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História Bulg-Eun Sil - Akai Ito (TaeKook) - Revelações


Escrita por: vguk_love

Notas do Autor


Oi, gente! Tudo bom?

Desculpem a demora. Eu tenho a impressão de que demorei menos do que da outra vez, mas, mesmo assim, demorei. Bom, sem enrolar muito, obrigada por todos os favoritos e comentários! Eu fico muito feliz em ver que vocês tão gostando e em receber todo esse carinho!

Nos vemos nas notas finais. Boa leitura!

Capítulo 8 - Revelações


Fanfic / Fanfiction Bulg-Eun Sil - Akai Ito (TaeKook) - Revelações

Ao acordar no dia seguinte, Jeongguk sentia como se tudo o que havia acontecido no dia anterior fosse um mero sonho espalhafatoso. Entretanto, tudo o que ocorreu estava tão bem marcado e solidificado em suas memórias, tudo parecia tão real, que era difícil crer que fosse um sonho qualquer ou imaginação sua. Obteve a certeza de que tudo havia realmente acontecido quando, ao abrir os olhos, avistou o corpo de Taehyung ao seu lado, dormindo sereno e com um sorriso pequeno nos lábios carnudos. Ao contrário do que normalmente faria diante de tal situação, apenas sorriu apaixonado ao ver o garoto ali, consigo. Pensava que talvez suas vidas passadas estivessem influenciando demais nos seus sentimentos em relação ao Kim, entretanto, não iria duvidar ou pôr em causa aquilo que sentia em relação ao mais velho. Não faria isso depois de tudo o que passaram juntos, não.

Desviou os olhos de Taehyung e focou-se no teto branco acima de suas cabeças. Esteve no escuro por tanto tempo, tão alheio a tudo o que sua vida realmente significava. Sentia-se um estúpido e ignorante. Por que não deu ouvidos ao Kim mais cedo? Todo esse reencontro já poderia ter acontecido se não fosse por sua teimosia. Ah, quantas vezes o coitado de seu amor já não teria sofrido por si? Vendo-o tão apaixonado por Dahyun deve ter sido, no mínimo, de partir o coração. Claro, não era sua intenção ferir o mais velho, mas poderia ter dado mais ouvidos, não é? Sentia-se levemente culpado ao lembrar-se da feição em seu rosto quando lhe respondeu, há algum tempo atrás, que morreria pela garota e que a amava mais que qualquer outra pessoa.

Entretanto, arrependimentos não eram o foco de seu pensamento ali, naquele momento. Sua cabeça vagava por eras muitos mais antigas, relembrando de acontecimentos já esquecidos –– ou que assim deveriam ser. Jeongguk não conseguia tirar Tzuyu de sua cabeça. Por que a garota continuava a preocupa-lo e atormentá-lo mesmo depois de tantos séculos? Era desnecessário perder seu tempo pensando nela. Entretanto, pior do que isso –– por que tinha a sensação de já tê-la visto em vidas passadas e até mesmo na atual? Esse tipo de sensação dava-lhe arrepios desagradáveis pelo corpo. Ela não poderia continuar com todo aquele ódio em seu coração, poderia? Jeongguk temia a resposta, afinal, se seu amor por Taehyung permanecia vivo como se fosse uma chama nova que se nega a apagar, o que seria do ódio de Tzuyu? Por mais que fosse difícil de assumir, sentia medo da garota. Sabia muito bem do que ela era capaz e, sinceramente, não estava nenhum pouco curioso em saber se ela continuava tão poderosa e determinada quanto antes.

Sentiu um dedo tocar-lhe gentilmente a testa e só então notou que tinha o cenho franzido enquanto encarava o teto de seu quarto. Olhou para o lado e encontrou o rosto sonolento e adorável do Kim ali, observando-lhe com o olhar apaixonado e já tão familiar para si. Sorriu gracioso para o amado e pôs-se a encará-lo intensamente, observando e absorvendo cada detalhe já conhecido e bem mapeado por si no rosto bonito. Conseguia notar algumas características que o mesmo não possuía em sua primeira vida, mas que foram acrescentadas ao corpo do outro depois de acontecimentos que preferia esquecer –– como a pintinha na ponta de seu nariz que indicava onde o mesmo havia sido atingido por uma bala em 1953 ou os sinais em seu braço que marcavam onde o próprio Jeongguk havia atingindo-o com a lança no dia do ritual, em 1688.

