1. Spirit Fanfics >
  2. Bubbline: Love in Red >
  3. Noitosfera

História Bubbline: Love in Red - Noitosfera


Escrita por: BabyBii

Notas do Autor


Olá queridos,
Primeiramente, quero agradecer a todos aqueles que continuam comigo. Vocês são demais, sério!
Segundamente, a gente se vê nas notas finais. Não esqueçam de ler, sério!

Boa leitura e até \/

Capítulo 33 - Noitosfera


Fanfic / Fanfiction Bubbline: Love in Red - Noitosfera

Dispensei os servos demônios e apresentei os quartos de hóspedes eu mesma logo que chegamos ao palácio subterrâneo. Finn e Jake optaram por dividir um aposento, deixei que Rayna e minha mãe fizessem o mesmo. Seria melhor que as duas pudessem fazer companhia uma pra outra nesse primeiro momento. Eu ainda não tinha explicado com clareza o que havia acontecido a elas, apesar de saberem o básico da coisa por VK. Ainda sim, seria melhor evitar especulações por conta das duas, principalmente quanto minha situação com Bonnie não estava das melhores. Ao contrário dos outros, ela havia preferido manter o servo junto com seu mordomo e dispensou meu cuidados. Talvez fosse melhor assim, às vezes a distância era o melhor remédio.

– Faz um tempo que não venho pra cá. – Rayna deu um sorrisinho. – Eles não mantiveram o meu quarto?

– Não. Já faz muito tempo, Denise o desfez depois que… – Engasguei não querendo dizer à ela sobre sua morte. Ela ainda não tinha morrido em sua dimensão e era melhor não contar sobre o que aconteceria. – Deixa pra lá.

– Quanto tempo faz, Marcy? – Minha mãe, que até agora, olhava as pinturas da parede um tanto desconcertada, pronunciou-se. – Não me entenda mal, eu tive uma filha com um demônio, nenhuma outra bizarrice no mundo vai me assustar. Acontece que as coisas estão muito estranhas por aqui... Uma bala consciente como um humano, um cachorro conversando comigo como se fosse gente. Nada disso parece esquisito para ninguém. Algo assim não aconteceu do dia pra noite, não é?!

– Muito tempo. – Voltei a afirmar de maneira vaga. – A data certa não importa, só vai servir pra assustar vocês. – Dei de ombros, convencida a não dizer nada que não fosse estritamente necessário para elas.

– A Noitosfera não mudou muito desde o meu tempo. – Rayna comentou distraidamente, andando pelo quarto. – Mas sabe, eu gostaria de ver a Dennie, estou com saudades.

– Ela deve estar no salão comunal, como sempre. Você pode ir procurar por ela, se quiser. – Disse a ela, vendo o quão agoniada estava de estar presa ali.

– Por que não vem comigo? Ela deve estar com saudades de ti também... – Interrompi a loira com um discreto sinal de silêncio. O que ela sabia, eu queria manter bem enterrado, principalmente agora que minha mãe estava aqui.

– Eu vou depois, não me espere.

– E quando é que você vai passar um tempo comigo? – Ela fez bico. É claro que fez… Eu quase havia me esquecido do jeito dela de conseguir as coisas comigo. Na minha atual situação, eu não estava tão propensa a ceder às vontades dela.

– Depois Ray, depois nós vamos conversar. – Disse com um tom de voz firme. Se ela começasse a contestar, eu me irritaria e perder a cabeça com ela logo tão cedo não era exatamente uma boa ideia.

Ela bateu a porta ao sair e eu suspirei, sentando na cama ao lado da minha mãe. Percebi que ela encarava-me constantemente desde que nos encontrarmos novamente.

– O que foi? – Perguntei, estranhando tal comportamento.

– Você está tão bonita. – Ela sorriu, passando a mão pelo meu rosto. – Estou tão aliviada em saber que você está aqui, viva. A minha única preocupação na cidade era você, Marcy. Saber que você escapou, faz com que eu sinta a sensação de dever cumprido.

