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História Bubbly - Home


Escrita por: GbbsGZ

Notas do Autor


Eu finalmente terminei essa one. Depois de 84 anos e duas loucas me dizendo que era possível terminar, eu consegui. E dedico para as duas que me aguentam falar de plots, fics e shipps todo dia. Myn e Mie, pra vocês minhas the monias favoritas. E Myn, um dia eu termino a sua de aniversario, mas vai considerando essa aqui por enquanto.
Pessoal, por favor desconsiderem os erros, até dei uma corrigida por cima, mas nunca se sabe não pé mesmo? A realidade, ela machuca. E vou deixar um glossário pequeno de palavras que não sei se vocês sabem.
Ahh e muito obrigada pela capa fofinea demais demais demais, que eu amei muito, mini myn.

CLAMP* é um grupo de mangakás originário da região de Kansai, no Japão, formado por quatro mulheres. Vários de seus trabalhos originaram animes, como Cardcaptor Sakura (mangá ganhador do Seiun Award de 2001), Chobits, Guerreiras Mágicas de Rayearth, xxxHOLiC, Tsubasa RESERVoir CHRoNiCLE e Angelic Layer, obtendo um grande sucesso internacional.

Kādokyaputā Sakura* conhecido no Brasil como Sakura Card Captors é uma série de mangá do gênero mahō shōjo criada pelo grupo CLAMP.

Ivy League* um grupo formado por oito das universidades mais prestigiadas dos Estados Unidos: Brown, Columbia, Cornell, Dartmouth, Harvard, Princeton, Universidade da Pensilvânia e Yale.Em 1954, quando foi criada, a Ivy league era apenas uma agremiação que reunia os grupos esportivos das instituições. Hoje, ganhou importância, virou sinônimo de excelência acadêmica e objeto de desejo de estudantes ao redor do mundo.

No mais, é isso e venham sofrer comigo.

Capítulo 1 - Home


Fanfic / Fanfiction Bubbly - Home

Minhyuk estava deitado entediado sobre a cama. Ele não tinha nada para fazer naquela tarde. O treino de tênis não aconteceria naquela semana, não tinha nenhum dever da escola e seu quarto estava bastante organizado. Ele respirou fundo entediado mais uma vez. Mas antes que pudesse fazer qualquer coisa seu irmão mais velho invadiu o quarto sem bater na porta e sentou se na cama do caçula.

— O que está fazendo em casa Min? Achei que iria sair com seus amigos. — Ele olhou o menor pensativo.

— Ah hyung, eu estou entediado. Esperava que você me levasse ao cinema hoje como prometeu para a omma. — Minhyuk o encarou fazendo uma cara pidona que o mais velho não conseguia resistir.

— Não mude de assunto, me diga porquê você não está na festa que o pessoal da sua turma está fazendo na casa do Kihyun. Vamos, você é meu irmão mais novo, eu esperava que se parecesse um pouco mais comigo e não com um nerd louco pela primeira colocação da escola. — Wonho bagunçou os fios descoloridos do caçula e sorriu-lhe.

— Eu não sou como você Hoseok hyung. Não tenho a menor vocação para ser popular e chamar a atenção das pessoas. Nem sei como fiquei amigo do ChangKyunie. — Min encarou os olhos do irmão com sinceridade e deu de ombros como se não se importasse com aquilo. E esse fato de ser tão introvertido vinha preocupando o mais velho desde que o caçula entrara no colegial e não progredira muito com seu círculo de amizade. Por isso ele tivera uma ideia brilhante ao seu ver. Não sabia como não havia pensado nisso antes.

— Por isso mesmo que eu tive uma ideia brilhante. Me arrisco a dizer que foi a coisa mais inteligente que pensei essa semana. E você deveria agradecer por ter um irmão que se importa tanto com você. Falo sério. — Logo que o mais velho terminou de falar, Min o encarou incerto. Seu irmão não era conhecido por ter uma grande inteligência, muito pelo contrário. Ele já perdera as contas de quantas vezes já se meteram em confusão por causa dos planos mirabolantes de Shin Hoseok.

— Devo me preocupar hyung? — Ele sabia que deveria, pelo amor de Deus. Uma vez o irmão se esquecera da avó no shopping quando tinha que distraí-la para que a família fizesse uma festa surpresa. Só se lembrou quando chegou em casa duas horas depois do combinado e teve que correr de volta a loja de antiguarias onde a senhora o aguardava bastante brava. E teve uma outra vez que ele fez uma grande festa da vitória em casa quando os pais viajaram até a cidade vizinha para visitar parentes. Ele só se esquecera que eles estariam de volta na manhã de domingo. O casal ficou estarrecido quando encontrou alguns jovens dormindo pelo quintal, uma sala de visitas inabitável e o filho mais velho em uma boia dentro da piscina tomando sol. E houve também a inesquecível viajem pra Disney do caçula que se transformou em pesadelo logo no início. Tudo que Shin Hoseok tinha que fazer era embarcar o irmão em um voo com escala em Los Angeles, onde os pais o esperavam. Mas por algum acidente ele trocou a passagem do irmão e mandou um Minhyuk de dez anos para o ensolarado Caribe. Essas foram apenas algumas das vezes em que o mais velho por desatenção, ou pura burrice como o caçula classificava, havia cometido alguns erros bem grotescos. 

Min sabia que iria se arrepender de escutar o irmão. Ele sabia que algo daria muito errado e depois ficaria tentado a bater a cabeça contra a parede e se amaldiçoar por ter dado crédito ao mais velho. O caçula da família ficou tentando a não dar devida significância as palavras do mais velho, mas não queria magoá-lo e ferir os sentimentos dele. Apensar de pisar na bola algumas vez, muitas vezes para falar a verdade, Hoseok estava sempre cuidando do caçula. Mesmo que geralmente isso fizesse com que o mesmo entrasse em confusão.

— Qual a ideia dessa vez, Hoseok? — Ele respirou fundo antes que se arrependesse daquilo e desistisse de ouvir o mais velho.

— Eu tenho em mãos as infalíveis regras do sucesso no colegial e te apresento com uma condição que seguira todas elas. — Wonho encarou o irmão com um brilho diferente nos olhos. Aquilo seria mais fácil do que ele imaginara. Ele só queria ajudar o caçula a se enturmar mais. O dongseang era adorável, e ele sabia que o caçula tinha um potencial incrível, talvez até maior que o dele para se tornar popular. E quem sabe até fisgar o maravilhoso capitão do time de futebol. Ah, aquele cara tinha um abdômen digno de ser lambido, ele daria a cara a tapa para pegar Soo Wyunwoo.

— Eu não vou prometer seguir suas regras sem saber quais são. Não é justo hyung. — Mais uma vez o caçula encarou o irmão levemente emburrado, tentando convencê-lo a mudar de ideia. Wonho riu do biquinho que se formou nos lábios do caçula e bagunçou os fios descoloridos do menor.

— Hyukkie vai ser divertido, por acaso eu já lhe causei algum problema? — Wonho sabia que aquela pergunta era bem óbvia. Mas esperava que o irmão desconsiderasse e ficasse do seu lado sem grandes questionamentos.

Minhyuk encarou o irmão e concordou em cumprir as regras idiotas para o sucesso. Na verdade, ele só queria que o mais velho o deixasse em paz. Nada além disso. Ele não estava interessado em ser popular, e muito menos que várias pessoas soubessem seu nome. Ele estava satisfeito em ser apenas mais um aluno comum do enorme colégio preparatório em que estudava. Ele já tinha em Lim ChangKyun o amigo que precisava. Tudo bem que eles competiam acirradamente pelo primeiro lugar entre os alunos, mas isso não impedia que tivessem uma amizade saudável. Até mesmo passavam tardes na biblioteca estudando juntos.

— Tudo bem hyung, me deixe ver quais são suas metas para que eu me dê bem no colégio. — O mais jovem rolou os olhos e estendeu a mão em direção ao irmão mais velho.

— Você promete? — Não que o mais velho não confiasse no caçula, mas por via das dúvidas era melhor ter um juramento no início.

— Prometo hyung. — Min suspirou e estendeu a mão em direção ao mais velho.

— Se não cumprir pode dar adeus a todas os seus mangás da CLAMP*. Eu vou dar um jeito de me livrar de cada um deles. Entendido? — Wonho estava tocando na parte fraca do irmão. Ele adorava aquelas edições mais que qualquer coisa. O mais velho acreditava que se o menor pudesse, trocaria até mesmo suas notas perfeitas por mais edições especiais para sua coleção.

— Hyung — O caçula soou um tanto quanto que desesperado, aquelas eram suas preciosidades poxa — Qualquer coisa menos isso.

