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História Burning in the cold -WinterWidow - I'm gonna show you what's really crazy


Escrita por: LetiBz

Notas do Autor


Oie, Gente!
Esse capítulo ficou enooorme, não briguem comigo.
Quem quer um pouco de sangue levanta a mão!
Temos mais um flashback.

Boa leitura!

Capítulo 15 - I'm gonna show you what's really crazy


Flashback on   

Ivan entrou na cela onde ela estava, olhando-a com decepção. Natalia não sabia o que aconteceria com ela, mas pela cara de Ivan, deveria ser muito ruim.     

- Minha pequena Natalia, porque você fez isso? – Ele agachou-se, ficando na mesma altura que ela, que estava sentada no chão.    

Ela fechou os olhos, não poderia responder aquela pergunta porque também estava tentando responder isso a si mesma desde que ela e James foram pegos, e simplesmente não sabia a resposta exata. Não que ela não tivesse motivos suficientes para querer fugir, mas sim porque ela tinha mais motivos ainda para temer fazer isso. Ela já deveria saber que terminaria assim, mas quando James foi ao seu quarto, ela pensou em todas as coisas que ele lhe contava, em todos os lugares que ele conhecia, e ela desejou viver tudo àquilo com ele. Era fácil perceber que os dois eram estragados demais para viver como as outras pessoas normais, mas talvez fosse suficiente para eles se pudessem apenas viver, e não apenas sobreviver, como faziam. Talvez, o preço a pagar por aquela fuga fosse caro demais, mas ela em momento algum da sua vida fora tão feliz.   

Não respondeu nada disso a Ivan, é claro. Ele queria o bem dela e que ela fosse feliz, mas se ressentia com ela por deixá-lo para trás. Então, deu respostas vagas e distantes. Ele ouvia tudo sem demonstrar nenhum sentimento ou opinião.    

Quando terminou, ele pediu para que ela se levantasse e o acompanhasse.     

- Eu posso sair da cela? Achei que...  - Ela perguntou curiosa.  

- Sim. Você não será punida, Natalia. Não muito, pelo menos. É claro que estarão te observando mais atentamente daqui para frente. – Ivan respondeu, enquanto eles saiam da cela, passavam por vários cômodos, chegando a uma escada. – Você teve sorte, ele se responsabilizou pelo seu sequestro. Disse que a obrigou a fazer isso. Mas isso não é verdade, não é?    

Natalia ficou petrificada, jamais imaginou que James faria algo tão estúpido assim. Uma parte dela quase soava aliviada, por saber que não sofreria as consequências, enquanto outra se preocupou com James. Ele suportaria todo o castigo sozinho – pensou.    

- E acreditaram nisso? – ela perguntou em dúvida, após processar a notícia.     

- Não creio que tenham simplesmente acreditado nisso. Acho que foi mais cômodo fingirem que acreditaram nisso. Ele tem sido um instrumento valoroso para a KGB, e você é a melhor entre todas as outras garotas treinadas, e eles investiram bastante tempo e dinheiro no treinamento de vocês. Você será importante no futuro, criança. Perder os dois parece uma tolice para eles. Entende? – Natalia entendia. Ela sabia que era a que mais se destacava, mas não imaginou que a KGB tivesse ela tão em alta conta assim. Será que isso significava que os dois ficariam bem? Se James também era importante, eles não iriam puni-lo tanto, não é? Ela estava aliviada. Imaginava que nunca mais pudesse vê-lo, então tudo o que poderia desejar é que ele ficasse bem. Ivan continuou: - No entanto, você precisa saber que esse tipo de traição tem consequências, Natalia. Eu poderia não te mostrar isso, mas temo que se você se safar tão fácil assim, você poderá ter uma ideia errada sobre como a KGB lida com pessoas que eles consideram traidores. Eles não a perdoarão uma segunda vez, precisa ser mais cuidadosa com o que faz. Venha.    

