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História Bus stop - Dua puluh tiga


Escrita por: Tilikun e Busan_bxys

Notas do Autor


Obrigada por todos os favoritos! Fico feliz por saber que tem 187 pessoas gostando/amando/adorando essa história
Obrigada mesmo <3

Capítulo 23 - Dua puluh tiga


Fanfic / Fanfiction Bus stop - Dua puluh tiga

Eu não sou de me arrepender das coisas, mas essa madrugada me fez pensar em muitas coisas pelos quais eu deveria ter feito diferente.
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  — E se ele morrer? Vão levar o corpo dele para a cadeia? – Comecei a roer as minhas unhas enquanto a minha mão livre segurava a borda da maca em que Jimin estava deitado. — Ou vão enterrar ele com algemas? – Olhei para o cara que estava sentado numa bancada, escrevendo sei-lá-o-que em uma prancheta laranja. — Ele não vai morrer não, né?!

  Eu estava sentado nessa merda de ambulância há quase meia hora, e eu nem sabia ao certo como eu havia parado aqui, eu só sei que quando eu pude ver uma mochila igualzinha a do Jimin caída no chão bem ao lado da ambulância e das pessoas, eu corri como nunca na minha vida ou na aula de educação física. Então quando eu o vi sendo carregado numa maca, eu já pensei que o garoto estava mortinho, então eu comecei a gritar que aquele defunto era o meu namorado.

  Não vou mentir dizendo que fiquei estupefato com toda aquela atenção voltada para mim, eu até me senti importante por alguns segundos. O que se esperar quando você está correndo como um louco e gritando “Ele é meu namorado! Meu namorado!”. É claro que todo mundo que estava lá iriam me olhar, ou como um doido, ou com uma demonstração de afeto, já que o meu suposto namorado poderia estar morto. 

  E agora aqui estou eu — matando aula de álgebra —, sentado numa bancada mais dura que o pão da minha escola, olhando para uma pessoa, que eu denominei como meu namorado, desacordada. Passei os meus olhos pelo corpo de Jimin e encontrei algo que eu gostaria de não ter encontrado: sua perna direita estava extremamente roxa e sua mão estava vermelha, e não era por causa de simples cortes, parecia que o sangue da mão dele estava totalmente coagulado. 

  Então eu não devo pensado antes de abrir a minha boca novamente. Coitado do homenzinho ali.

— Moço, olha a perna e a mão dele. — Apontei com as minhas duas mãos os locais citados enquanto eu encarava aquele cara que só fica sentado com uma prancheta enquanto escreve alguma coisa, eu juro que ele deve apenas escrever letras de músicas aleatórias ou o quanto a vida dele é uma merda. O cara olhou para os locais e arregalou minimamente os olhos, o que não fez bem para a minha mente, já que isso fora um sinal de que havia dado alguma merda. — O que aconteceu, moço? – ele ignorou-me e se levantou da cadeirinha, indo para mais perto de Jimin — Ei, moço, não me ignora não, eu estou nervoso! — juntei minhas mãos sobre meu colo e apertei-as com toda a minha força.

— Houve um pequeno problema no sistema circulatório dele; por causa do acidente, algumas veias da perna estouraram, então a perna dele ficou desse jeito. Já na mão – afastou-se minimamente de Jimin e colocou a mão dele sobre o abdômen —, a circulação não está ocorrendo. O senhor pode ficar fazendo uma massagem para que ela volte ao normal. – Ele soltou da mão de Jimin e voltou a se sentar na cadeira.

 Eu rapidamente tomei a mão de Jimin com as minhas e comecei a massagear de qualquer jeito, eu só queria que aquela cor estranha saísse da mãozinha fofa dele.

— Mas ele não vai perder a perna não, né? – Perguntei um pouco baixo, mesmo sabendo que Jimin poderia não ter estar me ouvindo, eu preferi falar baixo. — Ele não pode ficar sem a perna não, doutor! Como é que ele vai-

— Ã-hram – o moço colocou uma mão na boca, fingindo uma tosse e me interrompendo no final da minha frase — Eu não sei sobre a perna, depende do grau de infecção e de quantas veias foram estouradas... e... me desculpe falar, mas eu achei que você era o ativo, não ele.