– Não me fale essas coisas, mamãe. – Pedi, me permitindo deitar a cabeça no colo dela.

– Mas é verdade. – Ela riu, passando a mão nos fios curtos de cabelo. – Eu quero conhecer a pessoa que você se tornou. Me fale de você.

– Não há muito a se contar, com o tempo você vai me conhecer. Talvez eu te apresente ao meu pai de consideração algum dia, ele cuidou de mim depois que você se foi. Seu nome é Simon… – Expliquei. – Ele é a parte que vale a pena lembrar.

– Simon? E o seu pai, quando você o encontrou, Marcy? – Ela estranhou. É claro que sim, deveria estar decepcionada. Ela havia encontrado uma forma de contatá-lo sobre a nossa situação, mas ele demorou a chegar. Demorou até demais…

– Depois que eu perdi Simon. Depois que… É… Ele me encontrou uns anos depois e cuidou de mim. Não se preocupe. – Minimizei os detalhes ruins da história como vinha fazendo. Eu não queria jogar nas costas dela toda a mágoa que sentia de Hunson pela sua negligência. Tinha decidido perdoá-lo, não fazia sentido ficar revivendo esses momentos de novo e de novo. – Um dia nós não estaremos correndo contra o tempo para um pegar um parasita como o VK e ai, eu te deixo saber de tudo sobre minha vida. – Sorri para ela.

– Você é feliz? – Quis saber e eu pensei por alguns segundos. Eu poderia dizer que sim, mas havia algo que não deixava meu coração bater em paz naquele momento…

– Te respondo depois que eu resolver uma situação. – Me inclinei para beijar seu rosto. – Agora eu deveria ir atrás da Rayna e ter certeza que ela não está se matando por ai e ferrando com o plano da Bonnibel.

– Eu vou contigo. – Disse, levantando-se comigo. De maneira nada discreta, pus-me na frente da porta, afastado-a da saída.

– Eu preciso que você fique aqui por enquanto. Só por enquanto… – Pedi, torcendo para ela compreender. – O seu caso é complicado e eu quero falar com algumas pessoas a seu respeito primeiro.

– Todos estão por ali, livres, trabalhando em algo ou reencontrando pessoas e eu tenho que aqui, ficar trancada como uma inválida. – Ela cruzou os braços, nada feliz com aquilo. – Isso é sobre seu pai, não é? Por que eu não posso vê-lo.

– Eu ainda tenho que dar a notícia pra ele. – Apressei-me em explicar. – É claro que ninguém falou nada, do contrário ele estaria batendo na porta agora mesmo.

– Não vejo porque todos estão enrolando para contar de uma vez. Melhor, eu gostaria de ir até ele. – Ela fez menção de pegar a maçaneta.

– Mãe, ele é casado. – Disse num rompante, numa tentativa de pará-la. Infelizmente, eu não calculei direito os estragos que uma informação jogada dessa forma poderia causar. – Faz um bom tempo desde que a Noitosfera ganhou uma rainha, a Denise. Ela tem uma personalidade difícil e não é o tipo de pessoa que aceita perder ou dividir. Eu não posso ficar com você o tempo todo, porque eu tenho que trabalhar num plano e resolver o problema de Ooo, é por isso que viemos pra cá. Preciso que o Hunson colabore comigo nessa.

– O quê? – Ela congelou no lugar eu eu comecei a me preocupar com seu silêncio. Depois de vários segundos tensos, nos quais eu quis me matar por não ser mais delicada, ela virou-se de costas e levou as mãos ao rosto. Eu podia jurar que ela estava chorando. – Eu não posso acreditar que ele se casou.

– Mamãe, nisso nós não podemos culpá-lo. Eu te disse, se passou muito tempo. – Passei as mãos no cabelo em um gesto nervoso. – Talvez pela escolha que não foi das melhores, mas de qualquer maneira… Tudo se pode dar um jeito. Se vocês conversarem…

– Não é assim que funciona. Ele é um homem casado agora. – Sua voz fragilizada e seu senso de moral ainda intacto pareciam querer me fragmentar. Eu tinha quebrado o coração dela…

– Estamos falando de um modelo monárquico, mãe. Amor não é exatamente um elemento valorizado quando estamos falando de casamento aqui. Não sofra antes de conversar com ele, por favor. – Pedi, envolvendo-a em meus braços. – Eu vou buscá-lo, eu juro. Só fique aqui, está bem?