Ele a puxou, descendo-a pela escada. Natalia observava tudo com interesse e curiosidade, nunca estivera naquele lugar, parecia um tipo de laboratório. Ivan deixou que ela olhasse o local por um tempo, depois novamente a conduziu. Em um canto, havia vários tubos enormes e alguns menores. Ela viu que nos menores havia alguns animais e partes do corpo humano. Ela franziu os olhos sem entender o que eram aquelas coisas, não era burra, mas ciência e biologia não eram algo que conhecesse a fundo, apenas o básico.    

Ela podia jurar que o tempo tivesse parado por um momento, quando ela olhou os tubos maiores e viu pessoas lá. Mas, ainda não sabia que o pior ainda estava por vir. Aproximou-se e viu que, entre várias outras pessoas, James também estava lá. Em choque, colocou a mão sobre a boca, impedindo-se de gritar. Respirou fundo, tentando refrear os sentimentos que dominaram seu peito.    

- Eu achei que você tivesse dito que a KGB não nos puniria. Eu não entendo. – Sua voz saiu baixa e devastada.     

- Não, Natalia. Eu disse que a KGB não puniria você. Disse que eles concluíram que punir os dois seria tolice, mas um só seria aceitável. – Ivan respondeu delicadamente, parecendo triste. – Sinto muito, querida. Sei que você deve estar infeliz e chocada com isso, mas você precisa compreender com que tipo de pessoas está lidando. Eu realmente achava que, depois de tudo, você já compreendesse, mas acho que estava enganado.    

Ela tentou avaliar a situação de forma racional, deixando de lado seus sentimentos por um tempo. Ele parecia mais estar em um sono profundo. Se ele estivesse morto, não haveria porque deixá-lo ali. Será que a punição que ele sofreria, seria ficar preso ali até que alguém precisasse dele em alguma missão?    

 - Eles chamam isso de animação suspensa. Isso mantém em suspenso todos os órgãos dele, mas sem matá-lo. - Ivan começou a explicar como se tivesse lido os pensamentos dela. - Não é a primeira vez que ele passa por isso, essa geralmente é a forma como ele passa o tempo entre uma missão ou outra. Bem, pelo menos, até agora era assim. Pelo o que ouvi, essa não é a primeira vez que ele apresenta um comportamento instável, após um tempo fora daí. Algumas pessoas estão se questionando se realmente vale a pena mantê-lo. – A voz de Ivan ficou mais rouca. – Isso quer dizer, que existe uma grande possibilidade de que ele seja morto.    

Natalia não conseguia falar nada. Não, eles não podem matá-lo, isso não é justo. Ela havia sido tão culpada quanto ele. Será que quando ele pegou toda responsabilidade para si, sabia a que estaria se condenando? Ela surpreendeu-se ao pensar que sim, ele deveria saber ou pelo menos, desconfiar. E mesmo assim fez. Ah, James, por quê? Ela poderia aguentar também o castigo que fosse destinado a ela, já havia aguentado tantas coisas. Percebeu o rosto molhado, e distraída passou os dedos por ele, percebendo que estava chorando. Quando fora a última vez que chorara? Talvez, quando era criança, não se lembrava.    

- Eu sinto muito, Natalia. Eu entendo como você está se sentindo. - Não, ele não entendia. Como poderia se nem ela entendia? – Sei que será difícil, mas você não pode deixar que ninguém mais perceba o quanto isso te abalou. Você precisa ser forte, como sempre foi, e deixar isso para trás.    

Ela preferiria nem ter ouvido o que Ivan dissera, ele parecera tão frio. Era inegável que a única pessoa que ele pensava em proteger era ela, mas não imaginou que desprezaria James tanto assim.    

Antes mesmo de sair de lá, ela já soubera o que faria. Sabia que não iria deixar tudo para trás, como Ivan queria, fingindo que nada aconteceu. Não tinha muitas coisas que ela pudesse fazer para ajudá-lo, mas ao menos ela poderia tentar evitar que ele fosse morto.    

Ela não sabia que o que viria a fazer a seguir, definiria toda a sua vida dali em diante.   