— Vamos Min, prometo que será divertido. E juro que pego apenas uma coleção se você se negar a fazer alguma coisa. — Hoseok encarou o irmão e o viu ficar em dúvida. O mais novo suspirou e aceitou a proposta do mais velho. Ele não queria ser um covarde perante o mais velho.

— Agora me dê logo essa lista. Eu estou curioso e espero não me arrepender tanto. — Um sorriso nasceu nos lábios de Wonho assim que Minhyuk tomou a lista de suas mãos. O garoto sabia que iria se arrepender, e que de alguma forma seu irmão o colocaria em confusão. Só não sabia que seus sentimentos estariam no meio.

 

 As metas de Lee Minhyuk

 

1 - Não seja tão maníaco com o primeiro lugar da escola (TODOS JÁ SABEM QUE DIFERENTE DE MIM, VOCÊ É UM GÊNIO).

2 - Nem pense em abandonar o time de tênis, você é bom. (FALO MUITO SÉRIO).

3 - Comece a ter uma vida social, vá as festas da turma e do time (VOCÊ SENTIRÁ FALTA DISSO).

4 - Faça mais amizades (COMO PODEMOS SER IRMÃOS SE VOCÊ É TÃO ANTISOCIAL?)

5 - Se livre de todas aquelas blusas laranjas (ELAS SÃO HORRÍVEIS).

6 - Dê logo seu primeiro beijo (DÊ PREFERENCIA ATENDENDO AO PEDIDO ABAIXO).

7 - Fique com o capitão do time de futebol. Ele tem um abdômen digno de ser lambido. E eu soube que ele tem uma pegada maravilhosa. (ME CONTE DETALHES DEPOIS).

Com amor, do seu hyung favorito

PS¹ SIGA TUDO, SENÃO EU BATO EM VOCÊ

PS² SE NÃO FIZER TUDO, PODE ESQUERCER SEUS MANGÁS KADOKYAPUTA SAKURA*

PS³ ACREDITE, TEM GENTE QUE PAGARIA BEM POR ELES.

 

Meta #1 NÃO LIGAR PARA O PRIMEIRO LUGAR DA ESCOLA (SAIR NO MEIO DA SEMANA)

Aish! Lee Minhyuk queria bater sua cabeça contra a parede até poder esquecer do trato com o irmão velho. Onde diabos ele estava com a cabeça quando aceitou aquilo? O pior era que seus amados mangás estavam nas mãos do irmão. Onde ele fora se meter?

— Hei ChangKyunie! Por que não vamos ao cinema hoje depois da aula? — Ele abordou o rapaz  moreno, o surpreendendo. O garoto estava concentrado na figura de Lee Jooheon que vinha andando ao lado de ninguém menos que o capitão do time de futebol. Ah não, Minhyuk queria que um buraco se abrisse e ele pudesse sumir.

— Nós não deveríamos estudar para o teste de conhecimentos gerais? — Chang o encarou sério e estranhou o convite do amigo. Eles nunca iam ao cinema durante a semana.

— Sim, mas eu fiz uma promessa idiota.  E tenho que cumprir, senão Hoseok vai se livrar de toda a minha coleção de mangás favorita. — Min encarou o amigo com os olhos pidões e o viu rolar os olhos. — Olha só isso.

O garoto de fios descoloridos entregou a pequena lista na mão do amigo e viu os olhos do mais novo arregalarem-se e depois uma gargalhada baixa soou.

— Você sabe que isso é ridículo não sabe? Desde quando um veterano olha para alunos de séries inferiores como nós?

— Diga por você Lim, mas meu irmãozinho aqui é capaz de fazer muitos caras torcerem o pescoço para verem passando. Inclusive o Son. — Wonho surgiu do nada e agora tinha um braço passado pelo pescoço de Minhyuk.

— Won hyung não deveria estar na aula nesse exato momento? — O caçula o encarou seriamente e então seguiu o olhar do mais velho em direção ao pátio inferior. Lá estava Chae Hyungwon, um aluno de uma série entre a de Min e Chang. Ah ele era bem bonito e não era novidade que ele chamava bastante atenção de todos na escola.

— Hyung, por que está olhando para o Chae como se ele fosse um sorvete em um verão quente? — Chang perguntou inocentemente e notou a face do mais velho avermelhar-se de repente.

— Não é da sua conta Chang, aliás por que é que vocês dois não estão na aula? Vão andando agora, e Chang mantenha sua boa fechada. —Wonho encarou o caçula e o menino riu para si. Com certeza os dois irmãos tinham agora problemas parecidos.

— Você ouviu o Hoseok, nos encontramos depois da aula então? — Min encarou o amigo esperançoso e sorriu quando o menor meneou a cabeça positivamente. Pelo menos agora ele tinha companhia para cumprir a meta número um.

ChangKyun e Minhyuk haviam acabado de sair da sala de cinema e estavam rindo de algo idiota dito há algum tempo atrás. Eles estavam empurrando um ao outro como dois adolescentes idiotas comuns quando Minhyuk sentiu seu copo bater contra algo rígido e grande. Chang arregalou os olhos em direção a pessoa e o amigo que agora estava no chão fez o mesmo.

Ele sentiu seu rosto avermelhar-se rapidamente. Que droga. Haviam inúmeros shoppings na droga daquela cidade e milhares de pessoas em que ele podia esbarrar. Mas Shownu, vulgo capitão-gostoso-do-futebol, escolhera justo aquele. E Min esbarrara justamente nele. O rapaz olhou para o maior e viu que ele estava acompanhado de ninguém menos que Chae Hyungwon e Lee Jooheon. O último parecia querer pular em cima do tímido Lim, que não sabia onde se esconder.

— Ao que parece a piada estava engraçada. — Shownu estendeu a mão para ele e o puxou para cima com facilidade. Minhyuk sentiu o rosto esquentar mais uma vez.  — Deveria tomar mais cuidado por onde esbarra. Eu não gostaria que você se machucasse.

Minhyuk achou que não poderia ficar pior, mas quando um sorriso de canto tomou conta dos lábios do mais velho ele soube que estava muito perdido. Droga, ele nunca saberia como conversar com Shownu se tudo que passava em sua cabeça nesse exato momento eram ideias nada puras.

Son Wyunwoo se perguntou como ele nunca tinha notado o garoto de fios descoloridos que agora estava a sua frente. Ele era adorável. Indecentemente adorável. O rosto estava vermelho, possivelmente de vergonha e ele até o momento não havia se pronunciado.

— E nesse momento em que você pede desculpas por esbarrar em alguém. — Chae sussurrou para o menor. Ele estava morrendo de fome e ficava detestável nessas ocasiões.

— Oh, me perdoe por isso Wyunwoo hyung. Não foi intencional. — Ele pediu ainda envergonhado.

— É obvio que não foi intencional, quem é que esbarra nas pessoas por vontade própria? — Um Chae impaciente continuou reclamando. Shownu havia se esquecido de como seu amigo podia ser insuportável quando estava com fome. Jooheon riu dos amigos e atraiu a atenção do menor de todo o grupo. — Aish, ele te desculpa e como forma de perdão você vem nos pagar uma pizza.

— Mas ele esbarrou em mim, Hyungwon. — Shownu encarou o amigo e viu um sorriso malicioso tomar conta dos lábios dele. Ah, ele certamente estaria em uma bela encrenca se ouvisse os conselhos daquele garoto.

— Vamos logo, eu estou com fome. — Chae terminou a frase e saiu a frente dos amigos puxando o responsável por sua irritação pela manga da roupa. Shownu deu de ombros e não viu opção se não seguir os dois a sua frente.

— Nós temos teste de inglês amanhã e temos que ir já para casa estudar. — O rosto angelical de ChangKyun pareceu comover o mais velho do grupo.

— Solte ele Hyungwon. Eles precisam estudar. — Shownu encarou o amigo e um enorme bico surgiu nos lábios deste.

— Mas hyung — ele fez uma cara ainda maior, forçando um drama — eu estou com tanta fome. — Ele ficou ao lado de Shownu e agarrou-lhe o braço. Fato que não passou despercebido pelos olhos de Minhyuk.

— Vamos, eu pago a pizza. O Minhyuk pode me compensar depois. — Son não pensou no duplo sentido de suas palavras até ver que Jooheon disfarçava, muito mal, um sorriso sacana sobre os lábios. Ai Deus, que tipo de amigos ele tinha arrumado? Um pensando em abuso de menor e o outro querendo praticar uma extorsão.

— Obrigado por entender Wyunwoo hyung. Até mais hyungs! — Ele se despediu depressa e puxou seu amigo pela manga da blusa assim como havia sido feito consigo anteriormente. — Vamos logo antes que ele mude de ideia.