Sai apressada do quarto, desejando fervorosamente reunir os dois de uma vez para que aquela situação fosse resolvida, seja para o bem ou para o mal. Vaguei pelos corredores até a sala do trono e terminei frustrada por não o encontrar por lá. Cruzei os dedos e adentrei o salão comum, torcendo para estar certa dessa vez.

– Estive me perguntando quanto tempo você demoraria até vir me ver. – Denise murmurou, sem tirar os olhos de suas cartas.

– Se eu bem me lembro, nós não estávamos exatamente em paz quando eu sai daqui da última vez. Não aja como se eu tivesse alguma obrigação com você. – Hostilizei-a.

– Qual o problema de vir dar um olá a sua madrasta de vez em quando? – Ela sorriu pra mim em provocação. Sua voz estava carregada de sarcasmo e malícia e aquilo começava a me incomodar.

– Dê um tempo, Denise. – Revirei os olhos, me aproximando da mesa.

– Jogue conosco, Marcy! – Rayna parecia empolgada em estar na presença da mentora novamente.

– Você não ouviu sua namoradinha? Ela disse pra você jogar conosco. – Brincou, se divertindo às minhas custas.

Suspirei pesadamente, batendo com as mãos raivosamente na mesa, consequentemente bagunçando as cartas e arruinando o jogo.

– Depois você ainda tem coragem de perguntar porque eu não venho aqui te ver. Não brinque comigo, eu não estou com humor pra levar suas provocações na esportiva, Denise. – O sorriso desapareceu de seu rosto e ela estreitou os olhos pra mim.

– Ainda está com raiva pela brincadeirinha que eu fiz com sua rosadinha?

– Sim, eu estou com bastante raiva e eu espero que isso não se repita, entendeu? – O tom ameaçador em minha voz fez ela se endireitar na cadeira e afastar-se alguns centímetros. Aquilo nunca acontecia, ela finalmente teria entendido que eu falava sério? Enquanto isso, Rayna afastava-se o máximo que podia da confusão.

– Você não tem humor algum ultimamente. – Agora ela parecia magoada e eu me comecei a fazer uma lista mental de quantas pessoas eu já tinha entristecido só aquela semana. De todas, Denise era, certamente, a que eu menos me importava. – Se não veio me ver ou falar com Rayna, o que faz aqui?

– Quero saber onde está meu pai. – Minha expressão suavizou-se rapidamente e eu me recompus.

– Mostrando armas e dando algo em que sua princesa trabalhar. – Ela bufou. – Eles encontraram algo que ambos gostam: guerra. Estão no último andar desde que chegaram.

Murmurei um “obrigada” apressado e pus-me no caminho para os elevadores. Não demorei até chegar à sala restrita e de longe, reconheci Hunson, todo orgulhoso de mostrar seu arsenal e Peebs, que parecia anotar cada detalhe do que ele falava, enquanto discutia detalhes técnicos. Peppermint os seguia mudo e foi o primeiro a me notar.

– Passou a se interessar por armas também, princesa? – Ele se dirigiu a mim disfarçando minimamente o escárnio em sua voz. Todos os outros notaram minha presença, então.

– Vocês tem um tempo? Tenho um assunto meio urgente a ser tratado. – Parei perto do meu pai, encarando-o.

– Nós já estávamos acabando. – Bonnie foi a primeira a se pronunciar. – De qualquer forma, eu já tomei muito do seu tempo, Sr. Abadeer. Não se preocupe comigo.

– Você tem acesso irrestrito a sala agora, venha aqui quando quiser. – Ele sorriu para ela antes de virar-se para mim. – Quanto a você... Fico sem te ver por um tempo considerável e você nem sequer vem me cumprimentar quando chega. Que tipo de filha você é? – E agora ele também parecia chateado. Ah… que dia infernal!

