tentar situar-las. Segui todo o caminho restante calada. Durante a hora restante, eu coloquei meu cérebro para trabalhar. Criei uma tabela de possibilidades na minha cabeça, cujo eu começaria a trabalhar em cima assim que pudesse correr e me refugiar em meu laboratório.  Eu, logo eu, que gostava de me gabar por enfrentar como ninguém situações em que as outras pessoas simplesmente desmoronavam. Eu era boa em lidar com a pressão, era corajosa e inteligente para ultrapassar qualquer obstáculo no meu caminho, fria o suficiente para remover as pedras no meu sapato sem sequer lamentar depois… Algo naquelas duas, porém, me faziam tremer só de olhar pra elas. Diante da perspectiva de um drama familiar, tudo o que eu queria era me trancar em um quarto e esperar que acabasse.

A verdade veio pesada sobre meus ombros. A família da Marcy era estranha e cheia de problemas, mas era uma família no final. Entre um pai maluco, um progenitor negligente, uma madrasta incestuosa e agora uma mãe perdida, havia, nem que se fosse um pouquinho, de afeto entre as partes. Eu não sabia o que era isso.

Quando eu oficialmente nasci e criei minha própria consciência, eu não tinha mais ninguém além do Neddy… isso se for possível chamar de companhia os momentos em que o dragãozinho rosa havia passado comigo. Claro, era meu irmão e eu o amava, mas a realidade é que ele não passava de um fantasma, uma casca. Incapaz de viver em sociedade, eu o tranquei nos porões do Reino Doce, onde ele ficaria em paz sugando sua raiz e produzindo a força vital de todo o reino, o suco doce. Ele era feliz assim, já eu me sentia mal por ter de mantê-lo enjaulado como um criminoso. Juntos, eu e ele havíamos construído as terras de açúcar. O meu povo, cujo eu mesmo dei a vida, preenchiam o buraco no meu coração que a solidão deixava. Eram meus filhos, minha família. Vivendo sem eles, por fora eu encarava bem, por dentro eu gritava. Com minha Marcy por perto, a situação toda ficava mais suportável. Ela me fazia esquecer, trazia cor novamente aos meus dias cinzentos. Ela era o sol e a lua do meu universo, sem minha mulher, eu estaria no escuro, estaria perdida.

 

[...]

 

Eu havia as orientado a tomar um banho enquanto Peps fora atrás de roupas que elas poderiam usar. Agora já bem vestidas, encontravam-se sentadas no meu sofá, distraídas com a TV. Eu apenas as encarava de longe enquanto meu mordomo servia chocolate quente e biscoitos para elas. Minutos depois, ambas engajaram uma conversa animada sobre trivialidades e logo descobriram um assunto em comum: Marceline. Estava claro que Amélia ainda tentava lidar com a imagem da filha adulta enquanto Rayna não parava de tagarelar sobre suas aventuras com minha namorada. Por algum motivo, aquela cena revirou o meu estômago.

– Seria muito indelicado se eu fosse lá e começasse a interrogá-las sobre o fato de terem voltado a vida? – Perguntei ao Peps quando ele voltou a se aproximar de mim.

– Não tenho certeza se alguma das duas poderia responder as perguntas com clareza. – Deu de ombros. – É melhor deixar para amanhã.

–  Tudo bem. – Respirei profundamente. – Até porque se eu ficar mais um minuto aqui dentro eu vou sufocar. Fique de olho nelas. – Ordenei já caminhando em direção a porta, não dando chance para que ele contestasse.

Quando a brisa gelada da noite atingiu meu rosto, o alívio me varreu e eu pude soltar a respiração que eu sequer sabia que estava prendendo.

Sentei-me na minha grama, quase na beira do lago, com os olhos fixos no ponto luminoso no horizonte que era o meu reino. Em tons de rosa e roxo, ele brilhava… e era lindo.

Talvez fosse a hora de voltar, talvez VK estivesse certo… Todo aquele horizonte poderia ser meu. Eu nunca realmente me importei com o que pensavam de mim, mas não tinha certeza se estava pronta para ser uma ditadora como ele sugeriu. De qualquer forma, que a idéia de poderes ilimitados e um chão sem fim era inebriante, isso eu não poderia negar.