Sentia-se tão culpado por todas as marcas que fez no corpo do Kim. Sabia que haviam prometido não se sentirem dessa forma em relação a tais acontecimentos, mas era impossível não olhar para o mais velho e lembrar-se de como o seu corpo era quando não havia sofrido dano algum. Claro, os sinais na sua pele o deixavam muito bonito e tornavam-se, querendo ou não, numa marca do mesmo. Entretanto, lembrar-se do que cada uma representava era muito doloroso para si.

–– Eu conheço esse olhar. – A voz do Kim soou rouca ao seu lado.

Adorava a rouquidão de sua voz sempre que o mesmo acabava de acordar. Nunca deixaria de ter arrepios agradáveis por todo o corpo com aquele simples ato.

–– Que olhar? – Fez-se de desentendido.

Sabia que era inútil tentar enganar Taehyung, afinal, o garoto conviveu séculos demais ao seu lado e conhecia cada pedacinho de Jeongguk, além de cada mania, hábito ou olhar seu. Conseguia ser lido facilmente pelo outro, assim como o mesmo também era um livro aberto para si. A convivência secular de ambos lhes permitiu serem facilmente compreendidos através de um simples olhar.

Repentinamente, sentiu um aperto no peito ao pensar que tudo isso que vivia poderia ter sido entre si e Tzuyu se Dahyun não houvesse descoberto sobre os planos da garota. O simples pensamento de envolver-se com a mesma deixava-o incomodado e lhe revirava o interior.

–– Está se culpando e pensando na Tzuyu, não é? – A voz que tanto amava perguntou-lhe em um sussurro.

Não ficou surpreso por ter sido tão facilmente lido pelo mais velho. Já sabia que o mesmo conseguia adivinhar o que se passava na sua cabeça sem qualquer esforço.

Virou-se na cama e ficou de frente para o corpo do outro, levando sua mão até o rosto bonito e começando um carinho sutil por ali.

–– Desculpa. – Pediu com sinceridade. Não gostava da ideia de estar quebrando uma promessa, mesmo que antiga, com o mais velho.

O Kim balançou a cabeça levemente em sinal de negação e baixou os olhos, quebrando o contato visual de ambos.

–– Não se preocupe. Eu também não consegui evitar esses pensamentos quando recuperei minhas memórias. – Confessou.

Sorriu gentil e passeou com os dedos pela bochecha macia, descendo-os até o seu queixo e levantando sua cabeça minimamente, apenas o suficiente para que conseguisse deixar um selar nos lábios que tanto era viciado. Sentia falta de momentos assim com o Kim, principalmente porque em suas vidas passadas só conseguiam ter esse tipo de comportamento quando moravam longe de suas famílias ou estavam sozinhos.

Foi então que o sorriso morreu no seu rosto. Lembrou-se de sua vida presente, que havia sido colocada como última prioridade após os eventos do dia anterior. Como pôde esquecer-se de sua mãe?

–– O que foi? – Taehyung perguntou com o cenho franzido ao notar sua reação repentina.

Já havia sido reprimido e privado demais de seu amado em suas vidas passadas. Sabia que a Coreia não era um país que aceitava esse tipo de relacionamento de braços abertos, mas estava cansado de esconder-se e sofrer consequências dolorosas com o Kim por causa da sociedade ou até mesmo sua própria família. Em vidas passadas não sabia que já havia amado o mesmo anteriormente, mas agora que tinha conhecimento disso, não se importaria com a opinião alheia e nem com a sua mãe. A mesma teria de aceita-lo, pois não estava nenhum pouco disposto a abrir mão do garoto deitado ao seu lado. Estava determinado disto e não iria mudar de ideia.

–– Ei, o que foi? – O Kim tornou a perguntar, dessa vez fazendo um carinho agradável no seu cabelo.

Sempre gostou muito dos cafunés do amado. Sentia-se relaxado, calmo, seguro. Sentia-se em casa. Sua morada era ali, com ele. Sua casa era no coração de Taehyung. Não iria abandoná-lo por temer sua família. Não iria mais se privar tanto.