– Desculpe, ok? Eu estive lidando com um monte de coisas. – Justifiquei-me, tentando melhorar um pouco o humor dele. – Venha cá, velhote. Não seja rancoroso. – Brinquei, abraçando-o.

Ele hesitou por um momento. Era natural, já que eu nunca tinha sido uma filha exatamente amorosa com ele. Eu tinha meus motivos para tal e ele sempre os compreendeu, tentando ao menos manter uma distância confortável para mim. De qualquer forma, eu também tinha meus pecados para pagar com ele e com tudo o que estava acontecendo, era melhor que ficássemos unidos.

– Eu tenho uma coisa pra te contar. – Disse sem conseguir esconder o temor na voz. Como diabos ele iria reagir era o que me preocupava.

– Sabia que tinha algo. O que foi que você fez, Marcy?

– Eu não fiz nada. – Defendi-me. – Não é algo que eu possa fazer, velho. Agora abra o seu coração e sua mente e preste a atenção no que eu vou dizer.

– Eu não gosto do caminho por onde estamos indo. O que aconteceu? – Ele insistiu.

– Você viu Rayna, né? – Espere pela confirmação sutil de Hunson. – Pois é. A premissa é a mesma e elas fazem parte de um plano do VK do mesmo jeito, então não fique tão empolgado.

– É o motivo de vocês todos virem pra cá, não é? Não fui propriamente informado sobre isso e não faço ideia de quem são elas.

– Eu sei que não. Essas coisas vão ser explicadas no jantar, foi o que a bala combinou contigo, não foi?!

– Certo, certo, mas o que tem a sua nam… – Ele se interrompeu ao notar o erro. Bonnie fez um careta e a bala dela estreitou os olhos pra mim. – Sinto muito, Bonnibel. É um tanto estranho pra mim.

– Está tudo bem. Eu realmente não deveria estar aqui… Peps, vamos. – Ela murmurou apressada, fazendo uma rápida reverência para nós. Arg! Bonnie e sua formalidade exacerbada me dava nos nervos.

– Fique aqui. – Pedi, segurando o pulso dela. – Não acho que consiga fazer isso sozinha.

Eu a vi ponderar sobre o meu pedido. Sabia que na ponta de sua língua tinha uma resposta malcriada pronta para ser pronunciada. Antes que as coisas ficassem pior, puxei-a discretamente pelo pulso para alguns centímetros mais distante dos outros.

– Bonnie, minha namorada é você. – Tratei de enfatizar a última palavra. – As pessoas podem falar o que elas quiserem, isso não muda nada. – Ela abriu a boca para rebater minha afirmativa e eu apressei-me em interrompê-la. O clima estranho entre a gente estava acabando comigo. – Nós conversamos a respeito mais tarde.

Ela concordou com a cabeça e eu voltei para o lado do meu velho com a confiança redobrada. Saber que ela estava ali comigo tornava todo o resto mais fácil. Seria o conforto que ela me oferecia? Quando foi que eu me tornei tão dependente daquela sensação?

– Seguinte, coroa… Rayna não foi a única a ser trazida pela fenda, mamãe veio junto também. A Bonnie vai poder esclarecer isso melhor pra você mais tarde, o que importa agora é que ela está no quarto de hóspedes número 4 querendo falar contigo. – Não fiz rodeios e eu pude ver a expressão de choque mudar algo dentro de Hunson.

– O que disse? A sua mãe…?

– Minha mãe. – Reafirmei. – Se não acredita, o que está esperando para ir até lá conferir?

Ele demorou um tempo maldito até finalmente concordar com a cabeça. Foi tão abrupto que ele sequer fez outras perguntas, limitando-se a lutar contra o torpor que o paralisava e seguir seu caminho até os vários andares que o separava de Amélia.

– Seja discreto. Queremos adiar o drama da sua esposa tanto quanto for possível! – Gritei para ele, enquanto se afastava com pressa.

– Nós deveriamos ir atrás dele? – Bonnie quis saber, encarando a saída.