  Franzi o cenho e voltei a olhar para o Jimin. Como assim o ativo...? Ele está falando de ativo da relação? Voltei o meu olhar para aquele cara estranho que se mete no relacionam ficcional dos outros e cerrei meus olhos — ele não estava me encarando, mas continuei com os olhos cerrados. Da onde foi que ele entrou nesse assunto de ativo e passivo?

Como é que ele vai-” oh! É verdade! Ele me interrompeu, quando eu ia terminar de falar essa frase, com uma tosse falsa. Será que ele pensou que eu iria falar alguma coisa proibida para menores de dezoito anos? Quer dizer, mesmo eu sendo maior de dezoito anos isso é estranho! Só me falta ele pensar que já transamos mesmo! Ora essa.

Fechei a cara.

— Ele não é o ativo! – Resmunguei rabugento, enquanto continuava a fazer aquela bendita massagem na mão do meu querido amorzinho. Amada flor. Meu raio de sol.

— Perdão? 

— Nós não transamos ainda, porra! – fui responde-lo pelo meu pensamento, mas percebi que fiz merda ao ouvir o som da minha voz alta no ar e a tensão que se instalou ali – Puta merda!

 

 

Bus Stop

 


— Qual o nome dele? – A mocinha que trabalhava na recepção me perguntou assim que os paramédicos conseguiram me tirar do lado da maca de Jimin.

— Jimin, Park Jimin – Respondi-a-lhe com um bico nos lábios e uma voz um tanto quanto manhosa, claro, eu não estava manhoso, eu só estava com raiva por não ter conseguido entrar junto com o Jimin.

— Quantos anos ele têm? – Puta que me pariu, como eu nunca perguntei isso para ele antes? E agora? O que eu faço? Eu disse para ela que ele era o meu namorado, quer dizer, eu entrei no hospital gritando que ele era o meu namorado. 

  Certo, certo. Pensa Jungkook, pensa!

— Oh! Um segundo, moça, alguém está me ligando! – Peguei meu celular do meu bolso e sai da visão da moça rapidamente, indo para fora do hospital.

  Desbloqueei a tela do celular e entrei nas mensagens com o Taehyung, e se ele não souber a idade do Jimin eu falo qualquer coisa que vier na minha mente, não estou nem ai se eles descobrirem que é mentira depois, eu só quero entrar no maldito quarto que ele está dormindo e ficar ao lado dele. Mesmo que ele não saiba disso depois que acordar.

Tae! Tae! 
                 9:30 AM

TAEHYUNG!!
                 9:34 AM

Oi? Oi? Que foi
                 9:39 AM

Me responda isso rápido: Quantos
anos o Jimin tem?
               9:40 AM

O Jimin? Hm... 18?
               9:40 AM

Você está me perguntando isso?
               9:45 AM 
 Bom, que seja, obrigado
               9:45 AM

 
Bloqueei a tela do meu celular e voltei para dentro do hospital, vendo que o paramédico que havia empurrado a maca de Jimin estava parado ma recepção com a prancheta em mãos e falando sei la o quê com a moça. Me aproximei dos dois sorrateiramente e, quando estava quase chegando perto deles, o moço me encarou e sorriu.

  Não leva isso como um flerte, não leva isso como um flerte. Se concentre, Jungkook!

— Você é o namorado daquele jovem rapaz, certo? – Ele desencostou-se da bancada e seguiu para perto de mim, segurando a prancheta com uma das mãos e a outra segurava uma seringa. Eu espero que isso não seja para mim. Seria constrangedor se ele tentasse enfiar essa agulha no meu precioso corpo.

— S-sim, sou! – Cocei a garganta e tentei arrumar a minha postura, fazendo com que as minhas costas ficassem eretas. — Ele está bem? 

— Bom, ele vai ficar – Ele virou o seu corpo para a direita e me encarou sobre o ombro, creio que seja um pedido para que eu o siga, certo? Eu dei um passo para a direção dele e então ele começou a se mover em direção à um corredor cheio de quartos. — Ele fraturou uma costela, e foi uma questão de sorte que essa costela não tenha perfurado nenhum órgão importante ou a parede do estômago; hm... – Ele olhou algumas coisas na prancheta e voltou a falar — A perna esquerda dele está quebrada, então quando ele estiver recuperado a costela, vamos pedir para que o senhor cuide muito bem dele, já que ele irá precisar de toda ajuda possível.

