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História Bulg-Eun Sil - Akai Ito (TaeKook) - Retrocesso


Escrita por: vguk_love

Notas do Autor


Oi, tudo bom? ~

Antes de vocês lerem, eu gostaria de deixar uns avisos. Vou ser breve, prometo! E me digam se acharem erros, colei direto do Word pra cá e eu não corrijo muito os meus erros no Word, só escrevo e vou na fé, então eu posso ter deixado algo passar.

Primeiro, esse capítulo não tem muita coisa histórica, com fatos reais. Eu pesquisei muita coisa sobre acontecimentos da Coreia e até pensei em mencionar aqui alguma coisa do que li, desde os reinos, quando a Coreia ainda pertencia a China, enfim, mas não rolou. Então o único evento histórico mencionado nesse capítulo foi o de 1692!

Segundo aviso: vão haver cenas de "mutilação", "violência", enfim, no final do capítulo. Caso isso não agrade alguém, sinto muito, mas essa é uma das tags na história, então obviamente apareceria um dia, né ashuash

Último aviso que nem é tão aviso assim: esse capítulo está bem maior do que os outros porque eu queria compensar o capítulo da "Festa" que foi bem curtinho, ok? Além disso, esse capítulo é mais explicativo, revelando algumas coisas, etc. Ainda tem muita coisa pra acontecer no futuro, então não se preocupem, não tá muito perto do fim ainda! Acho que estamos na metade ou algo assim.

Agora vou deixar vocês lerem! Boa leitura e nos vemos nas notas finais! ~~

Capítulo 6 - Retrocesso


Fanfic / Fanfiction Bulg-Eun Sil - Akai Ito (TaeKook) - Retrocesso

Uma semana já havia se passado desde a festa e a tal promessa feita com Taehyung. Jeongguk já estava cansado de ouvir sua namorada e melhor amigo insistindo tanto nessa história e, quando decidira perguntar o motivo da garota querer aquilo tanto quanto seu amigo, descobriu que a mesma também já havia ido em uma dessas sessões que o Kim tanto falava. Com essa nova informação, deu-se por rendido. Tinha perfeita noção de que ambos não iriam sair do seu pé tão cedo enquanto não cedesse a vontade deles, decidiu, então, ir na dita sessão. Não estava à espera de nada, mas iria e mostraria interesse naquilo a pedido de ambos.

Durante a manhã deixou que Taehyung marcasse tudo com o tal homem que atendeu a ele e Dahyun. Iria dar uma chance nessa ideia absurda. Por mais que não quisesse confessar, Jeongguk sabia que, bem no fundo, era tudo medo. Medo do que poderia descobrir com aquilo; medo de como sua vida poderia mudar, ou não, drasticamente com revelações de suas vidas passadas. Esperava tudo e esperava nada, apenas ia de braços abertos para aquela tão falada sessão que o Kim encheu seus ouvidos sobre durante toda a semana.

No período da tarde, já se encontrava no escritório do homem que descobriu chamar-se Kim Heechul. O mesmo aparentava ser simpático e divertido, o que fez Jeongguk sentir-se mais descontraído rapidamente no ambiente. Ele fez algumas explicações básicas sobre o procedimento de retrocesso até sua vida passada. Explicou que não poderia simplesmente invadir sua mente e de uma hora para a outra surgir em um ano antigo, deveria fazer o percurso com calma e gradativamente. Explicou os riscos e o que o Jeon deveria ou não fazer, tomando sempre cuidado e explicando com calma e em ricos detalhes para que nada passasse em branco. Ele também havia explicado que a sessão seria gravada, dessa forma, Jeongguk teria total acesso ao que ele mesmo viria a falar durante o retrocesso e poderia guardar aquilo para si.

O que mais deixou o Jeon surpreso foi, entretanto, o fato de o homem ter lhe tratado como “o famoso Jeon Jeongguk”. Com certeza seu melhor amigo e sua namorada haviam falado de si para Heechul, visto que o conhecia. Não via nada de novo nisso, o que o intrigou foi a forma curiosa e animada como o mesmo havia se portado e demonstrado estar com sua sessão. Ele afirmou estar ansioso e curioso para o que haveria de acontecer e, por mais que tudo aquilo assustasse um pouco Jeongguk, decidiu dar de ombros e seguir adiante com aquilo. Já estava naquele escritório, de qualquer forma.

Taehyung e Dahyun disseram que iriam acompanha-lo não apenas para garantir que o mesmo não iria fugir, mas também porque disseram que estariam ali para ele quando tudo terminasse. Ambos sabiam que o Jeon sairia dali completamente em choque com tudo e deviam ser eles os primeiros a falarem consigo. Claro, esse fato não ajudou nenhum pouco no processo de relaxamento de Jeongguk, mas preferiu seguir com a sua palavra. Não iria contrariar o que prometera para ambos, mesmo que tenha sido quase forçado a fazer tal promessa.

Enquanto seus amigos esperavam do lado de fora do escritório aparentando estarem completamente ansiosos e animados, Heechul pediu para que Jeongguk deitasse em uma espécie de poltrona terapêutica que havia no cômodo e assim o fez. O mais velho colocou o gravador a fazer aquilo que lhe fora designado e sentou-se em outro assento próximo do mais novo. Explicou com uma voz calma que Jeongguk deveria fazer tudo o que ele pedisse e se focasse sempre em sua voz. E assim foi feito. Aos poucos, o Jeon começou a fechar aos olhos e a sentir-se relaxado, quase como se entrasse em um estado de sono, mas completamente atento a voz suave e serena de Heechul. O mesmo ditava as coordenadas e, inconscientemente, Jeongguk as seguia. Mal percebeu quando começou a sentir seu corpo ser transferido para uma outra era completamente distante da sua atual.