Flashback off   

   POV Bucky   

- Então, como eu consegui estragar tudo?    

- Humm, como eu disse antes, dizer que você estragou tudo é um pouco injusto. – Logan começou, ele não parecia feliz de ter que contar algo que obviamente não era um segredo dele, mas sim de Natasha. – O que eu disse a você naquela noite? Você lembra?    

- Sim. – James suspirou. – Você disse que nós precisávamos sair o mais rápido possível da Rússia.    

- E porque vocês não fizeram isso? – Logan tinha dito antes que precisava ir a algum lugar, mas agora parecia que ele só estava dirigindo pela cidade para passar o tempo. Bucky também percebeu que ele olhava para o celular que carregava consigo, de tempos em tempos. Não comentou nada, só de ver Logan com um telefone celular já era estranho demais, não combinava com ele.    

- Eu tinha um plano, e ele podia não ser perfeito, mas parecia bom. - James respirou fundo por um momento, tentando lembrar-se dos detalhes. - Numa das últimas missões que eu tive, conheci um cara que trabalhava na força aérea russa. Essa história não importa muito, o importante é que ele ficou me devendo um favor. Quando eu soube que seria transferido, fui atrás dele cobrar o favor. Disse que precisava dele para sair da Rússia com outra pessoa.  

 - Você não acha que isso foi muito arriscado?     

- Um pouco, claro. Mas ele estava ganhando dinheiro levando pessoas para outros países. Se ele me dedurasse, teria que se entregar também. Eu não ter dedurado ele, pra começar, já era parte do favor que ele me devia. - Bucky lembrou-se do piloto que conhecera. Ele era ousado e tinha o péssimo hábito de fazer o que queria, sem se preocupar muito com que aquilo poderia custar. - E na verdade, ele estava pouco se lixando com o maldito governo russo, acho que ele até gostava de estar infringindo a lei. – James parou rindo. – Quando eu falei com ele, ele concordou prontamente, e marcamos o dia e o lugar onde nos encontraríamos.  

- Então, você e Natasha já estavam planejando isso antes?  - Logan perguntou desconfiado.   

- Bem, não. Eu tinha a intenção de perguntar a ela quando voltasse. Na ocasião, o que tinha me motivado a planejar isso era apenas a transferência. Eu não tinha ideia se ela aceitaria ou não. - Na verdade, ele quase tivera certeza que ela diria que ele estava louco. - Quando voltei, soube que do tal de Alexei, a quem ela fora prometida em casamento. Eu quase desisti do plano quando soube disso. Tinha certeza que ela não iria contra a KGB, mas eu sabia que se eu nem ao menos tentasse, me arrependeria pelo resto da vida.    

- O que deu errado, então?    

- Quando chegamos lá o filho da puta não apareceu.    

- Como ele se chamava? – Logan perguntou, surpreendendo ele. James respondeu. – Ah, já ouvi esse nome, vi uma notícia na época falando sobre ele. Algo sobre ele ter morrido após o caça que ele pilotava ter caído perto da montanha Kholat Syakhl, ou algo assim. Pelo menos, essa é a explicação oficial. Mas pelo o que você disse, podem ter matado ele pelo o que estava fazendo.  Quer dizer, já viu essa maldita montanha? Não entendo o que alguma pessoa iria querer por lá, pra começar o nome da montanha no idioma local significa Montanha dos Mortos. Não me parece muito convidativo.   

- Eu não sabia disso, acho que isso explica porque ele não apareceu. Só soube que o plano tinha afundado, e que era impossível encontrar outra pessoa em tão pouco tempo que concordasse em nos tirar da Rússia, e tentar cruzar a fronteira de carro estava descartado. - James parou lembrando-se de quão desesperado se sentira naquele dia ao perceber que o piloto o deixara na mão. - Eu não consegui contar isso a Natasha, sabia que seríamos pegos em poucas horas, então achei melhor não preocupá-la com isso. Disse que teríamos que aguardar na cidade onde estávamos até o dia seguinte. E que não faria mal nenhum passar um tempo nos divertindo. Você me disse para fazer o certo caso fôssemos pegos, e eu fiz o melhor que podia fazer. Quando ela adormeceu, tirei a arma dela. Tinha medo de que ela tentasse lutar quando percebesse que seríamos pegos. E quando nos trouxeram de volta, assumi a culpa pelo o que aconteceu. Ainda não entendo o que fiz de errado.     