–– Eu estava pensando na nossa família. – Respondeu por fim.

O Kim franziu o cenho em confusão.

–– O que tem ela? – Perguntou.

–– O seu pai sabe que você é gay, certo? – Rebateu com outra pergunta.

–– Sim, ele sabe. – Respondeu sem entender onde o mais novo queria chegar.

–– Minha mãe não sabe que eu sou. – Falou baixinho – Até porque nem eu mesmo sabia que era antes de ontem. – Sorriu divertido no final.

Entretanto, o Kim não riu. Jeongguk entendeu que o mais velho havia compreendido aonde queria chegar com aquele assunto e, naquele momento, notou que o mesmo já começava a ter os pensamentos que teve segundos atrás. Aguardou em silêncio pela reflexão alheia, olhando-o ansioso quando o mesmo voltou sua atenção para si.

–– Você não se importa com o que os outros vão achar, não é? – Perguntou certeiro.

–– Não. – Sorriu – Nós somos livres, Tae. Estamos no século vinte e um.

–– Entendo. – O mais velho sorriu compreensivo – Se por acaso ela não te aceitar e as coisas correrem mal, eu tenho as portas abertas para te receber. – Garantiu.

Jeongguk sorriu. Entretanto, não podia negar que o pensamento de sua mãe lhe negando o deixava magoado e decepcionado. Não queria ver uma reação negativa de sua parte, apesar de tudo. Temia pelo o que poderia acontecer, mas não voltaria para trás com sua decisão. Já passou por muita coisa com seu amado para ser impedido por uma simples negação de sua genitora.

O Kim espreguiçou-se na cama e escondeu o rosto no travesseiro por alguns segundos, arrancando um sorriso sincero e apaixonado de si. Não conseguia evitar o pensamento do quão adorável o mais velho conseguia ser.

–– Vamos levantar? – Perguntou com o rosto ainda escondido, tendo sua voz abafada.

Jeongguk apenas resmungou manhoso e aproximou-se mais do corpo do outro, abraçando-o pela cintura e encostando sua testa do ombro do amado. Não queria levantar-se ainda. A ideia de ficar na cama trocando mimos com o mais velho parecia bem mais tentadora e agradável.

O Kim, por sua vez, apenas riu baixinho do jeito adorável do mais novo.

–– Só mais um pouquinho, ok? Depois nós precisamos levantar e falar com a Dahyun. – Respondeu afastando seu rosto do travesseiro e aproximando-se para deixar um beijo carinhoso nos cabelos de Jeongguk.

O Jeon apenas concordou, afinal, queria um tempo com o mais velho, mas não podia negar que estava ansioso por informações e esclarecimentos sobre tudo e Dahyun tinha as respostas que buscava.

 

X

 

Estava sentado no banco de um parque com Taehyung quando avistou a silhueta familiar da garota aproximando-se de ambos. Ela tinha um sorriso brilhante em seu rosto e parecia honestamente alegre com o amor dos dois. Jeongguk sentia-se sortudo por ter uma amiga tão fiel e boa como Dahyun e não sabia o que seria de si e do Kim sem ela. Devia-lhe muito por tudo o que ela já havia feito, por mais que a mesma negasse e dissesse que quem devia algo era ela por tudo o que sua irmã fez. No final, apenas sentiam-se gratos um pelo o outro por tudo o que já havia acontecido.

–– Aproveitaram bem a noite depois de tanto tempo separados? – Ela perguntou quando já estava próxima o suficiente.

–– O Jeongguk foi o primeiro a dormir. – Taehyung respondeu dando de ombros – Eu senti falta de ter ele ao meu lado.

O Jeon apenas sorriu tímido. Entendeu muito bem que a pergunta da garota não havia sido tão inocente quanto soara, mas apenas ignorou e aproveitou que o Kim havia ignorado o duplo sentido na fala e respondido normalmente.

–– Bom, não vamos enrolar muito. Eu sei que o Jeongguk está morrendo de curiosidade e tem um milhão de perguntas nesse momento. – Ela disse com um sorriso divertido pela feição do outro.

Taehyung apenas riu e concordou, virando-se no banco para encarar o amado de frente e passou a mão gentilmente por seus cabelos, em um cafuné agradável.

–– Pode perguntar o que quiser. – Pediu amavelmente para o mais novo.