 

 

Coreia do Sul, 1932 – Seul

 

 

Jeongguk estava sentado em uma sala de estudos que ficava na sua casa. Observava o cômodo com atenção, embora já soubesse de tudo o que havia ali. Desde as espadas bonitas e requintadas na parede até o chão de madeira que sabia ter um cofre escondido por baixo do carpete, onde seu pai guardava coisas importantes ou de valor. Não gostava daquela sala; passava muitas horas ali. Era obrigado a estudar dia e noite sobre tudo e mais um pouco. Quando tinha alguns momentos livre daquele cômodo, era obrigado a treinar com a espada. Seu pai estava sempre o lembrando de que era um homem e que assumiria a sua família no futuro, por tanto, deveria ser bom em tudo que fazia. Deveria dominar a arte da luta, seja com espadas, armas, adagas ou punhos. Deveria saber ler e escrever com perfeição e maestria; sua idade não era importante.

Entretanto, nada disso importava para si. Era sufocante e deveras agradável, é verdade. Todavia, tudo aquilo valia a pena quando se lembrava de que iria encontrar Kim Taehyung a cada sete dias. Seu pai havia o apresentado a família vizinha, com quem deveria ter um bom convívio e parceria no futuro. Por esse motivo, foi introduzido a família Kim e, principalmente, ao filho deles. Havia se tornado um bom amigo do garoto e sempre ficava feliz quando poderia vê-lo, mesmo que isso implicasse que não poderiam se falar. Desde que pudesse colocar seus olhinhos nele, não se importava. Nada parecia importar, além dele. Seu amigo único e precioso a quem tanto era apegado.

E hoje seria um dia para vê-lo novamente. Estava mais ansioso ainda, pois sabia que seu pai e o de Kim iriam sair em uma viagem de negócios na cidade vizinha, retornando apenas após dois dias. Suas mães estavam sempre ocupadas, trabalhando em casa com os afazeres domésticos ou qualquer outra coisa. Aquele dia seria apenas dele e de Taehyung; estava muito feliz. Animado era pouco para o que ele sentia. Praticamente contava as horas, minutos e segundos para que pudesse vê-lo. Colocou-se atento a janela pequena no cômodo, observando a casa vizinha a sua e procurando com seus pequenos olhinhos por qualquer sinal que fosse do pequeno Kim.

Assustou-se por alguns momentos quando duas mãos taparam sua visão enquanto aquela voz tão conhecida por si exclamava “surpresa! ”.

Olhou para trás e encarou o garoto um pouco maior que si ali, sorrindo da forma que tanto adorava. Mostrando todos os dentes em sua boca e tornando seus olhinhos duas riscas pequenas e fofas em seu rosto. Era completamente apaixonado por aquele sorriso, pois achava-o único e grande. Era bonito. Queria sempre fazer o Kim sorrir, apenas para contemplar em segredo aquele belo sorriso.

–– Hoje o dia será apenas nosso, Jeongguk-ah. – Taehyung disse de forma animada enquanto sentava-se ao lado do garoto.

–– Nós deveríamos encaminharmo-nos para a sua casa ou lá para fora? – O pequeno Jeon perguntou sorrindo enquanto apreciava o brilho do cabelo do mais velho.

–– Minha mãe foi ao mercado e só retornará mais tarde. O que acha de brincarmos na minha casa? – Sugeriu.

Jeongguk assentiu com sua cabeça e ambos se levantaram, saindo daquela sala. Caminharam a passos rápidos, mas sem correr. Não gostariam de serem repreendidos pela senhora Jeon. Logo chegaram na casa vizinha, entrando na morada de Taehyung. Dirigiram-se ao quarto do mais velho e buscaram por suas espadas de madeira. Acabaram por habituarem-se a brincadeira que ambos os pais tanto incentivaram a praticarem. Jeongguk era quem normalmente ganhava, então, para que o senhor Kim não brigasse com seu querido amigo, permitia-se perder para o mais velho disfarçadamente. Queria protege-lo de ouvir palavras ruins de seu pai, mesmo que isso terminasse consigo próprio escutando umas boas gritarias do mais velho e horas extras na sala de estudo. Não se importava com nada disso, desde que Taehyung estivesse bem.

Passaram-se alguns minutos naquela divertida luta de espadas, até que tiveram de parar a brincadeira por conta de um machucado que o pequeno Kim havia feito no canto do seu lábio com um movimento da espada de Jeon quando o mais velho falhou em defender-se. Jeongguk, aflito por seu amigo, largou a espada no chão e apressou-se em sua direção. Tocou a área levemente ferida com cautela, verificando com o seu hyung se o local ainda doía. Apesar de Taehyung ter afirmado de que estava bem e não era necessária preocupação, Jeongguk decidiu que iria deixar um carinho no local machucado.

O único tipo de afeto que conhecia além do abraço e apertos de mão eram os beijos, aqueles que já havia visto seus pais depositarem um no outro quando os pegava escondido em algum momento aleatório do dia. Não entendia o porquê de fazerem aquilo e qual era a graça, mas se era um tipo de carinho e forma de demonstrar afeto, queria dar isso ao Kim.

Aproximou-se inocentemente do mais velho e pediu que o mesmo ficasse parado, pois iria dar um carinho no mesmo. Aceitando, o Kim apenas obedeceu ao pedido do mais novo e permaneceu estático. Rapidamente, Jeongguk encostou seus pequenos lábios no cantinho da boca de Taehyung, depositando um selar casto e carinhoso no local. Apesar de surpreso com o gesto, o pequeno Kim havia apreciado o feito do mais novo, decidindo que iria retribuir aquilo. Imitando o ato anterior, deixou um selar estalado no mesmo lugar, sorrindo radiante com seu feito após isso.

Embora ainda fossem muito novos para entenderem, aquele havia sido apenas o início de uma futura aproximação que resultaria em algo além da amizade. O seu destino foi fadado a encerrar-se em uma guerra, um protegendo o outro, mas sempre juntos. Ainda tinham muitos anos de vida até o acontecido, entretanto. Cada momento junto foi, como sempre, muito bem aproveitado até o fatídico dia.