- A história da fuga. Você não deveria ter inventado isso. – Logan o olhou irônico. – E eu deveria ter impedido essa besteira, era claro que ia dar em uma grande merda. Eu apenas não te entreguei na hora porque sabia que você daria um jeito de tirar o dela da reta, caso desse errado. Mas droga! Eu não fazia ideia do que Natasha faria depois.    

- Ela fez algo? O que? - James perguntou surpreso. Para ele tudo tinha terminado no momento que assumira a culpa. Achou que Natasha perceberia o que ele tinha feito e se manteria em silêncio. Ela era uma sobrevivente afinal de contas.  

- Fez, e acabou sendo uma merda muito grande para ela. Eles colocaram você em um daqueles malditos tubos, e discutiam se deveriam matá-lo ou não, e as apostas estavam mais em sim do que não. Não sei como ela soube sobre isso, deve ter sido Ivan. Então, ela procurou uns dos generais responsáveis pelo projeto viúva negra e disse alguma coisa para ele, não faço ideia do que. Só sei que eles mudaram de ideia quanto a matá-lo, e algum tempo depois levaram você embora ainda preso em um daqueles tubos. - Logan viu a expressão de espanto no rosto dele e perguntou: - Como você achou que conseguiu sobreviver após o que fez?     

- Eu não entendo, achei que eles me mantiveram vivo porque precisavam de mim. Você realmente não sabe o que ela fez?    

- Não, tentei arrancar dela a verdade, mas ela nunca contou. - Logan voltou a olhar para o celular, e Bucky se sentiu tentado a perguntar o que afinal ele estava esperando. - Seja o que for que ela disse, acho que não preciso dizer que ela foi severamente punida depois disso. Eu não sei o que fizeram com ela, na verdade, mas eles devem ter fodido muito com a cabeça dela como castigo. Depois de um tempo, ela quase enlouqueceu. Mal conseguia lembrar quem ela era. Por sorte, Alexei não se importou com isso quando a conheceu. Na verdade, ele ficou furioso pelo que fizeram a ela. E reclamou diretamente a Stalin. O cara até que era corajoso, e um pouco maluco, se quer saber. Avaliaram Natasha após isso, e perceberam que o projeto viúva negra era um erro. Se a mais promissora das garotas havia ficado tão mal assim, imagine as outras. Eles reviraram o projeto de ponta a cabeça, e encontraram outros casos de garotas que ou haviam enlouquecido ou que não haviam suportado o treinamento e morrido. Cancelaram o projeto, e aposentaram Natasha após o casamento com Alexei. Ela só voltou a trabalhar para a KGB após a morte dele.  

James tentou disfarçar, mas o que Logan tinha contado fora como se ele tivesse levado um grande tapa na cara. Ele quis tanto que ela não se casasse com o outro, e no final, quem tinha conseguido tirá-la daquele maldito inferno fora ele.  

- Se importa de eu fumar no carro? - Logan perguntou, já acendendo o cigarro, antes mesmo dele responder. Bucky deu de ombros, o carro nem era dele mesmo. - Como eu disse a culpa não foi só sua, foi minha também de ter deixado que vocês fizessem essa besteira, de Natasha por não ter ficado quieta, e provavelmente Ivan também se meteu nisso. O problema é que como Natasha nunca contou a ninguém o que diabos ela fez para salvar seu traseiro, cada um tinha uma teoria diferente. Gail provavelmente tinha a dela, e não deveria ser uma muito favorável a você, e deve ter dito para a pirralha japonesa.  