— Poxa, por que Shownu hyung não tirou os olhos de cima de você? — Chang mais uma vez usou sua inocência e o amigo riu.

— Ele deve ter ficado bravo o suficiente para querer gravar meu rosto e me bater depois. Não é como se ele fosse me ver de outra forma. Você viu como Chae Hyungwon me tratou? Parecia que ia me matar só eu ter esbarado no hyung. Foi sem querer, poxa! — Um biquinho formou-se nos lábios de Minhyuk e Chang riu do amigo.

— Olhe pelo lado pelo menos já estamos cumprindo a meta um da sua lista. E com isso fica mais fácil de fazer o resto. —Chang estava tentando animar o amigo, mas sem grande sucesso.

— Vamos para casa. Preciso estudar e continuar com o meu primeiro lugar. Antes que você o tome de mim.

 

Meta #4 SE LIVRANDO DAS CAMISETAS FAVORITAS (POR QUE TODAS TNHAM QUE SER LARANJA?)

— Eu não aguento mais dobrar essas roupas Min. Estou cansado. — Chang se jogou de costas na cama do amigo e suspirou soprando a franja de lisos e longos fios negros.

— Vamos, eu preciso me livrar das minhas blusas laranjas. Por isso a omma teve que comprar algumas novas.

— Aquela lista é mesmo bem ridícula. — O caçula bufou e se sentou novamente. Estava organizando as peças novas enquanto o amigo estava se desfazendo de todas as peças laranjas.

— Nem me fale, mas sabe o que é mais ridículo? A cara que você faz quando o Jooheon hyung está próximo. Sério, disfarce melhor. — Ele jogou uma blusa na cara do amigo e esse olhou sem nenhum humor para brincadeira.

— Eu não fico como um idiota perto dele. Aish, pelo menos eu não fiquei vermelho como um tomate quando Shownu hyung segurou meu braço e sorriu. — Chang falou vitorioso. Mostrou a língua para o amigo e esse rolou os olhos.

— Poxa, muito maduro da sua parte essa atitude Lim ChangKyun. — Ele riu do amigo mais novo e continuou sua busca por suas adoráveis, porém horrorosas segundo seu irmão, blusas laranjas.

— Sabia que estamos indo para a competição nacional se jogos estudantis no próximo semestre? Meu tempo na natação melhorou tanto que consegui uma vaga na equipe e vou nadar o individual de borboleta. — Chang virou-se para o amigo de repente fazendo com que esse se surpreendesse como o caçula. — Você vai continuar na equipe de tênis não vai? Poxa, você é muito bom, Min! — O caçula o olhou com os olhos pidões e ele se perguntou de onde aquele garoto tinha tirado aquilo.

— Aish, Chang! Possivelmente sim, o appa gosta muito de ir aos jogos e isso faz parte da lista idiota do Hoseok. Então não é como se eu pudesse fugir. — Ele deu de ombros e notou um sorriso enorme crescer nos lábios do pequeno Lim.

— Então vamos junto? Isso vai ser tão legal hyung! — ChangKyun parecia uma criança feliz por ganhar um brinquedo novo. Ele fez um pequeno aegyo e arrancou uma alta gargalhada do amigo.

— Hm, ChangKyunie... você acha que bom, que eu vou conseguir realizar a última meta? Você viu o quanto o Chae é bonito? Ele é quase mais bonito que o Wonho, e eu nunca vou ser páreo para ele.  E o Shownu hyung nunca vai olhar para mim. Eu sou um fracassado Chang! — O mais velho se jogou de costas na cama e cobriu o rosto. Ele não podia perder sua amada coleção de mangás. Era a mais favorita de todas em todas elas. Por que ele ainda dava ouvidos ao seu irmão mais velho?

— Você não é um fracasso hyung! — ChangKyun ficou de pé diante do mais velho — você é o aluno mais inteligente da escola, tem notas altíssimas e é um excelente tenista. Seu inglês é quase melhor que o meu e tem o sorriso mais lindo de todo o seu ano! — O moreno ditou isso em uma enorme candura, fazendo com que o mais velho sorrisse e o bagunçasse os fios negros.

— Você é um ótimo dongseang, Kyunnie. E com isso nós cumprimos mais uma meta do meu irmão. — O rapaz suspirou cansando e viu sua pilha de blusas laranjas próximas a porta do quarto. 

Minhyuk estava sentando ao lado do amigo pronto para iniciarem uma partida de videogame quando o irmão mais velho do rapaz entrou correndo e se colocou na frente dos dois.

— Vocês dois, comemoração do time de tênis hoje na casa do Kihyun. E vão sem falta. — O loiro ditou as palavras e saiu do quarto com um pequeno sorriso enigmático no rosto.

— Por que todas as vezes que o hyung sorri daquele jeito nós nos damos mal, Min? Eu estou cansado de toda as coisas dessa lista. — ChangKyun reclamou para o amigo.

— Vamos Chang, aposto até que será legal. — Minhyuk falou tentando convencer-se mais a si mesmo do que o caçula. Ele sabia bem como o irmão poderia coloca-los em planos nada legais.

 

Metas #2-5 e quase 6 (A FESTINHA, O PRIMEIRO BEIJO E O ABDÔMEN DE SHOWNU)

A festa estava realmente divertida. Boa parte do grande grupo que estava ali pertencia ao último ano do colégio, e o único primeiranista era Lim ChangKyun. Esse sendo observado de longe pelo melhor amigo de seu irmão mais velho. Jooheon estava bebendo alguma coisa com os olhos colados no moreno que conversava animadamente com o melhor amigo perto da piscina.

— Cara, para de encarar o garoto assim. Vai assustar ele. — Shownu tocou o braço do amigo e recebeu um olhar sério de volta.

— Tão inalcançável. — O rapaz de fios ruivos suspirou e então notou o olhar do capitão do futebol para o ser risonho ao lado do Lim. — Por que não fala com ele? É o irmão do Wonho.

— Então beleza deve ser algo bem genéticos nessa família mesmo, porque o Hoseok é maravilhoso. — Chae se postou ao lado do maior como o bom melhor amigo que era. Na verdade, o rapaz de fios acastanhados era conhecido como aquele que protegia o mais velho das “irritantes e ridículas líderes de torcida”. Segundo o mesmo, nenhuma delas estava apta para ser a namorada incrível que Son Hyunwoo merecia.

— Ah com certeza. Me diga Chae, como foi que eu nunca notei Lee Minhyuk? — Shownu ainda estava encarando o menor que continuava sorrindo de algo dito pelo caçula.

— Ele é viciado na biblioteca. É o aluno número um da escola toda. Todo mundo diz que ele poderia conseguir até mesmo entrar em uma das universidades da Ivy League*. — Hyungwon falou olhando para o rapaz.

— Se continuar nessa moleza nunca vai conseguir falar com o garoto. Seja homem, Shownu. — Jooheon por alguns instantes se esqueceu que ele mesmo não conseguira falar com Lim ChangKyun.

— Quer ficar com ele, Shownu hyung? — Chae arregalou os olhos em expectativa e encarou o maior. O mais velho sabia que iria se arrepender de deixar que o garoto lhe desse ideias, mas não viu outra opção.

— Eu gostaria de beijá-lo sim, se é que você quer saber. — O moreno admitiu e viu um enorme sorriso surgir nos lábios do amigo. Por deus, porque que ele possuía amigos tão sacanas como Jooheon e Hyungwon?

Chang e Minhyuk estavam sentando agora na beirada da piscina conversando com Kihyun e Chanyeol e riam alto de uma piada contada casualmente pelo anfitrião. Chan estava esperando ansiosamente que Baekhyun chegasse para que eles fossem para um lugar mais reservado.

Horas mais tarde, Chang estava observando seu melhor amigo brincar com a turma mais velha. Era um jogo idiota, na verdade só servia como desculpa para beber muito. Uma frase aleatória era escolhida do monte de cards e quem já tivesse feito o que estava descrito deveria virar a pequena dose alcoólica que estava sendo servida. Não era preciso descrever o estado em que Wonho se encontrava. Já Minhyuk estava bastante sóbrio, apenas ria das ações do irmão mais velho.

Shownu estava observando os amigos em volta da mesa. Jooheon ainda olhava para ChangKyun platonicamente. Era mesmo patético.

— Sabe hyung pelo menos ele olha para o Chang, você nem sequer está prestando atenção no Minhyuk. — Como sempre ali estava Chae lhe enchendo a paciência. Ele deveria mandar aquele menino ir atrás de Wonho e lhe deixar em paz.