— Mas... mas ele não vai ficar sem a perna, né? Ela só quebrou? – Parei de andar assim que ele ficou de frente com a porta do quarto 21A. Constatei que aquele era o quarto em que Jimin estava. O médico me encarou com um sorriso de lado e abriu a porta.

— O seu namorado vai ficar 100% melhor se você cuidar bem dele, eu te garanto. – Ele adentrou a sala e foi para o lado esquerdo de Jimin, aonde estava a bolsa de soro com alguns remédios junto. — Como ele está tomando alguns remédios fortes contra infecção e dor, ele talvez irá acordar pela manhã. Então eu falei com a recepção e elas deixaram você dormir aqui com ele, mas o senhor não poderá fazer barulho, certo?

  Adentrei a sala também, ouvindo o que o médico falava e assentindo em leve, tudo que o meu cérebro conseguia processar era a imagem de Jimin deitado naquela cama, cheio de machucado e hematomas roxos pelo lindo rostinho de bebê que ele tem. Suas mãos tão pequeninas jogadas ao lado de seu corpo quase mórbido, e sua boca que antes era tão rosadinha estava num roxo quase profundo, feio. Sua boca ressecada e seus cabelos desgrenhados; aposto que se ele visse seu reflexo no espelho ele iria gritar para todo mundo ouvir.

  Eu me sentei na poltrona ao lado da cama de Jimin e peguei em sua mão, cobrindo-a com as minhas duas, começando a afagar as costas de sua mão com o meu dedão.

— Você realmente gosta dele, huh? – Levantei meu olhar e encontrei o médico me olhando com admiração e um sorriso terno em seus lábios. Como será que eu estava olhando para Jimin, já que ele me perguntou algo assim?

— Eu... – encarei a mão de Jimin por entre as minhas e deixei que um grande suspiro saísse de minha boca. — Sabe, ele é bem chato, às vezes eu nem consigo realmente ter uma conversa que preste com ele, sempre acabamos sendo grossos um com o outro e nos afastamos. Ele parece gostar de ser uma criança bobalhona que irrita as pessoas; – levantei meu rosto e encarei os olhos do médico — Ele me irrita muito, me irrita demais, mas eu ainda... ainda gosto dele. Acho ele bonito e incrível. Mesmo que a personalidade dele seja um pouco extravagante, sempre falando o quanto ama a si mesmo e afastando algumas pessoas...

— Com “algumas pessoas” você quer dizer você? – O médico arriscou perguntar e só então eu percebi o que eu estava fazendo. Eu estava desabafando com um médico, ao lado de Jimin, mesmo sabendo que ele está inconsciente. Porra, eu estou tao desesperado assim?

— É... eu estava tentando me afastar dele, mas eu acho que não deu muito certo – Soltei uma risada pelo nariz e voltei a apertar e acariciar a mão de Jimin, já que eu estava morrendo de medo de tocar no rosto dele e acontecer alguma merda.

— Então, já que ele é tudo isso que você falou, por que você está aqui com ele? Por que entrou na ambulância e veio até aqui, segurando a mão dele e perguntado se ele estava bem? – O médico terminou de ajeitar a bolsa de soro do Jimin e caminhou até a porta — Não precisa me responder isso agora, eu só quero que imagine se o Jimin estivesse morto nessa cama.

  Então o médico saiu da sala, fechando a porta com uma delicadeza que nunca existiu dentro de mim.

  Eu voltei o meu rosto para o Jimin e me levantei da poltrona, soltei a frágil mão dele e, com um pingo de delicadeza que surgiu dentro de mim, eu empurrei o corpo de Jimin para o lado esquerdo e me enfiei naquela cama super apertada. Coloquei meu braço sobre o pescoço dele e o puxei para perto de mim, tomando cuidado com a costela e a perna quebrada, consegui ficar com o rosto sobre os fios de cabelo cheirosos de Jimin.

  Coloquei a minha mão livre sobre a bochecha dele e acariciei com todo o amor e carinho que eu sentia por aquela maldita cria de demônio. E fiz algo que eu nunca imaginaria fazer.

  Eu lhe dei um rápido selinho na boca.

imagine se o Jimin estivesse morto nessa cama”



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