Bucky ficou em silêncio pensando. Agora conseguia entender a implicância de Reiko. Lembrou-se da discussão que ouvira entre ela e Natasha, com a última dizendo que Reiko não sabia de nada do que tinha acontecido. Ela apenas acreditara no que Gail tinha contado, mas talvez agora que descobrira que Gail não estava sendo muito sincera em relação a outras coisas, talvez percebesse que a história que ela contou, seja qual fosse, também poderia não ser verdadeira.  

No entanto, o que Logan lhe contara havia o deixado consternado, e ele sentia uma pontada de culpa pelo que Natasha teve que aguentar, enquanto ele permanecia fora do ar. Mesmo que tivesse sido escolha dela, se eles tivessem conversado antes, se ele tivesse contado a ela que o plano tinha dado errado e sobre o que ele faria, quem sabe as coisas teriam terminado de outra forma.  

O celular de Logan emitiu um bip rápido, e Logan grunhiu enquanto tentava abrir a mensagem. Soubera desde o momento em que o encontrara, enquanto ambos estavam procurando Natasha, que os boatos de que ele era imortal eram mesmo verdadeiros. Depois, o mesmo esclareceu que ele era uma das pessoas que eram chamadas de mutantes, e que seu corpo se regenerava rapidamente e, por isso, tinha ainda uma longa vida pela frente e sem nem ao menos envelhecer no mesmo ritmo das demais pessoas, assim como Natasha. A diferença entre eles era que Natasha podia se recuperar de seus ferimentos mais rápido que uma pessoa normal, mas não tão rápido quanto Logan. James duvidava que existisse alguém que conseguia essa proeza a não ser ele. E Natasha, apesar de levar mais tempo para envelhecer e talvez até mesmo pudessem viver bem mais que as outras pessoas, Logan era quase um Highlander. Bucky até mesmo desconfiou que o cara devia ser bem mais velho do que ele, Steve ou Natasha. E tinha a diferença óbvia das garras. Entretanto, mesmo tendo estado presente enquanto o mundo mudava, ainda assim ele conseguia quase agir como um homem das cavernas. Então, era engraçado que ele parecia tão perdido no mundo atual quanto Steve.  

-Mudança de planos. Finalmente, tenho boas notícias. - Logan falou, após conseguir ler a mensagem.   

- Acharam Ivan?  

- Humm, não boa assim. Eu preferi não mencionar antes, mas o Professor Xavier, acha que uma das mutantes do instituto possui uma habilidade que pode ajudar Natasha. O nome dela é Jessy, é ela é uma bloqueadora. - James o olhou sem entender. - Ela é capaz de bloquear, ou pelo menos, reduzir, a influência ou controle mental. É, eu sei, não parece ser um poder muito legal de se ter. Ela já está chegando, vamos pegá-la no aeroporto.  

James ficara satisfeito e feliz ao ouvir aquilo, mas não pôde deixar de pensar algo: Como tanta gente com "poderes especiais" surgindo, sendo que alguns desses poderes poderiam até mesmo eliminar o poder de outra pessoa, como o resto da população agiria quando descobrisse que estavam em desvantagem?  

...  

Os três estavam no carro, já voltando para casa. Quando chegaram ao aeroporto, Jessy tinha acabado de chegar. Bucky ficou surpreso ao ver quanto a mutante era nova. E tagarela. Ela falou quase a viagem inteira de volta.   

Ele estava ansioso para descobrir se Jessy conseguiria mesmo, bloquear a manipulação que Natasha estava sofrendo. Tentava não criar muitas expectativas, mas era quase impossível, a garota era a solução que parecera mais promissora até agora.  

Porém, ele logo perceberia que não seria tão fácil assim.   

No momento em que entraram na casa, deram de cara com um Will amarrado em sua poltrona, mas parecendo bem fisicamente. Logan se aproximou dele e sem dó arrancou a fita que havia em sua boca o impedindo de gritar.  

-Natasha ou Ivan? - Logan perguntou diretamente.  

-Natasha. - ele respondeu parecendo ofendido com a maneira que Logan havia arrancado a fita.  