 

Jeongguk permanecia escutando atentamente a voz de Heechul, sendo guiado e vivenciando momentos que jamais imaginou serem reais. Após a cena da sua infância, viu todos os anos de vida que teve até o acontecimento de seus sonhos. Queria reagir aquilo, mas ainda estava com o efeito da recessão e o máximo que seu corpo conseguiu reagir fora com poucas lágrimas derramadas por seu rosto, estas que foram prontamente limpas por um paninho que Heechul já havia preparado ali.

Pensou que tudo encerraria ali, mas ouviu a voz suave guiando-o para recuar mais ainda em seu antigo passado. Calmamente, fez o pedido, retrocedendo ainda mais.

 

 

Itália, 1819 – Gênova

 

 

Jeongguk estava sentado em um balanço que havia no fundo do imenso quintal da sua casa. O mesmo estava preso a grande árvore que havia ali e fora construído por seu pai como um passatempo e forma de dispersar-se do mundo e dos problemas sempre que possível. Infelizmente, o pequeno Jeon já sentia a necessidade ir lá desde muito novo. Quando algo ia mal ou coisas ruins aconteciam, ia até lá e sentava naquele lugar, apreciando o verde ao seu redor e a pequena correnteza que passava por ali.

Em um dia comum, onde, mais uma vez, Jeongguk havia sido repreendido por seus tutores e demais pessoas da família, com exceção de seu pai que sempre estava ao seu lado, decidiu sentar-se no mesmo balanço de sempre, buscando distrair-se e flutuar para longe em sua imaginação, pensando em como o mundo seria um lugar mais bonito se não fossem necessárias tantas regras, guerras, dinheiro e poder. Apesar de ainda ser uma pessoa nova, já vivenciava tudo aquilo e não gostava disso nenhum pouco.

Fitava o céu azul e cheio de nuvens brancas quando um garoto que nunca viu antes apareceu ao seu lado. Encarou aquele ser que era do mesmo tamanho que o seu, talvez um pouco maior ou menor. Apesar de nunca o ter visto antes, sentiu algo estranho em seu peito como se o conhecesse como a palma de sua mão. O observou, atento e esforçado para recuperar qualquer coisa em suas memórias que indicassem já o ter conhecido ou visto antes. Nada. Antes que pudesse falar algo, entretanto, foi interrompido pelo garoto que sorriu gentilmente para si e aproximou-se ainda mais.

–– Boa tarde! – Seu sorriso era peculiar, mas adorável aos olhos do Jeon – Eu deixei o meu sapo solto perto daquela correnteza – Apontou com seu dedinho para o local com algumas rochas e água correndo – Mas ele sumiu! Você poderia ajudar-me a acha-lo?

Jeongguk encarou o garoto com curiosidade. Seu sorriso, por mais estranho que fosse, parecia muito sincero e feliz. Perguntava-se como ele conseguia fazer isso. Seria a sua família mais gentil que a sua? Ele não precisava seguir as regras? Por que sorria tanto? Qual o motivo do seu sorriso? Por que ele tinha um sapo? Apesar de querer saber muito sobre o garoto, embora não soubesse o motivo disso, apenas acenou com sua cabeça e levantou-se do balanço, andando com o mesmo até perto da correnteza que havia ali.

Ambos se agacharam e começaram a vistoriar o local com atenção, buscando qualquer indício de onde o pequeno sapo poderia ter ido. Apesar que questionar-se internamente o motivo de estar ajudando um estranho, gostou da companhia do garoto. Ele transbordava felicidade e animação, isso encantava o pequeno Jeon. Nunca havia conhecido ninguém como ele. O garoto não se calava nem por um minuto; sempre falando sobre tudo e qualquer coisa que achasse interessante ou surgisse em sua mente. Mais uma característica curiosa que despertou a atenção e interesse de Jeongguk. Era realmente um garoto peculiar.

Após alguns minutos de busca, finalmente acharam o tal sapo e o pequeno Jeon fez questão de busca-lo com cuidado e entrega-lo ao jovem ao seu lado. O sorriso agradecido e sincero no rosto do outro foi tão belo e genuíno que desejou poder vê-lo assim novamente. Achava um pecado o pensamento de alguém ser capaz de tirar aquele sorriso dali. Ficou triste ao acharem o pequeno animal, entretanto. Pensou que não tornaria a ver aquele mesmo garoto novamente, agora. Entretanto, foi surpreendido com um abraço apertado de gratidão do outro. Ele logo o soltou novamente e estendeu sua mão direita com um sorriso maior ainda, se é que isso era possível.

–– Meu nome é Kim Taehyung! E o seu? Que falta de educação a minha por não ter te perguntado sobre isto mais cedo. – Riu de si mesmo.

–– Jeon Jeongguk. – Sorriu minimamente pela primeira vez no dia – Meu nome é Jeon Jeongguk.

–– Você tem um sorriso muito bonito, Jeon! Deveria sorrir mais vezes. – O garoto disse, parecendo sincero.

Apesar de nunca ter se importado com isso, de fato, o comentário daquele garoto parecia importante para si. Levaria aquelas palavras consigo para o resto de sua vida, pensou.

–– Nós vamos nos ver de novo? – Perguntou temeroso com a resposta.

–– Eu acho que você nunca me viu, já que nunca sai de casa. – Riu – Eu moro ali do lado, ó. – Apontou para uma casa grande ao lado da sua.

Com um sorriso contente em seu rosto, assentiu para o mesmo e combinaram de encontrarem-se todos os dias para brincar ali, na correnteza. E foi isso que passaram a fazer. Os dias, antigamente tristes, de Jeongguk tornaram-se mil vezes mais coloridos e repletos de alegria após conhecer seu vizinho. Suas noites de sono tornaram-se calmas e tudo pareceu ter melhorado para si. Até mesmo os castigos e todo o resto parecia insignificante com o simples pensamento de que Taehyung estaria ali, esperando-o todos os dias com um sorriso bonito em seu rosto. Ele tornou-se seu porto seguro, de alguma forma.

