História Burning Love - Prólogo

— Misericórdia, Deus! — o homem ajoelhado no chão implorava. — Não me deixe morrer pelas mãos desse pec— não houve tempo para que ele terminasse sua fala quando Jungkook enfiara sua espada diretamente no coração daquele infeliz. O indivíduo começara lentamente a perder o brilho nos olhos, logo caindo de lado com o líquido carmesim escorrendo de seu corpo.

O sangue dava cor ao cenário congelado. Era um belo contraste, o vermelho escuro marcando a dor daquele que fora morto e o branco demonstrando a frieza daquele que o matara.

Talvez Jungkook pudesse ter tido alguma piedade ou um fiasco de arrependimento quando acabara com a vida daquele homem, mas quando viu que suas últimas palavras foram uma prece a Deus, não hesitou. Mesmo sabendo que aquele era seu fim e sabendo o motivo de sua morte, ele persistia no erro.

Cobrira o sangue derramado no chão jogando a neve por cima do mesmo, quanto menos atenção chamasse, melhor. Pegara o cobertor que havia trago e enrolara o homem morto nele, assim como também colocara pedras por cima do corpo, logo depois o arrastou em direção a um rio próximo dali.

Imediatamente após ter visto o indivíduo afundando na água, uma sensação de dever cumprido e alívio percorreu seu corpo. Se agachou e começara a lavar sua lâmina, a fim de limpar o sangue que escorria por ela.

Depois de alguns segundos, escutara um barulho suspeito vindo atrás de si. Ele permaneceu no mesmo local e posição, tentando deixar parecer que não havia escutado nada, mas já havia firmado sua mão na espada, pronto para um possível combate.

— Droga, droga! Seu burro! — uma voz fina soou. Parecia ser de um menino — apesar do tom irritante e estridente — jovem.

Jungkook se levantou e baixou a guarda, aparentemente se tratava apenas de um garoto adolescente — não que o próprio Jeon também não fosse um — e burro, já que a criança não tinha nem a capacidade de espiar em silêncio.

— Eu não sei a quanto tempo você está ai, mas deve ter visto o que aconteceu com o meu caro amigo ali no rio, então sugiro que pare de se esconder e mostre sua face. Agora! — ele gritou, esperando que quem quer que estivesse o espiando ficasse assustado o suficiente para se mostrar. Ao contrário do que esperava, escutou passos de uma pessoa correndo e logo foi atrás, não poderia deixar quem quer que tivesse visto aquelas cenas saísse correndo o risco de contar para todo mundo.

Desviando de todos os galhos e pedras pelo caminho, Jungkook seguira o garoto até escutar que os passos haviam de repente sumido, mas ele sabia que o menino ainda estava por ali, só tinha que achá-lo.

— Vamos lá, facilite as coisas para mim. Não quero precisar te machucar quando eu o achar. — disse num tom neutro, apesar de estar achando graça da tentativa ridícula do rapaz em se esconder.

Um som de um galho quebrando pode ser escutado. Não é possível que esse garoto seja tão burro, pensou. Fora até atrás de uma árvore e se deparara com o pequeno corpo completamente encolhido e tremendo, sabendo que tinha sido achado. Jungkook não sentiu pena em puxá-lo pelos cabelos e tapar sua boca, o arrastando até o rio sem se importar se estava ferindo a pele do garoto no processo.

Quando jogara o garoto na margem e destampara sua boca, o mesmo começara a gritar escandalosamente.

— Eu sugiro que você se cale,  não que alguém vá te escutar, mas porque eu realmente não gosto de meninos barulhentos. — disse Jeon, enquanto arrastava sua adaga, que pegara a pouco tempo de sua cintura, nos lábios do rapaz, vendo o sangue escorrer do pequeno ferimento — Quer dizer, não nessa situação. — disse com um tom malicioso — Qual seu nome?

— Jimin.— respondeu — Por favor senhor, eu juro que não contarei a ninguém! Manterei em segredo o que fizera, ninguém saberá, mas poupe minha vida. — implorou apavorado.

— Ah, meu bem, eu tenho certeza que não contará quando eu cortar a sua língua e te afogar nesse rio. — a cara de pavor que surgira no rosto de seu refém fizera com que Jungkook soltasse uma risada.  — Estou brincando, amor. Bem, Jimin, você parece ser jovem, então pouparei sua vida. Mas, se eu descobrir ou desconfiar que você quer abrir essa sua boquinha linda para alguém, eu não mato só você, mas a sua família também e faço questão de que eles sofram bastante. Não serei piedoso como estou sendo agora.

— Muito obrigado senhor, muito obrigado. — Jimin imediatamente se ajoelhou em frente ao homem e abaixou sua cabeça, a fim de mostrar respeito e agradecimento.

          — Ficarei de olho em você, Jimin.

He’d trade his guns for love

(Ele trocaria suas armas por amor)

But he’s caught in the crossfire

(Mas ele foi pego no fogo cruzado)

And he keeps wakin’ up

(E ele continua acordando)
But it’s not to the sound of birds

(Mas não é ao som de pássaros)

The tyranny, the violent streets

(A tirania, as ruas violentas)

Deprived of all that we’re blessed with

(Privados de tudo o que somos abençoados)

And we can’t get enough, no.

(E nós não podemos ter o suficiente, não)