           – Bonnie? – Chamou Marcy, afastando-se de casa para sentar-se ao meu lado. Um sorriso modesto brotou em meus lábios ao mesmo tempo em que o vento jogou meus cabelos sobre meu rosto. Minha menina aproximou-se para prender os fios rebeldes atrás da orelha e quando nossos olhares se encontraram, ela hesitou.

– O que é isso? – Perguntou. A excitação de sua chegada havia se dissipado como fumaça. Com seu polegar, ela tocou o curativo que eu tinha feito no meu rosto. Graças à gaze, ela não tinha visto o corte feio feito à lâmina na minha bochecha.

– Não foi nada. Só um arranhão.

– Aconteceu alguma coisa? – Indagou.

– Eu não sei… Eu… – Suspirei, negando com a cabeça. – Como foi com o Simon?

– Ele está ótimo, melhor do que eu imaginei. – Marcy começou, desconfiada. – Ainda chora quando se lembra dela, mas em geral é como se nada tivesse acontecido. Eu não sei porque estou surpresa, na verdade… Aquele homem já passou por tanta coisa e sobreviveu. – Deu de ombros, tomando minha mão na sua e as entrelaçando.

– Fico feliz em saber disso. – Murmurei, deitando em seu ombro.

– Eu sei que fica. Como foi a sua pequena excursão? Encontrou o que procurava? – Questionou ela e eu soube que não teria como fugir.

– Achei até mais do que gostaria. – Admiti, deixando meus ombros caírem. Glob, eu estava cansada.

– Como assim, Peebs? – Ela se endireitou no lugar e eu senti seu corpo enrijecer.

– VK apareceu.

– Como é? – Ela se levantou repentinamente, encarando-me com os olhos  arregalados.

            – Eu sabia que eu não devia te deixar sozinha. Como eu pude cometer esse maldito erro uma segunda vez? – Marcy estava a ponto de gritar agora. Suas mãos estavam emaranhadas nos próprios cabelos negros e ela andava de um lado pro outro. – Ele te machucou? Te ameaçou?

– Não, está tudo bem. O vampiro não faz nada de mal pra mim, pelo contrário, ele… Ele me recebeu com flores, muitas flores rosas. – Recordei-me. – Disse estar fascinado por mim, falou que eu poderes incríveis e sugeriu que eu dominasse toda a terra de Ooo. – Dei de ombros. – E me deu a jóia. – Mostrei o objeto brilhante em meu bolso.

– Mas que filho da… Arg! – Ela rosnou, nervosa. Conferindo todo o meu corpo para ter certeza de que eu não estava machucada. – Ele poderia ter…

– Poderia, mas não fez. Fique tranquila, aparentemente ele gosta de valentonas. – Ela estreitou os olhos para mim perigosamente. Eu podia ver a raiva faiscando dentro deles.

Antes que ela dissesse algo, pus minhas mãos dos dois lados do seu rosto e encostei minha testa na sua.

– Shiiii. Não fala mais nada, só… fica aqui comigo. Fica comigo e promete que não vai ir embora. – Pedi, não conseguindo mais esconder a fragilidade em minha voz. A insegurança, sentimento tão pouco familiar pra mim, corria pelas minhas veias como um veneno. – Estou com medo. – Confessei.

– Ele não vai mais chegar perto de você, eu prometo. – Sussurrou.

– Não é isso. Não é dele que eu tenho medo.

– Do que mais seria? – Perguntou. Seus olhos me encaravam com muita atenção, como se quisesse ler em meu rosto.

– Me prometa. – Insisti e mesmo sem entender, ela concordou com a cabeça.

– Prometo. Prometo quantas vezes você quiser se isso a fizer se sentir melhor, Peebs.

Acariciei seu rosto com a ponta dos dedos, dando um selinho em seus lábios.

– Você não parece estar no clima, mas… – Ela se abaixou para pegar um pacote que jazia em seus pés. – Eu trouxe isso pra gente.

Marcy tirou uma garrafa de tinho tinto de dentro da embalagem, mostrando-me orgulhosamente.

– Quanto de álcool tem nisso?

– 16%. Por que?

– Nós vamos precisar.

Tomei suas mãos e a puxei para dentro da casa. Entrei em passos lentos e até mesmo Peps ficou meio tenso quando viu Marcy chegar.