Jeongguk respirou fundo, sentindo borboletas nervosas no seu estômago pela quantidade de perguntas que queria fazer. Precisava escolher uma e ficar calmo, afinal, seus amigos estavam ali e iriam responde-lo à vontade.

–– Bom, primeiro de tudo, me falem o que vocês sabem sobre a Tzuyu. – Pediu.

Apesar do clima entre eles ter se tornado mais sério e pesado, Dahyun e Taehyung pareciam preparados para aquilo, como se já soubessem que aquela seria a primeira pergunta e dúvida que sairia de seus lábios.

Tomando o fôlego e parecendo assumir a responsabilidade de responder aquela questão, Dahyun começou a falar.

–– Bom, já faz uma ou duas semanas que eu venho pesquisando e procurando por ela e quaisquer outras informações sobre o seu paradeiro. Eu tenho estado louca sobre isso desde que recuperei minhas memórias. – Confessou, suspirando antes de continuar – Bom, assim como nós, o nome dela continua sendo Tzuyu e isso facilitou a busca, mas eu ainda não encontrei ela no nosso presente.

Jeongguk franziu o cenho.

–– Como assim? – Perguntou.

Taehyung tomou a deixa para falar.

–– Nós encontramos ela e sabemos quem ela foi nas nossas vidas passadas, mas ainda não a encontramos na nossa vida atual. Ela está por aí e sabemos que está perto de nós, mas ainda não a achamos. – Respondeu.

Jeongguk franziu ainda mais o cenho. Então a garota esteve presente em suas vidas anteriores e nem mesmo havia se dado conta disso? Lembrou-se então da sensação que teve durante a manhã e do arrepio desagradável que percorreu seu corpo ao pensar que já havia visto-a anteriormente.

–– Gukkie, você se lembra em 1950 quando o seu pai veio com aquela história de casamento arranjado com uma moça? – Taehyung perguntou seriamente.

O Jeon não conseguiu evitar sorrir com o apelido carinhoso.

–– Sim, eu lembro. Ele até cancelou aquilo quando tivemos suspeitas de começar uma guerra com o norte. – Respondeu enquanto recordava-se dos fatos.

O Kim trocou olhares com Dahyun e isso fez o mais novo engolir em seco com o que estava prestes a ouvir.

–– Você nunca chegou a conhecer ela pessoalmente, não foi? – A garota perguntou.

Jeongguk franziu o cenho. Como poderia Dahyun ter conhecimento daquilo se nem a conhecia nessa época?

–– Não, não conheci. Apenas ouvi falar dela e sobre como ela era pela minha mãe. – Respondeu confuso – Mas como você sabe... – Foi interrompido pela garota.

–– Porque eu era a sua noiva. – Disse sem rodeios ou espaço para enganos.

O Jeon arregalou os olhos em surpresa. Por momentos, jurou que Tzuyu poderia ter sido a escolhida da época e isso fez seu coração acelerar em medo, mas, ainda assim, por que Dahyun novamente?

–– Como assim? Por que? – Perguntou completamente confuso.

A garota suspirou pesadamente. Taehyung apenas permanecia em silêncio, deixando essa parte da explicação para ela.

–– É tudo por causa daquele ritual que fizemos para impedir a Tzuyu. – Disse com pesar e baixou o olhar – No momento em que ela lançou a maldição, a vida e destino dela se entrelaçaram com você, Jeongguk. Entretanto, assim que nós quebramos essa ligação, Taehyung e eu nos envolvemos nesse laço também e ficamos, todos os quatro, interligados.

O Jeon tombou a cabeça para o lado.

–– Mas o que isso tem a ver com... – Foi interrompido novamente.

–– Como lançadora da maldição que falhou, Tzuyu aparece na nossa vida, mas ainda não consegui localizá-la com precisão ou saber o que acontece com ela, o envolvimento dela nessa história, enfim. – Ela ainda evitava encarar Jeongguk diretamente – E eu, como a pessoa que quebrei a maldição e juntei vocês, acabei sendo presa a você também de alguma forma. Eu sou a ponte que liga você ao Tae, basicamente.

O mais novo ainda não compreendia muito bem o que aquilo significava.

–– Dá para explicar isso direito, por favor? – Pediu.