Mal notaram quando tudo aquilo transformou-se em amor. Simplesmente aconteceu, de uma forma natural e bela. Simples. Contentavam-se com o pouco. Apenas a presença e sorriso de um era o suficiente para o outro. Sempre assim. Um dia, claro, aconteceram coisas como beijos e outras descobertas, mas tiveram um tempo muito longo para tudo isso acontecer. Apesar de ambas as famílias terem brigado muito com ambos por nunca se casarem ou encontrem uma garota, nunca ligaram. Um dia, quando receberam a notícia de terem um casamento arranjado, fugiram no meio da noite. Saíram sem medo e determinados a nunca mais voltar. Apenas queriam ser livres e viverem juntos, afinal, amavam-se.

Apesar de ter sido uma jornada difícil, conseguiram o que tanto desejavam. Os anos passaram e estavam sempre ali, em uma cidade distante e vivendo juntos. Sempre um ao lado do outro. Morreram de velhice aos setenta anos, uma idade relativamente alta para a época. Seu tempo de vida foi igual. Dizem que, quando o amor é real, quando um morre, o outro morrerá em breve também. Não foi diferente com eles. Um dia após a morte natural de Taehyung, Jeongguk morreu, com um sorriso no rosto por ter a chance de encontrar-se, novamente, com seu eterno amado.

 

Jeongguk viajava entre épocas em sua mente e um misto de sentimentos que não lhe pertenciam, ou assim julgava, começaram a tomar conta do seu ser. Encontrava-se em um conflito interno; queria sair dali e acordar, ir embora e viver sua vida como sempre fez. Mas outra parte de si queria descobrir mais a fundo; queria saber tudo o que já viveu com Taehyung. Jamais imaginaria que seu destino esteve enlaçado com o de Kim. Queria saber mais, descobrir mais a fundo. Entretanto, tinha medo; medo de que tudo aquilo fosse real. Como seria sua vida com esse novo conhecimento?

Havia muitas coisas se passando pela cabeça de Jeongguk; muitos questionamentos. Queria respostas, mas tinha medo de tirar suas dúvidas. Antes que pudesse continuar pensando naquele misto de sentimentos que começavam a aflorar de forma catastrófica dentro de si, a voz suave de Heechul redirecionou-o para ainda mais longe no passado.

Ficou surpreso ao descobrir que, em 1765, havia sido filho de uma das famílias inimigas da família de Kim. Apesar da rivalidade entre seus parentes, conheceram-se e apaixonaram-se quase que de imediato. O vínculo profundo que possuía com Taehyung era simplesmente extraordinário. O romance que viveu com o garoto naquele século fora algo deveras complicado, mas que resultou em um final como todos os outros; acabaram juntos. Arriscar-se-ia a dizer que viveu um daqueles romances de grandes obras literárias e, de certa forma, sentia-se orgulhoso por isso. Não poderia negar que, lá no fundo, preferia ter tido uma vida pacífica e longe de confusões, entretanto. Ficava melancólico com o pensamento de que nunca seria algo fácil ter um relacionamento com o Kim; provavelmente por serem homens, pensou. Apesar disso, jamais se arrependeria. Sabia que o amava como nunca amou qualquer outra pessoa. Viveria tudo aquilo novamente, desde que pudesse permanecer junto ao Kim.

Então, enquanto começava a pensar mais a fundo a cerca de seus “novos” sentimentos, a voz suave e calma de Heechul indicou-o para recuar mais ainda. Para sua primeira vida. O início de tudo aquilo.

 

 

Estados Unidos, 1671 – Salem

 

 

Jeongguk encontrava-se caminhando pelas terras de sua família com o jovem Kim, filho do dono das terras vizinhas as suas. Conheciam-se desde sempre e eram os melhores amigos do mundo, fazendo de absolutamente tudo, juntos. Divertiam-se com as mais simples brincadeiras e estavam felizes com a simples presença um do outro. Nada poderia abalar aquela amizade.

Enquanto ambos corriam e riam pelos campos em uma área mais afastada da fazenda e muito próxima a floresta que havia nas redondezas, avistaram duas garotas que nunca haviam visto antes. Ambas olhavam assustadas para si e para o garoto ao seu lado, então, em um gesto automático de Jeongguk, acenou para elas e fez um leve cumprimento da época, curvando-se e fingindo beijar mãos invisíveis de uma suposta senhora. Com o feito, as garotas riram e acenaram de volta, também fazendo o cumprimento daquela época e baixando-se minimamente ao que seguravam em seus longos vestidos, em uma reverência simples e cordial.

Após o feito, todos ali sorriram e decidiram aproximar-se cautelosamente, visando não as assustar novamente. Ao chegarem mais perto, notaram que ambas eram muito parecidas, provavelmente irmãs. Eram também muito lindas, mesmo que, assim como eles, fossem apenas crianças. Encantados com tanta beleza, ficaram em silêncio total quando finalmente estavam de frente com as garotas. Percebendo o estado tímido dos dois, uma delas riu e fez uma leve reverência novamente antes de pronunciar-se.

–– Olá, boa tarde! – Sorriu – Meu nome é Kim Dahyun. Nossos pais são de origem coreana, por isso nossos nomes são desta forma.

–– Olá. – A garota ao seu lado sorriu timidamente – Meu nome é Chou Tzuyu. Nosso pai decidiu que meu nome deveria ter o nome do meu avô, da família da nossa mãe. Então minha irmã e eu compartilhamos de diferentes nomes de família. – Disse baixinho.

–– Eu sou a mais velha! – Dahyun sorriu animadamente – Ela é um pouco tímida, mas é muito gentil.