-Então, ela conseguiu se livrar daquela merda de algema, depois subiu, o prendeu e foi embora? É sério isso? E onde está a loira?  

- Bem, ela é o problema e a resposta para sua pergunta. Hanne pegou a chave que você deixou e soltou Natasha.  

-E você simplesmente deixou que ela fizesse isso?- Logan perguntou exasperado.  

-Eu não vi ela pegando a chave! Só percebi o que ela havia feito quando as duas apareceram aqui em cima.- Will tentou se explicar. - E, bem, Hanne pode ser um pouquinho psicótica ás vezes, e Natasha não anda nos seus melhores dias, então, quando elas me mandaram sair do caminho, me pareceu uma boa ideia. Só achei um pouco desnecessário terem me amarrado, mas olhando agora para a cara de vocês, foi até melhor mesmo.  

Enquanto Logan praguejava e grunhia raivoso, e Bucky andava de um lado para o outro, tentando evitar bater em Will por simplesmente não ficar de olho na doida da namorada, já imaginando a cara de Reiko com aquele semblante de eu avisei, Will apenas olhou para a outra garota que tinha chego com eles e disse:  

-Mas que porra! Toda vez que alguém saí, parece que alguém diferente vem junto. Sinceramente, vocês não acham que já tem gente o suficiente envolvido nisso? Sério, acho melhor que vocês não saiam sozinhos daqui mais. Porra, daqui a pouco até a merda dos Vingadores e a SHIELD estarão aqui.  

POV Natasha  

-Como eu estou? - Hanne perguntou, enquanto terminava de passar um batom em um tom de rosa que Natasha definiria como lamentável. Não que ela estivesse melhor. Na pressa de sair antes que James e Logan voltassem (Ela acreditava que poderia dar conta de James, mas Logan era Logan), pegou a primeira roupa que encontrou, já que nem fazia ideia de quanto tempo ficou sem tomar banho e trocar de roupa. Infelizmente, acabou pegando uma de Reiko. Um short de couro preto com tachas, um top cropped preto, botas, e kimono também preto com franjas. O problema era que Reiko tinha o péssimo hábito de se vestir como uma prostituta, todo a roupa era excessivamente curta, decotada e grudada ao corpo, indecente demais até para os padrões de Natasha, que já estava acostumada em bancar o papel de femme fatale.  

-Esse batom combinou perfeitamente com você. - respondeu. - Será que agora podemos nos concentrar no que viemos fazer?  

-Sim, a diversão. - Hanne exclamou como se tivesse acabado de se lembrar.   

Por um momento, Natasha olhou para a loira a seu lado, lembrando de como a conhecera. Havia recebido uma ordem de inspecionar um hospício na Sibéria. Ela lembrava-se de ter ficado arrepiada quando ouviu que precisava ir para lá, e o fato das palavras Sibéria e hospício estarem na mesma frase a deixou ainda mais apreensiva, já que anos antes, ela mesma já tivera sua dose de loucura.  

Aparentemente, a KGB desconfiava das atividades que o médico responsável pelo hospício estava realizando lá. Pensando agora, Natasha não tinha certeza se o médico era realmente inocente dessas acusações ou se era um excelente mentiroso. Principalmente, porque naquele mesmo dia ela descobrira o maldito sádico abusador que ele era.  

Ela só descobrira isso por causa da loira. Na época, ela era uma das pacientes, e Natasha se lembrava de ter ficado surpresa ao ver uma criança ali. Mesmo sendo tão nova, Hanne já mostrou naquele dia que era muito inteligente. Ela conseguiu fugir da supervisão das enfermeiras e chegar até Natasha quando essa última estava sozinha. A loira havia percebido a tensão que se instalara no hospício após a chegada da ruiva, e ouvira algumas enfermeiras fofocando sobre a inspeção. Considerou então que Natasha poderia ajudá-la e foi atrás dela para contar todas as coisas que o maldito médico fazia com ela. Infelizmente, Natasha sabia que a KGB não estava interessada em histórias de abuso e maus-tratos, sabendo que se fosse ajudá-la, teria que fazer isso independentemente. Falou isso a pequena, mas esperta garota que tinha a sua frente, acrescentando que ela aguardaria do lado de fora durante a noite, e que se a garota conseguisse chegar até um dos portões, a tiraria dali. Ela pensou durante alguns segundos e depois sorriu concordando. Natasha nunca perguntara como ela conseguiu fazer isso, apenas a levou embora dali, deixando-a no bunker, já que este era o lugar mais seguro onde poderia deixá-la.  