A garota suspirou pesadamente e finalmente o encarou seriamente.

–– Para que você e o Taehyung se encontrem em todas as suas vidas juntos, é necessário que a minha vida apareça na de vocês e cause isso de alguma forma. Tzuyu aparece também, mas não sabemos exatamente como ainda. – Respondeu.

–– Eu vou tentar te explicar melhor, ok? – O Kim tomou a fala e encarou o mais novo – Vou dar um exemplo do que Dahyun está tentando dizer. Se lembra de como nos conhecemos em 1819? – Perguntou.

Jeongguk pensou por alguns instantes.

–– Sim, eu lembro. – Sorriu com a memória – Você estava procurando pelo seu sapo, não é? E eu estava sentado no meu quintal quando você me pediu ajuda.

–– Ótimo. E você sabe como eu ganhei aquele sapo? – Perguntou novamente.

–– Na época você me disse que tinha ganhado ele da sua prima, certo? – Respondeu confuso.

–– E você sabe quem era minha prima, Gukkie? – Taehyung perguntou com um tom de voz insinuante.

Jeongguk franziu o cenho e encarou a garota a sua frente.

–– Você e Dahyun eram primos? – Perguntou descrente.

–– Sim. – Ela respondeu com um sorriso fraco no rosto – Isso é apenas um exemplo de um caso de como eu interferi na vida de vocês e juntei os dois. Se eu nunca tivesse dado aquele sapo ao Tae, ele nunca teria que procurar por ele e nunca teria ido falar com você, por mais que fossem vizinhos. E você, que nem sabia que ele morava ao seu lado, continuaria a não o conhecer. – Suspirou.

Jeongguk tinha os olhos minimamente arregalados e não sabia o que falar. Então sem Dahyun ele e Taehyung jamais se conheceriam ou ficariam juntos?

–– Eu vou te dar mais um exemplo. – O Kim falou, atraindo sua atenção – Se lembra de como nos conhecemos em 1765? – Perguntou.

–– Nossas famílias eram rivais... – Respondeu ainda atônito e temeroso com o que iria ouvir – Nos conhecemos em uma festa onde ambos fomos convidados e eu não sabia que você era filho da família inimiga da minha, então falei com você e nós nos demos bem desde o começo, não ligando depois quando descobrimos que não poderíamos falar um com o outro. Continuamos sendo amigos mesmo assim e daí nos apaixonamos. – Disse por fim, ansiando pelo o que o Kim iria dizer.

–– Certo. – Sorriu levemente para o mais novo – E você se lembra quem te convidou para essa festa? – Perguntou novamente.

–– Um amigo meu da época. – Respondeu baixinho.

–– E esse amigo seu não era afim de uma garota e deu essa festa com o objetivo de conhece-la melhor e poder falar com ela? – Perguntou encarando o mais novo intensamente.

–– Sim... – Respondeu.

–– A garota que ele gostava era a Dahyun, Gukkie. E ela era minha melhor amiga, então me chamou para ir com ela nessa festa por querer companhia e não ficar lá sozinha caso acontecesse algo ou voltasse muito tarde. – Disse enquanto observava atentamente a reação do Jeon.

Choque. Era dessa forma que Jeongguk se encontrava. Então sem Dahyun ele e Taehyung jamais se conheceriam? Estava surpreso em como a vida dos três haviam sido interligadas, mas algo ainda não fazia sentido –– por que na vida atual deles a garota era sua namorada e não foi necessário à sua presença para que ele e o Kim se conhecessem? Algo estava errado naquilo.

–– Mas, Tae, quando eu te conheci nesse ano, foi naquele dia em que nos esbarramos na rua. – Declarou confuso.

Dahyun riu baixinho, atraindo sua atenção.

–– Jeongguk, você se esbarrou com ele quando saía tarde do colégio por conta das várias atividades que faz, certo? – Perguntou.

–– Sim... – Respondeu sem entender aonde aquilo iria chegar.

–– E você se lembra do motivo que te levou a entrar em várias atividades simultaneamente? – Ela sorria divertida.

–– Porque eu gosto de esportes. – Respondeu mais confuso ainda.

–– Certo. E o que te levou a gostar disso? – Perguntou novamente.

Jeongguk engoliu em seco.