–– É um prazer conhecer as senhoritas. – Jeongguk decidiu falar, finalmente – Desculpem nossa falta de modos. Nós também somos de origem coreana. Meu nome é Jeon Jeongguk.

–– É um prazer conhece-las. – O Kim deu o seu típico sorriso peculiar que o Jeon achava tão interessante – Meu nome é Kim Taehyung.

–– É um prazer conhece-los, cavalheiros! – Ambas disseram.

–– Vocês são irmãos? – Dahyun questionou com curiosidade.

–– Não, somos melhores amigos. – O Kim afirmou orgulhoso e Jeongguk sorriu.

–– Entendo. – Sorriu.

–– Os senhores moram por aqui perto? – Tzuyu perguntou timidamente.

–– Não precisam nos tratar tão formalmente, não somos tão velhos assim! – Jeongguk afirmou ao que ria – Nossas famílias são donas destas terras. Ele é meu vizinho. – Apontou para o garoto ao seu lado que assentiu com um sorriso.

–– Oh, que legal! – Dahyun exclamou – Nós moramos na floresta, não é tão grande assim.

–– Como vocês moram na floresta? – O Kim perguntou confuso.

–– Nós moramos em uma pequena cabana que há ali. – Sorriu – Um dia nós levamos vocês lá.

–– Nós vamos poder nos ver de novo? – Jeongguk perguntou feliz.

–– Eu gostaria. – Tzuyu comentou timidamente.

–– Eu também! – Dahyun disse com animação.

–– Então está combinado! – Taehyung sorriu – Vamos nos ver sempre aqui e vamos brincar juntos, o que acham?

Todos assentiram e começaram a divertir-se por entre os campos até que o sol começasse a desaparecer no horizonte. As garotas precisavam voltar para casa nesse horário, visto que a floresta pode ser realmente escura e assustadora em um horário mais tardar que aquele. Jeongguk e o jovem Kim seguiram brincando por aí, entretanto. Estavam felizes por terem feito novas amizades e já ansiavam pelos próximos dias cheios de diversão que estavam por vir.

Os anos passaram e a amizade dos quatro era inquebrável. Estavam sempre juntos e conheciam-se uns aos outros perfeitamente bem. Um dia, em uma das diversas visitas que os garotos já haviam se habituado a fazerem para as jovens irmãs, as garotas revelaram que havia um segredo de família que ninguém deveria ter conhecimento, mas que, por serem melhores amigos e confiarem plenamente uns nos outros, estavam dispostas a compartilhá-lo com os dois. Explicaram que a mãe de ambas fazia algumas coisas mágicas com os ingredientes certos. Coisas como poções e outras coisas que as meninas não entendiam direito, mas que estavam em fase de treinamento para aprenderem. Pareciam animadas com isso e, como sendo seus amigos, Taehyung e Jeongguk torciam para elas, também muito fascinados com o descobrimento.

Dahyun, entretanto, avisou-os de que era perigoso mexer com magia e que não deveriam falar sobre isso para absolutamente ninguém. Bruxaria e qualquer coisa similar a isso eram quase como crimes extremamente severos na época e, por isso, deveriam proteger suas amigas e seu segredo. Não gostariam de vê-las mortas por aí, claro que não. Bruxas ou suspeitas de praticarem bruxaria eram condenadas a, além da humilhação pública, morte na praça. Seja com fogo ou com a guilhotina, apenas a morte. Não desejavam esse destino cruel para suas amigas, por tanto, levariam tal segredo para o túmulo.

Com o passar dos anos, muitas coisas inesperadas ocorreram. Dahyun permanecia a mesma de sempre, havia se tornado uma fiel confidente de Taehyung e passava muito tempo com o garoto, algo que, no início, incomodava o Jeon. Quando começou a questionar-se sobre o motivo de seu incômodo repentino e vários outros sintomas estranhos em si, chegou à conclusão óbvia; havia se apaixonado pelo seu melhor amigo. Achava-se estranho, afinal, ambos eram homens e aquilo era estritamente proibido. Seria visto como uma aberração e, provavelmente, morto. Decidiu esconder o que sentia a todo o custo; poderia contentar-se apenas em ver o outro e o seu sorriso.

Enquanto todos esses sentimentos internos brigavam em conflito dentro de Jeongguk, outros muito parecidos sufocavam Tzuyu. A garota havia se apaixonado perdidamente pelo Jeon, embora o próprio não houvesse notado os sentimentos da mesma. Estava encantada por aquele sorriso e pelo olhar intenso e belo do outro. Achava-o um Deus devido a sua perfeição. Passava horas arrumando-se e fazendo o possível e impossível para atrair a atenção de Jeongguk para si, sempre falhando miseravelmente. O garoto era educado e sempre elogiava sua aparência, mas nada muito além disso. Não importava o quanto a garota tentasse, jamais conseguiria a atenção que tanto almejava. Foi então que começou a questionar-se se o garoto poderia estar envolvido com alguém ou desejando uma outra pessoa. Decidiu começar a observá-lo com atenção. Foi assim que, um dia, viu o mesmo extremamente incomodado com sua irmã e o melhor amigo conversando. Após vivenciar a cena diversas vezes, chegou a uma conclusão que, na sua cabeça, era óbvia; seu amado estava apaixonado por sua irmã mais velha.

Decidida de que teria Jeongguk para si de qualquer forma, afrontou sua irmã de forma direta. Questionou se a mesma sentia algo pelo garoto e se pretendia ter algo com ele. Surpresa, o máximo que Dahyun fez foi gargalhar horrores com aquela suposição absurda. Jamais veria Jeongguk daquela forma, tinha total certeza disso. A irmã parecia muito sincera com suas palavras, então decidiu que iria fingir inocência e não demonstrar seu interesse no garoto, apenas para descobrir qualquer informação mais a fundo que sua irmã pudesse saber. Após um bom tempo investindo nisso, finalmente teve o que desejava. Apenas não esperava que as coisas fossem daquela forma. Descobriu que Taehyung estava apaixonado por seu amado.