Ela poderia dizer que conhecia Hanne? Talvez sim, talvez não, era difícil entendê-la. Reiko, apesar dos pitis e do gênio forte, era mais fácil de ser decifrada. No fundo, ela era extremamente carente e insegura, apoiava-se incondicionalmente na pessoa que tivesse paciência suficiente para lidar com ela. No passado, havia sido Natasha, agora era Gail. Já Hanne era completamente diferente, muitos poderiam vê-la como uma pessoa carente e dependente pelo excesso de namorados que tivera, emendando um relacionamento atrás do outro. Ela nunca estava sozinha, mas mesmo assim, era mais independente e autossuficiente que Reiko jamais fora. Natasha sabia que apesar de bancar a burra, Hanne era esperta e uma grande observadora, era aquele tipo de pessoa a quem você procurava quando queria saber as fofocas, e o melhor era que ela não tinha papas na língua, dizia tudo o que queria ou pensava sobre as pessoas. Mesmo assim, era leal como um cachorrinho bem treinado se você a tratasse bem. Natasha imaginava o que Gail havia feito a ela para que não gozasse da sua lealdade, certamente deveria ter a subestimado. Outra coisa que poderia afirmar sobre Hanne era que, por baixo das roupas coloridas e da carinha de anjo, havia uma pessoa que era muito agressiva e violenta quando era preciso, ou seja, exatamente o que Natasha precisava agora.  

-Então, Dimitri Bezboródov, já foi preso por envolvimento com a máfia russa. - Natasha começou, lendo o arquivo dele que ela tinha montado após uma pequena investigação na internet. - Também já foi investigado por uma provável ligação com um grupo neonazista, que pregava que "apenas os mais fortes e adaptáveis da nossa espécime deveriam sobreviver, enquanto os fracos e os que não conseguirem se adaptar deveriam ser eliminados, dando espaço assim para que o futuro pertença apenas aos super-humanos.” Um amante de Darwim, que inspirador. - Natasha compreendeu qual deveria ser a ligação entre Ivan e este homem, já que os conceitos de mutantes e super-humanos era próximos.  

-Dimitri é bem conhecido. - Hanne acrescentou. - Há dezenas de pessoas que gastariam uma pequena fortuna para terem a cabeça dele pendurada na parede. Infelizmente, ele é muito escorregadio e tem a proteção da máfia russa. É quase impossível chegar até ele, pelo menos é o que dizem. Gail preferiria não comprar briga com a máfia. A maioria dos membros mais importantes da máfia costuma se reunir naquela casa branca mais ali na frente- Ela apontou em direção a casa, que na verdade era mais uma mansão vitoriana, quase parecendo perdida no tempo. - Mas duvido muito que ele esteja lá. Deve estar escondido em algum outro lugar.  

-Não importa. - Natasha respondeu, fechando o arquivo. - essa é a única pista do paradeiro dele que tenho. Vamos ter uma conversinha com esses caras, quem sabe eles não nos dizem onde ele está se escondendo. Com o incentivo certo, sempre tem um disposto a falar.  

- Imagino que ver todos os outros membros do grupo  sendo mortos possa ser um incentivo excelente. O que acha? – Hanne disse rindo. Depois fez um bico, pensativa. – Mas, como vamos saber quem deixar vivo? Não, acho que não é uma boa ideia.  