— Sabe Chae, por que você não vai dar para o Wonho e me deixa em paz? — Ele viu um enorme sorriso brotar nos lábios do mais novo e ele saiu andando em direção ao rapaz que já se encontrava levemente embriagado.

Minhyuk estava tão entretido nas risadas dos colegas de time que sequer notou quando a figura alta de Son Hyunwoo se aproximou perigosamente dele.

— Se divertindo? — O moreno torceu para que o menor não fugisse de si.

— S-sim Hyunwoo hyung. — A voz do menor saiu trêmula. Sim, ele estava parecendo uma virgem. E se arrependeu completamente depois que encarou os orbes do mais velho. Por Deus, aquele garoto parecia ter sido desenhado para mandar almas ao inferno pelos pensamentos libidinosos. Era impressão sua, ou Son Hyunwoo estava dando em cima dele?

— Talvez eu pudesse te ajudar a se divertir mais. — Shownu estava sendo direto com ele.

— M-me divertir m-mais? — Os olhos estavam arregalados e ele gaguejou. Aquele ele era o capitão gostoso do time de futebol e ele estava mesmo querendo beijá-lo?

— Não se preocupe... eu não vou fazer nada que você não queira. — O moreno sussurrou no ouvindo do menor. E com aquilo ele viu o garoto ceder. Ele guiou-o por entre as pessoas até a cozinha vazia e mal iluminada.

Minhyuk sentiu sua cintura ser segurando levemente pelas mãos do mais velho e ele foi imprensado entre a bancada de granito e o corpo forte do maior. Son Hyunwoo tinha um cheiro bom, ele pode sentir o perfume masculino assim que os corpos ficaram ainda mais colados.

Shownu precisava sentir os lábios do menor contra os seus. Era uma necessidade desenfreada que precisava ser atendida. Seus braços circundaram o corpo do menor e o trouxera para a perto. Ele deu um pequeno chupão no pescoço alvo e depois mordeu sem muita delicadeza o lóbulo da orelha do garoto. Um gemido suave saiu dos lábios do Lee. As mãos pequenas e delicadas ainda pareciam perdidas sobre o que deveriam fazer. Mas assim que os lábios se roçaram, os dígitos do menor tomaram vida própria.

Era lento, suave e doce. Os lábios roçando-se devagar e por longos segundos os dois ficaram apenas nisso. Até Minhyuk sentir seu corpo ser erguido e colocado por cima da bancada. O beijo então se tornou mais profundo. As línguas brigavam por espaço e agora tudo era uma confusão de braços e mãos.  Os dedos do mais novo estavam perdidos nos fios negros e logo depois uma das mãos desceu até o braço forte do mais velho.

A verdade é que o mais novo sempre tivera a curiosidade de sentir o corpo do maior contra o seu. A vontade de desenhar aqueles músculos bem definidos pelos incansáveis treinos com a ponta dos dedos. Um suspirou escapou dos lábios de Minhyuk ao sentir que o mais velho deixou que uma das mãos apertasse uma de suas nádegas suavemente.

Shownu havia puxado o menor ainda mais pra si como se isso fosse possível,  de forma que agora seus braços o apertavam fortemente, querendo fundir os corpos em um abraço. Minhyuk se aproveitou do momento para que seus dedos descessem até a barra da blusa do mais velho. Os dedos brincalhões adentraram o tecido fino e o mais velho gemeu contra a boca do menor.

Os dedos longos e finos traçavam suavemente a linha dos músculos do mais velho. O moreno riu quando o caçula se distanciou do beijo e puxou a camiseta dele para cima de uma única vez.

— Hyung... —Minhyuk encarou o corpo do mais velho e seus dedos subiram até o peito desnudo. A pele, levemente bronzeada, emanava um calor que o atraia.

— Gosta do que vê, Min? — O sorriso que estava desenhado sobre os lábios de Shownu beirava a indecência. E se ele soubesse o quanto aquilo acabava com a sanidade do caçula possivelmente sorriria ainda mais daquela forma.

Os dois voltaram a se aproximar e quando os lábios se tocaram uma estranha luminosidade tomou conta de todo o cômodo em que estavam.

— Então foi por isso que me mandou atrás do Wonho, hyung? — Um sorriso brincalhão estava desenhando debilmente nos lábios de Hyungwon. — Queria agarrar o inocente irmãozinho dele na cozinha.

Minhyuk não sabia muito bem como reagir. Parecia que a realidade tinha acabado de dar-lhe um soco forte no rosto. Ele tinha as mãos comprimidas no abdômen do mais velho e o mesmo o segurava firmemente pela cintura. Na verdade, o garoto de cabelos descoloridos estava meio confuso. Para ele, Chae Hyungwon sempre fora mais que amigo do capitão de futebol. Ele até mesmo já vira o garoto fazendo pouco caso de algumas animadoras.

— Hyung... a-ah me desculpe, acho que perdemos um pouco da noção de espaço e... — Minhyuk pôde sentir seu rosto esquentar e tudo piorou quando seu irmão mais velho entrou na cozinha e tinha um sorriso desbocado nos lábios ao ver a cena.

— Parece que não foi só eu quem se aproveitou de você Chae. — A voz rouca de Wonho não passou despercebida, muito menos o tapa que ele desferiu na bunda do loiro a sua frente. A verdade é que os dois trocaram um olhar bastante sugestivo e Min gostaria muito de desaparecer da cozinha. Ele saiu dos braços do mais velho e só então se deu conta de que havia acabado de dar seu primeiro beijo. Ai que droga, ele não havia planejado que fosse assim.

Min desviou dos mais velhos e volto para a sala procurando por seu amigo que deveria estar ali. Isso se não tivesse sido sequestrado por Lee Jooheon. Procurou-o por pouco tempo, já que logo conseguiu localizar o loiro sentando perto de uma garota de longos cabelos escuros e Kihyun. O último tinha o corpo próximo ao da garota que ele logo descobriu ser a capitã do time de xadrez da escola.

— Min, você finalmente apareceu. Venha conhecer a Midori. — ChangKyun pareceu não notar o inchado de seus lábios e o chupão que estava no pescoço. A garota ao lado do amigo sorriu-lhe amigavelmente.

— Esse é Lee Minhyuk, o cérebro da escola. Boatos dizem que ele foi aceito em três universidades da Ivy League e que assim que se formar vai entrar com facilidade na Seoul University. — Um sorriso divertido enfeitava os lábios de Kihyun. — Essa é Yoshioka Midori, veio transferida do Japão para a nossa escola no início do semestre.

Minhyuk estendeu a mão cordialmente para a garota e ela sorriu em sua direção depois do comprimento. Os cabelos negros e fartos estavam soltos e ela pareceu ficar sem graça quando sentiu um braço de Kihyun sobre seus ombros.

A conversa voltou ao seu estado comum, e o rapaz de cabelos descoloridos até mesmo tentou se inteirar junto aos amigos. Mas quando sentiu um corpo maior próximo ao seu e o tórax forte de Son colar em suas costas, ele ficou totalmente absorto. E sentiu seus sentidos falharem quando uma mão do maior pousou em sua coxa e ele beijou-lhe o pescoço despretensiosamente.

Shownu já conhecia a pequena japonesa que estava ao lado dos garotos, então apenas a cumprimentou com um aceno de cabeça e ficou concentrada nas reações que causava ao menos a sua frente.

— Eu quero mais Min, quero mais de você. — Ele sussurrou no ouvido do menor. E aquilo fez com que um arrepio se espalhasse por todo o corpo do garoto. Quando a mão do mais velho subiu perigosamente para perto da sua virilha, ele pode sentir um fisgar em seu baixo ventre. Não, ele não podia ficar duro ali no meio de todo mundo.

Todos pareciam muito alheios ao que estava acontecendo ali entre os dois jovens que estavam envoltos em sua própria bolha. O ambiente mal iluminado não ajudou em nada para que o menor se livrasse das mãos atrevidas do mais velho.

— Tá tudo bem Min? — Hoseok se aproximou do irmão e o encarou em dúvida.

— Sim, só estou me sentindo cansando agora Wonho hyung. Gostaria muito de ir para casa. — Ele riu baixo quando o moreno atrás de si bufou.

— Tudo bem então. Já quer ir também Chang? — O loiro encarou o caçula que balançou a cabeça positivamente. O mais velho ainda pode notar a carranca de Jooheon que não teve nenhuma chance de se aproximar do garoto naquela noite. Uma vez que ele colou em Midori e passou a noite questionando-a sobre no Japão.

Wonho sorriu de longe para Chae e mandou-lhe uma piscadinha discreta que não passou despercebida por ninguém do grupo. O rapaz correspondeu com um sorriso de canto e então foi se servir de mais bebida.