Jurou para Dahyun que não contaria nada ao outro garoto, afinal, homens estarem juntos era algo simplesmente impossível e inimaginável naquela época. Se não fossem tão amigos assim, provavelmente os veria como aberrações ela própria. Entretanto, seu objetivo não era alimentar o amor de ambos, mas destruí-lo. Queria Jeongguk para si, não se importaria com os meios. Se isso implicasse perder a amizade e companhia de sua irmã, não iria arrepender-se. Apenas desejava o seu amado.

Convicta de que Jeongguk sentiria repulsa de Taehyung quando soubesse que o mesmo estava completamente apaixonado por si, correu até o garoto para informa-lo da notícia. Queria que se afastassem, pois, dessa forma, conseguiria conquistar o Jeon, finalmente. O que não esperava era que a informação fosse ter o efeito contrário ao que imaginava. Os olhos de Jeongguk arregalaram-se com a notícia, questionando-a várias e várias vezes se a mesma possuía total certeza de suas palavras. Após tanto afirmar, esperava ver uma feição repulsa em seu rosto ou qualquer outra coisa que indicasse sua vitória, mas surpreendeu-se ao enxergar ali alívio e felicidade abundantes.

Completamente confusa, questionou a Jeongguk o motivo daquele sorriso em seu rosto, o maior e mais belo que a garota já havia visto em anos de amizade com o garoto. Surpreendeu-se mais ainda quando a resposta foi “eu também estou apaixonado por ele”. Seu coração parecia ter sido quebrado em pedaços. Não conseguia sentir-se triste, entretanto. Sentia ódio; raiva. Rangeu os dentes quando ouviu seu amado dizer “Obrigado por ter me contado, Tzuyu! Você é uma ótima amiga! ” Antes de se retirar com pressa ao encontro de Taehyung.

Após isso, o Kim e Jeongguk começaram um relacionamento escondido, tendo apenas suas duas amigas com conhecimento do mesmo. Dahyun estava estupendamente feliz com aquilo; sempre escutava Taehyung falar sobre o quanto admirava e era encantado pelo Jeon. Vê-lo ali, agora, era simplesmente o momento mais feliz de sua vida. Ver ambos juntos deixava-a alegre como nunca antes esteve. Adorava observar o amor que transbordava de ambos ao olharem ou apenas em estarem próximos ou pensando um no outro. Desejava o melhor para ambos.

Entretanto, Tzuyu não pensava da mesma forma. Remoía-se em ódio, ira e rancor sempre que os via juntos. O estopim de sua raiva foi quando, acidentalmente, os encontrou fazendo amor em um local mais escondido e afastado na floresta. Não permitiu que ambos a vissem, saindo às pressas dali. Estava cansada e não iria mais suportar aquilo. Precisava eliminar Taehyung da vida de Jeongguk se quisesse a atenção e amor do garoto.

No dia seguinte, declarou estar sentindo-se indisposta e, por tanto, ficaria em casa enquanto os demais iriam sair para passear pelos campos e pela floresta, como sempre faziam. Após muito insistir de que estava bem e não havia motivo algum para aquela preocupação, foi deixada sozinha na cabana em que morava com sua irmã, visto que a mãe de ambas havia falecido juntamente ao pai. Buscou entre os diversos livros que haviam escondidos na casa pelo manual de maldições que sua mãe havia explicado com afinco que só deveria ser usado se extremamente necessário, pois seus efeitos poderiam ser eternos ou custariam um preço muito caro para o lançador.

Obviamente, nada disso importava no momento para a garota, apenas queria achar uma maldição que afastasse Taehyung de seu amado ou alguma que fizesse Jeongguk cair completamente por si. O que encontrasse de melhor ali, seria a escolhida. Enquanto folheava, completamente focada em cada pormenor, encontrou uma maldição que chamou a sua atenção de imediato. Sabia já ter ouvido falar de tal, mas sempre pensou ter sido apenas uma lenda inventada pelo ser humano, jamais ponderou a possibilidade de aquilo ser um feitiço. Satisfeita com o que leu, saiu em busca de todos os ingredientes necessários para a sua maldição. Infelizmente, não poderia livrar-se de Taehyung, mas todas as futuras vidas de Tzuyu, de agora em diante, seriam ao lado de Jeongguk.

Um mês após, finalmente já havia buscado todos os ingredientes necessários para completar a maldição que a ligaria com Jeongguk pelo resto de suas vidas. O nome daquele feitiço chamava-se Akai Ito, ou, como preferia chamar em sua língua nativa coreana, Bulg-. Uma maldição poderosa que faria com que todas as futuras vidas de Tzuyu e Jeongguk se encontrassem e se apaixonassem. Sentia-se vitoriosa pois, apesar de não o ter nesta sua vida, sempre o teria dali em diante. Não haveria mais nenhum Taehyung ou qualquer pessoa para meter-se no seu caminho. Além disso, Jeongguk finalmente teria os olhos apenas para si.

Enquanto isso, Dahyun descobriu sobre o que a irmã pretendia fazer. Desesperada em ajudar seus amigos, informou-os do que havia presenciado em segredo e que de nada adiantaria fugirem, afinal, é uma maldição. O custo para o lançador é a sua vida, o que indicava que Tzuyu morreria ao completar tal feitiço, entretanto, o efeito permaneceria. Disposta a ajudar seus amigos e impedir aquela loucura que sua irmã pretendia cometer, roubou um dos livros de feitiço sem que a mesma notasse, buscando qualquer coisa que alterasse o efeito daquela maldição ou simplesmente cessasse com a mesma. Não tinha muito tempo, pois sua irmã pretendia fazer o ritual no dia seguinte e, se encontrasse algo, ainda teria de buscar pelos ingredientes daquilo. O tempo não estava ao seu favor, mas não iria desistir. Precisava ajudar os amigos que tanto amava, não importasse o que aquilo lhe custaria.

