História Bulletproof - Prologue

– Tento imaginar o que você queira com Mary Louise, Bieber. Digamos que você e seu povo não são os mais gentis que conheço. – Bieber respira fundo. Louis estava desconfiado, e tentava não culpá-lo. Ele era tudo que Mary Louise tinha, mesmo que a deixasse trancada em um quarto, ele a considerava uma filha.

– Posso ser capaz de fazer coisas boas se desejar, Louis. Você a ama, não ama? Sei que não quer deixá-la a vida toda trancada em um quarto. E olhe para mim. Nem mesmo o toque dela pode me deter. Sou a única chance de vida que ela tem. Deixe a vir comigo, e juro que Mary Louise será feliz. – diz. Justin soava tão convincente.

Justin Bieber era temido pelo submundo. Lógico que era. Cada palavra sua soava como se fosse o melhor. Cada passo que dava estava pronto para atacar caso precisasse. Dono de uma força implacável.

– Jura pelo Anjo? – pergunta Louis.

– Por Deus, Filho de Lilith*. Não preciso jurar pelo Anjo há muito, muito tempo. E creio que você não tenha o direito de tentar fazer um juramento pelo Anjo. Quero a garota. Não tenho interesse em nada dela. O único poder que tem é os das mãos, e não a farei usá-lo. O que mais eu poderia querer com Mary Louise? É uma feiticeira, assim como você, mas não pode praticar magia. Não há nada no mundo que possa querer com ela. Estou te fazendo uma proposta, aceite-a ou sua amada afilhada ficará trancada num quarto até mofar. Ou você esqueceu que ela nunca irá morrer, ou envelhecer após chegar aos dezoito? Só se for assassinada, mas duvido disso, já que não frequenta o mundo desde que completou quatro anos.  – Louis fica pensativo. Sua esposa Camille olhava ansiosa para ele. Não eram os maiores fãs de Justin Bieber, mas amavam a garota. O suficiente para deixá-la ir.

– Leve-a, Justin. – Louis olha para o mais velho com um pouco de raiva, por saber que ele tinha razão. Justin parecia ter seus vinte e dois anos, poucas pessoas sabiam a sua verdadeira idade, mas Louis sabia que ele estava no mundo há muito tempo.

Não o primeiro, porém o mais fortes dos imortais. Sabia de tudo no mundo, já havia visto de tudo. Ou quase tudo.

– Sabia que iria aceitar Louis. Foi uma sabia escolha. Amanhã, as nove, estarei aqui para buscá-la. Tenho certeza que não irá se arrepender. – diz satisfeito.

– E Justin. – chama Louis. O homem o encara. – Não ouse comentar sobre a imortalidade de Mary Louise para ela. – Justin sorri irônico, e sem esperar mais nenhuma palavra, saí da sala. Como uma sombra. Mais veloz do que tudo que já haviam visto na Terra.

– Como foi? – questiona Maxon, seu fiel amigo.

– Voltarei amanhã às nove. Bom saber que não vamos ter que reformar novamente o quarto que deixamos pronto para ela. – diz ajeitando o cabelo e entrando em seu carro.

– Sinto pena dela, sabe? Pagando por algo que seus pais fizeram. Amaldiçoada pela sua própria espécie. Filhos de Lilith, quando querem, conseguem ser mais traiçoeiros que as fadas. Mas sinto muito por ela, presa em seu quarto e prestes há fazer dezesseis anos. Acho que vai ser bom para ela ficar conosco. – Justin acena com a cabeça. Maxon era totalmente o oposto dele. Não era nada cruel, ao contrário de Bieber, era um cara amável. Empolgava-se fácil com tudo. Falava demais. Gostava demais. Nada como Justin. – Ela vai fazer treinamento? Vai participar de alguma coisa ou só ficar parada? Porque acho que seus poderes poderiam ser ótimos, principalmente em uma batalha. Suas mãos tocando e matando. – Justin revira os olhos.

– Vamos treiná-la, Maxon. Mas pelo que soube de Mary Louise, é uma garota revoltada, não esperava menos. Porém, não vamos fazê-la usar seus poderes, a não ser que queria. Se quiser, quem sou eu para negar isso a ela? – Maxon da de ombros.

– Não teria nem como não ser revoltada, Justin. Não tem nada além de quatro paredes. Acho que vai ser difícil de lidar com ela. – Diz Maxon. Mas lida com Justin a centenas de anos, então pensava que era capaz de lidar com qualquer pessoa.  Justin estaciona o carro na garagem da casa, e começa a planejar o dia de amanhã.

Enquanto isso, Mary Louise, ao saber das novidades, ficou animada, apesar de triste. Os Ludwig eram tudo que ela tinha e seria estranho sair de perto deles para viver com um desconhecido. Mas estava feliz. Queria saber, após quase doze anos, como era o contato humano. Como era poder viver.

– Como ele é? – pergunta a Camille, que estava sentada em uma distância segura dela. Qualquer contato era fatal.

– Lindo! Alto, musculoso, tem olhos tão fáceis de se perder neles. Ele é extremamente belo, Lou.  – diz empolgada. Estava tão feliz por Mary Louise, mesmo isso significando que talvez não pudessem se ver novamente. Queria dar um abraço na garota, não podia e isso era devastador. Criará Louise, como ela gosta de ser chamada, desde que a garota tinha quatro anos e nunca a tocou desde então. Sente as lágrimas virem, mas as contém.

– Quero saber o jeito dele, Camille. – revira os olhos.

– Oh, não muito simpático. Nada simpático, mas convincente. Porém mora com muitas pessoas, Louise, com certeza vai ter alguém com quem você vai se dar bem lá. Já ouvi falar bem de um amigo dele, Maxon. Dizem que é simpático e bonito. Vocês vão ser dar bem, creio eu. – Ela acena com a cabeça. Estava tão ansiosa. – Prometa-me que vai me comunicar todos os dias do que está acontecendo. Quero saber cada detalhe. Estou tão feliz por você, Louise. – a garota sorri. Não era algo que costumava a fazer com frequência. Mas ninguém podia culpá-la. Não quando seu toque era fatal desde que possuía quatro anos. Não quando havia sido amaldiçoada. Não quando passou quase toda a vida presa em um quarto, tendo contato com apenas três pessoas. Louis, Camille e o primogênito deles, Daniel.

– Também estou. – diz. Ingênua demais para até se perguntar se tinha algo atrás disso. Apenas estava muito ansiosa.

Já havia escutado sobre Justin Bieber, óbvio que tinha. Sabia que era um homem cruel, todos falavam isso. Não sabia direito o que ele era, acreditava que era um Filho da Noite*, mas não tinha a certeza. Apenas sabia que estava no mundo há muito tempo e nada o podia deter. De todo jeito não se importava. Apenas queria chegar lá logo. Queria viver.