Todos se despediram e então Wonho guiou para casa. Seus pais já deveriam estar no terceiro sono quando os três subiram as escadas para os quartos depois de passarem em uma lanchonete.

Naquela noite Minhyuk dormiu tranquilamente com a lembrança do beijo do mais velho em seus lábios. Ah se ele soubesse que logo não seriam apenas lembranças de beijos...

 

As manhãs na escola estavam tranquilas, ultimamente até mesmo Wonho andava sossegado. Tudo bem que tanto Minhyuk e ChangKyun desconfiassem do envolvimento de Hyungwon nessa paz, ainda mais depois que os dois foram pegos sozinhos dentro de um dos armários do faxineiro.

E o garoto de cabelos descoloridos vinha recebendo a estrema atenção do belo capitão do futebol. A verdade é que não se falava em outra coisa na escola toda. Havia algo entre os dois e isso mexia com a imaginação das pessoas. Ainda mais depois que Shownu passou a roubar selinhos rápidos do garoto pelos corredores.

As semanas estavam se seguindo lentamente. E Shownu se via cada vez mais preso ao garoto de sorriso bonito. Era incrível como o menino exercia um poder sobre ele, que até agora o mesmo desconhecia.

Min estava encarando o treino do time de futebol da escola sentando na arquibancada. Agradeceu aos céus por ser um dia nublado e ele não precisar de metade do vidro de protetor solar do mais velho. Seu livro de química estava aberto junto enquanto ele fazia parte do dever para o dia seguinte. Mas assim que ouviu o apito indicar o início da partida ele desviou totalmente a atenção para o campo.

Shownu como capitão dividira a equipe em duas com os times bastantes equilibrados. E decidiu que naquele dia seria o treino mais esperado da semana. Sem camisa contra os de camisa. As animadoras de torcida, os meninos do tênis, a equipe de natação e alguns meninos da equipe de judô paravam seus treinos e vinham apreciar os corpos esbeltos correndo pelo campo.  E naquele dia ele tinha um expectador especial. Minhyuk tinha os olhos pregados em seu corpo assim que ele passou a camisa pela cabeça.

O mais novo tinha os olhos colados no corpo do líder do time. Ele ficava extremamente sexy correndo pelo campo e gritando instruções para os colegas de time. E quando ele parava e analisava a situação com o maxilar travado, aquilo fazia com que Min sentisse um suor frio descer por suas costas.

Midori estava próxima ao seu lado. Tinha os olhos colados em Kihyun que jogava também sem camisa. Min podia notar a vermelhidão característica tomar conta do rosto da jovem assim que o rapaz a encarava do campo sorrindo-lhe de canto.

Ele esperou por longos minutos depois do jogo do lado de fora do vestiário. Tinha marcado um cinema com Shownu e depois iriam para a casa do maior, passar algum tempo juntos. Eles tinham um lance, não sabiam bem o que era aquele rolo, mas eles com certeza tinham algo. Os beijos roubados pela escola, as passadas de mão nada discretas, os sorrisos indecentes que o mais velho dirigia ao garoto. E eles vinham passando cada vez mais tempo juntos. Minhyuk estava sempre presente nos treinos de futebol, assim como o moreno estava sempre na biblioteca ou vendo as infindáveis partidas de tênis. Shownu sempre dizia que gostava de ver o rapaz nas roupas de treino. E ainda completava dizendo que os olhares sérios que ele dirigia aos adversários o deixava fodidamente sexy.

O mais novo sentiu seu corpo ser imprensado contra o armário e o corpo de Shownu grudar ao seu. As bocas se aproximaram afoitamente e logo as línguas travaram uma batalha deliciosa por espaço. As mãos de Minhyuk como sempre estavam perdidas entre os fios negros e os músculos bem desenhados do abdômen do mais velho. Enquanto Son tinha uma mão segurando a cintura do menor firmemente e a outra já apertava as nádegas do outro.

Eles estavam indo rápido demais. Mas não dava para culpar os dois adolescentes naquela idade em que os hormônios fervilhavam ao mínimo estimulo. E gemidos baixos logo começaram a deixar os lábios de ambos.

— Son... H-hyung — A voz tremida do mais novo fez com que um sorriso torto enfeitasse os lábios de Shownu. — Precisamos ir. Podemos continuar essa pegação mais tarde no seu quarto.

O moreno sorriu largamente quando uma vermelhidão característica tomou conta das bochechas fofas do mais novo e imaginou se conseguiriam finalmente passar da fase das mãos bobas.

— Tudo bem, vou apenas pegar minha bolsa e podemos ir. — O maior deu um selinho rápido nos lábios do garoto escorado na parede e entrou no vestiário.

Ele poderia ter ignorado aquele som de chuveiro ligado. Ele poderia. Mas Shownu era responsável de mais para isso. E como capitão do time era sua responsabilidade se certificar que estava tudo certo quando saia do local e era o último por ali. Mas não era apenas um chuveiro ligado. Por deus, como ele preferia que fosse apenas isso.

Kihyun usava apenas a bermuda do time e tinha a agua escorrendo por suas costas enquanto imprensava um corpo menor entre o seu e a parede de azulejos brancos. Um par de pernas femininas estavam em volta da cintura do rapaz e os lábios do jovem de cabelos castanhos pareciam concentrados no pescoço da garota. Aquela era Yoshioka Midori agarrada ao seu colega de time. A toda correta e meiga Midori estava agarrando Yoo Kihyun no vestiário masculino e o capitão do time não fazia a mínima ideia de como ela tinha entrado ali. Os olhos castanhos se abriram de repente no meio de um gemido contido e a jovem então empurrou o rapaz para o lado. Yoo virou-se imaginando já saber quem era que estava ali. Ele coçou a nunca e tentou parecer sério diante da situação. A japonesa por outro lado tinha a face tão vermelha que poderia ser confundida com uma placa de pare. Os cabelos longos estavam bagunças e sua blusa estava semiaberta.

Shownu encarou os dois e apenas fez vista grossa para a situação. Ele mesmo já havia feito a mesma coisa naquele mesmo vestiário.

— Vocês dois, apenas não façam isso aqui, ok? — Ele não escondeu o sorriso quando a garota apenas respondeu com um fio de voz e abaixou a cabeça, deixando que os fios longos lhe cobrissem o rosto.

— Mas estamos liberados para fazer isso em outro lugar não é mesmo Hyunwoo? — Kihyun não tinha jeito mesmo. A garota ainda estava petrificada o lugar e Shownu ainda se perguntava se ela sabia como respirar. Mas não conseguiu evitar responder a provocação do amigo.

— Claro, só se certifiquem que ninguém vai invadir e acabar com a privacidade de vocês. — Ele riu rapidamente para o colega que piscou em sua direção e pegou sua bolsa sobre o banco, saindo do local logo em seguida.

Antes mesmo que ele e Minhyuk pudessem caminhar até o final do corredor, a jovem passou rapidamente por eles. Ela parecia furiosa. E um Yoo Kihyun estava correndo atrás dela. Sorrindo e fazendo piadas, mas ainda sim correndo até a garota.

— Eu vou querer saber o motivo dela estar com a camiseta molhada? — Min encarou o maior ao seu lado que apenas o encarou de modo malicioso.

— Ela e o Yoo estavam tomando uma chuveirada para relaxar. — Shownu já esperava que o garoto ao seu lado ficasse sem graça. Mas ao invés disso, tudo que ele ouviu foi uma sonora gargalhada.

 

A verdade é que eles acabaram não indo ao cinema durante a tarde. Shownu lhe dissera que havia sorvete, muitos doces e casa toda para eles, acabando por convencer o mais novo a ir ver um filme qualquer em seu quarto.

Eles estavam vendo um filme estadunidense qualquer que era o favorito do caçula, mas que fazia o hyung se sentir entediado. Ao menos até o menor passar a se comportar sugestivamente a sua frente. Ou aquilo era coisa da sua cabeça? Assim que um sorriso infantil tomou conta dos lábios de Minhyuk, Soo teve certeza que era tudo coisa da sua mente perturbada.

O filme havia terminado e o mais velho estava deitado sobre a cama vendo algumas mensagens que ainda não havia respondido. Minhyuk veio engatinhando até ele e se sentou sobre sua barriga querendo atenção.

— Shownu hyung. — Ele ronronou no ouvido do maior que sentiu um arrepio na nuca com a voz suave tão próxima de si.

— Não faz isso Min, senão eu... — Ele não sabia se deveria terminar a frase, mas então um olhar sapeca tomou a face do mais novo.

— Senão o que hyung? — O menor perguntou falsamente inocente rebolando em cima do maior e ouvindo um gemido contido.