Em meios a tantas buscas, encontrou algo que poderia, talvez, ajudar a reverter aquela situação. Entretanto, era algo muito cruel a ser feito e, infelizmente, necessitaria ser feito por seus amigos se quisessem impedir aquela situação de acontecer. De acordo com o livro, a maldição poderia ser desviada de Tzuyu e Jeongguk para Taehyung e Jeongguk, anulando completamente o efeito que sua irmã pretendia causar e deixar, assim, seus amigos juntos para toda a eternidade. Entretanto, para isso seria necessário que ambos se torturassem durante todo o ritual. E não seria uma simples tortura que iria concluir aquele feitiço, mas sim algo completamente cruel e que deixaria sequelas graves em ambos. Como sendo a única medida que encontrou para ajuda-los, correu no meio da madrugada ao encontro de ambos para explicar tudo o que deveria ser feito.

O dia seguinte não tardou a chegar e, após uma noite muito perturbada com informações agonizantes, Jeongguk estava pronto para o que deveria ser feito. Não queria acreditar que sua querida amiga poderia estar fazendo aquilo, mas não se importaria com isso agora. Iria anular aquela tal maldição e ficaria com Taehyung para toda a eternidade. Castigava-se mentalmente com o simples pensamento de tudo o que deveria fazer com seu amado para que aquilo funcionasse, mas seria forte. Por mais doloroso que fosse para si fazer tudo aquilo, seria para um bem maior de ambos em um futuro distante. Não iria desistir e sabia que o seu amante também pensava da mesma forma.

Ainda consideraram a ideia de matar Tzuyu antes de a mesma iniciar o ritual, mas Dahyun alertou-os de que não adiantaria. Afinal, a garota buscava por ingredientes há um mês, a cada ingrediente, ela adicionava algo ao efeito da maldição, tornando-a ativa. O passo de hoje seria apenas o último para que ela o concluísse com perfeição, então impedi-la disso tornaria a maldição em algo incerto por estar incompleta; e algo incerto jamais poderia ter a garantia de ser revertida com o ritual que planejavam fazer. Preferiam não ter de correr tal risco, apenas rezavam a qualquer divindade para que tudo desse certo e de acordo com o que planejavam.

Quando o sol estava em seu ponto alto, anunciando o meio-dia, chegaram na floresta e encontraram o corpo morto de Tzuyu em volta de um círculo com um pentagrama no meio. Apesar de ser algo completamente chocante as suas vistas e muito aterrorizador, precisavam seguir com o plano. Dahyun pegou, receosamente, o corpo de sua irmã e posicionou-o no meio daquele símbolo no chão. Após deixa-lo ali, sentou-se estrategicamente no local onde o invocador do feitiço deveria ficar logo, arrumando os ingredientes que conseguiu encontrar após uma longa noite de busca com a ajuda de seus amigos. Abriu o livro na página correta e olhou determinada para ambos, esperando uma confirmação que não tardou a aparecer.

Jeongguk encarou Taehyung com pesar. Sabia o que deveria fazer e o que iria acontecer, mas não conseguia evitar sentir-se culpado, de certa forma. Já havia conversando com seu amado horas antes e prometeram não se arrepender daquilo, não se sentirem culpados e não falharem. Respirou fundo e buscou acalmar-se. Encarou seu amado e recebeu um sorriso confiante em resposta, dando-lhe a confirmação de que poderia continuar. Pegou a sua lança e aproximou-se do centro do pentagrama, parando ali. Taehyung aproximou-se de si, parando na sua frente e estendendo seu braço direito ao que fechava os olhos e sorria para si.

Após agarrar carinhosamente o braço do Kim, contou até três mentalmente antes de iniciar aquele ritual doloroso, visto que não poderia parar ou dar pausa alguma após começarem aquilo. Deveriam ser rápidos após aquilo iniciar, então, após respirar fundo mais uma vez, espetou a grande lança no braço de Taehyung. O seu amado rangeu os dentes com força e, mesmo assim, conseguiu escutar um grito sôfrego, por mais abafado que o mesmo tenha tentado deixar. Sem parar com o que fazia e disposto a ser breve naquilo, arrancou a lança do local e espetou novamente, em um ponto ao lado do braço, causando duas aberturas ali. Mais um grito sôfrego saiu dos lábios de Taehyung, ao mesmo tempo em que lágrimas de dor deslizavam por suas bochechas e saiam aflitas de seus olhos cerrados.

Jeongguk retirou novamente a lança do local e, com uma adaga, furou um dos dedos da mão esquerda do Kim. Rapidamente passou a arma por seus braços, pernas e barriga em cortes não muito profundos, mas suficientes para retirar muito sangue e cortar algumas veias. Ao terminar, apressou-se em entregar seus objetos para Taehyung que, com muita dificuldade, os agarrou e repetiu os feitos de Jeongguk, apenas alterando o local onde colocou sua lança. Espetou com o objeto na perna direita do mais novo, logo retirando-a dali e estacando novamente, um pouco mais ao lado do local anterior. O Jeon tentou conter ao máximo seus gritos e resmungos. Por mais que sentisse seu corpo inteiro queimando e uma ardência insuportável na área, precisava aguentar tudo aquilo. Deveria ser forte por Taehyung.

Por fim, para finalizar aquela sessão de tortura, o Kim usou a adaga para cegar Jeongguk. O mais novo urrou de dor, simplesmente não conseguiu evitar ou segurar-se. Jogou-se no chão e, de joelhos, cobriu o local atingido com as mãos enquanto escutava a voz de Dahyun ao fundo recitando algumas palavras estranhas e que nunca ouviu na vida. Esperaram uns minutos para a garota finalizar o ritual e, quando ela anunciou de que estavam prometidos pelo resto das futuras vidas, Taehyung jogou-se ao lado de Jeongguk e abraçou o seu corpo com o seu braço “bom”. A garota correu até eles e fez incalculáveis pedidos de desculpas, jamais se perdoaria pelo feito de sua irmã e por ter de ver seus amigos passarem por algo tão terrível.