– Eles tem que conversar sozinhos, eu acho. Se bem que a balinha podia ir lá e velar pela privacidade deles... – Encarei-o, dando a deixa.

Meio hesitante, Peppermint fez um pedido silencioso para sua criadora, que concordou com minha ideia e permitiu que ele partisse. Sozinhas, o clima tornou-se infinitamente mais pesado.

– Sinto muito. – Murmurei repentinamente, atraindo sua atenção para mim. – Sei que não deveria ter escondido nada de você, mas eu estava com medo. Eu já tinha passado por aquilo uma vez e não terminou bem pra ninguém.

– Quantas vezes eu vou ter que lhe dizer para confiar em mim? Estamos nessa juntas, Marceline. Não só nós duas, como todos os nossos amigos. Eles merecem saber de tudo o que acontece também. – Rebateu sem qualquer agressividade. Não parecia mais brava, mas chateada com certeza. – Além disso, sua distância está me incomodando.

– Minha distância? Eu achei que… – Neguei com a cabeça, tentando me concentrar em fazer as pazes com ela. – Imaginei que você precisava pensar um pouco sozinha.

– É meio difícil me concentrar em pensar sobre nossa situação quando as coisas acontecem tão rápido e você dorme no mesmo quarto que sua ex-namorada na noite que brigamos. – Alfinetou, voltando a dedicar sua atenção às máquinas do papai. Não pude conter uma risadinha de satisfação de escapar. Ela corou com o olhar terno que eu lhe lançava ao passo de que tentava ignorar minha presença e falhava miseravelmente.

– É isso mesmo o que eu estou vendo aqui? Você está com ciúmes? – Provoquei, chegando alguns centímetros mais perto.

– Me deixe em paz. – Ela parecia muito envergonhada e sequer me olhava nos olhos. Parecia algo realmente novo para Peebs.

– Está tudo bem, Bonnie. Um pouco de ciúmes é normal, mas acredite em mim, não precisar ter. – Pus a mão no coração em um gesto distraídos. – Você é a dona dele, não se preocupe. Rayna é só uma menina perdida no tempo e muito confusa.

– Eu não sinto ciúmes. – Rebateu, anotando algo no caderno que tinha nas mãos.

Aproximei-me sorrateiramente por trás dela, debruçando-a com meu corpo sobre a coisa de metal pela qual ela se interessava tanto.

– O que diabos está fazendo? – Questionou em um tom nada amigável.

– Não minta pra mim, amor. – Sussurrei em seu ouvido, dando uma mordidinha no nódulo de sua orelha e fui recompensada com o prazer de a sentir estremecer. – Não é justo me condenar por omitir algo, enquanto tenta me enganar bem na minha cara.

– É diferente. – Murmurou de maneira muito mais suave.

– Vamos fazer um trato, então? – Propus, afastando-me minimamente. Só o suficiente para que Bonnie pudesse se virar de frente para mim. – Admita e nós vamos contar tudo para minha mãe e Rayna. Juntas. Sem mais mal entendidos.

Bonnibel estreitou os olhos, empurrando-me pra longe de si. Observei-a com atenção enquanto se recompunha nos segundos seguintes. Era claro que não ia admitir, ainda mais estando contrariada da maneira como estava. Ainda sim, sabia que ela estava considerando minha proposta.

– Já chega disso. – Ela dizia se maneira adorável aos meus olhos, com as bochechas coradas. – Chame os meninos aqui, quero começar a dar forma ao plano o quanto antes.

– Mandona. – Queixei-me, já me direcionando ao elevador para fazer o que ela pedira.

                                                                                                             [...]
 

– Mas já está quase na hora do jantar e eu estou com fome, Marcy! – Finn queixou-se, levando as mãos à barriga.

– Reclame com a Peebs, eu não tenho nada haver com isso. – Levantei as duas mãos num gesto que me isentava de culpa. – Ela quer discutir o plano antes. Por um lado isso é bom, logo ela vai nos encher de brinquedos tecnológicos com estacas nas pontas e ai sim, nós finalmente poderemos nos divertir.