— Senão eu não vou me segurar. — Shownu procurou nos olhos do outro algum resquício de dúvida sore querer realmente aquilo, mas não havia. Ele tinha certeza.

— Eu não quero que se segure, hyung. Já demoramos demais. — Com isso o menor tomou a iniciativa de beijo e Shownu se perguntou onde aquele garoto havia aprendido a beijar de forma tão safada. Ele já se movia sobre o maior, fazendo com que um mar de sensações começasse a ser despertado. — Eu realmente gosto de você Hyunwoo hyung.

— Tem certeza? — A voz saiu rouca contra o pescoço alvo.

— Sim. — Os olhinhos brilharam em expectativa. E assim que o mais velho tomou os lábios róseos do outro o mundo pareceu deixar de existir. Tudo que importava estava ali dentro daquele quarto. Os dois juntos, os corpos e sincronia e os sons suaves de gemidos e falas sem nexos.

— Eu também realmente gosto de você Minhyuk. — Um sorriso ainda maior brotou na face do caçula e eles se concentraram um no outro. Eles estavam juntos e pareciam que aquelas batidas descompassadas de seus corações haviam finalmente se encontrado e agora batiam juntos.

 

Minhyuk acordou sentindo seu corpo meio coberto pelo lençol e ouvindo o barulho caraterístico de chuva contra a janela. Pela primeira vez sentia-se completo. Estranhou o lado vazio na cama, mas continuou deitado ali. Ele se sentiu como uma criança novamente. Um mar de sentimentos desconhecidos agora inundava lhe e tudo que ele queria era abraçar Shownu até que ele também pudesse sentir tudo aquilo.

Ele tinha certeza que o amava. Ele tinha certeza que era aquilo que as pessoas sentiam quando estavam apaixonadas. Aquele sentimento incrível que fazia com ele sentisse que podia até mesmo flutuar. Era estranho, ele sentia um arrepio que começava na ponta do dedão e subia por todo seu corpo. Fazia seu coração descompassar, um sorriso bobo tomar conta de seu rosto, seu nariz se enrugar levemente e sua mente divaga para longe. O mais velho o fazia sorrir. Mesmo com toda aquela chuva torrencial, um sorriso bobo estava desenhado em seus lábios.

Mas onde diabos estava Shownu? Seu lado na cama estava frio e Min procurou por seu celular. Estranho, ele lembrava de ter o colocado no criado mudo assim que subiu na cama. Ele então se espreguiçou lentamente e vestiu a camiseta e as calças que estavam nos pés da cama.

Ele coçou os olhos enquanto foi em busca do maior, o encontrando usando apenas uma bermuda. Estava de costas para a entrada da sala e tinha as mãos ocupadas por algo. Minhyuk sentiu seu rosto afoguear-se quando notou os longos vergões nas costas do moreno. Ele tinha sido responsável por aquilo.

— Hyung, está tudo bem? —Seus olhos encararam o rosto indecifrável do Son.

—Me diga Minhyuk, você já recebeu suas preciosos mangás? Ou isso só quando levasse minha cueca de prova? — Shownu mostrou a lista para o menor e uma conversa de Wonho que ele não fazia ideia estar no seu celular. Droga.

— Shownu hyung eu j-jamais fa-faria isso. N-não foi uma a-aposta. — O menor respondeu tentando explicar o que era tudo aquilo. Lá estava mais um resultado de confiar nas palavras de seu irmão mais velho.

— Eu sabia que tinha algo errado. Quer dizer... foi tudo tão fácil. —Um sorriso de escárnio se desenhou nos lábios bonitos que Minhyuk gostava tanto de beijar. — Valeu a pena. Foi bom pra mim, sabe você é tão fodidamente apertado. E eu jamais imaginei que pudesse te pegar como eu peguei na ultima noite.

— H-hyung... do qu-que es-está fa-falando? — Os olhos no mais novo começaram a se encher de lagrimas e sua voz já estava falhando.

— Foi só uma transa Lee Minhyuk. Você não perde seus mangás e eu te fodi em troca. — O mais velho sabia que estava machucando o caçula a sua frente. Ele queria que ele sentisse uma pontada da dor que sentiu quando viu que tudo não passava de uma brincadeira de mal gosto.

— M-mas vo-você disse que... — O garoto de fios descoloridos não conseguiu terminar a frase. Lagrimas grossas já escorriam por seu rosto.

— Que realmente gostava de você? Eu só queria saber como era foder um virgem sabe? Saber se você era mesmo tão gostoso quanto aparenta ser. Pelo menos nisso não me decepcionou. — Shownu passou por ele e deixou o celular e a pequena lista em cima do aparador do hall de saída. — Achou mesmo que um formando olharia para um calouro como você? Esquece e dê o fora antes que eu desça aqui de novo.

Minhyuk não sabia o que fazer. As lagrimas apenas rolavam por seu rosto e ele sentia que se coração havia acabado de ser partido em milhões de pedaços. Ele nunca iria conseguir juntar tudo. Porque quando as coisas se quebram, por mais que sejam coladas, sempre fica faltando pequenas lascas que se perdem. E se coração estava assim. Ele nunca iria conseguir juntar todos os pequenos pedaços que estavam esparramados por ali.

Ele apenas pegou o celular e o bilhete e saiu porta a fora. Se se importar com os pés descalços, com a chuva batendo em seu rosto e com a dor que vinha dentro de si. Ele parecia estar sendo castigado pelos céus, a chuva se tornava cada vez mais forte e o vento mais frio. Ele parou em uma esquina e discou os números do irmão mais velho. Ele atendeu no primeiro toque e saiu em busca do caçula. Wonho nunca se sentiu tão culpado como naquele momento.

E quando viu a figura pálida e molhada de Minhyuk ele soube que seu irmão tinha passado pela pior experiência de sua vida. Não era preciso ser muito inteligente para ver que o coração do mais novo fora partido de milhões de formas diferente.

Ele entrou no carro do irmão sem se importar se estava sujando o estofado e os tapetes. Ele só queria ir para o mais longe possível dali. As lagrimas desciam silenciosamente pelo rosto do menor. E quando o carro parou na garagem, Min subiu correndo para o quarto no final do corredor ignorando a qualquer chamado por ele.

O resto do sábado foi chuvoso. Chuvoso e frio. Minhyuk não desceu para almoçar, nem para ver televisão, para nada. A sala de estudos ficou silenciosa o resto do dia. Ele estava vestindo o moletom velho do pai, da Yonsei University, enrolado em uma manta fofa e abraçando um travesseiro.

Min dormira o dia todo, deixando sua mãe preocupada. Ela entrara no quarto do filho diversas vezes para checar sua temperatura e levar seu chocolate quente com marshmallows preferido. A verdade é que ele mal saiu do quarto durante todo o final de semana. E na segunda Wonho encarou o irmão surgir com um olhar distante na cozinha, segurando os poucos livros que levaria para as aulas do dia.

Wonho se sentia extremamente culpado por ter ferrado com o futuro namoro do caçula. E pior, de certa forma, ter contribuído para o coração partido do mesmo. Ele se sentia tão mal que poderia se bater.

ChangKyun se tornara o escudo humano do amigo. Ele checou os corredores pelos quais passavam para ver se via algum sinal de Shownu, mas não teve nada. E na hora do almoço levou o lanche até a sala para ele. Os dois dividiram o fone de ouvido do mais novo e ele até mesmo tentou fazer com que o rapaz de cabelos descoloridos sorrisse, sem muito sucessor é claro.

Durante algumas semanas o maknae havia sido muito bem-sucedido em seu plano. Ele havia colocado até mesmo Kihyun e Midori para ajudá-lo. Wonho tentava fazer sua parte como conseguia. E estava dando certo. Minhyuk havia ganhado uma dispensa dos treinos de semana e podia ir durante todo o sábado, quando o time de futebol estava bem longe dali. Voltou a passar suas tardes na biblioteca acompanhado de Chang e muitas vezes Midori lhe fazia companhia também. Ela era divertida e sempre o levava para o clube de xadrez para que ele relembrasse a época em que competia pela equipe da escola.

Era uma daquelas noite de sexta fatídica. Uma chuva torrencial tomava conta de toda a cidade e tudo que Minhyuk fazia era virar-se de um lado para o outro em sua cama. Ele sabia que não iria conseguir dormir. Pegou seu travesseio e a manta macia e saiu em direção ao seu antigo refúgio. O quarto do irmão mais velho. Para ele algumas noites eram mais difíceis que outras para se lidar com as lembranças.

— Hyung, eu posso dormir aqui hoje? — A voz saiu chorosa e os olhos pidões como sempre convenceram o irmão. Não que Hoseok se sentisse no direto de negar alguma coisa para o caçula.

