História Burning Heart - Magic Of Time

Beneditc
 

Acordei com uma leve dor de cabeça, mas nada que uma aspirina não resolva, me sentia disposto e feliz por algum motivo...como se um peso enorme tivesse sido tirado de minhas costas, me sentia mais vivo e relaxado, me levantei da cama e tomei um banho frio para diminuir a minha quase imperceptível ressaca, vesti uma calça jeans preta surrada, e meias azuis de listras, fui em direção ao telefone ao lado da porta para pedir um café da manhã quando notei que havia uma pequena carta com algo dentro a apanhei e abri, lá estavam as minhas chaves e um bilhete de Phil.
 

“ Olá Ben, há tempos não te vejo, desculpe por não ter podido conversar com você ontem, mas estava com casa cheia, e pelo visto continua um garanhão hein? Ha ha...aqui estão as chaves do seu carro como prometido.

Um forte abraço.

Phil.”
 

Dei um sorriso ao lembrar da conversa que tive com Eva, ela é uma mulher calma e serena...igual a Sophie...ou pelo menos quando ela ainda era uma boa esposa...mas bem já chega de me lembrar dela, só me faz mal. Pedi o café e depois de comer coloquei uma camisa social vinho, com allstars pretos surrados e um óculos escuro, peguei meu casaco e as chaves.

Durante a viagem eu deixei o som do carro ligado, tocando as minhas músicas preferidas do David Bowie, eu estava feliz e depois de um tempo chego ao set praticamente com o sorriso do gato de Alice estampado no rosto...cheguei bem cedo, então não havia quase ninguém no lugar, fui entrando no camarim para começar a ler o roteiro logo e de cara tinha um spoiler dos acontecimentos nele presentes.
 

“ A Garganta do Diabo”

By: Eva C. Miller e Steven Moffat
 

Fique tentando imaginar o que aconteceria naquele roteiro, passei o tempo o lendo e depois quando finalmente todos chegaram começamos a gravar, no roteiro haviam muitas cenas entre eu (Sherlock Holmes) e Eva (Charlott Hills), e pelo pouco que li pude ver que quem havia escrito essas cenas era o Moffat e não ela como a maioria vai pensar, ele deixa sua marca registrada em tudo que faz e escreve. Após gravarmos algumas cenas chegou a hora da minha cena com Eva tudo estava pronto e bem posicionado quando começamos.
 

-- Três, dois, um...ação! – Gritou Talalay.
 

Entramos nos personagens e nossas feições mudaram.
 

-- Hills...—Falei, estávamos com nossos figurinos normais, eu com a roupa social e ela com um casaco duffel vermelho com uma blusa social preta, calça, e botas pretas de couro liso, e um óculos de armação cor de café, os cabelos soltos lhe caindo pelos ombros.
 

-- Holmes...—Ela deu alguns paços para chegar mais próximo de mim, eu pude sentir seu perfume.
 

-- Estou aqui pela troca...você pela senhorita Hooper. – Ela conseguiu fazer uma ótima atuação.
 

-- Sabe Hills não é muito prudente se guardar um canivete na manga de um casaco. – Ela sorriu cinicamente abrindo uma fenda branca entre seus lábios cor de vinho.
 

-- Eu sei...e por isso já há uma lâmina sendo pressionada contra seu abdômen. – Levei minha mão ao seu pulso, e o apertei, mas sem machuca-la, fingindo há impedir.
 

Nos encaramos incisivamente até a mão dela subir por meu peitoral, acariciando meu rosto com as costas dos dedos de sua mão livre. Ela sorriu de canto e aproximou nossos rostos, selando nossos lábios, fechei os olhos e continuei a atuação, tentei fingir que aquilo não me afetou, mas era visível por sorte ninguém notou nem mesmo ela, nos separamos e ela falou indo em direção a “porta”.
 

-- Quando tiver certeza sabe onde me encontrar, você tem onze horas, se não se decidir nesse tempo, a senhorita Hooper vai se tornar um de seus amiguinhos do necrotério. – Bateu a porta e foi “embora”. Fiquei extasiado, mas continuei a cena, eu teria que pegar o vaso e jogá-lo contra a parede.
 

~Algumas Horas depois~
 

Depois de terminamos as gravações Rupert e Steven se despediam em um canto qualquer do set e saíram, eu me troquei e ia saindo quando lembrei que tinha combinado de levar Louise para casa hoje, ela estava sem carro, vôlei para o camarim e vi Eva se trocando, ela estava apenas de calça e sutiã, quando há vi acabei me entregando.
 

-- Oh meu... – Acabei por me virar de costas para ela. Pude ouvir sua doce risada, senti minhas bochechas esquentarem quando ela se aproximou de mim, e disse:
 

-- Pode se virar Ben, já estou vestida. – Miller ficou de frente para mim, ela vestia uma calça preta de pano, com uma blusa branca folgada, botinas creme, um blazer azul de veludo, e um colar de prata, os seus lábios continuavam cor de vinho, ela sorriu e perguntou.
 

-- Ben desculpe por isso, achei que todos já tinham ido, então por que não foi ainda? Já passou do horário. – E era verdade já eram quase oito horas da noite.
 

-- Eu tinha que levar a Louise para casa, ela está sem carro, você viu ela?
 

-- Na verdade ela já foi o Rupert a levou e ela me pediu para te avisar, mas não te encontrei.
 

-- Ah sim entendo, então quer carona? – Perguntei tentando ser gentil.
 

-- Bom eu geralmente vou de ônibus ou de táxi por gostar de ver a vista de Londres a noite, mas sim eu aceito. – Disse com um sorriso. Então saímos do set e fomos em silencio a maior parte da viagem ela só abria a boca para cantar o refrão de uma música ou outra, quando chegamos a sua casa eu pude ver seu tamanho, era uma casa grande e aconchegante com um ar de antiguidade, mas com um toque moderno ao mesmo tempo, antes dela sair me convidou há entrar, eu educadamente aceitei, quando entramos ela pediu meu casaco e me chamou para sala.
 

-- Sente-se um pouco vou preparar um chá, aceita? – Perguntou pondo nossos casacos no porta-chapéus, assenti e ela foi para a cozinha, dentro de alguns minutos ela me trouxe um chá bem quente, e depois de tomarmos ela começou.
 

-- Olha eu sei que faz pouco tempo que nos conhecemos e isso pode parecer estranho, mas...o que acha de vir morar comigo? – Aquela simples pergunta me surpreendeu, eu gaguejei algumas vezes sem conseguir formar uma palavra que fizesse sentido, então ela continuou. – Como amigos claro...colegas de trabalho, podemos dividir a casa, é um lugar grande cabe pelo menos  uma família oito pessoas, e seria menos uma despesa para você, eu quero ajudar...por favor...