– É isso ai. – Ele pareceu animar-se, batendo a palma de sua mão com a minha.

– Que demora! – Reclamou a rosada, sentada sobre uma mesa cheia de folhas espalhadas.

– Fez tudo isso enquanto estávamos fora? – Apontei para a mesa, me sentando ao redor dela como os outros também fizeram.

– É pra deixar a coisa mais didática ou vocês não vou entender. – Disse, nos lançando um olhar presunçoso.

– Que seja! Comece de uma vez.

– Claro, mas antes, me explique por que diabos aquele demônio chegou aqui e não para de me encarar desde então. – Murmurou, cruzando os braços. Só então eu notei um da minha raça e de aparência humanoide, sustentando algo sobre uma almofada azul, parada há poucos metros de nós com uma expressão impassível. – Eu já tentei me comunicar com ele, mas diferente do meu servo, esse ai me ignora deliberadamente.

– Ele não deve falar a nossa língua. – Esclareci, estarrecida com a presença do tal ali. Ele havia sido mandado por meu pai? Por Denise? Para nos vigiar? O que ele fazia aqui?

– Daemonium! – Chamei sua atenção e ele prontamente atendeu. – Quid quaeris? – Perguntei-o sobre suas intenções.

– Princeps mea. – Aproximou-se fazendo uma reverência. – Isso. Sinum custodibus. – Apontou para o objeto em sua posse, tentando dizer algo na língua em que falávamos. Pela falta de conhecimento, acabava voltando para o latim.

– Ele diz que é um relógio de bolso. – Traduzi aos presente antes de voltar minha atenção ao demônio. – Videre possum. Amen dico nunc.

– Relógio. Convivae. – Continuou.

– Convivae dominus sinum custodibus? – Continuei, querendo saber saber a quem aquilo pertencia e porquê trazia para mim.

– Quod sic. – Confirmou. – Mitte hic.

– Tibi gratias ago. – Agradeci, pegando o objeto de suas mãos e o deixando sobre a mesa. – Nunc, vade quamquam.

Como ordenado, ele se retirou, mas não sem fazer uma última reverência antes de partir.

– E então? – Bonnie pronunciou-se logo em seguida. – Latim não é o meu forte. Nos explique o que houve então.

– Ele trouxe isso e disse que é de um dos meus convidados. Chegou logo após a gente, então, pode ser que tenha caído da mala de alguém. – Expliquei. – Você reconhecem?

Todos negaram com a cabeça. Aquilo era um relógio de bolso afinal, ninguém mais usava uma velharia dessa há muitos e muitos séculos. Ninguém além do meu velho pai, mas se seus servos não o reconheciam, não poderia ser dele.

Parei para analisar o coisa com cuidado. Era um relógio relativamente pequeno e prateado, tendo sua tampa toda adornada em arabescos, conferindo um toque tão delicado quanto elegante à ele. Abri a tampa com cuidado e na parte de dentro desta, havia uma inscrição.

“Para a mais bela e interessante de toda uma raça. Ad mea semper eris, Mellie.”

No momento seguinte, eu já sabia a quem aquilo pertencia… E sinceramente, não haveria nada de preocupante no tal relógio, se não fosse pelo fato dos ponteiros do relógio girarem ao contrário.


Notas Finais


É, a coisa tá ficando creppy. Só queria dizer que daqui pra frente, as coisas vão começar a esquentar num ritmo frenético. Se preparem!
Amanhã ou depois, vou estar postando um pequeno especial da Amélie e do Hunson que vai explicar umas coisinhas ou outras pra vocês. A ideia era postar junto com esse capítulo, mas como ele ainda não está plenamente finalizado, não irei atrasar mais a leitura de vocês.
Fiquem de olho e até <3


Gostou da Fanfic? Compartilhe!

Gostou? Deixe seu Comentário!

Muitos usuários deixam de postar por falta de comentários, estimule o trabalho deles, deixando um comentário.

Para comentar e incentivar o autor, Cadastre-se ou Acesse sua Conta.


Carregando...