— Vem. — Wonho moveu seu corpo para o lado direto da cama e o menor se deitou ao lado do irmão.

Ele se sentia protegido ali. Wonho sempre o protegera desde que eram pirralhos barulhentos. E ele sempre dizia que iria ficar tudo bem, porque no final sempre ficava mesmo.

— Wonnie hyung — ele usou o apelido de infância do mais velho, vendo um sorriso nascer nos lábios do mesmo — o que é amor?

Wonho não esperava por aquela pergunta. Então ele respirou fundo e encarou os olhos que agora deixavam as lagrimas escapar livremente.

— Lembra quando éramos crianças, e a omma dividia doces entre a gente nas manhãs de sábado? — O mais novo balançou a cabeça positivamente. — Eu sabia que você sempre roubava os meus e mesmo assim eu os guardava no mesmo lugar todas as vezes.

A lagrimas então caíram mais e o caçula encarou o irmão.

— Então eu preferia ter ficado sem doces a vida toda do que sentir meu coração partido agora. Dói hyung, dói muito. — Ele se agarrou ao irmão e chorou, chorou como quando eram crianças e ele caiu de patins na calçada. Chorou sem controlar os soluços e as fungadas altas. Sem se importar de estar molhando toda a camiseta do irmão. Ele sentia-se com o coração partido e tudo que podia fazer agora era chorar.

Contudo a vida continuava seguindo e aos poucos ele estava voltando ao normal. Mesmo que ainda sentisse o coração palpitar ao ver o capitão do futebol no refeitório. Ele continuava o mesmo. Sempre cercado pelos companheiros de time e pelo olhar atento de Chae Hyungwon. Ainda tinha o sorriso de canto que fazia suas pernas tremerem, mas ele se recusava a ir até lá. Havia acabado. Não havia nada entre os dois. Provavelmente nunca houvera mesmo.

— Vamos logo Min, eu preciso achar minha faixa. — Wonho choramingou para o mais novo enquanto eles reviravam o vestiário.

— Como você conseguiu perder a sua faixa Won hyung? É a mesma coisa de eu perder minha raquete. — Ele riu revirando o saco de roupas sujas e vendo o tecido preto da faixa por baixo do inúmeros coletes suados do time de futebol.

Ele ergueu a faixa confiante e sorriu para o irmão mais velho que ficou sério assim que a porta se abriu e fechou rapidamente.

— Chae está te esperando lá fora. — O capitão parou diante do mais novo e olhos do mesmo se abaixaram, achando um ponto muito interessante no chão do que no olhar do maior. — Quero falar com você, Min.

O sangue ferveu nas veias do garoto. Ele ficou com uma expressão dura no olhar e encarou Shownu.

— Lee Minhyuk para você Son Hyunwoo. Ou apenas mais um que você fodeu. — Ele cuspiu as palavras na cara de Son e passou por ele em direção a porta.

— Eu só queria falar com você. — Havia um tom de suplica na voz de Shownu.

— A questão é que eu não quero falar com você. Você sabe, eu sou só um calouro e você não olha pra garotos como eu. — Minhyuk não imaginou que conseguisse dizer aquilo na cara do maior, mas conseguiu. Sem derramar nenhuma lagrima, sem gaguejar e com o olhar compenetrado. Passou pela porta e encarou Wonho e Chae que olhavam para a saída em expectativa.

— Won hyung, vamos embora. Tenho aula de inglês hoje a tarde. Até mais Hyungwon hyung. — Ele acenou para o outro e seguiu sem esperar pelo irmão, mesmo assim podendo ouvir um suspiro de ambos.

A semana seguinte foi estranha. Shownu tentou abordá-lo pela escola diversas vezes. E por diversas vezes foi ignorado. As palavras do maior ainda ecoavam em sua mente.  

Era sábado. E ele finalmente teria o dia todo de treino. E estava realmente aproveitando a quadra. Sentiu todo seu corpo responder a seus comandos e naquele dia ele testou alguns de seus próprios limites.

Já estava quase saindo pelo portão principal quando notou Shownu escorado no muro. Não, ele não iria mesmo ceder a ele. Foi para as piscinas, onde Chang ainda nadava. O tempo do maknae estava ruim e ele tentava e vão recuperar-se.

— Hei Minhyuk hyung! A quanto tempo está aí? — Chang agora caminhava até ele despreocupadamente.

— Tempo o suficiente para fugir daquele idiota do Son Hyunwoo. Ele estava lá fora na saída quando meu treino terminou, não quero vê-lo tão cedo. — Min respondeu mal-humorado um biquinho involuntário surgiu em seus lábios.

 — Acho que você deveria perdoá-lo. Sabe que ele gosta de você, e ele não fez por mal! Era você quem tinha aquela lista estúpida no bolso. Aliás, que ideia ridícula era aquela não é mesmo?

— Deixei que meu hyung me convencesse. Ele disse que era o suficiente para que eu tivesse boas memorias do colegial, eu sou bem idiota, não é? — Minhyuk apoiou as mãos nos joelhos e afundou o rosto ali.

— Não diria idiota, mas você deveria ter tentando esclarecer tudo antes de sair correndo como uma virgem. – O menor afundou os dedos nos fios descoloridos e fez um carinho suave, fazendo com que um sorriso brotasse nos lábios do outro.

— Desde quando você é um dongsaeng tão mal-educado hein? — A voz saiu sem o tom severo que Minhyuk queria, parecendo mais um questionamento bobo.  

— Eu vou me trocar e depois podemos comer alguma coisa. — Chang iria mesmo tentar fugir da pergunta que volta e meia passava pela cabeça do mais velho.

— Quando é que você vai falar com Jooheon? Sabe, se eu corri como uma virgem é você quem vive fugindo como uma garotinha com medo. Todo mundo já percebeu que você tá afim dele. — Minhyuk encarou-o, vendo que o rosto do amigo perdera toda a cor e logo suas bochechas ficaram em um todo vermelho-rubro.

— Ei, isso não é obvio viu?! — O Lim estava indignado. — Eu não estou afim do Lee Jooheon! —

— Ah não, sou eu quem fica vermelho quando nota que ele está vindo pelo mesmo corredor que a gente. Ou melhor, sou eu quem fica babando enquanto ele treina durante as aulas de educação física. Sou eu mesmo que sequer consegue falar quando o Lee está na mesma mesa. Só você ainda não percebeu o quanto isso tá obvio Chang. — Minhyuk podia enumerar os fatos que deixavam cada vez mais os sentimentos óbvios que o maknae nutria pelo rapaz de fios avermelhados.

— Eu vou falar com Lee Jooheon quando você falar com Shownu hyung. Eu estou indo me trocar e não quero mais falar sobre isso. — Chang saiu andando em direção ao banheiro e deixou o amigo com um sorriso brincando em seu rosto. Pelo menos a vida de alguém estava mais simples que a sua. Onde ele estava com a cabeça quando caiu na lábia de seu irmão mais velho?

Mas parecera que a vida de seu amigo não estava assim tão simples. Alguns minutos depois ele pode ver Jooheon carregando o mais novo para a enfermaria. Parecia que ele tinha desmaiado depois de escorregar no corredor dos vestiários das piscinas.

A cena séria romântica, se o nariz de ChangKyun não estivesse sangrando e o Jooheon tinha o mais completo desespero estampado em sua face. Depois de passar na enfermaria com o amigo eles seguiram para casa. E obviamente lá estava o capitão do futebol ponto para salvar o dia.

Na volta para casa, Minhyuk controlava-se para não tirar o sorrisinho convencido do rosto do mais velho. Shownu sorria para ele como se tudo estivesse bem. E quase, quase deu um soco no moreno quando a mão do mesmo se insinuou em sua coxa.

Son não despregou os olhos do mais novo nem por um segundo. Estava obvio que ele iria tentar fugir de si assim que tivesse chance. E para isso estava tentando convencer o melhor amigo a deixa-lo ficar ali.

— Tem certeza de que não precisa de mais nada? Onde diabos se meteu o Channie hyung? Você não deveria ficar aqui sozinho depois de ter ficado tão mal na escola. Tem certeza que não quer eu que durma aqui? Você pode passar mal a noite!

Mas para a felicidade de Shownu, Chang dispensou os cuidados de Min e ele descera até a cozinha. O mais velho não perderia aquela chance. Logo que notou o menor entre a bancada e os armários não perdeu a chance de colocar seu corpo contra o dele. 