Após os acontecimentos, ambos foram tratados com o máximo de cuidado e carinho que Dahyun conseguia proporcionar para eles. Infelizmente, Jeongguk ficou cego e isso não era algo que poderia ser recuperado, mas o mais novo não se importava com isso. Não se preocuparia com sua visão se tivesse Taehyung para guia-lo. Sempre afirmou confiar no mais velho de olhos fechados, agora poderia provar que realmente falava a verdade. Não ia ser fácil acostumar-se com aquilo, mas não iria sair do lado de seu amante nunca mais.

Fugiram de suas famílias, afinal, não poderiam aparecer por lá daquela forma e ainda seriam separados. Não poderiam contar a ninguém sobre o ocorrido, então protegiam Dahyun a todo o custo. O fim de todos chegou, entretanto, em 1692, quando alguém descobriu dos feitos e crimes cometidos do grupo de amigos. Apesar de insistirem em levar a garota, Dahyun disse que iria ajuda-los a fugir. Seria a forma da mesma demonstrar perdão e gratidão por tudo o que já fizeram por si. Então, com a ajuda da mesma, fugiram dali para salvarem-se, enquanto a amiga foi morta de uma forma cruel naquela noite fria de Outubro juntamente de outras dezenove mulheres, todas suspeitas de bruxaria. No futuro, tal acontecimento foi nomeado como “O Massacre das Bruxas de Salem”. Dahyun, infelizmente, estava entre elas.

Após fugirem com a ajuda da amiga, saíram do estado de Massachusetts e nunca mais voltaram. Cumpririam a promessa feita com a garota antes de a mesma morrer; seriam felizes ao máximo e nunca abandonariam um ao outro. Esse foi o início e primeiro encontro de Taehyung e Jeongguk na história de suas vidas, que ainda seria seguido de muito e muitos outros.

 

Jeongguk escutou a voz suave de Heechul chamando-o de volta, fazendo o garoto, aos poucos, despertar daquele terrível pesadelo sem fim. Havia muitas coisas que queria falar, perguntar, responder. Havia um misto de sentimentos dentro de si e sentia uma catástrofe dentro do seu ser. E em meio a toda aquela confusão, apenas um nome parecia estar claro em sua mente bagunçada:

Kim Taehyung.


Notas Finais


Obrigada por ler até aqui!

Gente, desculpem o capítulo imenso, mas espero que tenham gostado, mesmo assim.
Bom, o que eu posso dizer? Eu tô meio sem reação agora que terminei de escrever o capítulo, sabe? ashuash

Bom, primeiro de tudo, desculpem a demora, mas é como eu disse: inspiração é necessária. A história já tá arquitetada, preciso é de uma boa dose de inspiração pra escrever algo bonitinho pelo menos. Então me perdoem por isso ~~

Ah, mas quero avisar: O tempo que eu demorei pra postar esse capítulo foi o tempo de eu criar uma nova (que também já tem a história pronta, só falta eu estar inspirada pra escrever mesmo) e eu avancei com ela até o capítulo 07! É uma com pelo menos 3000 palavras por capítulo, então até que tá indo bem. Quando eu não tenho inspiração pra uma, eu tenho pra outra! Talvez eu até poste essa quando eu terminar Akai Ito, ou, se eu terminar de escrever essa outra antes, eu vou postando ela um cap por dia que nem eu fiz com "Save Me", ok? Mas não se preocupem, meu foco ainda é essa aqui já que ela tá ativa. <3

Bom, eu realmente não sei o que dizer sobre o capítulo. SHUAHS me digam vocês, por favor!

Já agora, eu sei que eles moraram em cantos nada a ver pra ter nome coreano, mas a justificativa que eu dou pro nome deles ser assim é exatamente essa: família de origem coreana, mas moram em outro local. ashauhs

Eu usei esses países por certos motivos, uma dica: quem quiser pesquisar a fundo sobre bruxas, as bruxas de salem, a caça as bruxas e Malleus Maleficarum, pode, talvez, compreender. Quem sabe. Beijo. ashuash

E foi assim que tudo começou, gente. Olha que dahora. Parecia mais legal na minha cabeça, eu juro. T^T agora, vocês me perguntam, então se eles acharam a Dahyun em 2017, cadê a Tzuyu? Pois é. Onde será que ela está? Vou deixar vocês imaginando isso, mas esse capítulo não foi a última aparição dela, podem ter certeza! ahah

Vou até dar uma dica, mas não acho que vá dá pra descobrir algo com isso: Ela JÁ apareceu na história antes. Em 1950, inclusive. Isso é tudo que posso dizer. ashuash

O enredo é tão interessante na minha cabeça, mas quando eu escrevo eu sinto que tá tão horrível, tédio, sem graça e pah. T^T me digam o que vocês acharam, por favor ~.~

Próximo capítulo vai ter um Jeongguk bem diferente do que vocês estão acostumados! Talvez muitos até glorifiquem de pé, já que ele era muito lerdo e "não ligo pra nada". KKKK

Como eu já disse antes, quando eu estiver inspirada, escrevo e assim que terminar de escrever, posto! Vou tentar ser breve, como sempre. <3

Meu Twitter: https://twitter.com/tattyrodrigs
Eu sou legal até, ta? ashaush falar nisso, vocês viram aquele taekook fofenho que teve no Twitter ontem? Morri horrores. Só digo isso. <3

BEIJOS! Tatty ama vocês! Obrigada por todos os comentários e favoritos não só nessa como nas minhas outras! Eu fico muito feliz, vocês não têm noção! <3


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