–– Você disse que gostava de me ver com o corpo musculoso e bonito... por isso eu disse que iria começar a me exercitar mais e acabei gostando... – Respondeu baixinho.

Automaticamente, levou sua mão até a boca e cobriu o lábio em espanto. Apesar de estar surpreso com a situação, sentiu algo no seu peito apertar. Por algum motivo, o fato de Dahyun ser a ponte que ligava Taehyung a si o deixava triste, como se o que vivia com o mais velho fosse uma mentira e que apenas a garota tornava aquilo realidade e não algo como o destino ou o amor de ambos. Sentiu-se pior ainda em seguida, por estar fazendo aquilo que nunca pensou em fazer –– duvidar do amor dos dois.

O Kim, que apenas o olhava com atenção e observava suas reações, franziu o cenho em descrença. Ele conseguiu entender perfeitamente o que se passava dentro da cabeça do mais novo. Sem hesitar, avançou sobre o corpo ao seu lado e o envolveu em um abraço caloroso e aconchegante, como se aquilo fosse o suficiente para provar-lhe que o sentimento de ambos era real e que não deveria duvidar disso.

–– Desculpa. – Jeongguk murmurou para que apenas o Kim ouvisse. Ele sabia que o mais velho havia notado o que ele estava pensando.

–– Nós não somos uma mentira, ok? – Respondeu no mesmo tom – Está ouvindo o meu coração? – Aproximou a cabeça do mais novo do seu peito – Ele bate acelerado por você.

Jeongguk não respondeu nada, apenas apertou mais o corpo do outro contra si, querendo transmitir todo o arrependimento que sentia por ter duvidado, mesmo que por míseros segundos, dos sentimentos que ambos nutriam um pelo o outro. Dahyun até poderia ter influenciado no modo de como ambos se conheceram, mas o amor que sentiam era real e independente da presença da garota. Ele acreditava nisso.

Após soltarem-se, encarou Dahyun mais uma vez, com uma dúvida lhe incomodando os pensamentos.

–– E quanto a Tzuyu? – Insistiu na pergunta.

–– Ainda não sabemos ao certo. A única certeza que temos é que ela ainda existe por aí e tem estado presente na nossa vida, mesmo que não saibamos disso. – Respondeu seriamente.

–– Certo... – Respondeu, então lembrou-se de um detalhe que o deixou curioso – Mas como você juntou a mim e ao Tae na nossa última vida? Tudo bem que você era minha noiva do casamento arranjado, mas eu conheci ele quando criança e você definitivamente não estava lá. – Disse.

Dahyun sorriu divertida novamente.

–– Você sabe o motivo de eu ter me tornado a sua noiva entre tantas garotas? – Perguntou.

–– De acordo com meus pais, você era a mais próxima e de confiança da família. – Respondeu simples.

–– Certo. E por que a minha família era vista como confiável para a sua? – Perguntou novamente.

Jeongguk riu soprado ao notar a resposta diante dos seus olhos.

–– Porque a sua família tinha um histórico impecável com a minha e o trabalho do meu pai apenas melhorou quando o seu apresentou ele ao pai do Tae para que trabalhassem juntos. – Respondeu descrente.

–– Eu acabo sendo uma ponte para vocês se conhecerem de qualquer jeito, Jeongguk. – Ela riu baixinho.

–– É, acho que sim. – Respondeu ainda refletindo sobre tudo o que ouvira.

A garota levantou-se do banco em que estava e bateu nas próprias calças para limpá-las. Se espreguiçou e olhou para o seu relógio antes de voltar a encarar os dois garotos.

–– O tempo passou voando, não acham? – Sorriu – Eu vou deixar vocês a par das minhas buscas, mas agora tenho que ir. O Tae pode te contar tudo o que conversamos enquanto você esteve sem conhecimento do passado. – Concluiu.

Jeongguk apenas assentiu e sorriu agradecido. Não havia saneado todas as suas dúvidas, mas já havia feito várias descobertas por um dia e aquilo lhe parecia suficiente. Despediram-se afetuosamente da garota e seguiram rumo as suas casas, caminhando lentamente pela rua e conversando sobre assuntos banais e aleatórios, não querendo se preocupar com coisas mais sérias no momento. Apenas queriam apreciar a presença um do outro normalmente e, agora, livremente, visto que não tinham mais pares de olhos tão julgadores como tinham em séculos passados.