– Que clima pesado. – Comentou, observando o meu rosto e o do meu mordomo. – Abre a garrafa logo, Peebs. Vou escolher um filme bem… – Ela se interrompeu ao passar os seus olhos pela sala de estar. Os minutos pareceram não passar naquela hora. Todos nós encaramos uns aos outros sem saber o que fazer. Aproximei-me da minha namorada, apertando sua mão em um gesto de solidariedade. Só Glob sabe o que estaria passando na cabeça dela naquele momento. Ela mantinha-se paralisada como uma estátua e eu começava a me preocupar com seu silêncio. Eu esperava que ela surtasse, mas não que entrasse em choque.

– Só se lembre que precisa respirar agora, Marcy. – Sussurrei em seu ouvido.

             – O que é isso? – Sua voz estava rouca e eu notei que seus olhos estavam vermelhos. Uma lágrima solitária escorria pelo seu rosto.

– Exatamente o que você está vendo.

– E o que exatamente eu estou vendo? – Ela esbravejou, o choro silencioso se manifestava em forma de cachoeira em seus olhos. Notei que ela não confiava em sua visão, não acreditava na prova cabal.

– Sua mãe e sua… sua… Bem, a Rayna. São elas, em carne e osso. Amélia se lembra de você criança e a loura, eu não sei, mas acredito que ela ainda esteja apaixonada.

– Como? – Balbuciou.

– Eu ainda não sei. VK entregou elas pra mim, disse que elas deveriam ser suas. – Tentei explicar da melhor forma.

– Como não sabe, Bonnie? – Ela olhou as mulheres de relance. Ainda não tinham notado sua presença. – Você é um gênio. Eu preciso saber como… e porque.

– É o que eu estou tentando descobrir, Marcy. – O cansaço transpareceu em minha voz. Eu queria muito me enrolar nos meus lençóis e só acordar amanhã, descobrindo que tudo isso tinha sido apenas um pesadelo. – Eu só não estou conseguindo conectar tudo. Tem algo faltando nisso tudo e eu não encontro a peça que vá dar sentido a história. – Levei as mãos a cabeça, forçando-me a raciocinar. A constatação em que cheguei como uma luz se acendendo em minha mente. – É isso. Marcy, eu acho que… suas memórias vão até poucos momentos antes de suas morte. Elas podem, não sei, nunca terem morrido realmente.

– Ah Glob. – Ela escondeu o rosto entre as mãos. – Então era disso que Hierofante falava. Elas não morreram, de fato. Elas são de alguma dimensão ou de algum lugar do passado, eu não sei... essa é sua área. A questão é que...

– O que? – Interrompi-a – Você já sabia que VK planejava algo e resolveu não me contar? – Acusei.

– Não era coisa sua, Bonnie.

– Não é coisa minha? – Gritei. Naquele momento todo o meu autocontrole se esvaiu e eu quis voar nela. – Qual a droga do seu problema, Marceline?

Meu tom de voz alterado chamou a atenção para nós. Ao notar a presença da filha, Amélia se levantou com os olhos marejados e se aproximou. Eu vi minha namorada sorrir e lágrimas caírem de seus olhos enquanto ela abraçava a mãe com força. Ambas estavam bobas e ainda descrentes da presença uma da outra, aquilo era quase como um sonho. Marcy estava preocupada quanto a procedência, mas eu sabia que ela não resistiria a elas. Elas a amavam e bem, o sentimento era recíproco. Seja lá o que o vampiro tinha planejado, era uma jogada de mestre, o Às da sua manga. Encarei toda a cena melodramática com valentia, observando todos os abraços e choros emocionados. Aquilo me preocupava além do que eu podia suportar, era como se algo não estivesse correto apesar da felicidade das partes envolvidas.

– Marcy? – A loura quase se jogou nos braços da minha garota quando Amélia lhe deu espaço. Aquele gesto despertou uma fagulha de ciúmes dentro de mim que eu tinha certeza que se tornaria uma fogueira.

A campainha porém, me salvou de continuar presenciando aquela cena desagradável.

– Quem seria a essa hora? – Questionou Peps, seguindo em direção a entrada da casa.

– Deixe comigo. – Pedi, indo ao mesmo destino que ele. Abri a porta com rapidez e para minha surpresa não havia ninguém. Inclinei para o lado de fora, olhando para os lados, mas não havia nada além da escuridão da noite. Estava prestes a fechar novamente quando finalmente notei a solitária rosa cor de rosa que fazia no chão. Perdi o fôlego na mesma hora e um frio percorreu minha espinha. Abaixei-me para pegar a flor, ainda repleta de espinhos, somente para notar o pequeno cartão preso ao caule.