-Na verdade, é uma ideia excelente. Não podemos prever quantas pessoas tem lá dentro e nem como vão reagir se eu simplesmente chegasse lá perguntando. Sempre tem algum covarde que prefere vender a mãe a morrer, e se ele não souber onde Dimitri está, é bom descobrir rápido. Vamos lá.  

As duas saíram do carro. Natasha abriu o porta-malas. Elas haviam roubado um carro, depois de saírem da casa, e após isso fizeram uma visitinha a um antigo contato da ruiva que vendia todo tipo de arma. Não eram nada como a tecnologia das Indústrias Stark, mas davam para o gasto. Ela pegou três pistolas, deixando uma no calcanhar, e as outras duas presas na calça, além de algumas facas. Hanne pegou todo o tipo de arma que tinha a sua disposição.  

Sem titubear foram em direção a casa. Natasha verificou onde estavam os alarmes e câmeras. Ela queria dizer que invadir a casa havia sido um desafio, mas após lutar contra Loki e Ultron, dentre tantos outros, a máfia russa parecia brincadeira de criança para ela.  

Foram matando silenciosamente os homens que tomavam conta do local, um a um, até chegarem ao andar principal. Dentro de um cômodo que parecia mais um grande salão de festas, ouviu as vozes de vários homens discutindo, deviam estar no meio de alguma reunião. No três, as duas abriram a porta que as separava deles, indo cada uma para um lado. Natasha atirava nos homens que estavam à sua direita, com uma pistola em cada mão. Hanne também usava uma pistola, mas derrubava alguns usando o corpo. Elas foram rápidas e eficientes. Quando Natasha, eliminava o último cara que estava ao seu lado, olhou para o lado e viu Hanne chutando incessantemente outro no estômago. Ela tinha um brilho feroz nos olhos.  

Natasha deixou-a para trás, aproximando do grupo de três homens que estavam abaixados, tentando se proteger e se esconder embaixo de uma mesa. Eles observavam, chocados e imóveis, as duas em ação. Um tinha a calça molhada. E eles ainda são da máfia – Natasha pensou.  

-Qual de vocês é o líder aqui? - Natasha perguntou se dirigindo a eles.  

-Humm, era aquele ali de blusa preta.- O cara que estava no meio, respondeu apontando. - E o segundo no comando era o de azul com o cabelo comprido, o terceiro...  

-Eles estão mortos. Então, quem manda agora? - Natasha perguntou impaciente.  

-Não tenho certeza. - Ele respondeu, olhando para os outros dois. – Na atual situação, eu diria que são vocês duas. Eu, pelo menos, não tenho nada contra a obedecer você.  

-Ótimo. Já que estou no comando, preciso que vocês me respondam uma coisa: onde está Dimitri Bezboródov?  

-Só para conferir: vocês não vão matar a gente se respondermos? – o da direita perguntou.  

- Vamos fazer assim: o primeiro a contar vive. – Eles se entreolharam indecisos. - Vamos lá, garotos.  

- Não sei onde ele fica durante o dia – o mesmo que havia perguntado respondeu apressadamente, quase perdendo o fôlego, enquanto os outros dois o olhavam com ódio. - Mas quase todas as noites, ele costuma ir num clube de striptease não muito perto daqui. Eu posso levar vocês até lá.  

- Bom garoto. – Natasha falou. Ficou esperando ele se levantar, e bufou quando viu que ele ainda estava com medo. Dei uma olhada para trás, observando o salão todo tomado de sangue, vísceras e corpos. Quantos homens elas teriam matado? Tentou contar quantos haviam, uns trinta ou talvez quarenta. Bem, talvez ele tivesse um bom motivo para estar com medo. Hanne se aproximava dela, depois de finalmente cansar de espancar o cara até a morte. Natasha estava suja, mas Hanne parecia quase Carrie - a estranha, depois de ter tomado um banho de sangue. Natasha voltou-se ao homem. 

 - Você ainda quer viver? Então, ande logo.  

Saiu do salão, com ele a seguindo. Antes de sair, olhou para trás e viu Hanne indo até os outros dois, com um sorriso no rosto. 



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