— Hei Min, me desculpe está bem? Eu fui um idiota e sinto sua falta. — As palavras foram proferidas todas de uma única vez. Minhyuk queria virar-se para o rapaz e acabar logo com aquilo, mas ainda se sentia machucado pelas palavras do mais velho. Ele era forte, podia resistir aos encantos do mais velho. Isso até sentir os lábios dele mordendo o lóbulo de sua orelha, ah droga, ele sabia o quanto aquilo o afetava. A mão de Shownu estava em sua cintura e apertou o local levemente. O que era aquilo? Por que aquele imbecil ainda tinha tanto efeito sobre si?

— Nós não podemos.... Nós não damos certo. — O próprio Minhyuk já não tinha tanta certeza de suas palavras. Ele sentiu os beijos do rapaz alcançarem seus lábios e deixou-se levar por algum tempo, até que Jooheon entrou no ambiente.

— Eu não sabia que vocês ainda estavam aqui. Não confia em mim para cuidar do ChangKyun, Minhyuk? — Um sorriso enfeitado por covinhas estava desenhado sobre os lábios de Jooheon e ele encarou o sorriso de agradecimento de Shownu. — Pode ir para casa Min, te dou minha palavra de escoteiro que se algo der errado você vai ser o primeiro a saber.

O garoto saiu de trás do balcão e subiu as escadas para se despedir do amigo. Muito a contragosto na verdade, mas mesmo assim foi até lá. Depois de uma rápida despedida, ele desceu as escadas e ficou ao lado da porta esperando pelo mais velho. Despediu-se rapidamente de Jooheon e seguiu então para o carro do mais velho. Por Deus, ele queria estar em qualquer lugar menos ao lado do mais velho.

Talvez por uma ironia do destino uma chuva torrencial se derramava sobre a cidade. E Son tinha tomado um caminho desconhecido para a casa do Minhyuk. O mais novo observou a paisagem e notou que estavam indo para a casa do mais velho. Ele não queria mais aquilo. Ele tinha que dizer não. Já estava machucado demais.

— Para onde estamos indo? Esse não é o caminho da minha casa. — Ele continuou com a expressa séria. — Faça o retorno e me leve para casa. Agora.

Shownu estava um tanto quanto que desesperado. Ele precisava consertar aquilo o mais rápido possível. Ele tinha de dar um jeito de fazer o mais novo ouvi-lo e então tudo poderia ficar bem entre eles mais uma vez.  O moreno sabia que tinha que fazer o melhor que pudesse antes que Minhyuk desistisse dele por completo. Porque uma vez que o garoto fosse embora, ele iria para sempre. Ele sentia que todo aquele sentimento de ambos estava escorrendo por seus dedos. Minhyuk seria o único para ele e ele o seguiria para qualquer lugar. Ele sentia que depois de tropeçar e cair, estava aprendendo a engatinhar como uma criança. Naquele momento ele viu que não sabia de nada. E não estava pronto para dizer adeus para Minhyuk. Ele o amava, e quando se ama alguém tanto assim, é impossível deixar que ele vá sem tentar concertar as coisas.

— Eu não posso. Eu não posso deixar você ir assim, que droga. — Shownu apertou as mãos contra o volante e parou o caro na rua deserta. Seu coração nunca tinha batido tão descompassadamente como naquele momento.

— Não é como se tivesse essa opção. — A voz do garoto de cabelos descolorido soou dolorosamente decidida. E antes que Hyunwoo pudesse fazer algo, o mais novo abriu a porta do carro e começou a andar na direção contraria a que seguiam.

— Eu sei que eu fui um idiota completo, está bem? E eu sei que parti seu coração de milhares de formas diferentes. Mas... amar alguém machuca, as vezes essa é a única certeza que temos. — Son respirou fundo, ele não podia começar a chorar como uma garotinha com medo — Mas eu tenho medo tá? Eu nunca senti isso por ninguém, ainda mais por um garoto tão tímido e... Eu te amo Lee Minhyuk. Eu amo cada detalhe seu. Cada pedaço seu.

Minhyuk já tinha os olhos cheios de lágrimas. Ele estava desmoronado com todas aquelas palavras.

— Amo a forma como as nossas mãos se encaixam, a gargalhada que dá quando acha algo extremamente engraçado. Eu amo como você se preocupa com o Hoseok e o jeito como cuida do Lim ChangKyun como um irmão mais velho. Adoro a forma como seu rosto cora quando fica sem graça e o biquinho que se forma em seus lábios quando você está bravo. — Algumas lagrimas teimosas já rolavam pelo rosto do mais velho e a chuva molhava todo o seu corpo. — Eu amo seu sorriso, sua voz, seu jeito de falar meu nome. Amo seu olhar sobre mim. Eu amo cada mísero detalhe em você Lee Minhyuk. Eu te amo tanto que chega a doer as vezes só de pensar que você pode ir embora e nunca mais olhar para mim.

Os dois estavam parados, com os grossos pingos de chuva os castigando. Os olhos do Lee já estavam vermelhos e as lagrimas escorriam por sua face de forma abundante.

— Eu senti tanto sua falta Hyun hyung. — O corpo menor e frágil se chocou com o tórax musculosa e os braços do maior logo rodearam o garoto choroso. Eles não se importavam com a chuva, com o vento frio ou pelo fato de ambos estarem em um grande lamaçal. A única coisa válida era que estavam juntos de novo, e dessa vez era pra valer.

 

Já era madrugada quando Min acordou na cama do agora namorado. Os dois eram uma enorme confusão de braços e pernas. E o mais novo riu bobamente quando sentiu o calor que emanava do corpo ao seu lado. Aquele sentimento bobo tomou conta de todo seu corpo mais uma vez. O arrepio gostoso que subiu do dedão do pé e encheu seu coração. O sorriso sem motivo ainda enfeitava seus lábios, e seu nariz enrugou-se ao sentir o aroma do mais velho no lençol. Sua mente divagava em ideias distantes. Parecia que os corações de ambos haviam reencontrado sua batida, a sincronia perfeita. Estava deitando confortavelmente sobre o abdômen do mais velho quando se recordou da lista idiota de seu irmão. Ele se apoio ainda mais no maior colocou uma mão possesivamente sobre o local com os músculos em evidencia e tirou uma foto para mandar para Wonho. “ Hoseok, você tinha razão. É um abdômen digno de ser lambido. E hyung, a pegada do MEU NAMORADO é mesmo deliciosa. ” Deu uma risadinha antes de apertar o enter e enviar o arquivo para o irmão. E então se lembrou das palavras do amigo em volta a piscina. Ele deu um sorriso de canto apoiado sobre o mais velho e enviou para ChangKyun, aquela era a hora do amigo se acertar com o dono das covinhas “mais maravilhosas do universo” segundo pesquisa de opinião do colégio.

Shownu abriu os olhos encarando o mais novo o que o mirava atentamente. Ele nunca se cansaria de olhar para ele. Era um sentimento bom o que tomava conta dele quando encontrava um sorriso tímido  nos lábios finos do mais novo. Ele deu um selinho nos lábios do namorado e pegou o celular eu estava perto da cama. E seus olhos se arregalaram quando abriu a mensagem de Kihyun. Havia uma japonesa de costas na foto, deitada sobre o peito do amigo enquanto ele sorria marotamente. Yoshioka Midori tinha os cabelos bagunçados e ele teve certeza que ela mataria o castanho se descobrisse aquela foto. Shownu ainda teve que segurar uma gargalhada quando recebeu uma mensagem de Chae “parece que você finalmente foi recompensando pelo dia do esbarrão, hein? ”.

— Parece que não fomos só nós que nos demos bem essa noite não é mesmo? — Um sorriso brincalhão tomou o rosto do menor e ele apenas se aconchegou ainda mais ao moreno.

— Tenho certeza que não. — Ele beijou o topo dos cabelos macios e sorriu mais vez.

— Obrigado por não mudar os doces de lugar Hyung, eu te amo. — Min falou vagamente enquanto bocejava e caiu no sono mais uma vez, deixando um Shownu confuso e perdido ao seu lado. Mas fosse o que fosse, o mais explicaria para ele depois.

— Eu também te amo. — Ele sussurrou ainda vendo um pequeno sorriso adornar os lábios finos do outro.

Eles ainda teriam todo o tempo do mundo para aprender o significado daquela frase e o Lee, bem podemos dizer que ele teve sua preciosa coleção de volta. E ainda ganhou de bônus um abdômen digno de ser lambido.            


Notas Finais


Ps. Se você leu tudo deve ter visto o dialogo fofo que tem entre o Minhyuk e o Hoseok. Isso foi uma adaptação de um textinho que eu recebi no wpp, e não sei de quem é a autoria. Quando li, quis colocar na fanfic. Enfim, só pra não me acusarem de plagio.
E claro, tem partes que tem trechinhos de musicas adaptadas, porque sou a louca dos diálogos musicas chorosos.
Isso é tudo pessoal!


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