“Um mar de rosas nunca será tão sincero quanto um de sangue. Lágrimas são afluentes que conduzem a mudança no rio.”

            Engoli o seco, encarando aquele bilhete. Eu sabia exatamente quem era o remetente, não era necessário nenhuma explicação a mais. Mais uma vez, senti que ele tinha razão… Aquilo era horrível e ele sabia que eu me sentia ainda pior. VK parecia estar mais sintonizado comigo do que minha própria namorada. Como ele fazia essas coisas?

            Apertei a flor com força nas minhas mãos, sentindo seu caule fazer pequenas perfurações entre meus dedos. Segui empenhada em me manter tranquila perante aquela constatação, mas como? Nem eu conseguiria manter uma construção em pé se suas colunas estavam prestes a virar pó.

             Não sabia quanto tempo fiquei paralisada na porta, apertando a rosa nas mãos e olhando para a noite escura do lado de fora. Peps parou ao meu lado, me encarando mudo. Ele não se atreveria a se meter em um assunto tão pessoal meu sem a certeza de que não me ofenderia. Aquilo era um conflito interno meu e ele nada podia fazer, ainda sim, ele provavelmente estava preocupado.

– Senhora? – Ele chamou baixinho. – Senhora, por favor.

            – Bala? Tá tudo bem ai? – Uma Marcy com a voz animada soou atrás de mim e aquilo me tirou do torpor. Minha mente voltou a trabalhar em milhares de direções, foi como simplesmente voltar a vida. Soltei lentamente a flor, que caiu inerte aos meus pés, e fechei os olhos, respirando profundamente e com lentidão. – Bonnie?

           – Peps, eu quero que ache ele pra mim. Programe o detector e deixe rodando a noite toda. Amanhã eu quero acordar com a localização dele na minha tela. – Disse entre dentes.

          – Bonnibel! – A morena passou para minha frente, tentando compreender o que havia acontecido. Impassível, ergui a rosa, entregando-a em seus mãos e dando as costas para ela.

             Subi em direção ao quarto, batendo a porta ao entrar. Estava irritada, ameaçada como um animal… Era uma situação muito além do que eu podia suportar. Segui para meu banheiro, enfiando a mão dentro da pia e deixando a água lavar os cortes dolorosos que tinha ali. Arranquei a droga da gaze da bochecha, observando o vermelho feio ao redor do corte.

             – Pare de fugir e fale comigo! – Exigiu ela, ao finalmente me alcançar.

            – Você ocultou a verdade de mim, por que acha que eu deveria agir diferente? – Perguntei, venenosa.

          – Pelo amor de Glob, Peebs. Foi a droga de um vampiro que me disse aquelas coisas, esse mesmo vampiro tentou me matar depois, por que eu deveria confiar na palavra dele? – Ela se justificou.

             – Não interessa. Você podia ter sido sincera, mas não quis me contar. Não é coisa minha, não é mesmo? – Passei por ela, voltando para o quarto e procurando algo para enfaixar minha mão.

– O que você quer de mim? Um pedido de desculpas? – Sua voz agora era baixa, enquanto ela se apoiava nas colunas da nossa cama e me observava com atenção.

– Eu quero que você desça e vá cuidar da sua família. Deixe-me cuidar das minhas coisas.

          Marcy concordou com a cabeça, se levantando e saindo do ambiente que compartilhava comigo. Engoli em seco, vendo ela se afastar. Era melhor assim, eu precisava de tempo para pensar.

Desisti de fazer curativos nos meus ferimentos e passei a procurar uma roupa para dormir. Vesti uma blusa qualquer e deitei na minha cama, enrolando-me nos grossos lençóis que a cobriam. Repentinamente estava frio, muito frio lá fora e eu estava sozinha na cama que deveria ser nossa. Era quase como a concretização dos meus medos mais ocultos.


Notas Finais


AAAAAAAAAAAAA, my heart is really broken.
Anyway, para compensar vocês, a tia vai programar uma maratona nos próximos dias, fiquem de olho. <3
Ah, obrigadíssima a quem comentou e continuem deixando suas opiniões para fazer a tia feliz.
Amo muitíssimo vocês e obrigada por não me abandonarem.
Até loguinho <3


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