Quando chegaram em frente à casa do mais velho, Jeongguk o encarou sem saber realmente o que fazer. Não queria despedir-se, por mais que morasse perto do mesmo e pudesse vê-lo no dia seguinte.

–– Não sei se consigo dormir sem você ao meu lado agora. – Falou manhosamente.

O Kim apenas riu e aproximou-se mais de si para lhe abraçar.

–– Eu prometo falar com você no telefone até dormir, tudo bem? – Afastou-se minimamente do abraço – Meu pai disse que queria conversar sobre algo comigo hoje.

Com um bico inconformado nos lábios, Jeongguk apenas assentiu.

–– Me liga. – Pediu antes de aproximar-se rapidamente para deixar um selar nos lábios macios do amado.

–– Pode deixar. – O Kim sorriu e afastou-se, acenando antes de entrar na casa e fechar a porta.

Com um suspiro apaixonado, Jeongguk começou a caminhar rumo a sua própria casa. Apesar de não ter feito muita coisa no dia, tinha muito o que refletir.

Após poucos minutos andando, chegou em casa e encontrou sua mãe mexendo no celular sentada no sofá da sala.

–– Cheguei. – Avisou enquanto se aproximava da mulher.

–– Ah, filho, que bom que chegou! – Ela disse animada e puxou o garoto para sentar-se ao seu lado – Eu tenho algo a te dizer.

Jeongguk arqueou uma sobrancelha em desconfiança, fazendo a mesma rir.

Isso o fez pensar que, tecnicamente, já era bem mais velho que sua própria mãe e tinha bem mais anos e experiência de vida que a mesma, afinal, viveu por muitos anos em alguns séculos e lembrava-se muito bem de tudo. O pensamento o fez segurar um riso pela confusão da situação.

–– Bom, eu disse que ia te apresentar a tal pessoa com quem estou saindo, certo? – Disse empolgada.

–– Finalmente vou conhecer meu quase padrasto? – Perguntou divertido, sorrindo abertamente quando a mulher ao seu lado corou.

–– Bom, ele não vai poder vir aqui hoje, afinal, ele tem que contar isso para uma pessoa também. – Ela riu – Então, decidi te mostrar uma foto dele.

–– Certo. – Deu de ombros e inclinou-se para ver a tal foto na tela do celular de sua mãe.

Seu coração parecia ter parado de bater, assim como sua respiração travou e seus olhos se arregalaram em horror. Dentre tantas pessoas no mundo, sua mãe tinha que estar saindo justamente com aquele homem?

Completamente alheia a reação do filho, ela suspirou feliz antes de falar.

–– Isso vai ser ótimo, não acha? Tenho certeza que você adoraria ter um irmão, ainda mais sendo alguém que você goste. – Comentou.

Jeongguk não conseguia falar nada. Sua boca parecia seca e nenhuma palavra parecia querer sair de sua boca.

Na tela do celular, estava uma foto de Kim Daejung, também conhecido como pai do seu amado.


Notas Finais


Obrigada por ler até aqui!

Eu prometi que ia tirar algumas dúvidas com esse capítulo e embora não tenham tantas coisas reveladoras, acho que já dá pra montar algumas teorias aí pra quem é bom nisso (coisa que não sou) ahsuahs
Sobre esse final: Acho que todo mundo já tava prevendo isso, né? Eu ainda pensei em fugir do meu plot e colocar pra ser outra pessoa que não é o pai do Tae, maaaaas, se eu mudasse isso, ia ter que mudar todo o plot e é melhor eu seguir meu roteiro com a história já pronta e tudo bonitinho, não é? Só pra não deixar ninguém curioso, eu tava pensando em deixar uma pessoa qualquer, mas que fosse o pai da Tzuyu. Ia ser uma coisa bem chocante, não ia? Maaas, eu vou seguir o plot que eu criei e espero que vocês gostem mesmo assim ashuas sz

Me digam o que vocês acharam nos comentários, por favor! Sem leitores fantasma por aqui, uh? sz
Obrigada por todo o carinho! Tatty ama vocês ~~

Beijos! ~

Meu twitter: https://twitter.com/tattyrodrigs

sz


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